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Antigo Testamento 2

SÃO PAULO
2017
Apostila: Antigo Testamento 2

Participaram na compilação e revisão:


Pastor Flordoaldo Miranda. Pastor José Tomaz R. Lima, Pastor
Mário A. Oreste e Ulrich Schierz

Proibida a reprodução dessa apostila em seu todo ou em parte


sem a devida autorização do STBISUL - Fone (51) 3033-4141.

Uso do STBISP autorizado pela direção do STBISUL - Dez/2016

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Índice

INTRODUÇÃO GERAL PARA OS LIVROS PROFÉTICOS 4


O LIVRO DE JOEL 5
O LIVRO DE OBADIAS 7
O LIVRO DE JONAS 8
O LIVRO DE AMÓS 10
O LIVRO DE OSÉIAS 12
QUESTIONÁRIO 1 14
O LIVRO DE ISAÍAS 16
O LIVRO DE MIQUÉIAS 19
O LIVRO DE JEREMIAS 21
O LIVRO DE LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS 23
O LIVRO DE SOFONIAS 24
QUESTIONÁRIO 2 26
O LIVRO DE NAUM 28
O LIVRO DE HABACUQUE 30
O LIVRO DE DANIEL 32
O LIVRO DE EZEQUIEL 34
O LIVRO DE AGEU 36
QUESTIONÁRIO 3 39
O LIVRO DE ZACARIAS 40
O LIVRO DE ESDRAS 42
O LIVRO DE NEEMIAS 43
O LIVRO DE MALAQUIAS 44
O LIVRO DE ESTER 46
QUESTIONÁRIO 4 48

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Índice

INTRODUÇÃO GERAL PARA OS LIVROS PROFÉTICOS 4


O LIVRO DE JOEL 5
O LIVRO DE OBADIAS 7
O LIVRO DE JONAS 8
O LIVRO DE AMÓS 10
O LIVRO DE OSÉIAS 12
QUESTIONÁRIO 1 14
O LIVRO DE ISAÍAS 16
O LIVRO DE MIQUÉIAS 19
O LIVRO DE JEREMIAS 21
O LIVRO DE LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS 23
O LIVRO DE SOFONIAS 24
QUESTIONÁRIO 2 26
O LIVRO DE NAUM 28
O LIVRO DE HABACUQUE 30
O LIVRO DE DANIEL 32
O LIVRO DE EZEQUIEL 34
O LIVRO DE AGEU 36
QUESTIONÁRIO 3 39
O LIVRO DE ZACARIAS 40
O LIVRO DE ESDRAS 42
O LIVRO DE NEEMIAS 43
O LIVRO DE MALAQUIAS 44
O LIVRO DE ESTER 46
QUESTIONÁRIO 4 48

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O LIVRO DE JOEL

O NOME DO LIVRO

O livro tem o nome do seu autor, o profeta Joel Yo-El (‫)יואל‬, o que significa “O Senhor
é Deus” (em grego Ioel = ιωήλ). É uma característica do livro a expressão: “Senhor
vosso Deus” que aparece 7 vezes no livro, por exemplo em Jl 1.14 e Jl 2.13-14.

O autor se chama Joel, filho de Petuel. Este é o único fato da sua vida pessoal que
conhecemos e não é possível identificá-lo com algum outro Joel (nome mencionado 12
vezes na Bíblia). Joel era habitante de Jerusalém. Ele fala sobre o santo monte Sião (Jl
2.1), sobre o templo (Jl 1.9) e sobre os sacerdotes do templo (Jl 1.13-14 e Jl 2.17). Joel
era profeta no reino de Judá e contemporâneo com Amós e Oséias no reino de Israel.

Não se sabe com exatidão se Joel ou Obadias foi o primeiro profeta de Judá que
escreveu um livro. O livro de Joel é mais citado no NT do que o da maioria dos profetas
menores.

A DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Joel não menciona nenhum rei e nem qualquer acontecimento histórico. O tempo em
que Joel apareceu e a data do seu livro é, portanto, difícil e discutível. Pelo fato de não
mencionar o rei de sua época, é possível que tenha surgido por volta de 830 a.C.,
enquanto o rei Joás ainda era menor de idade.

O rei Joás foi coroado com 7 anos e reinou entre 836 a.C. e 797 a.C. Enquanto era
menor, os sacerdotes governavam o reino de Judá. Muito notável é que os inimigos de
Judá, mencionados no livro, são Fenícia e Filístia (Jl 3.4) e Egito e Edom (Jl 3.19), mas
não os assírios ou babilônios. Isto indica que Joel surgiu ou antes dessas potências
serem importantes ou depois de suas quedas, ou seja, antes de 750 ou depois de 536
a.C. Edom se livrou de Judá e tornou-se seu inimigo em 850 a.C. durante o reinado de
Jeorão (2 Rs 8. 20-22).
A data mais provável de Joel é de cerca de 830 a.C.
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A DIVISÃO E O CONTEÚDO DO LIVRO DE JOEL

O livro de Joel se divide em 2 ou 4 partes. Quando em 2 partes

A) Uma parte histórica (1 a 2. 27);


B) Uma parte profética (2. 28 a 3)

A mensagem de Joel é de caráter apocalíptico: transgressões e falta de


arrependimento causam pragas e juízo sobre o povo. A misericórdia de Deus para com os
arrependidos é um dos pensamentos principais do livro.

Quando a divisão é em 4 partes:

A) A tremenda devastação pela seca e pelos gafanhotos como figura do grande e


terrível dia do Senhor no futuro (1 a 2.11);
B) A renomada frutificação como resultado do arrependimento (2.12 a 27);
C) O futuro derramamento do Espírito e a vinda do Senhor para juízo (2.28 a 2.32);
D) O julgamento final contra as nações inimigas de Judá e Israel (3).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

O propósito do livro é levar o povo ao arrependimento e conversão. Joel tem profecias


em relação a um futuro mais próximo bem como a um mais distante. A profecia mais
notável é aquela sobre o derramamento do Espírito, que foi citada por Pedro no dia de
Pentecostes; é a maior citação do AT que há no NT. Muitas coisas indicam que Joel
conhecia bem os livros de Moisés.

Existem várias semelhanças com Obadias e Amós, que, provavelmente, foram


contemporâneos de Joel. Todo o livro é escrito em forma de rima chamada paralelismo,
por exemplo: Jl 1.10; Jl 1.v. 13 e 18. Existem muitas semelhanças entre Joel e
Apocalipse, por exemplo, a destruição pelos gafanhotos, a foice, a seara e o lagar, o povo
fugindo da ira no dia do Senhor, a santa cidade Jerusalém e as nações reunidas para o
juízo do Senhor.

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O LIVRO DE OBADIAS

O NOME DO LIVRO

O nome mais antigo é “A visão de Obadias”. O livro trás o nome do seu autor, o profeta
Obadias. Obadiah (‫ עבדיה‬e em grego Obdias, οβδιού) o que significa ”o servo do
Senhor”.

O AUTOR DO LIVRO

Nenhum fato pessoal é conhecido do seu autor Obadias. Nenhum dos outros 3
Obadias mencionados no AT podem ser identificados com o profeta Obadias. É, de toda a
Bíblia, um dos profetas menos conhecidos.

A DATA E A SITUAÇÃO HISTÓRICA

Por causa da curta mensagem de Obadias e a falta de fatos históricos fixos torna-se
muito difícil estabelecer uma data exata para o seu aparecimento. Nenhum rei é
mencionado, toda a mensagem é uma profecia contra Edom (Esaú). Estes outros nomes
são mencionados em 8 dos 21 versículos do livro.

O livro parece ter sido escrito numa época em que Edom era a maior ameaça e o maior
inimigo de Judá. Esta realmente foi a situação a partir da libertação de Edom de Judá
durante o reinado de Jeorão (2 Cr 21.8-10). Vários reis de Judá tiveram que fazer guerra
contra os edomitas, por exemplo, o rei Amazias (797-736 a.C).

Durante o reinado de Acaz (734-715 a.C.), Edom novamente invadiu, derrotou e tomou
escravos de Judá (2 Cro 28.16-17). Por estas razões, o livro parece ter sido escrito entre
800-750 a.C. e pode muito bem ser o mais antigo livro dos profetas.

Na Bíblia também está colocado junto com Joel, Amós e Jonas. Por causa de muitas
semelhanças entre Joel e Obadias, é difícil de separar os dois em relação ao tempo.

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Baseados no conteúdo (Ob 1.v.10-16) outros acham que o livro só foi escrito após a
destruição de Jerusalém em 586 a.C. Obadias também fala sobre cativos (Ob 1.20).
Segundo Sl 137.7, Edom também participou na destruição de Jerusalém. Se o livro foi
escrito após a queda do reino de Judá, é inexplicável porque Obadias não menciona os
babilônios. Apesar de observações em direção oposta, parece mais provável que o livro
seja antigo e escrito logo antes, ou logo depois de Joel, ou seja, entre 850 e 750 a.C.

O livro também se refere ao tempo do rei Acaz (734-715 a.C.). Mensagens: contra
Edom (Ob 1.1-14), contra os povos (Ob 1.15-16) e para Israel (Ob 1.17-21).

O LIVRO DE JONAS

O NOME DO LIVRO

Tem o nome de seu autor, Jonas, em hebraico Yõnãh (‫)עבדיה‬, cujo nome grego é
Ionas (ιωνάς), que pode ser traduzido por pomba.

O AUTOR DO LIVRO

Segundo Jn 1.1, Jonas era filho de Amitai, e conforme 2 Rs 14.25, oriundo de Gate-
Héfer, um lugar próximo de Nazaré na Galiléia. Seu pai também era profeta e Jonas
apareceu no tempo do rei Jeroboão II (784-743 a.C.) em Israel. Jonas é mais conhecido
pela missão de pregar arrependimento à cidade de Nínive, capital da Assíria.

O livro de Jonas conta as aventuras durante essa missão. Jonas era da Galiléia, e foi
engano dos judeus, no tempo de Jesus, dizer que não surgem profetas da Galiléia (Jo
7.52). O ministério de Jonas aconteceu pouco depois dos grandes profetas de Israel: Elias
e Elizeu.

A DATA E A SITUAÇÃO HISTÓRICA

O conteúdo revela uma testemunha ocular e Jonas sempre foi considerado como autor.
O livro 2 Reis 14.23-25 coloca o ministério de Jonas durante o reinado de Jeroboão II
8
(784-743 a.C.), e a viagem provavelmente aconteceu naquele tempo ou pouco antes,
cerca de 790 a.C.

Tudo indica que o livro foi escrito antes do fim do reino de Israel, em 722 a.C., quando
a Assíria derrotou Israel. Os críticos, baseados em Jn 3.3, argumentam que o livro de
Jonas foi escrito depois da queda de Nínive, em 606 a.C. O sentido, porém, é que Nínive
era uma grande cidade quando Jonas chegou até lá.

Uma reforma monoteísta na Assíria durante o rei Adad-Nirari III (805 – 783 a.C.) pode
muito bem corresponder com a visita de Jonas em Nínive. A data provável do livro é cerca
de 790 a.C.

A DIVISÃO E O CONTEÚDO DO LIVRO DE JONAS

O livro de Jonas é quase inteiramente uma narração. A única mensagem profética é a


curta pregação aos ninivitas (Jn 3.4). O livro pode ser dividido assim:

A) Jonas rejeita a ordem divina (1 a 3);


B) A fuga de Jonas e a perseguição do Senhor (1.4 a 17);
C) Jonas ora pela libertação (2.1 a 10);
D) A comissão divina renovada e cumprida em Nínive (3.1 a 9);
E) A tristeza de Jonas pelo arrependimento de Nínive. Deus responde (3.1 a 4.1).

Um dos pensamentos principais do livro é o amor de Deus. Nenhum outro livro do AT


apresenta a misericórdia de Deus para com os gentios demonstrada numa tentativa de
fazer missões.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

A autenticidade de Jonas foi provada por Jesus Cristo, que falou sobre o sinal de Jonas
(Mt 12.39-41). Jonas e Jesus eram da mesma região. Na sua missão, Jonas partiu de
Jope, a mesma cidade de onde Pedro partiu, mais tarde, na sua primeira missão aos
gentios (a casa de Cornélio).

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A DIVISÃO E O CONTEÚDO DO LIVRO DE JOEL

O livro de Joel se divide em 2 ou 4 partes. Quando em 2 partes

A) Uma parte histórica (1 a 2. 27);


B) Uma parte profética (2. 28 a 3)

A mensagem de Joel é de caráter apocalíptico: transgressões e falta de


arrependimento causam pragas e juízo sobre o povo. A misericórdia de Deus para com os
arrependidos é um dos pensamentos principais do livro.

Quando a divisão é em 4 partes:

A) A tremenda devastação pela seca e pelos gafanhotos como figura do grande e


terrível dia do Senhor no futuro (1 a 2.11);
B) A renomada frutificação como resultado do arrependimento (2.12 a 27);
C) O futuro derramamento do Espírito e a vinda do Senhor para juízo (2.28 a 2.32);
D) O julgamento final contra as nações inimigas de Judá e Israel (3).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

O propósito do livro é levar o povo ao arrependimento e conversão. Joel tem profecias


em relação a um futuro mais próximo bem como a um mais distante. A profecia mais
notável é aquela sobre o derramamento do Espírito, que foi citada por Pedro no dia de
Pentecostes; é a maior citação do AT que há no NT. Muitas coisas indicam que Joel
conhecia bem os livros de Moisés.

Existem várias semelhanças com Obadias e Amós, que, provavelmente, foram


contemporâneos de Joel. Todo o livro é escrito em forma de rima chamada paralelismo,
por exemplo: Jl 1.10; Jl 1.v. 13 e 18. Existem muitas semelhanças entre Joel e
Apocalipse, por exemplo, a destruição pelos gafanhotos, a foice, a seara e o lagar, o povo
fugindo da ira no dia do Senhor, a santa cidade Jerusalém e as nações reunidas para o
juízo do Senhor.

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Sem arrependimento, o povo seria destruído (Am 5.4 e Am 9.1-4). Ele é o primeiro
profeta que anuncia a destruição de Israel e o cativeiro (Am 5.27 e Am 6.7).

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Amós dá informações exatas do tempo em que profetizou (Am 1.1): foi durante o
reinado de Uzias em Judá (769-736 a.C.) e de Jeroboão II em Israel (784-743 a.C.). Amós
apareceu 2 anos antes de um grande terremoto que, segundo o historiador Joséfo,
aconteceu em 749 a.C. A data de Amós é cerca de 750 a.C.

No tempo de Amós, o reino de Israel estava passando uma fase de glória e


prosperidade. O povo vivia em luxo e abundância, e ninguém esperava a destruição.
Amós pregou a ruína de Israel 30 anos antes do próprio acontecimento.

A DIVISÃO E O CONTEÚDO DO LIVRO DE AMÓS

O livro de Amós é uma grande mensagem de juízo sobre Israel, mas também sobre
Judá e os povos em redor.

O livro é comparado a uma grande tempestade com alguns brilhos de esperança (Am
3.12; Am 5.15 e Am 9.8-15). O pensamento principal é: desobediência trás castigo, mas
arrependimento trás bênção e graça.

O livro se divide facilmente em 4 partes:

A) O juízo do Senhor sobre as nações (1 e 2);


B) As ofensas de Israel e as advertências de Deus (3 a 6);
C) Cinco visões sobre a ruína de Israel (7 a 9.10);
D) Promessas de restauração (9.11 a 15).

Amós profetizou em Betel, que era um lugar de idolatria no reino de Israel (1 Rs 12.28-
31 e Am 4.4 e Am 5.5). O estilo de Amós é vivo e a linguagem muito rica. Ele usa muitas
ilustrações da natureza. Algumas repetições são típicas: “não vos convertestes a mim”
(Am 4.v. 6, 8, 9, 10 e 11); “ouça” (Am 3.1; Am 4.1 e Am 5.1); “ai” (Am 5.18 e Am 6.1) ou
“Deus dos exércitos” (Am 5.27 e Am 6.v. 8 e 14).

11
Amós revela muitos conhecimentos, apesar de ser um homem do campo: fala sobre
Nilo do Egito (8.8), Carmelo (1.2 e 9.3), a origem dos filisteus e dos sírios (9.7),
constelações de estrelas (5.8) e muitas cidades (1.5-8).

O LIVRO DE OSÉIAS

O NOME DO LIVRO

O livro trás o nome do seu autor, Oséias, em hebraico Hosea (‫ הושע‬ou em grego Osëe
= ωσηέ) Ben Beeri (Os 1.1, onde Ben Beeri significa “o filho de Beeri”). É uma variação
do nome Josué. Devido ao seu vasto conteúdo (14 capítulos), Oséias é colocado após os
4 profetas maiores.

O AUTOR DO LIVRO

Apresenta-se em Os 1.1. Ele era profeta no reino do norte (Israel), durante o reinado de
Jeroboão II, por volta de 750 a.C. Conhece bem a história de Israel (Os 1.10; Os 2.15; Os
8.1 e Os 9.10) e a vida do agricultor (Os 4.16; Os 9.2 e Os 10.11). O casamento de
Oséias com uma mulher infiel serviu como uma viva ilustração para mostrar a infidelidade
de Israel para com Deus. Detalhes, como em Os 1.3-8, mostram que o casamento não
era apenas alegórico. Apesar da infidelidade da esposa, Oséias nunca deixou de amá-la,
e nisto há uma bela figura do amor de Deus para com o seu povo infiel.

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Oséias menciona quatro reis de Judá. O primeiro deles reinou até 736 a.C. e o quarto
começou a reinar em 715 a.C. É também mencionado o rei Jeroboão II, de Israel (784-
743 a.C.). O livro possivelmente foi escrito em Judá depois de Oséias ter sido expulso de
Israel. Provavelmente, o livro foi escrito por volta de 725 a.C. e antes do fim do Reino de
Israel em 722 a.C.

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DIVISÃO DO LIVRO DO LIVRO DE OSÉIAS

O livro é uma mensagem cheia de figuras e de símbolos e se divide, facilmente, em 2


partes:

A) Uma narrativa pessoal (1 a 3) sobre Oséias, sua esposa infiel e os 3 filhos;


B) Discursos proféticos (4 a 14) sobre a decadência espiritual, política e religiosa, a
compaixão de Deus, o juízo de Deus e exortação ao arrependimento.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

O estilo de Oséias se caracteriza pelas frases curtas e uma linguagem cheia de


símbolos. Oséias foi um bom observador e tudo o que ele vê serve de ilustrações.
Existem muitas semelhanças entre Oséias e Amós. A mensagem de Amós tem um
sentido de reclamação. O livro de Oséias é citado várias vezes no NT:

 Os 11.1 em Mt 2.15;
 Os 13.14 em 1 Co15.55;
 Os 1.10 em Rm 9.25.

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(784-743 a.C.), e a viagem provavelmente aconteceu naquele tempo ou pouco antes,
cerca de 790 a.C.

Tudo indica que o livro foi escrito antes do fim do reino de Israel, em 722 a.C., quando
a Assíria derrotou Israel. Os críticos, baseados em Jn 3.3, argumentam que o livro de
Jonas foi escrito depois da queda de Nínive, em 606 a.C. O sentido, porém, é que Nínive
era uma grande cidade quando Jonas chegou até lá.

Uma reforma monoteísta na Assíria durante o rei Adad-Nirari III (805 – 783 a.C.) pode
muito bem corresponder com a visita de Jonas em Nínive. A data provável do livro é cerca
de 790 a.C.

A DIVISÃO E O CONTEÚDO DO LIVRO DE JONAS

O livro de Jonas é quase inteiramente uma narração. A única mensagem profética é a


curta pregação aos ninivitas (Jn 3.4). O livro pode ser dividido assim:

A) Jonas rejeita a ordem divina (1 a 3);


B) A fuga de Jonas e a perseguição do Senhor (1.4 a 17);
C) Jonas ora pela libertação (2.1 a 10);
D) A comissão divina renovada e cumprida em Nínive (3.1 a 9);
E) A tristeza de Jonas pelo arrependimento de Nínive. Deus responde (3.1 a 4.1).

Um dos pensamentos principais do livro é o amor de Deus. Nenhum outro livro do AT


apresenta a misericórdia de Deus para com os gentios demonstrada numa tentativa de
fazer missões.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

A autenticidade de Jonas foi provada por Jesus Cristo, que falou sobre o sinal de Jonas
(Mt 12.39-41). Jonas e Jesus eram da mesma região. Na sua missão, Jonas partiu de
Jope, a mesma cidade de onde Pedro partiu, mais tarde, na sua primeira missão aos
gentios (a casa de Cornélio).

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9. Fale sobre o autor do livro de Oséias.
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10. Para que serviu o casamento de Oséias com uma mulher infiel?
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O LIVRO DE ISAÍAS

O NOME DO LIVRO

É de seu autor Isaias, em hebraico Yeshayahu (em hebraico ‫ ישעיהו‬e em grego


Hsaiÿav, hσααιΐ ) o que significa Deus é salvação, algo que simboliza todo o livro.

O AUTOR DO LIVRO

Isaias sempre foi considerado o maior dos profetas, e por esta razão o livro dele é o
primeiro dos profetas. Isaias era filho de Amós (Is 1.1) e, segundo a tradição judaica, de
família nobre. Ele era casado e teve pelo menos 2 filhos (Is 7.3 e Is 8.3).
Ele teve acesso ao palácio dos reis Uzias e Acaz (Is 7.3 e Is 8.2) e amizade íntima com os
sacerdotes (2 Cr 26.22). Ele foi chamado por Deus através de uma visão no templo de
Jerusalém (Is 6.1), no ano em que morreu o rei Uzias = 736 a.C.

Ele vivia em Jerusalém, onde era conselheiro dos reis Jotão, Acaz, e Ezequias de
Judá. Ele era um grande mensageiro e pregou contra o abuso dos sacrifícios (Is 1.11), o
culto impuro (Is 1.12-17), a corrupção social (Is 1.21 - 23) e contra o orgulho, vaidade e
luxo (Is 3.16-24). Sempre falou sobre o perigo dos inimigos e a necessidade de confiar em
Deus. Isaias tem sido chamado o “político entre os profetas”, e é um grande profeta
messiânico. Ele também tem sido chamado o “evangelista do AT”. Segundo a tradição
judaica, Isaias morreu como mártir na época de Manassés.

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Isaias vivia num tempo de fortes tensões políticas. Os maiores e mais famosos reis do
império da Assíria eram todos contemporâneos de Isaias. Desde 840 a.C., a Assíria fazia
invasões em Israel até a derrota final em 722 a.C.

No capítulo 36, Isaias conta sobre a invasão do rei Senaqueribe, da Assíria, em Judá. A
Assíria constituía uma grande ameaça até que, finalmente, foi conquistada pela Babilônia
em 612 a.C.

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A mais discutida, de todos os livros da Bíblia, é autoria do Livro de Isaias. Existe uma
divisão marcante e inegável do livro em 2 partes (1 a 39 e 40 a 66). Baseado neste fato,
muitos têm falado em mais de um autor: o segundo Isaias (Deutero-Isaias) ou até mesmo
o terceiro Isaias, suposto autor dos capítulos 55-66.

CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS SOBRE A AUTORIA

 O nome Isaias só aparece na primeira parte do livro (Is 1-39); a segunda parte
talvez fosse escrito mais tarde, quando Isaias era bem mais conhecido.
Profecias sobre o Messias se encontram nas duas partes do livro.
 Os críticos acham que a segunda parte só foi escrita depois do cativeiro na
Babilônia porque Isaias vê as ruínas de Jerusalém (Is 44.26-28) e uma terra
destruída (Is 49.19); também vê um povo cativo (Is 40. 2);

E ainda:
 Uma das características de Isaias é justamente o fato de ele ver futuros
acontecimentos como se já tivessem acontecido, por exemplo: Is 9.6 e Is 53.1-
9. Isaias fala sobre os muros de Jerusalém como já destruídos (Is 60.10)
embora ainda existam Is 62.6.
 O nome do rei persa, Ciro, é mencionado várias vezes na segunda parte do
livro (Is 44.28 e Is 45.1); Ciro iniciou seu reinado em 558 a.C. Os críticos vêem
nisto um fato que indica uma data posterior, mas os fundamentalistas vêem
uma revelação divina deste fato, algo que caracteriza profecias sérias.
 O estilo e a linguagem são diferentes nas duas partes do livro. Isto não precisa
indicar 2 autores, mas que as duas partes foram escritas em épocas diferentes.
O ministério de Isaias foi muito longo.
 Jesus e os autores do NT citam as duas partes de Isaias sem a menor dúvida
quanto a sua autenticidade. A tradição cristã nunca tem duvidado da autoria
plena de Isaias, apenas a alta crítica moderna.
 Textos paralelos nas duas partes indicam um só autor, por exemplo: Is 9. 2; Is
13; Is 14; Is 21.1-10; Is 46; Is 47; Is 48 e Is 60.1-2.
 Nos antigos manuscritos, e mesmo no rolo do Mar Morto, o livro de Isaias
sempre existe numa unidade sem qualquer divisão marcada. É também o caso
da Septuaginta e muitas outras antigas traduções.
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Amós revela muitos conhecimentos, apesar de ser um homem do campo: fala sobre
Nilo do Egito (8.8), Carmelo (1.2 e 9.3), a origem dos filisteus e dos sírios (9.7),
constelações de estrelas (5.8) e muitas cidades (1.5-8).

O LIVRO DE OSÉIAS

O NOME DO LIVRO

O livro trás o nome do seu autor, Oséias, em hebraico Hosea (‫ הושע‬ou em grego Osëe
= ωσηέ) Ben Beeri (Os 1.1, onde Ben Beeri significa “o filho de Beeri”). É uma variação
do nome Josué. Devido ao seu vasto conteúdo (14 capítulos), Oséias é colocado após os
4 profetas maiores.

O AUTOR DO LIVRO

Apresenta-se em Os 1.1. Ele era profeta no reino do norte (Israel), durante o reinado de
Jeroboão II, por volta de 750 a.C. Conhece bem a história de Israel (Os 1.10; Os 2.15; Os
8.1 e Os 9.10) e a vida do agricultor (Os 4.16; Os 9.2 e Os 10.11). O casamento de
Oséias com uma mulher infiel serviu como uma viva ilustração para mostrar a infidelidade
de Israel para com Deus. Detalhes, como em Os 1.3-8, mostram que o casamento não
era apenas alegórico. Apesar da infidelidade da esposa, Oséias nunca deixou de amá-la,
e nisto há uma bela figura do amor de Deus para com o seu povo infiel.

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Oséias menciona quatro reis de Judá. O primeiro deles reinou até 736 a.C. e o quarto
começou a reinar em 715 a.C. É também mencionado o rei Jeroboão II, de Israel (784-
743 a.C.). O livro possivelmente foi escrito em Judá depois de Oséias ter sido expulso de
Israel. Provavelmente, o livro foi escrito por volta de 725 a.C. e antes do fim do Reino de
Israel em 722 a.C.

12
O LIVRO DE MIQUÉIAS

O NOME DO LIVRO

O nome do autor, em hebraico, é Micah (‫מיכה‬, ou “aquele que é como Jah” ‫יה‬, ou,
como Deus ), compare Mica-El (quem é como Deus, em português Miguel). O profeta
Miquéias (no grego é chamado de Michaias = μιχαίας) não pode ser identificado com
outras pessoas, na Bíblia. Com nomes semelhantes encontramos, por exemplo, Mica ou o
profeta Micaias (1 Reis 22.13-28).

O AUTOR DO LIVRO

Ele se apresenta como morastita, isto é, habitante de Morete-Gate (Mq 1.1), uma
pequena aldeia perto de Jerusalém. Ele profetizou em Judá nos dias dos reis Jotão, Acaz
e Ezequias e era, portanto, contemporâneo de Isaias.

O profeta Miquéias apareceu cerca de 140 anos mais tarde do que o profeta Micaias,
mas é notável que Miquéias inicia a sua profecia com as últimas palavras de Micaias (1
Rs 22.28). Numa mesma época profetizaram Oséias em Israel, Isaias junto ao templo em
Jerusalém e Miquéias no interior de Judá.

Por isso é característico que Miquéias, como profeta de Judá, prediz que a pequena e
insignificante cidade Belém seria a cidade natal do Messias (Mq 5.2). Existem
muitas semelhanças entre Isaias e Miquéias, e os dois contribuíram para a reforma
religiosa no tempo do rei Ezequias.

DATA E SITUAÇÃO DO LIVRO

A diferença entre ricos e pobres era marcante no tempo de Miquéias. Havia muita
corrupção (Mq 1.v. 5,7 e 9 e Mq 2.1-2) e Miquéias viu que o fim de Samaria estava
próximo (Mq 1.6).

O livro tem profecias de diferentes épocas. Algumas profecias de Miquéias são do


tempo antes de 722 a.C. (Mq 1.5-9). Segundo Jr 26.18, a profecia de Miquéias 3.12 é do
tempo do rei Ezequias, rei de Judá, de 715 até 686 a.C. No capítulo 6, versículos 7,13 e
16 assim como no capítulo 7, versículo 4, impedem que o livro tenha sido escrito após a

19
queda de Judá ou após o exílio. Miquéias não menciona a reforma do rei Ezequias e,
portanto, seu ministério aconteceu entre 730 e 700 a.C.

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE MIQUÉIAS

A mensagem de Miquéias é simples, mas séria e dirigida apenas à nação de Judá. Ele
pregou contra muitas coisas que estavam erradas naquele tempo, por exemplo: idolatria,
prostituição, violência, corrupção e até contra sacrifícios humanos.

Miquéias prediz a destruição de Samaria (Mq 1.6) e a destruição do templo (Mq 3.12),
uma profecia lembrada ainda no tempo de Jeremias (Jr 26.18-19).
O livro tem 3 partes:

A) Ameaças contra Israel e Judá por causa da corrupção (1 e 2);


B) Ameaças contra chefes, sacerdotes e falsos profetas. Promessa de salvação
(3 a 5);
C) O juízo de Deus e a misericórdia final ( 6 e 7).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Miquéias tem muito do estilo elevado e poético de Isaias. O capítulo 6 é considerado


como uma pérola da literatura universal. Muitas das profecias de Miquéias já se
cumpriram. Perto de 700 anos depois de Miquéias os escribas de Jerusalém encontraram
em Mq 5.2 a resposta para os magos do Oriente (Mt 2.4-6). O livro de Miquéias tem
muitas semelhanças com Isaias.

20
O LIVRO DE JEREMIAS

O NOME DO LIVRO

O livro traz o nome do seu autor, o profeta Jeremias, em hebraico Yirmeyahu (‫ירמיהו‬

estabelece ou Deus (Jah ou Yah = ‫ )יה‬exalta) e no grego Hieremias (hερεμίας).

O AUTOR DO LIVRO

Jeremias sem dúvida é o profeta que conhecemos melhor do que qualquer outro
profeta (Jr 1.1-3). O seu livro está cheio de dados pessoais. Ele era filho do sacerdote
Hilquias da pequena aldeia Anatote, 4 km ao nordeste de Jerusalém em Judá.

Jeremias tem sido chamado “o profeta solitário” porque Deus lhe pediu para não se
casar (Jr 16.1). Era um grande profeta, corajoso e experimentado. Apelidos no próprio
livro (Jr 1.18 e Jr 15.20) indicam a sua força e vitalidade; também é chamado o “João do
AT”.

Jeremias foi chamado no décimo terceiro ano do reinado de Josías em Judá, isto é,
626 a.C. Ele foi chamado para uma missão muito difícil (Jr 1.v. 6,8,9,18 e 19). Ele aceitou
a chamada com muita seriedade, chorou sobre o povo (Jr 9.1) e orou por ele (Jr 4). Ele se
sentia perseguido e como um mártir (Jr 11.19), rejeitado pelo povo e por sua cidade (Jr
11.21). Incansavelmente anunciou o recado de Deus em todos os lugares, mas sem
conseguir uma mudança ou um avivamento espiritual. Ele é o profeta sofredor, a sua
missão durou de 626 até 586 a.C. Toda a mensagem de Jeremias está apontando para a
destruição inevitável.

Como profeta, ele revela de um lado, força e autoridade; de outro, sensibilidade e


ternura. Jeremias até foi castigado por causa das profecias (Jr 20.1-3) e também teve que
enfrentar falsos profetas (Jr 23.9-14 e Jr 28.1). Ele fala várias vezes sobre o seu
sofrimento (Jr 15.15; Jr 20.2 e Jr 26.8) e foi preso mais de uma vez (Jr 21.4-7; Jr 32.12-15
e Jr 38.1-6).

Jeremias foi fiel até o triste fim e destruição de Judá, onde ficou algum tempo antes de
mudar para o Egito. Lá ficou até sua morte, segundo a tradição.
21
9. Fale sobre o autor do livro de Oséias.
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10. Para que serviu o casamento de Oséias com uma mulher infiel?
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15
LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS

O NOME DO LIVRO

Na Bíblia chama-se Eikah (‫ איכה‬que significa “como”). Já em grego é Threnoi (θρήνοι),


nome que é a palavra que indica o livro. Na versão da Septuaginta tem o nome: Hinos de
Lamentação.

O AUTOR DO LIVRO

O próprio livro não apresenta seu autor, mas é muito provável que seja Jeremias quem
fez lamentações sobre o rei Josías (2 Cr 35.25). Este livro parece ser uma continuação do
livro de Jeremias.

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

O livro é uma lamentação sobre a destruição de Jerusalém e a data do livro, portanto, é


depois de 586 a.C. (Lm 1.1). O povo já fora levado ao cativeiro (Lm 1.3), o templo e os
muros foram derrubados (Lm 2.6-9).

CONTEÚDO E CARACTERÍSTICAS.

O livro se divide mais facilmente pelos seus 5 capítulos, porque cada capítulo é um
todo em si. O livro tem um estilo elevado e uma composição sublime. Os capítulos 1 e 5
se correspondem, bem como os capítulos 2 e 4.

O capítulo mais positivo é o terceiro, onde a esperança e a misericórdia do Senhor são


apresentadas. O livro revela amor pela pátria, paciência e humildade.

A composição do livro, quanto ao número de versículos nos cinco capítulos, é na


seguinte proporção: 22-22-66-22-22, ou seja, dois capítulos com 22 versículos; um
capítulo com 66 versículos, e novamente dois capítulos com 22 versículos.

23
O LIVRO DE SOFONIAS

O NOME DO LIVRO

É de autoria de Sofonias, em hebraico Tsephan-Yah (‫צפניה‬, a quem Javé esconde).


O seu nome parece ser indicado em Sf 2.3. O nome também sustenta a idéia de que
Sofonias (em grego Sophonias, σοφονίας) nasceu durante o reinado do cruel Manassés,
um tempo em que muitos foram mortos (2 Reis 21.16). Na Bíblia há mais 3 pessoas com
este nome.

O AUTOR DO LIVRO

O autor é Sofonias, filho de Cuche, de Judá, que apareceu como profeta nos dias do rei
Josías (Sf 1.1). Ele é o único profeta que conta a sua genealogia até a quarta geração,
mostrando assim que era descendente do rei Ezequias. De família real, ele também tem
uma mensagem para os filhos dos reis (Sf 1.8) e para os principais (Sf 3.3-4). A
expressão “este lugar” mostra que Sofonias entregou a sua mensagem em Jerusalém.

Ele aparece em Judá após um silêncio profético de cerca de 50 anos. Junto com Naum,
Habacuque e Jeremias, ele é um dos últimos profetas do reino de Judá. Sofonias morava
em Jerusalém (Sf 1.10-11) e provavelmente foi conselheiro do rei Josías na sua reforma.

A DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Sofonias pregou durante o reinado de Josías (638-609 a.C.) e o livro, certamente, foi
escrito naquele tempo. A mensagem contra Nínive mostra que o livro foi escrito antes da
destruição daquela cidade em 612 a.C. Pelo conteúdo, por exemplo, Sf 1.4-6, pode-se
também tirar a conclusão que o livro foi escrito antes da reforma religiosa do rei Josías, o
que aconteceu em 622 a.C.

A expressão “o resto de Baal” (Sf 1.4) pode indicar que essa reforma já tinha iniciado. A
menção dos citas (Sf 1.14 e Sf 2.v. 3 e 11) ajuda a datar o livro para 630-625 a.C.
Sofonias foi o primeiro que profetizou contra as iniqüidades do rei Manassés, que

24
introduziu idolatria em larga escala (2 Rs 21.3-7 e Sf 1.4-6). No mesmo tempo profetizou
Naum, mas contra povos estrangeiros.

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE SOFONIAS

Habacuque e Naum se interessavam mais pelos povos vizinhos, mas Sofonias estava
profundamente preocupado com a situação de Judá e viu uma destruição bem próxima. O
dia do Senhor estava bem perto (Sf 1.14 e Sf 2.2), que é o tema principal do seu livro. O
juízo cairá sobre tudo (Sf 1.3-4, Sf 1.10-11 e Sf 2.4-13). Alguns escaparão (Sf 2.3 e Sf
3.12-13) até alguns gentios de lábios puros (Sf 3.9), e assim haverá uma nova
Jerusalém e uma nova Sião (Sf 3.14-20). Sofonias começa com juízo, mas termina
falando de consolação.

A divisão pode ser:

A) Juízo por causa do pecado (1.1 a 3.7):


a) o juízo anunciado (1.1 a 6);
b) o juízo descrito (1.7 a 18);
c) o juízo pode ser evitado pelo arrependimento (2.1 a 3
d) juízo sobre povos vizinhos (2.4-15);
e) juízo sobre Jerusalém (3.1-7).

B) Perdão e restauração para todos os povos (3.9 e 3.10):


a) salvação para todos os povos (3.9 e 3.10);
b) bênçãos para o remanescente de Israel (3.11 a 3.20).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

 Sofonias tem muitas semelhanças com os livros de Amós, Isaias e Jeremias;


 Sofonias e Isaias eram contemporâneos, e não se sabe quem influenciou o
outro;
 O estilo de Sofonias é claro e um tanto poético.

25
 O livro foi escrito antes da queda dos 3 reinos: Egito, Babilônia e Assíria. Isaias
previu o fim destes reinos. A Assíria caiu em 612 e Babilônia em 536 a.C.

Concluímos que Isaias foi profeta durante 50 anos, entre 736 e 685 a.C.

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE ISAIAS

A) Profecias de juízo sobre Judá e outros povos (1 a 39)


a) Juízo sobre Judá. A glória futura de Sião (1 a 12);
b) Juízo sobre outras nações (13 a 23);
c) O grande julgamento. Dispersão e restauração para Israel (24 a 27);
d) Profecias de juízo e promessas;
e) Divisão histórica (36 a 39), entre as 2 partes principais do livro.
B) Profecias sobre o juízo vindouro e a futura restauração (40 a 66)
a) Profecias sobre a volta do cativeiro (40 a 48);
b) Profecias messiânicas (49 a 58);
c) A gloria e a restauração de Israel e de todo o universo (59 a 66).

Muitas profecias se cumpriram durante o tempo de Isaias, por exemplo, a invasão da


Assíria (Is 8. 7-8). Algumas profecias se cumpriram mais tarde, por exemplo: o cativeiro e
o rei Ciro. Outras profecias se cumpriram com a vinda de Jesus Cristo (Is 7.14; Is 9.1-7 e
Is 53.1-9). Existem ainda profecias a serem cumpridas (Is 11 e Is 65.17).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Textos paralelos para o livro de Isaias existem, praticamente, em todos os livros da


Bíblia. No NT, o livro de Isaias é citado mais de 50 vezes, por exemplo: Mt 3.3; Mt 4.14;
Mt 8.17 e Mt 15.7. Isaías 37 é exatamente idêntico a 2 Rs 19. Em Isaías 35 existem 25
verbos no tempo futuro. Um dos versículos mais compridos da Bíblia é Is 66.3.
Interessante é o trecho Is 3.16-24, que nos dá uma idéia da vaidade que existia 700 anos
antes de Cristo.

Várias partes do livro são escritas numa espécie de poesia, por exemplo: Is 4.1; Is 5.
20; Is 9.4; Is 11.6-8; Is 13.11; Is 34. 4 e Is 41.18.

18
8. Quem é o autor do livro de Sofonias?

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9. Comente sobre a data e a situação histórica do livro de Sofonias


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10. Cite duas características do livro de Sofonias.


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27
O LIVRO DE NAUM

O NOME DO LIVRO

É do seu autor, Naum. Em hebraico Nahûm ou Nakhum (‫ )נחום‬significa consolação


ou consolador (Na 3.7) e em grego o nome é Naoum (ναούμ). Este nome é raro e
aparece na Bíblia só em Lc 3.25, que não é o profeta. Também no nome Cafar-Naum
(em hebraico Kephar Nachûm = ‫)כפר נחום‬.

O AUTOR DO LIVRO

Naum era elcosita, natural de Elcos (Na 1.1), um lugar que é totalmente desconhecido.
Ele revela simpatia com o povo de Judá e conhece bem os cultos e as festas em
Jerusalém (Na 1.15); provavelmente foi profeta em Judá no tempo do rei Josías.

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

É muito difícil determinada a data de Naum pela falta de fatos históricos em seu
conteúdo. Ele profetiza contra Nínive, que foi destruída em 612 a.C. (Na 1.1; Na 2.8 e Na
3.7). A notícia (Na 3.8) sobre a destruição da cidade Tebas (em grego, chamava-se No-
Amom), à beira do rio Nilo, indica uma data depois de 663 a.C. Naum podia ter
profetizado durante o reinado de Manassés (686-640 a.C.) ou de Josías (630-609 a.C.).
Por falta de advertência contra a iniqüidade de Judá, a época de Josías é mais provável
(Na 1.5 – compare com 2 Rs 23.v.1-7,14-15 e 24-25).

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE NAUM

O conteúdo de Naum, na sua quase totalidade, é uma profecia contra Nínive. É uma
profecia sobre a destruição como conseqüência do pecado. Apenas alguns versículos são
dirigidos para o povo de Judá (Na 1.7 e Na 1.15). Em contraste com outros profetas,
Naum não dirige uma única mensagem de juízo sobre Judá.

Ele é profeta que anuncia o fim do inimigo mais poderoso: a Assíria, com a capital
Nínive, onde muitos males foram praticados (Na 1.v. 10-11 e 14; Na 2.11-12 e 3.v. 1,4 e

28
19). Naum mostra que um império – mesmo poderoso – não pode existir sem Deus. O
Senhor é longânimo e tardio em se irar (Na 1.3) mas também zeloso e vingador (Na 1.4).
Os ímpios não podem resistir ao Senhor para sempre. A mensagem de Naum é como um
pedido de justiça. O Senhor se vinga dos seus adversários (Na 1.2), mas é bom para os
que Nele confiam (Na 1.7). O texto de Na 2.6 é uma profecia muito exata sobre Nínive. A
história revela que, mais tarde, uma grande inundação levou uma parte vital dos muros de
Nínive.

O livro tem 3 capítulos:

A) O zelo, poder, graça e ira de Deus (1);


B) A queda de Nínive (2);
C) A causa da queda de Nínive (3).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Naum também era poeta. Seu livro é um dos mais belos do AT. Sua imaginação é
vívida e suas descrições são dramáticas. A bela poesia é notável em Na 1.v. 2,4 e 5; Na
2.v. 4 e 9 e Na 3.8. Só Isaias ultrapassa Naum em paixão, força, intensidade e majestade
dramática. Com alma de poeta, Naum tinha um profundo senso de observação. Para ele,
as tempestades, as nuvens e os rios eram símbolos da fúria e da ira do Deus Todo-
Poderoso. Seu livro é muito individual, com poucas semelhanças com outros livros.

Naum 1.15 é citado por Paulo em Rm 10.15. Naum tem muitas expressões incomuns:
veja Na 1.v. 3,4,10 e15; Na 2.v. 1 e 4 ou Na 3.5.

29
O LIVRO DE JEREMIAS

O NOME DO LIVRO

O livro traz o nome do seu autor, o profeta Jeremias, em hebraico Yirmeyahu (‫ירמיהו‬

estabelece ou Deus (Jah ou Yah = ‫ )יה‬exalta) e no grego Hieremias (hερεμίας).

O AUTOR DO LIVRO

Jeremias sem dúvida é o profeta que conhecemos melhor do que qualquer outro
profeta (Jr 1.1-3). O seu livro está cheio de dados pessoais. Ele era filho do sacerdote
Hilquias da pequena aldeia Anatote, 4 km ao nordeste de Jerusalém em Judá.

Jeremias tem sido chamado “o profeta solitário” porque Deus lhe pediu para não se
casar (Jr 16.1). Era um grande profeta, corajoso e experimentado. Apelidos no próprio
livro (Jr 1.18 e Jr 15.20) indicam a sua força e vitalidade; também é chamado o “João do
AT”.

Jeremias foi chamado no décimo terceiro ano do reinado de Josías em Judá, isto é,
626 a.C. Ele foi chamado para uma missão muito difícil (Jr 1.v. 6,8,9,18 e 19). Ele aceitou
a chamada com muita seriedade, chorou sobre o povo (Jr 9.1) e orou por ele (Jr 4). Ele se
sentia perseguido e como um mártir (Jr 11.19), rejeitado pelo povo e por sua cidade (Jr
11.21). Incansavelmente anunciou o recado de Deus em todos os lugares, mas sem
conseguir uma mudança ou um avivamento espiritual. Ele é o profeta sofredor, a sua
missão durou de 626 até 586 a.C. Toda a mensagem de Jeremias está apontando para a
destruição inevitável.

Como profeta, ele revela de um lado, força e autoridade; de outro, sensibilidade e


ternura. Jeremias até foi castigado por causa das profecias (Jr 20.1-3) e também teve que
enfrentar falsos profetas (Jr 23.9-14 e Jr 28.1). Ele fala várias vezes sobre o seu
sofrimento (Jr 15.15; Jr 20.2 e Jr 26.8) e foi preso mais de uma vez (Jr 21.4-7; Jr 32.12-15
e Jr 38.1-6).

Jeremias foi fiel até o triste fim e destruição de Judá, onde ficou algum tempo antes de
mudar para o Egito. Lá ficou até sua morte, segundo a tradição.
21
Em Hc 2.2 há uma ordem de Deus para o profeta escrever suas visões. Ele inicia o seu
livro com perguntas e dúvidas (Hc 1.2), mas termina falando de confiança (Hc 3.19). Ele
traz uma mensagem de consolação e esperança para o povo de Judá. Apela para a
justiça de Deus e prevê que tanto Judá como Babilônia seriam julgados por causa dos
seus pecados. Habacuque pregou contra muitos pecados (Hc 1.v. 2-4 e 13; Hc 2.v. 4-5,9
e 15-19).
O conteúdo é uma oração e um diálogo com Deus. Habacuque é o salmista entre
profetas. Do conteúdo destaca-se “o justo viverá pela fé” (Hc 2.4).
O livro se divide em várias partes:

A) O profeta clama a Deus porque Ele não julga a injustiça (1.1 a 1.4);
B) A resposta de Deus: o juízo vem pelos caldeus (1.5 a 1.11);

E continua:
C) O profeta clama a Deus: como pode um Deus santo usar um meio impuro? (1.12
a 1.17);
D) A resposta de Deus: o pecado será punido e a justiça recompensada (2.1 a 2.5);
E) Cinco “ais” sobre a iniqüidade (2.6 a 2.20);
F) Oração e louvor a Deus (3).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

O estilo de Habacuque é forte e dinâmico. A linguagem é clássica e cheia de frases


formidáveis. O estilo e a poesia do livro revelam grande experiência e talento poético. O
capítulo 3 é um dos mais sublimes em todo o AT, e pode ser comparado com os melhores
Salmos de Davi; seu livro também contém vários termos musicais (Hc 3.v. 3,9,13,19) e
algumas expressões notáveis (Hc 2.v. 1,5 e18-19).

31
O LIVRO DE DANIEL

O NOME DO LIVRO

O nome hebraico DaniyeI (‫ )דניאל‬ou no grego Daniel (δανιήλ), significa “Deus é meu
juiz”. Na Babilônia, Daniel recebeu um novo nome, Beltessazar, que significa “Bel protege
a sua vida”. O deus Bel é o mesmo que Baal em Canaã.

O AUTOR DO LIVRO

O livro começa com uma apresentação do autor e, no seu conteúdo, é metade história
e metade profecia. A parte histórica é uma narração sobre Daniel, mas na segunda parte
aparece a expressão “eu, Daniel” (Dn 7.28; Dn 8.1; Dn 9.2 e Dn 10.2).

Por causa desta diferença e algumas informações notáveis, a autoria de Daniel tem
sido muito discutida. Daniel é o profeta melhor conhecido do que qualquer outro. Já na
primeira invasão do rei Nabucodonosor, da Babilônia, em Judá (606 a.C.), Daniel e muitos
outros jovens de família nobre e real (Dn 1.3) foram levados para servir no palácio da
Babilônia. Daniel prosperou e, pela interpretação de um sonho do rei, tornou-se
governador (Dn 2. 48). Existem muitas semelhanças entre Daniel e José no Egito.

Com a exaltação de Daniel na Babilônia, cumpriu-se uma profecia de Isaias (2


Rs 20.18 e Is 39.7). A inveja dos magos da Babilônia causou um decreto do rei que
proibia adoração de outro deus, e por cuja transgressão Daniel foi lançado na cova dos
leões. Daniel serviu no palácio da Babilônia no período de vários reis (Dn 6.28) e chegou
a idade de cerca de 90 anos, quando morreu em 535 a.C. No fim de sua vida, Daniel
escreveu seu livro.

Daniel só é conhecido pelo seu livro. Em Ez 14.v. 14 e 20, Daniel é comparado com
Noé e Jó. Ele também é mencionado em Ez 28.3. Como profeta, é diferente, porque não
pregou para seu povo, mas recebeu grandes visões que se referem ao futuro. Ele era um
homem de oração (Dn 6. 10) e com profundos conhecimentos das Escrituras (Dn 9.2).

32
DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Durante os últimos 2 séculos, a autoria de Daniel tem sido muito discutida e criticada
por causa de alguns fatos referidos no livro, apontados como errados ou impossíveis.
Segundo os críticos, a data do livro seria de cerca de 165 a.C.

Os pontos que os críticos usam como argumento:

 Dn 1.1 não está de acordo com Jr 25.1; Jr 36.v. 1 e 29 e Jr 46.2;


 A expressão “caldeus” (Dn 1.4) em lugar de magos, não era usada naquele
tempo;
 A impossibilidade de Daniel e os seus amigos receberem tão altas posições na
Babilônia, visto que eram estrangeiros e escravos;
 A doença mental de Nabucodonosor (Dn 4.32-33) não é conhecida na história;
 O desconhecido rei Dário (Dn 5.31 e Dn 6.1), não pode ser o mesmo que Ciro;
 Os nomes gregos dados aos instrumentos (Dn 3.v. 5,7 e 10).

A todos estes pontos, porém, é possível responder satisfatoriamente, e não precisam


indicar uma data posterior. Ao contrário, ao serem esclarecidos, estes pontos somente
afirmam a autoria de Daniel como testemunha ocular.
Daniel viveu cerca de 624-535 a.C. e escreveu seu livro por volta de 530 a.C. Seu livro é
um dos mais datados da Bíblia com referência às visões do próprio autor (Dn 1.1; Dn 2.1;
Dn 7.1; Dn 8.1; Dn 9.1 e Dn 10.1). Daniel estava na Babilônia quando o reino de Judá
caiu (586 a.C.), e quando o rei Ciro, da Pérsia, conquistou a Babilônia (537 a.C.).

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE DANIEL

O livro tem uma divisão natural em duas partes:

A) A parte histórica (1 a 6);


B) A parte profética (7 a 12).

Na primeira parte estão: a narração sobre a deportação, o sonho do rei e a


interpretação de Daniel, os 3 jovens na fornalha ardente, outro sonho do rei e a
interpretação de Daniel, e Daniel na cova dos leões.

33
Na segunda parte há: diversas visões proféticas, a oração de Daniel pelo povo, profecia
sobre diferentes países e para os últimos tempos.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

O livro de Daniel mostra que Deus está por cima de todas as coisas e Ele pode
transformar uma maldição numa bênção. O livro conforta e consola durante tempos de
angústia e opressão.

Neste livro, Jesus encontrou o seu nome predileto “o Filho do homem” (Dn 7.13 –
compare com Lc 19.10). O livro de Daniel é o “Apocalipse” do AT. Uma parte do livro é
escrita em aramaico – a parte do discurso dos caldeus (Dn 2.4 a Dn 7.28). No livro
existem também várias palavras gregas, persas e até babilônicas; o aramaico de Daniel
tem muitas semelhanças com o aramaico em Esdras.

O LIVRO DE EZEQUIEL

O NOME DO LIVRO

O nome Yehezkel (‫ )יחזקאל‬significa “Deus fortalece”. Em grego o nome é Iezekiêl


(ιεζεκιήλ). O livro traz o nome do seu autor, que também é a pessoa principal do livro.

O AUTOR DO LIVRO

Ele começa o seu livro com “eu” (Ez 1.1-3), o que indica que o livro é escrito por
Ezequiel mesmo. Ver também Ez 6.1; Ez 7.1, Ez 12.1 e Ez 13.1. Ezequiel era filho do
sacerdote Buzi e foi deportado para o cativeiro na Babilônia por volta de 597 a.C., quando
tinha a idade de aproximadamente 25 anos. Ezequiel era casado (Ez 24.18), mas perdeu
a esposa na invasão dos caldeus em Judá. Na Babilônia, morava junto com o povo
deportado e, numa casa própria (Ez 3.24).

34
Ele foi chamado para profeta cinco anos após a deportação, serviu nesse ministério
durante 22 anos e foi o profeta que Deus levantou para o povo de Judá em cativeiro. Ele
morava perto do rio Quebar (Ez 1.3 e Ez 3.15) e parece ter sido o líder principal daquela
colônia (Ez 8.1; Ez 14.1 e Ez 20.1). De inicio, não foi bem aceito pelo povo, porque
profetizou sobre a destruição de Jerusalém.

Após 6 anos de tais profecias, isso realmente aconteceu, e os deportados que viveram
puderam testemunhar aquela destruição. Isso confirmou Ezequiel como verdadeiro
profeta. Antes da queda de Judá, a mensagem de Ezequiel foi muito dura, mas depois ele
passou a falar sobre a salvação, a graça e a restauração para o povo.
Ezequiel tinha uma missão semelhante à de Moisés. A influência dele contribuiu
fortemente para que os judeus não se misturassem com os caldeus.

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Sem a menor dúvida, Ezequiel foi quem escreveu o seu livro, pois, do começo até o
fim, fala na primeira pessoa (eu, me, mim). Ele recebeu a sua primeira visão com a idade
de 30 anos, no quinto ano do cativeiro, isto é, 592 a.C., visto que Ezequiel, e muitos
outros, foram deportados em 597 a.C.

Ezequiel recebeu as últimas visões no vigésimo sétimo ano (550 a.C.). Assim, o livro foi
concluído por volta de 550 a.C. O cativeiro durou 70 anos e começou em 606 a.C.,
quando a Babilônia invadiu Judá e a deportação começou. Em 597 a.C. houve outra
deportação, e a última aconteceu em 586, quando a cidade de Jerusalém foi destruída.

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE EZEQUIEL

Ezequiel se distingue de outros profetas do AT por suas visões e experiências de


êxtase. O livro está repleto de figuras e símbolos de difícil interpretação.

A divisão do livro é bastante marcante:


A) O pecado de Judá e o juízo sobre o povo (1 a 24);
B) Profecias contra diversos povos (25 a 32);
C) Profecias sobre a salvação e a restauração do povo judeu (33 a 39);
D) Profecias sobre o templo, a cidade santa e o povo (40 a 48).

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Questionário 2

1. Quem é o autor do livro de Isaías? Comente sobre ele.


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2. Cite uma profecia que se cumpriu no tempo de Isaías.


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3. Quantas partes têm o livro de Miquéias? Cite-as.


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4. Jeremias é conhecido como o “profeta solitário”. Porquê?


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5. Qual o único livro do Antigo Testamento que confirma sua autoria?


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6. Fale sobre a data e a situação histórica do livro de Jeremias.


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7. Cite duas características do livro de Lamentações de Jeremias.


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Era, enfim, um líder forte num momento oportuno. Poucos profetas, como Ageu,
tiveram a alegria de ver as conseqüências positivas de sua mensagem. Ele e sua missão
são mencionados em Esdras (Ed 5.1 e Ed 6.14).

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

O rei Dário (Ag 1.1), não é o mesmo Dário no livro de Daniel, mas Dário I da Pérsia,
que reinou entre 522 e 486 a.C. Ageu aparece no segundo ano do seu reinado (520 a.C.).
Ele apareceu no tempo de Esdras e Neemias.

Os livros destes dois descrevem a situação histórica no tempo após o exílio. Através
dos livros de Ageu, Zacarias e Malaquias conhecemos a situação religiosa e espiritual do
mesmo período.

De acordo com o decreto do rei Ciro da Pérsia (2 Cr 36.23), cerca de 50 mil judeus
voltaram do cativeiro na Babilônia sob a liderança de Zorobabel em 536 a.C. Eles
voltaram com ânimo para reconstruir o templo em Jerusalém, mas foram impedidos pelos
samaritanos.

A restauração do templo ficou parada por 15 anos (Ag 1.9); havia muito desânimo entre
o povo, e Ageu tinha uma missão importante: dar novo ânimo ao povo. Quatro anos após
o aparecimento do profeta Ageu, o templo foi concluído e inaugurado em 516 a.C.

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE AGEU

As profecias de Ageu compreendem 4 discursos:


A) Ageu exorta o povo a reedificar o templo (1.1 a 2.1);
B) A promessa de que o novo templo seria mais glorioso do que o antigo (2.2 a 10);
C) Atenção para o fato de que o descuido do templo causou o tempo difícil
(2.11 a 2.20);
D) A promessa de Deus a Zorobabel (2.21-2.24).

37
A mensagem de Ageu é:
 esperança para o futuro;
 fidelidade ao Senhor.

Mensagem bela (Ag 1.13) e conhecida (Ag 2.8). A mensagem de Ageu levou Zorobabel
e Jeshua a organizar o trabalho de restauração. Segundo Ageu, Deus precisa sempre ter
o primeiro lugar no meio do seu povo. Mt 6.33 é um resumo do livro de Ageu.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

A expressão “O Senhor dos exércitos” aparece 11 vezes no livro (somente em Ag 1.v.


2, 5,7,9 e 14 por cinco vezes) e “assim diz o Senhor” 21 vezes. O templo construído era o
mesmo ainda no tempo de Jesus, com alguns anexos.

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Questionário 3

1. Fale sobre o autor do livro de Naum.


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2. Em quantos capítulos se divide o livro de Naum? Cite-os.


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3. Quem é o autor do livro de Habacuque?


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4. Porque a profecia de Habacuque é diferente de todas as outras profecias?


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5. O que significa o nome do Profeta Daniel?


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6. Cite as características do livro de Daniel.


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7. Fale sobre o autor do livro de Ezequiel.


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8. Qual a situação do livro de Ezequiel?


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19). Naum mostra que um império – mesmo poderoso – não pode existir sem Deus. O
Senhor é longânimo e tardio em se irar (Na 1.3) mas também zeloso e vingador (Na 1.4).
Os ímpios não podem resistir ao Senhor para sempre. A mensagem de Naum é como um
pedido de justiça. O Senhor se vinga dos seus adversários (Na 1.2), mas é bom para os
que Nele confiam (Na 1.7). O texto de Na 2.6 é uma profecia muito exata sobre Nínive. A
história revela que, mais tarde, uma grande inundação levou uma parte vital dos muros de
Nínive.

O livro tem 3 capítulos:

A) O zelo, poder, graça e ira de Deus (1);


B) A queda de Nínive (2);
C) A causa da queda de Nínive (3).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Naum também era poeta. Seu livro é um dos mais belos do AT. Sua imaginação é
vívida e suas descrições são dramáticas. A bela poesia é notável em Na 1.v. 2,4 e 5; Na
2.v. 4 e 9 e Na 3.8. Só Isaias ultrapassa Naum em paixão, força, intensidade e majestade
dramática. Com alma de poeta, Naum tinha um profundo senso de observação. Para ele,
as tempestades, as nuvens e os rios eram símbolos da fúria e da ira do Deus Todo-
Poderoso. Seu livro é muito individual, com poucas semelhanças com outros livros.

Naum 1.15 é citado por Paulo em Rm 10.15. Naum tem muitas expressões incomuns:
veja Na 1.v. 3,4,10 e15; Na 2.v. 1 e 4 ou Na 3.5.

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DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Ageu e Zacarias eram contemporâneos e ambos apareceram por volta de 520 a.C. O
rei Ciro morreu em 529 a.C., e os seus sucessores não apoiavam Israel como ele; assim,
a situação em Israel era desanimadora.

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE ZACARIAS

É o mais volumoso dos profetas menores. Ele começa com uma bela mensagem de
arrependimento (Zc 1.3-6), depois seguem diversas visões com um conteúdo místico e
simbólico. Estas visões são de difícil interpretação, mas bem de acordo com a imaginação
e a cultura oriental.

Um pensamento principal do livro é que Deus em breve julgará todas as nações, mas
dará uma nova glória a Jerusalém. Por isso o livro tornou-se uma inspiração e uma
esperança para Israel.
Para Zacarias, o lado espiritual era o mais importante (Zc 4.6); foi ele que profetizou
sobre o preço de Judá (Zc 11.12) e sobre a vinda de Jesus sobre o monte das Oliveiras
(Zc 14.4).

O livro tem 3 partes:

A) Parte simbólica: exortação e visões de consolação (1-6);


B) Parte prática: a importância de uma religião séria (7-8);
C) Parte profética: profecias sobre reinos futuros, sobre Israel e sobre o Messias
(9-14).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO LIVRO

O livro é escrito em puro hebraico e sem as influências aramaicas que se notam em


Daniel e Ezequiel. A segunda parte é mais poética do que a primeira.

Zacarias tem muitas profecias messiânicas (Zc 3.8-9; Zc 13.1; Zc 6.12-13; Zc 9.9-10; Zc
12.10; Zc 13.6 e Zc 14.v. 4 e 9). No NT há muitas referências ao livro de Zacarias. A
expressão “O Senhor dos exércitos” aparece 44 vezes.

41
O LIVRO DE ESDRAS

O NOME DO LIVRO

É do seu autor e pessoa principal Esdras (em hebraico Ezra – ‫ )עזרא‬nome que
significa “aquele que ajuda”. Em grego o nome é o mesmo, Esdras (έσδρας).

O AUTOR DO LIVRO

O capítulo 7.v. 6 e 8-12 fala sobre Esdras, depois continua a forma na primeira pessoa
(Ed 9.1 e 3). O autor é uma testemunha ocular (Ed 8.1-15) e toda a tradição judaica
sempre tem afirmado a autoria de Esdras.

Este Esdras é apresentado em Ed 7.1-5; ele era escriba com profundos conhecimentos
da Lei (Ed 7.12). Nasceu durante o cativeiro e tinha uma posição de destaque entre o seu
povo e também na corte da Pérsia.

Em 457 a.C., recebeu permissão do rei persa Artaxerxes I para visitar sua terra, Israel
(Ed 7.11-13); assim, cerca de 1500 judeus saíram com Esdras. Logo após a sua chegada
em Jerusalém, começou uma reforma religiosa proibindo, primeiramente, os casamentos
mistos (Ed 9.2 e Ed 10.2). O livro não fala sobre o sucesso dessa reforma, mas é
considerado muito importante na história de Israel.

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Esdras veio a Israel em 457 a.C. e conseguiu animar os judeus a continuar a


reconstrução do templo de Jerusalém. O tempo de Esdras foi de desânimo, pobreza e
decepções. Esdras e Neemias são como luzes nessa época triste e escura.

CONTEÚDO E CARACTERÍSTICAS DO LIVRO DE ESDRAS

O livro é uma narração detalhada sobre o regresso do cativeiro na Babilônia e as


tentativas de reedificar a cidade de Jerusalém.

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O livro contém duas partes:
A) A primeira: volta da Babilônia sob a liderança de Zorobabel (1-6);
B) A segunda: volta sob a liderança de Esdras. A reforma espiritual (7-10).

Uma característica do livro é que o autor escreve tanto em hebraico como em


aramaico. As partes de Ed 4.8-22 e Ed 5.1-6 e 16 são escritas em aramaico. O livro
mostra a graça de Deus para com seu povo.

O LIVRO DE NEEMIAS

O NOME DO LIVRO

Vem da pessoa principal, Neemias, em hebraico Nechemyah (‫ נחמיה‬o que significa “O


Senhor consola”). Na Septuaginta e na Vulgata, o livro chama-se Segundo Livro de
Esdras.

O AUTOR DO LIVRO

Não se tem certeza sobre quem é o autor do livro; originalmente, o livro fazia parte dos
livros das Crônicas. De qualquer forma, as memórias de Neemias têm servido de base.

O livro fala na primeira pessoa (Ne 1.v. 1,2, 4 e 11). Neemias nasceu durante o
cativeiro na Babilônia e chegou a ter uma posição na corte dos reis da Pérsia (era
copeiro). Por causa das notícias desanimadoras sobre Israel, Neemias pediu e conseguiu
permissão do rei Artaxerxes I para ir até Jerusalém a fim de ser o governador de Judá e
liderar a obra de reedificação (Ne 6.15).

Neemias chegou à Jerusalém em 445 a.C. e voltou para o rei da Pérsia em 433 a.C.
(Ne 13.6); mais tarde fez outra viagem à Jerusalém e realizou uma reforma no templo, no
culto, na guarda do sábado e nos dízimos (Ne 13.7-22). Graças à liderança animadora de
Neemias, os muros de Jerusalém foram reedificados e inaugurados.

43
O LIVRO DE DANIEL

O NOME DO LIVRO

O nome hebraico DaniyeI (‫ )דניאל‬ou no grego Daniel (δανιήλ), significa “Deus é meu
juiz”. Na Babilônia, Daniel recebeu um novo nome, Beltessazar, que significa “Bel protege
a sua vida”. O deus Bel é o mesmo que Baal em Canaã.

O AUTOR DO LIVRO

O livro começa com uma apresentação do autor e, no seu conteúdo, é metade história
e metade profecia. A parte histórica é uma narração sobre Daniel, mas na segunda parte
aparece a expressão “eu, Daniel” (Dn 7.28; Dn 8.1; Dn 9.2 e Dn 10.2).

Por causa desta diferença e algumas informações notáveis, a autoria de Daniel tem
sido muito discutida. Daniel é o profeta melhor conhecido do que qualquer outro. Já na
primeira invasão do rei Nabucodonosor, da Babilônia, em Judá (606 a.C.), Daniel e muitos
outros jovens de família nobre e real (Dn 1.3) foram levados para servir no palácio da
Babilônia. Daniel prosperou e, pela interpretação de um sonho do rei, tornou-se
governador (Dn 2. 48). Existem muitas semelhanças entre Daniel e José no Egito.

Com a exaltação de Daniel na Babilônia, cumpriu-se uma profecia de Isaias (2


Rs 20.18 e Is 39.7). A inveja dos magos da Babilônia causou um decreto do rei que
proibia adoração de outro deus, e por cuja transgressão Daniel foi lançado na cova dos
leões. Daniel serviu no palácio da Babilônia no período de vários reis (Dn 6.28) e chegou
a idade de cerca de 90 anos, quando morreu em 535 a.C. No fim de sua vida, Daniel
escreveu seu livro.

Daniel só é conhecido pelo seu livro. Em Ez 14.v. 14 e 20, Daniel é comparado com
Noé e Jó. Ele também é mencionado em Ez 28.3. Como profeta, é diferente, porque não
pregou para seu povo, mas recebeu grandes visões que se referem ao futuro. Ele era um
homem de oração (Dn 6. 10) e com profundos conhecimentos das Escrituras (Dn 9.2).

32
O AUTOR DO LIVRO

A autoria é relacionada com o nome Malaquias. Nada sabemos sobre este profeta e,
por falta de fatos contrários, é melhor aceitar a historicidade de Malaquias. Em Ml 1.8 há
uma referência ao governador e isto pode indicar Neemias; ora, geralmente se aceita que
Malaquias apareceu entre a primeira e a segunda visita de Neemias em Jerusalém, ou
seja, por volta de 430 a.C.

As notícias em Ml 1.10 e Ml 3.v. 1 e 10 mostram que o templo já está reedificado; o


culto, porém, não está em ordem, e isto indica uma época posterior à de Esdras. Parece
muito provável que ambos, Malaquias e Neemias, trabalharam na reedificação de
Jerusalém.

Tudo indica que Malaquias foi o último profeta do AT e este, portanto, deve ter sido
concluído cerca de 200 a.C.

DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

Por falta de dados históricos, a data do livro é difícil de ser determinada. É muito
provável que Malaquias apareceu depois de Esdras e Neemias, ou seja, por volta de 430
a.C. Não havia rei nem liderança em Israel; não havia idolatria e nada parece ter
acontecido.

A rotina das cerimônias religiosas continuava, mas com deficiência e sem entusiasmo.
Após Malaquias, segue um silêncio de 400 anos, época chamada de “período inter-
bíblico”, até o aparecimento de Jesus Cristo.

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE MALAQUIAS

Malaquias revela um interesse especial pelas tradições judaicas e pelo culto. Em Ml 3.5
ele prega contra vários pecados. Ninguém entendia que o sofrimento geral era causado
pelos pecados; tanto os sacerdotes quanto o próprio povo estavam negligentes no seu
serviço a Deus.

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Malaquias exorta o povo à obediência à Lei (Ml 4.4; Ml 1.7-8; Ml 2.v. 2,4 e 8) e prega em
forma de diálogo com perguntas e respostas (Ml 3.8 e Ml 2.17). Oito vezes aparece a
frase “todavia perguntais” (Ml 2.14); e 3 vezes “vós tendes dito” (Ml 3.14).

Malaquias fala de muitas coisas práticas: pureza, fervor no culto, moral, relações
humanas, matrimônio, divórcio, uso do dinheiro e outras coisas semelhantes. Fala
também sobre o aparecimento de Elias (Ml 4.5-6) e refere-se à diferença entre justos e
injustos (Ml 3.18).

O livro é difícil por causa dos diversos assuntos:


A) O culto indigno (1);
B) Sacerdotes ímpios (2. a 9);
C) O matrimônio (2.10 a 16);
D) Pecados e negligência (2.17 a 3.18);
E) O futuro “dia do Senhor” (4).

A expressão “O Senhor dos exércitos” ocorre 21 vezes no livro.

O LIVRO DE ESTER

O NOME DO LIVRO

O livro tem o seu nome pela pessoa principal: a mulher judia Hadassa, cujo nome persa
era Ester (Et 2.7). Ela era descendente dos judeus que ficaram na Babilônia e na Pérsia
após o exílio deles.

O AUTOR DO LIVRO

É totalmente desconhecido; por causa dos detalhes, o autor é testemunha ocular dos
acontecimentos. Mardoqueu tem sido proposto como possível autor (Et 9.20). O livro pode
ter sido um documento para ser guardado no arquivo da Pérsia. Isto pode ter sido um
motivo para a ausência do nome de Deus nesse livro. O autor está familiarizado com
costumes persas e seus escribas.

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DATA E SITUAÇÃO HISTÓRICA

O rei Assuero, que casou com Ester, corresponde ao rei Xerxes I da Pérsia que reinou
entre 485 e 465 a.C. em Susã, capital do império Persa (Et 1.2). No seu terceiro ano de
reinado rejeitou a rainha Vasti (Et 1.19); e no sétimo ano, aceitou Ester como rainha (Et
2.16). A pretensão maliciosa de Hamã, de exterminar com todos os judeus, aconteceu no
décimo segundo ano do reinado de Xerxes I, mas foi impedido por Ester.

DIVISÃO E CONTEÚDO DO LIVRO DE ESTER

O livro contém 3 partes:

 O banquete de Assuero e o casamento com Ester (1-2);


 O plano de Hamã (3-7);
 A festa do Purim (8.9).

Conteúdo:

A) A festa de Assuero e o divórcio de Vasti (1.1 a 1.22);


B) Escolha de Ester como rainha (2.1 a 2.23);
C) O plano de Hamã para destruir Mordecai e os judeus (3.1 3.15);
D) O pedido de Mordecai a Ester (4.1 a 4.17);
E) A petição (bem sucedida) de Ester perante o rei (5.1 a 7.10);
F) A queda de Hamã e a libertação dos judeus (8.1 a 9.16);
G) A festa do Purim (9.17 a 9.32);
H) A exaltação de Mordecai, o judeu (10.1 a 10.13).

Característica

Apesar de não aparecer o nome de Deus no livro de Ester, pode-se perceber


claramente a providência divina. Ester, a rainha piedosa, embora num ambiente pagão,
conhece o poder da oração e do jejum. Está implícita a sua confiança no Deus de Israel.
Digna de nota é a expressão de Mordecai: “Quem sabe se não foi para um momento
como este que você chegou à posição de rainha?” (Et 4.14), o que indica, implicitamente,
que este parente da rainha cria no Deus do povo judeu – o mesmo Deus de Ester! Não
deve passar despercebido que, muitas vezes, torna-se uma drástica realidade o antigo
provérbio: “Quem abre uma cova, pode acabar caindo nela”. Foi o caso de Hamã.

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Questionário 4

1. Quais são os fatos que afirmam a autoria de Zacarias?


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2. O livro de Zacarias está dividido em três partes. Quais são?


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3. Fale sobre a data e a situação histórica do livro de Esdras.


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4. Cite duas partes do livro de Esdras.


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5. Comente sobre o nome do livro de Neemias.


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6. Qual a situação histórica do livro de Neemias?


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7. Fale sobre o autor do livro de Malaquias.


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8. Comente sobre a data e a situação histórica do livro de Malaquias.
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9. Quais são as três partes do livro de Ester?


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10. Comente sobre a característica do livro de Ester.


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