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Tal raciocínio deriva da fidelidade partidária que, por sua vez, advém do
entendimento de que uma democracia estável só se mantém com partidos fortes, que só
se tornam consistentes quando detém de fato e de direito o poder dos mandatos obtidos
nas urnas. Embora pareça de uma simplicidade irritante tal raciocínio – e daí demandar
as decisões liminares de alguns Ministros do STF – há flagrante conflito de normas e
princípios estabelecido.
Cabe destacar que tal precedente tem sutilezas únicas: Muniz, o primeiro
suplente da Coligação, havia concorrido nas eleições de 2006 pelo PP, que fazia parte
da coligação, mas trocou de partido (PSC) antes de assumir o cargo, razão esta que
fundamentou o pedido de posse do suplente do PMDB. Portanto, o fundamento utilizado
pelo STF para conceder a liminar e determinar a posse do suplente do PMDB não foi
apenas a fidelidade partidária ou o princípio de que o mandato pertence ao partido, mas
especialmente manter a representatividade de tal partido na Câmara Federal. Vejamos.
Mais do que isso, tal entendimento, ainda não confirmado pelo plenário do
STF, promoveria o sepultamento das coligações proporcionais. Sem adentrar o mérito de
isso ser positivo ao nosso sistema eleitoral (e penso que deveríamos sim extinguir as
coligações proporcionais), fazê-lo logo após a realização de eleições gerais, onde as
Coligações proporcionais foram amplamente utilizadas, não nos parece o mais justo.