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Nos finais do século XIX e inícios do século XX, este conceito desenvolveu-se com a
formação de monopólios de capital nos países mais ricos e desenvolvidos, uma vez que nestes
a acumulação de capitais tinha atingido proporções gigantescas, originando um “excedente de
capitais”. Como forma de originar lucro, foi utilizado como fonte de investimento através da
sua exportação para países menos desenvolvidos, que depois retornaria ao país exportador
sob a forma de juros e de outros lucros não financeiros, como a obtenção de matérias primas
mais baratas, com uma taxa de lucro máxima.
A exportação de capital acentuou as desigualdades entre os países, uma vez que os
mais ricos investiam nos mais pobres, impondo sobre eles um modelo de organização
específico, para além de se aproveitarem do facto de este constituir um mercado garantido de
obtenção de matérias primas mais baratas e de escoamento de produtos a um preço mais
baixo, gerando dependência política, económica e social. No entanto, ao contrário dos países
mais ricos que comercializavam entre si, conseguindo estabelecer facilmente relações
comerciais, os mais pobres não tinham o mesmo acesso e ficavam dependentes do comércio
com os mais ricos. Para além disso, com o programa de exportação de capitais, os países
exportadores acabavam por enriquecer às custas dos importadores. O mesmo é comprovado
pelo livro de História Moderna: O Imperialismo que refere que “ (…) Na época do Imperialismo,
os capitalistas (…) tratavam de exportar fundamentalmente o excedente dos seus capitais para
os países pouco desenvolvidos industrialmente, onde o emprego desse capital lhes
proporcionava grandes lucros. Os capitais são também exportados para as colónias, assim
como para os países independentes.”
Este originou um novo tipo de imperialismo, próprio dos inícios do século XX, uma vez
que, ao investirem nesses países, os países exportadores procuravam controlar o seu governo,
impondo um modelo de organização política e social, provocando uma mudança de paradigma
nas relações políticas. Assim, nas vésperas da 1ºGuerra Mundial o mundo encontrava-se sob o
controlo político das potências europeias, que entre os finais do século XX e 1910, tentaram
expandir o seu domínio e administração a vários outros territórios no globo, especialmente em
África e na Ásia, mas também na América e Oceânia, num movimento conhecido por
Imperialismo.
O Imperialismo, tal como é afirmado por Lenine, 1916, é uma “fase superior do
capitalismo” que vigorou entre os finais do século XIX e inícios do século XX. Ao contrário do
que acontecia com o Imperialismo antigo, no qual a metrópole recolhia os recursos da Colónia,
nesta versão mais moderna do conceito era a Metrópole que enviava os seus recursos
financeiros, isto é, o excedente da capital para as colónias como forma de investimento, para
tentar extrair lucro, mas também para satisfazer as suas necessidades económicas. Tal como
foi referido anteriormente, para além da exportação de capitais para as colónias, a metrópole
impôs também a sua vontade e forma de organização política, de forma autoritária e
supranacional. Estas zonas foram ocupadas e transformadas em províncias dependentes da
metrópole a nível político, económico e militar, e serviam de mercado de obtenção de
matérias primas baratas e de exportação de produtos industriais e de capital. O mesmo é
afirmado por Hobson, 1903:
Os ingleses eram o maior investidor de capitais nos Impérios coloniais. O Reino Unido
concentra grande parte das exportações de capitais nos seus territórios coloniais. Já a França
era o segundo maior exportador de capitais e foi paulatinamente oferecendo bens a outros
países, sem receber a compensação merecida (só exportava 8,9% para as colónias e o resto
para outros países independentes). Verifica-se aqui a distinção entre imperialismo e
colonialismo. As relações internacionais eram dominadas pela tentativa de alguns países
exercerem influência sobre outros e assim exportar o seu capital (no início do século XX eram
consideradas potências aquelas que mais exportavam).
Não era necessário que fosse uma relação colonial (China, Império Otomano e América
Latina pediam empréstimos aos grandes centros financeiros de Londres e Paris, sendo países
independentes). Então, o imperialismo do século XX não está associado à criação de colónias
(países como Portugal têm impérios coloniais mas não são imperialistas; países como os EUA
não têm impérios coloniais mas são imperialistas). Esta relação podia ser feita entre dois
países independentes, ou seja, não está associado à posse de colónias.
No início do séc. XX, a exploração de capitais podia ser feita de duas formas:
investimento direto ou investimento indireto. O investimento direto era feito diretamente por
empresas que se instalam no exterior (as multinacionais). Se os mercados não fossem
fechados seria mais fácil aumentar a produção dentro já do país instalado. O capital em
excesso torna-se produtivo num mercado fechado. Já o investimento indireto (ou de carteira)
é feito normalmente por bancos (acionistas), que aplicam o investimento e compram dívidas
públicas (empréstimos públicos feitos a governos). Essas dívidas condicionam muito a política
dos países importadores, conduzindo, muitas vezes, a situações de ruturas de pagamentos,
expondo um determinado país com menos capacidade de pagamento a um ataque ao seu
orgulho.
Por ser o país mais industrializado e com maior nível de exportação de capitais, tinha
uma posição contra a guerra, dependendo do mercado livre e sem barreiras (era contra o
protecionismo). O seu domínio hegemónico assentava em bases navais para que pudesse
exercer um controlo do comércio e das próprias rotas de acesso, evitando, simultaneamente a
concorrência. Até porque “[a]Inglaterra era fortemente rica e possuía um vasto império
ultramarino. (…) [a]s suas indústrias eram responsáveis por uma grande parte do comércio
mundial. A sua posição global era garantida por uma marinha colossal. (…)”, tal como já
afirmava Norman Stone, no livro Primeira Guerra Mundial.
Deste modo, a Inglaterra tinha interesse em ter uma rede marítima mundial e o
controlo das regiões mais populosas, como a da Índia. Desde meados do século XIX que a
Inglaterra controlava grande parte da Índia.
“ (…) A marinha de guerra foi sempre a alavanca mais importante da burguesia inglesa para a
conquista colonial. A sua frota tornava possível o transporte de quantas tropas eram
necessárias para as guerras coloniais e as expedições de castigo. A burguesia inglesa
esforçava-se para que a sua marinha de guerra fosse a mais forte do mundo.”, in História
Moderna: O Imperialismo (página 107).
Para além da India e do Egito, bem como as regiões circundantes destas duas áreas, e a África
Oriental exerceram controlo a União Sul Africana. O Reino Unido exportava maioritariamente
para as colónias e para os EUA.
2.2 França:
França era também uma grande potência imperialista e exportadora de capitais, e os
territórios sob a sua administração centravam-se na África Ocidental e na Indochina. Em África,
os territórios dividiam-se entre a África Ocidental Francesa e a África Equatorial Francesa, no
entanto, as suas colónias mais rentáveis era a Indochina, Congo e Costa de Marfim. Detinha
ainda territórios no Mar Vermelho, Madagáscar e Polinésia Francesa.
No entanto, apesar do seu grande território colonial, apenas 4% do capital africano era
exportado para as colónias. Para além disso, como os seus interesses colidiam com os Ingleses,
após a tentativa de expansão para o Nilo e da construção de linhas férreas num ponto de
interseção com o Império Britânico, as suas pretensões imperialistas em África abrandaram,
pois, o seu poderio militar era muito inferior ao Inglês. No entanto, tal não impedia França de
se tornar o 2º maior exportador de capital, dedicando os seus investimentos a territórios
europeus, como Portugal, Espanha, mas sobretudo a Rússia. Esta exportava capitais
maioritariamente para os países europeus, especialmente a Rússia,
2.3 Alemanha:
A Alemanha era a potência colonial mais próxima da Inglaterra, ainda que bastante recente e
sem um grande território colonial. Apesar do seu desenvolvimento tardio, mas rápido,
afirmou-se como um Grande concorrente à Marinha Inglesa. Este seu desenvolvimento foi
fruto da unificação do país, a formação de um mercado interno unificado, a anexação da
alsácia e de uma parte da Lorena, o reforço inegável da exploração da classe operária e a
aplicação das últimas técnicas e das novidades científicas
Na época imperialista, a Alemanha passou a controlar colónias em África, mas não foi
exportadora de capitais, pois queria garantir a proteção dos seus investimentos nas colónias. A
Alemanha constitui, então, um exemplo de uma nação que não era um império colonial, mas
que era uma nação imperialista. O império alemão não tinha qualquer objetivo colonialista.
Aspirava ser uma potência naval e possuir um domínio industrial, colidindo com as pretensões
inglesas,
Enquanto outras potências exportavam capitais, a Alemanha não se podia dar a esse luxo
(devido à necessidade de recuperar esse desfasamento face às potências imperialistas). Ainda
assim, começa a exportar capitais, fazer empréstimos a outros Estados e bancos estrangeiros.
A Inglaterra tinha uma política de não entrar em alianças, mas França e Alemanha
começavam a criar sistema de alianças defensivas/ofensivas. As potências estavam
organizadas em mercados fechados efetuavam e alianças com estados médios. Mais tarde
(1904), os ingleses resolvem desequilibrar os pratos da balança e aliar-se à França, formando a
Entente Cordiale. Após chocarem, os interesses coloniais tornaram-se num convénio de
interesses contra terceiros. Estavam traçados os dados geopolíticos que causaram a 1ªG.M..
Ao nível das Colónias, a Alemanha tinha territórios na África Ocidental Alemã /camarões e
togo), África Oriental Alemã, Sudoeste Africano Alemão, bases na china e ilhas no Pacífico
Tropical. Tal como a França, exportava capitais para a Europa, o que acentuava as suas
rivalidades.
Para além disso, o grande problema do Império Russo era o facto de não ter acesso a um mar
navegável. Tinha apenas acesso ao Mar Báltico, mas este encontrava-se gelado. De resto,
grande parte do seu território era marcado por uma grande planície gelada, ou seja, não podia
ser uma potência naval por causa do clima. A única hipótese era navegar mais a sul no Pacífico
até chegar à China, especialmente na zona da Manchúria, mas cruzava-se com as pretensões
japonesas de chegar à China. O Mar Báltico estava gelado ou dominado pelos ingleses, o Mar
Cáspio era interior e não tinha benefícios e o Mar Negro estava ocupado pelo Otomano, e mais
a baixo cruzava-se com as pretensões inglesas. A única opção mesmo era chegar à China, o que
originou uma guerra com o Japão (Guerra Russo-Japonesa) nos inícios do século XX, vencida
pelo Japão e a Rúsia saiu economicamente debilitada. No entanto, com receio da Alemanha e
com uma dívida a França graças à importação de capital, estas formaram uma aliança, à qual,
mais tarde, se juntou Inglaterra. A Rússia era muito importante para a política europeia pois,
face a uma guerra contra a Alemanha, esta aliança poderia facilmente vencer pois par além de
uma fronte ocidental, com a Rússia tinha também uma fronte oriental.
Foi criada uma capital, São Petersburgo, a partir da qual se iniciou a expansão para
Ocidente e depois para Oriente. A Rússia detinha já o Mar Negro, a zona do Cáucaso,
Cazaquistão, Turquestão, tendo, depois, conseguido atingir o Oceano Pacífico.
Mas, nesta época imperialista, a Rússia começou a ver-se impedida pela Inglaterra na
sua intenção de se expandir para o sul da Ásia, o que levou a choques entre as duas potências.
As questões relacionadas com o petróleo começam já a ser dominantes (russos e ingleses
tinham interesses no Golfo Pérsico). É importante referir que a Rússia tinha uma aliança com
França, que por sua vez, tinha uma aliança com a Inglaterra.
2.6 Japão:
O Japão cresce nos princípios do século XX e tinha feito uma expansão continental com a
ocupação da China e da Coreia, em busca de minério e de novas áreas de exportação, de modo
a fazer concorrência com a Europa. Não tinha acesso a matérias-primas necessárias à
industrialização, como o carvão, ferro e borracha. Tratava-se, também, de uma potência semi-
imperialista sem império colonial. No século XIX fechou-se ao comércio europeu, evoluindo de
forma autónoma para evitar cair numa espécie de colónia. Assim, tem um papel fulcral nas
guerras e na política mundial do século XX. Esteve quase na órbita do Imperialismo Ocidental,
mas as frotas americanas entraram no Japão na década de 1950, invadindo os seus portos.
A modernização japonesa foi personificada pelo imperador Mutsu-Hito, que lançou o país
numa era de progresso: o período/dinastia Meiji (era das luzes), que se estendeu de 1868 a
1912. Em poucos anos, o Japão, de país agrícola e atrasado, converteu-se numa potência
imperialista militar e competitiva, com uma enorme base industrial e com interesses na Ásia. O
impulso industrializador ficou a dever-se, sobretudo, ao Estado que promoveu a entrada de
capitais e técnicos estrangeiros, adquiriu no estrangeiro os equipamentos necessários à
modernização, financiou a criação de novas indústrias, às quais concedeu exclusivos e outros
privilégios e promoveu a construção de uma rede ferroviária. Esta abertura ao capitalismo
colidiu com o feudalismo japonês, formando um capitalismo híbrido no qual se alicerçou o seu
desenvolvimento. Houve o aumento da produtividade agrícola que conduziu a um excedente
da produção, que fez aumentar o lucro e riqueza, que foi depois transferido para a industria.
2.7 EUA:
Até à Guerra Civil (1865) os EUA eram um país pouco desenvolvido, agrícola e
exportador de matérias primas, dependendo bastante da importação de capitais europeus,
maioritariamente ingleses. Esta Guerra opôs 2 classes nos EUA, o norte que queria
industrializar e exportar os produtos, de acordo com uma pauta protecionista, e o sul que
queria comercializar com a Europa e importar e exportar livremente, sendo a favor do livre
cambismo. Esta Guerra foi vencida pelo Norte, pelo que se tornou um país protecionista por
excelência, e com uma grande industrialização sustentada pelos capitais ingleses, sofreu um
crescimento muito rápido, conseguindo ultrapassar a produção inglesa e alemã em alguns
aspetos.
“Os capitalistas norte-americanos (…) tinham um interesse especial em ver [Cuba] ocupada
pelo seu governo. Os EUA começaram a preparar a guerra contra a Espanha. Decidiram
aproveitar-se do movimento de libertação nacional que se propagava a Cuba, e ao mesmo
tempo, a outra colónia espanhola, as Filipinas. (…) Em 1898 o Congresso dos EUA declarou
guerra à Espanha (…) esta guerra revelou a todos a debilidade e o estado de desagregação
interna da monarquia espanhola, que sofreu rápida derrota e teve de se resignar a pedir a
paz.” -História Moderna: O Imperialismo
Até 1914 era importadora de capital, tendo uma balança negativam, mas depois tornou-se
exportadora de capitais e um país imperialista.
Desde a guerra franco-prussiana de 1870-1871 e até 1914, nenhum conflito grave perturbou a
paz na Europa, embora ela tenha estado sempre ameaçada. O fenómeno imperialista foi
acompanhado de graves tensões e rivalidades económicas e políticas. Décadas de
imperialismo e colonialismo originaram acesas disputas territoriais. Havendo interesses de
conflitos, era fundamental que existisse uma guerra. Um dos principais fatores da eclosão do
primeiro grande conflito mundial foi o choque imperialista entre as grandes potências
europeias, ou seja, a disputa por mercados consumidores e fornecedores.
O principal antagonismo era entre os impérios britânico e alemão. O Reino Unido era a
força hegemónica do mundo e a Alemanha era o seu principal desafiador. A poderosa indústria
alemã necessitava de acesso às matérias-primas e do controlo dos novos mercados para
exportação da enorme quantidade dos seus produtos. O caminho da afirmação internacional
alemã passava pela construção de uma marinha mercantil e de uma marinha de guerra. As
duas principais rivais imperialistas travavam uma corrida ao armamento naval. Para contrariar
a Alemanha, a Inglaterra tinha de entrar na futura Aliança entre a França e a Rússia. Mas a
Inglaterra tinha problemas com a Rússia por esta estar a expandir-se para sul na Ásia,
ameaçando invadir a Índia. Para além disto, Rússia e Inglaterra já tinham olhos na Pérsia
devido ao petróleo e ambas estavam em situação territorial estratégica. Para além disso, a
instalação da Alemanha no Sudeste Africano contrariava as pretensões inglesas e acentuava a
rivalidade. No entanto, nenhuma destas potências estava interessada numa guerra,
especialmente o Reino Unido pois apesar de ter uma balança comercial negativa, resultante do
elevado número de importações, esta era anulada pela balança de capitais, uma vez que por
causa da taxa de juros, a Inglaterra recebia mais capitais dos que os que exportava, bem como
os outros serviços, pelo que a sua balança de pagamentos continuava a ser positiva. Se
acontecesse uma guerra, esta situação investia-se, uma vez que se tornava impossível a
recolha dos rendimentos que as outras nações lhe deviam. A Alemanha também não queria
guerra porque não tinha tanto interesse nas colónias. Assim, surgiu a opção da realização de
acordos para resolver os conflitos em África. Entre estes destacam-se dois acordos secretos de
divisão colonial, o Tratado Anglo-Alemão de 1989. Este previa a partilha de Angola,
Moçambique e Timor, já que devido às dificuldades financeiras de Portugal, provavelmente,
este país se veria obrigado a empenhar as colónias para resolver a crise. Ou seja, o empréstimo
era dado a Portugal sob hipoteca. Os alemães pretendiam ligar à África Oriental Alemã à África
Sudoeste Alemã, mas dependia do governo português efetivar este acordo. Este foi sujeito a
revisão em 1912, uma vez que o governo português voltou a pedir um empréstimo. Caso
deixasse de liquidar a dívida, o acordo era ativado. A guerra acabaria por impedir esta divisão
das colónias portuguesas.
A segunda maior rivalidade era entre o império francês e o império alemão. A oposição da
França à Alemanha explica-se, por um lado, pela disputa da Alsácia e Lorena, território perdido
para a Alemanha em 1871, e, por outro, pelo desenvolvimento do novo Império Alemão que
retirou à França parte da preponderância económica que este detinha sobre a Europa. Em
contrapartida, a França contrariou as pretensões germânicas em África e conseguiu dominar
grande parte do Norte do continente. Estes dois impérios (francês e alemão) eram vizinhos,
enfrentaram-se ao longo da história, e, em 1781, a Alemanha destroçara a França. Por isso, a
França só esperava uma boa oportunidade para ripostar. Como não podia fazer isso sozinha,
procurava aliados: qualquer tensão entre a Alemanha e um outro país era favorável às
expectativas da França. Para evitar uma desforra da França, a Alemanha decidiu isolá-la
recorrendo a um sistema de alianças. Começou por afastar dois potenciais aliados da França:
Áustria e Rússia. De facto, em 1882, até se havia assinado um tratado formal de aliança entre a
Alemanha e a Áustria-Hungria. Assim, a França passava a não ter aliados na retaguarda da
Alemanha. Contudo, a França começou a fazer empréstimos à Rússia, o que levou à mudança
de aliança da Rússia. Por outro lado, a Rússia até tinha interesses em derrotar o Império
Austro-Húngaro, formando-se assim a Aliança Franco-Russa.
Aliás, a terceira maior rivalidade decorria entre os impérios austríaco e russo. Os interesses
destes dois gigantes continentais confrontavam-se nos Balcãs. Aqui residia o Império
Otomano, já muito debilitado, e graças à sua proximidade geográfica, o Império Austro-
Hungaro seria um candidato para ficar com os territórios. No entanto, a Russia também estava
interessada, por finalmente conseguiria uma saída para o mar Negro e para o Mediterrâneo.
Para além disso, tinha ainda um pacto de amizade firmado para defender a causa da Sérvia,
apoiada pelo Montenegro, contra a pretensão do Império Austro-Húngaro relativamente ao
território da Bósnia-Herzegovina, também disputado pelos sérvios. Também, a França e o
Reino Unido queriam resolver as suas disputas coloniais em África e na Ásia para que
pudessem conjuntamente enfrentar o perigo alemão e fizeram um pacto com o nome francês
“entente cordiale” (entendimento cordial).