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PROPOSTA PARA ATRIBUIÇÃO DE HORAS DE ESTÁGIO

ATIVIDADE 3

Nome: Gabriel Gomes de Oliveira


RGM: 16851706
Turma: 8º/9º semestre
Período: Matutino

Atividade 3: O aluno deverá entregar relatório de ao menos um documentário dentre


estes selecionados para ser assistido, o relatório deverá conter necessariamente a
relação entre o conteúdo e a área do direito com o qual o documentário trata.

Documentário escolhido: STJ Cidadão #18 - Crimes Cibernéticos (17/08/2017)


Retirado de: https://www.youtube.com/watch?v=or3mNrjTUxA

RELATÓRIO

O documentário retrata entrevistas e dados a respeito dos crimes cibernéticos que


surgiram e aumentaram drasticamente conforme a tecnologia e a internet tornou-se
acessível para a maioria das pessoas do Brasil e do mundo.
De modo geral, a principal preocupação demonstrada é a relação entre a quantidade de
crimes virtuais cometidos com a ausência de pessoas qualificadas e leis específicas sobre
o assunto. O Ministro Gilson Dipp, entrevistado no documentário, aponta que “nós (os
juristas brasileiros) não temos tipificações penais adequadas para essa gama de crimes
que podem ser praticadas através da internet”.
Por se tratar de crimes, o documentário é diretamente conectado ao Direito Penal,
entretanto, suas consequências afetam pessoas físicas e jurídicas das mais diversas
esferas.
Nos últimos anos, diversas ferramentas jurídicas de relacionadas a internet surgiram no
Brasil, como o Marco Civil da Internet, a Lei Carolina Dieckmann e a Lei Geral de
Proteção de Dados, mas, como novamente apontado pelo Ministro Gilson Dipp, a maior
parte dessas leis não são voltadas para a esfera criminal especificamente.
No âmbito processual penal, o grande desafio é a tentativa de enquadrar os crimes
cibernéticos com o fim de promover a devida justiça. A ausência de especificidade na lei
causa a necessidade de analogia que, apesar de ser um elemento jurídico comum, pode
gerar diversas nulidades processuais, o que não aconteceria diretamente se houvesse
tipificação estreita a respeito de cada tema.
Outra complicação é a complexidade da internet em si. A tecnologia evolui a cada dia e,
com isso, novos métodos surgem e com eles a possibilidade de mais crimes serem
praticados. Não obstante, os criminosos podem se utilizar de meios que dificultem aos
investigadores seu encontro, escondendo seu IP ou triangulando sua localização para
outro país; além disso, muitos crimes cibernéticos podem ser feitos em outro país.
Quando são considerados internacionais e dependem da ajuda e suporte de outros
países, o que dificulta ainda mais o trabalho da justiça.
Um tema recente que não foi explorado no documentário, uma vez que à sua época ainda
não ocorrera nenhum escândalo a respeito, é a fake news como método de manipulação.
O assunto, frequentemente em voga, recebeu atenção especial do mundo quando
descobriu-se que uma empresa chamada Cambridge Analitica obteve dados de usuários
do Facebook para direcionar propagandas políticas de Donald Trump durante o período
eleitoral dos Estados Unidos. Posteriormente e atualmente, no Brasil, a quantidade de
notícias falsas durante as eleições, geradas nas redes sociais e através de aplicativos de
mensagem como o Whatsapp, causou grandes estragos, uma vez que as notícias
propagavam falsas informações a respeito da oposição do então candidato – e atual
presidente, Jair Bolsonaro. Recentemente instaurou-se a CPI da Fake News, buscando
averiguar os ataques cibernéticos que atentaram contra a democracia e o debate público
e a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições presidenciais
2018.
Ainda que não tenha sido explorado pelo documentário, o assunto “fake news” tornou-se
um dos mais populares no mundo e também deve ser atentado ao legislador no momento
em que os crimes cibernéticos forem regulados.
Em suma, constatou-se que urge a necessidade de se instituir uma legislação pertinente
aos crimes cibernéticos. Milhares de pessoas são vítimas todos os dias desses crimes –
muitos nos quais a internet é mera ferramenta, outros nos quais a internet é elemento,
onde, na sua inexistência, o delito não seria possível. A precariedade jurídica nesse
aspecto é visível, entretanto, em momentos como este que o Brasil – e o mundo – estão
passando, surgem diversos obstáculos que tornam esse debate não tão prioritário quanto
deveria – como a infinita corrupção já enraizada em praticamente todo setor público
brasileiro, a pandemia de Corona Virus e a constante ameaça presidencial (e de seus
aliados) da instauração de uma ditadura militar.

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