Você está na página 1de 4

21/08/2020 Sociologia e Comunicação/Midias Locativas - Wikiversidade

Sociologia e Comunicação/Midias
Locativas
< Sociologia e Comunicação

Índice
Sociologia da Mobilidade
Midias Locativas
Mídias pervasivas, sencientes e ubíquas
Referências
Bibliografia

Sociologia da Mobilidade
Há muito tempo, o GPS (Global Positioning System), a RFID
(Radio Frequency IDentification), o Bluetooth, as redes
3G/4G/5G, a realidade aumentada e as redes WiFi fazem parte
do nosso vocabulário. Todos esses recursos estão concentrados
ou voltados, basicamente, para os smartphones, ou seja, para o
“mobile technologies".

John Urry é um dos pesquisadores que tem se concentrado no


que ele chama,de um modo geral, de Mobile Sociology[1]
Filme da Força Aérea dos EUA,
A combinação de uma tecnologia móvel – baseada em diversos sobre o sistema de geolocalização
tipos de conexão – com a possibilidade de produção e registro de Navstar, em 1977 (em inglês)
um conjunto de dados sobre seus usuário geraram um tipo
particular de “mídia”: as chamadas “mídias locativas” ou “mídias
baseadas em geolocalização”.

Passamos a ter, agora, um nova percepção do espaço e do tempo. Temos a possibilidade de registro e
compartilhamento dessas experiências em tempo real por meio de diversos dispositivos e diversas
plataformas. Temos uma nova sensação de lugar. Parece que estamos mergulhados em espaços
híbridos (que integram o mundo físico e o virtual), uma espécie de realidade aumentada (https://pt.w
ikipedia.org/wiki/Realidade_aumentada).

Essa novo ambiente comunicacional abre-se para novas possibilidades de experiências e explorações
criativas como histórias ou games baseados em geolocalização.

Midias Locativas
Lembrem-se que o espaço que habitamos é carregado de histórias.

As narrativas locativas podem revelar essas histórias enquanto caminhamos pelos lugares. Ele pode
ter um fim documental turístico ou voltado para diversos tipos de fruição ficcional
https://pt.wikiversity.org/wiki/Sociologia_e_Comunicação/Midias_Locativas 1/4
21/08/2020 Sociologia e Comunicação/Midias Locativas - Wikiversidade
ter um fim documental, turístico ou voltado para diversos tipos de fruição ficcional.

Essas experiências (Murder on Bacon Hil (http://www.walkingcinema.org/#anchor-detour)l, por


exemplo) podem ser simplesmente histórias contadas enquanto se caminha por determinado lugar
ou experiências que envolvem desafios, explorações, descobertas no formato de games.

Pokemon, Go!

As mídias locativas, portanto, são capazes de produzir “territórios informacionais”. O pesquisador


André Lemos, que popularizou o tema no Brasil, destaca o trabalho de Michael Epstein e a produção
de “terratives” (uma mistura de “territory” + “narratives”) que gerou o projeto “Walking Cinema (htt
p://www.walkingcinema.org/)”/ Museum of the Hidden City.

As possibilidades abertas por esses novos ambientes comunicacionais levaram a uma série de
projetos como “Mobile City (http://themobilecity.nl/)”. Eles criaram um projeto bem interessante:
“The Hackable City: a research manifesto and a design toolkit (http://thehackablecity.nl/2018/03/1
7/new-publication-the-hackable-city-a-research-manifesto-and-design-toolkit/)”

Outro exemplo, em 2012, uma operadora de telecomunicação organizou um evento com esse mesmo
propósito: “O Circuito arte.mov 2012

Diz o texto do evento: “Ao priorizar a utilização consciente das mídias móveis, a fim de construir
formas de compartilhar o saber e o conhecimento, o programa possibilita o acesso à informação e às
novas práticas artísticas, além de explorar as possibilidades criativas no campo das mídias móveis e
locativas.”

Outra experiência interessante pode ser encontrada na ideia dos Mapas Afetivos (http://mulhereseci
dade.com.br/mapa-afetivo/). Se estamos falando de geolocalização, de territórios informacionais ou
de mídias locativas, podemos dizer que existem diversas possibilidades de se construir “mapas” para
navegar pelas histórias da nossa cidade, uma cartografia de histórias.

Podemos mapear problemas urbanos, sentimentos e memórias vinculados a lugares específicos, sons,
serviços (shows, festivais, mostras), ciclovias,

Mídias pervasivas, sencientes e ubíquas


Em 1991, Mark Weiser (em um de seus artigos fundamentais) destacou que a tendência dos
computadores no século XXI seria a de se tornarem ubíquos (estariam em todos os lugares, em todos
os objetos que conhecemos) e pervasivos (estariam de tal forma integrados às coisas que nem sequer
perceberíamos que estão ali).

Esse “desaparecimento” da tecnologia pode ocorrer tanto pela miniaturização (a nanotecnologia, por
exemplo) quanto pela sua “naturalização” (nós nos acostumamos tanto com a sua presença que não
pensamos neles mais como tecnologia – a não ser quando tem algum problema ou quebram)

A essas características foi associada a senciência: a capacidade de registro de uma série de


informações geradas pelos seres humanos. Essa característica esta presente no que chamamos de
“wearable”, uma série de dispositivos que registram dados sobre nossos corpos como batimentos
cardíacos, passos dados, temperatura, pressão etc. Elas permitem a criação de um corpo quantificado
(“body datification”).

Ao lado da conexão entre as pessoas e os dispositivos, existe, ainda, a possibilidade de conexão entre
os próprios aparelhos que podem compartilhar um conjunto de dados sobre horários e hábitos de
seus usuários: a chamada “Internet das coisas”.

Nesse novo ambiente comunicacional/informacional esses dados seriam “gerenciados” por um


https://pt.wikiversity.org/wiki/Sociologia_e_Comunicação/Midias_Locativas 2/4
21/08/2020 Sociologia e Comunicação/Midias Locativas - Wikiversidade
Nesse novo ambiente comunicacional/informacional esses dados seriam gerenciados por um
mediador muito específico chamado “algoritmo”: um conjunto de regras capazes de registrar,
classificar, “interpretar” (criar um padrão) todos esses dados e indicar uma ação.
A mobilidade (dispositivos digitais + conexão + geolocalização) seria capaz de criar espaços híbridos
que integrariam o mundo virtual e o mundo físico, gerando o que podemos chamar de uma realidade
aumentada.

Podemos imaginar como esse novo ambiente se abre a diversos propósitos e experimentos sociais,
políticos e culturais.

Referências
1. URRY, John. Mobile Sociology. Volume 61, Issues1 -Special Issue: The BJS: Shaping sociology
over 60 years, January 2010

Bibliografia
LEMOS, André. Mídia Locativa e Territórios Informacionais. In: “Estéticas ARANTES, Priscila;
SANTAELLA, Lúcia (orgs.) São Paulo: Ed. PUC/SP, 2007.

_______________. Cultura da Mobilidade. Revista FAMECOS Porto Alegre nº 40 dezembro de


2009

RIESER, Martin. Locative Media and Spatial Narratives. NeMe, 28/05/2009

ANDRADE, Luiz Adolfo. Jogos locativos. Salvador : Edufba, 2016. (Coleção Cibercultura)

SANTAELLA, Lucia. Ecologia Pluralista das Mídias Locativas. Revista FAMECOS , Porto Alegre no
37, dezembro de 2008

SILVA, Fernando Firmino da Jornalismo móvel Salvador : EDUFBA, 2015. 53 p. – (Coleção


Cibercultura / Lab404)

WEISER, Mark. The Computer for the 21st Century

Referências

MAPAS, LINHAS DO TEMPO E INFOGRÁFICOS: 5 FERRAMENTAS PARA ILUSTRAR SUAS


MATÉRIAS COM VISUALIZAÇÕES INTERATIVAS

PICTOCHART – INFOGRÁFICOS/ CREATIVIST

THINGLINK / DIPITY (OUTRO TIPO DE LINHA DO TEMPO)

Cali, la ciudade que no duerme. Reportagem 360º, El País.

Plataforma colaborativa de músicas localizadas no tempo (décadas) e no espaço (países)

MAPPING VOICES

Museum of the Hidden City

Gaza Plataform – Anistia Internacional

Pokémon Go: leading the location ad revolution – James Brown – The Guardian, 15/07/2016
https://pt.wikiversity.org/wiki/Sociologia_e_Comunicação/Midias_Locativas 3/4
21/08/2020 Sociologia e Comunicação/Midias Locativas - Wikiversidade

4 exemplos de como a realidade aumentada já está melhorando a nossa vida

Manifesto Headmap – Ben Russell and published in 1999

Headmap Manifesto and Redux

A vida pelas linhas dos trens em Londres

Reflexões de um repórter de iPhone: O que o celular ensinou a um jornalista de rádio -Neal


Augenstein | IJNet -22/04/15

Nova York através de um iPhone – O fotógrafo Andrew Lichtenstein utiliza seu celular para retratar a
vida cotidiana da cidade a partir de um outro ponto de vista El País, 01/04/2014

Mapa revela segregação racial no Brasil – Jornal digital “NEXO” – Daniel Mariani, Murilo
Roncolato, Simon Ducroquet e Ariel Tonglet

The Washington Post releases augmented reality view of Freddie Gray’s case – By WashPostPR –
May 10, 2016

Aplicativo da Agência Pública combina de forma inédita o jornalismo à geolocalização – Alessandra


Monnerat, Blog Jornalismo nas Américas, 12/07/2017

Uma mistura entre jornalismo e Pokemón Go – é assim que o site Agência Pública define seu
primeiro aplicativo, o Museu do Ontem.

Projetos que repensam o espaço urbano é tema da 1ª Residência do Red Bull Basement – por Red
Bull Station, 09/12/2018

Predefinição:Autocat

Obtida de "https://pt.wikiversity.org/w/index.php?title=Sociologia_e_Comunicação/Midias_Locativas&oldid=125630"

Esta página foi editada pela última vez às 12h34min de 31 de julho de 2020.

Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0) da
Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de utilização.

https://pt.wikiversity.org/wiki/Sociologia_e_Comunicação/Midias_Locativas 4/4

Você também pode gostar