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Ao Juízo de um dos Juizados Especiais Cíveis da Comarca de Natal,

Estado do Rio Grande do Norte.

CAMILA CRISTINA MOREIRA PEREIRA , brasileira,

solteira, estudante, com identidade n.º 2690163/SSP/RN e inscrita no

CPF/MF n.º 056.219.354-54, residente e domiciliado na Av. Presidente

Getúlio Vargas, n° 544, Apto 1001, Residencial Issa Hazbun, Petrópolis,

Natal/RN, CEP: 59012-360, através de seus advogados devidamente

habilitados (doc. 01 – procuração), vem à presença de Vossa Excelência

ajuizar a presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E

COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS

1
em desfavor da TAP -TRANSPORTES AÉREOS PORTUGUESES S/A ,

também designada por TAP AIR PORTUGAL , inscrita no CNPJ sob o nº

33.136.896/0001-90, com representação no Brasil na Avenida Paulista,

nº. 453, 14º andar, Bela Vista, São Paulo/SP, CEP 01311-000, e da AZUL

LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS S/A , também designada por AZUL,

inscrita no CNPJ sob o nº 09.296.295/0001-60, com representação no

Brasil na Avenida Marcos Penteado ULHÔA RODRIGUES, Nº 939,9º

andar, Ed. Jatobá, Condomínio Castelo Branco Offi ce Park – Tamboré

Barueri/SP, CEP 06460-040 pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I – OS FATOS

Importa relatar, inicialmente que a Requerente estava

realizando Programa de Intercâmbio na Suíça. Na volta para o Brasil, a

Demandante fez conexão no aeroporto de Lisboa, conforme bilhete de

passagem em anexo (doc. 02). De Lisboa, ela pegou um voo para Recife.

Frise-se, porém, que ao comprar sua passagem, ela optou

pela tarifa mais cara, a qual lhe dava o direito de marcar o assento no

avião. Ocorre que no trecho Lisboa-Recife não foi possível marcar o

assento, de modo que a colocaram no meio do avião, sem que a sua

vontade fosse respeitada, nem tampouco o seu direito de usufruir de

um serviço para o qual havia pagado a tarifa mais cara.

Além disso, para a sua surpresa, quando do seu

desembarque, a Requerente percebeu que sua mala havia sido

inutilizada pela empresa Requerida TAP , seja por forte impacto

sofrido, ou ainda por terem colocado algo muito pesado em cima da

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mesma, na medida em que a mala estava toda amassada, e bastante

danifi cada, não só na sua parte externa, mas também chegou a

inutilizar pertences que estavam dentro da mala.

Sem falar que, na hora do embarque, não foi permitido que

ela levasse a bagagem de bordo, a qual pesava apenas 6kg, isto é, não

ultrapassando o limite estabelecido pela portaria 400/16 da ANAC 1 .

Mesmo assim foi obrigada a despachar as três malas. Destaque-se que

nessa mala menor estava uma medicação, a qual a Requerente não teve

como tomar, uma vez que não estava com sua mala em mãos.

De bom alvitre pontuar que o ticket ora anexado, expedido

pela própria empresa Ré , atesta que a mala, quando foi despachada, se

encontrava em perfeito estado de conservação, de tal forma que os

danos ocasionados ocorreram justamente no transporte aéreo da Ré, no

trecho Lisboa/Recife.

Ademais, quando verifi cou o estrago de sua mala a

Requerente não teve a oportunidade de reclamar o prejuízo ocasionado,

pois a informaram que o local de reclamação era o destino fi nal, o que

não foi possível, pois ela precisou voltar de taxi de Recife/PE para

Natal/RN.

Nesse sentido, é importante destacar que a Requerente

comprou todas as suas passagens pela TAP- Transportes Aéreos

Portugueses, porém, como a referida empresa não realiza o trecho

1
Resolução nº 400/16 da ANAC. https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-
1/resolucoes/resolucoes-2016/resolucao-no-400-13-12-2016/@@display-
file/arquivo_norma/RA2016-0400%20-%20Retificada.pdf

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Recife-Natal, houve um repasse para uma empresa parceira, que no caso

é a empresa Requerida Azul Linhas Aéreas.

Ainda, faz-se mister destacar, também, que o seu voo de

Recife/PE para Natal/RN estava previsto para as 22:40. Ocorre que o

referido voo começou a demonstrar atrasos, e, foi então que as 23:40 ela

solicitou que pudesse entrar em contato com o pai, uma vez que a

Requerente estava sem o CHIP, o que a impossibilitava de manter

contato com sua família que lhe aguardava em Natal. Porém, para a sua

surpresa, por volta de 00:40 ela é informada que não é possível fazer a

ligação.

Para além disso, as Requeridas não forneceram nenhum tipo de

lanche para os passageiros que estavam a mais de 2 horas no aeroporto

esperando o voo em atraso, o que denota o total descaso das empresas

Ré para com os seus clientes, os quais não tiveram qualquer tipo de

assistência. Não se trata de um mero dissabor, mas sim de uma situação

extremamente desagradável e total falta de respeito com o cliente, que

pagou por um serviço mais caro, e foi tratado dessa forma.

Para piorar toda a situação, os passageiros que ali estavam

esperando a um tempo bastante considerável, bem além do que um

simples atraso, foram então informados por volta das 02:40 que o voo

havia sido cancelado, de modo que a empresa Ré solicitou que eles

esperassem até 9:00 do dia seguinte para poder pegar um outro voo.

Porém, extremamente aborrecida com toda a situação

lamentável pela qual vinha passando nas últimas horas, e considerando

que naquele dia (04/12/2019) era o seu aniversário, as 6:00 da manhã ela

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decidiu pegar um taxi para Natal e chegou ao seu destino por volta das

11:00 da manhã. Vale mencionar que o custo do taxi foi de R$600,00

(seiscentos reais), conforme recibo em anexo (doc. 03).

Frise-se que a Requerente passou 19 horas sem alimentação,

telefone ou assistência. Sem falar que ela não conseguiu tomar a sua

medicação, uma vez que estava dentro da mala que havia sido

despachada. Todo esse transtorno ainda acabou levando a Requerente a

perder uma formatura no colégio para a qual ela havia se programado

para ir.

Dessa forma, descumprido o dever de transportar no dia e hora

acordados, caracteriza-se defeituosa a prestação do serviço, ocorrendo,

necessariamente, o inadimplemento contratual por parte das empresas

Requeridas, posto que o objetivo não foi alcançado, afl orando assim o

dever de indenizar.

Diante do reiterado desacerto perpetrado, outro não pode ser o

requerimento aqui formulado, senão o de que a presente Ação de

Reparação por Danos Materiais e compensação por Danos Morais seja

recebida por este Ilustre Magistrado e que seja julgado PROCEDENTE

por tudo que foi exposto anteriormente.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Diante de tudo que foi narrado, resta necessária a demonstração

de todo embasamento jurídico que torna possível a concessão dos

requerimentos que serão realizados ao fi m desta peça vestibular.

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A pretensão se enquadra numa típica relação de consumo, pois

as partes enquadram-se nos conceitos de consumidor e fornecedor

constantes nos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor.

Logo, é assegurado ao consumidor:

"a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a

inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,

quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando

for ele hipossufi ciente, segundo as regras ordinárias de

experiências ".

Dentro deste contexto, tem-se que as empresas Ré

incorreram em falha na prestação dos serviços. Nestes termos:


“O fornecedor de serviços responde, independentemente da

existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos

consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,

bem como por informações insufi cientes ou inadequadas sobre

sua fruição e riscos” (Art. 14 do CDC).

Relembra-se, oportunamente, que as Demandadas não

chegaram a oferecer alguma refeição as mais de 8 horas em que a

Autora esperou no aeroporto por seu voo, em total desrespeito ao

previsto na Resolução nº 400/16 da ANAC que, em seus artigos 26º e 27º

prevê:

Art. 26. A assistência material ao passageiro deve ser


oferecida nos seguintes casos:
I - Atraso do voo;
II - Cancelamento do voo;
III - interrupção de serviço; ou IV - preterição de passageiro.
Art. 27. A assistência material consiste em satisfazer as
necessidades do passageiro e deverá ser oferecida
gratuitamente pelo transportador, conforme o tempo de espera,

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ainda que os passageiros estejam a bordo da aeronave com
portas abertas, nos seguintes termos:
I - Superior a 1 (uma) hora: facilidades de comunicação;
II - Superior a 2 (duas) horas: alimentação, de acordo com o
horário, por meio do fornecimento de refeição ou de voucher
individual; e
III - superior a 4 (quatro) horas: serviço de hospedagem, em
caso de pernoite, e traslado de ida e volta.

No caso concreto, ocorreu descumprimento à citada Resolução

da ANAC, na medida em que não foi ofertada alimentação adequada

aos passageiros que aguardaram por mais de 8 horas para o efetivo

embarque no voo Recife/PE – Natal/RN.

Assim, a conclusão que emerge da lei (art. 6º e 14 do CDC) e da

jurisprudência é, portanto, uma só: o consumidor merece respeito; não

pode ser submetido a situações que ultrapassem os meros

aborrecimentos da normalidade, como o presente caso.

II.1- DANO MATERIAL

Insta observar, inicialmente, que nos contratos de transporte

cabe ao transportador levar a pessoa, ou coisa, incólume até o destino

programado, no dia e hora estipulados, assumindo, assim, obrigação

de resultado.

O fato narrado açoita sobejamente a lei e a jurisprudência

pátria, visto que o dano não está adstrito apenas à quebra de seus

pertences, mas à inutilização da bagagem e a violação de sua

intimidade.

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Não é outra a posição consagrada pela Legislação Pátria,

como se vê do dispositivo transcrito da Carta Magna:

"Art. 5º(omissis)
V - é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo,
além da INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, ou a
imagem.";
X - São invioláveis a intimidade , a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, ASSEGURADO O DIREITO À
INDENIZAÇÃO PELO DANO MATERIAL OU MORAL
DECORRENTE DE SUA VIOLAÇÃO." grifo nosso

Ressalta-se que a relação jurídica existente entre as partes,

no presente caso, deve ser embasada nas regras previstas nas

Convenções de Varsóvia e Montreal, que prevalecem em relação ao

Código de Defesa do Consumidor, conforme decidido pelo Supremo

Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, no RE 636.331/RJ.

Contudo, deve-se aplicar as Convenções de Varsóvia e

Montreal, exclusivamente aos danos materiais , visto que se tratou de

serviço de transporte aéreo internacional, conforme comprovado nos

autos, aplicando-se, dessa forma, o Código de Defesa do Consumidor,

somente em relação aos danos morais .

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MATERIAIS E MORAIS, POR EXTRAVIO DE
BAGAGEM. VIAGEM INTERNACIONAL.
APLICABILIDADE DAS CONVENÇÕES DE VARSÓVIA E
MONTREAL, AO INVÉS DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR, SOMENTE EM RELAÇÃO AOS DANOS
MATERIAIS, EM VOO INTERNACIONAL. CABÍVEL
INDENIZAÇÃO MATERIAL, EM RAZÃO DA
DANIFICAÇÃO CONFIGURADA, MAS DE FORMA
LIMITADA, CONFORME CONVENÇÃO DE MONTREAL.
CONFIGURADOS OS DANOS MORAIS, EM RAZÃO DO

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TRANSTORNO CAUSADO PELO EXTRAVIO DA
BAGAGEM DA AUTORA/APELANTE. ÔNUS
SUCUMBENCIAIS INVERTIDOS, POR CAUSA DA
REFORMA DA SENTENÇA. MAJORAÇÃO DOS
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, EM GRAU RECURSAL. 1.
Cinge-se o presente recurso na irresignação da
Autora/Recorrente, contra o julgamento improcedente dos seus
pedidos de danos materiais e morais, em relação à prestação de
serviço de transporte aéreo internacional, pela Empresa
Ré/Apelada, mais precisamente sobre o extravio temporário, a
demora na devolução e os estragos na mala e nos produtos
contidos nela. 2. Deve-se aplicar as Convenções de
Varsóvia e Montreal, especifi camente em relação aos
danos materiais, visto que se tratou de serviço de
transporte aéreo internacional, conforme comprovado nos
autos. Em relação aos danos morais, por outro lado,
aplica-se, o Código de Defesa do Consumidor. 3.
Demonstrado o prejuízo experimentado pela Autora, deve a
sentença ser reformada, com a consequente condenação da
Empresa Ré/Apelada, ao pagamento dos danos morais e
materiais almejados pela consumidora. 4. Havendo modifi cação
do julgado, em relação à procedência do pedido Autoral, por
força do presente recurso, entendo, por bem, inverter o ônus
sucumbencial, condenando a Empresa Ré/Apelada, ao seu
pagamento, em sua integralidade. 5. De acordo com o artigo
85, § 11, do NCPC, devem ser majorados os honorários
advocatícios, em grau recursal. APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA E PROVIDA EM PARTE.
(TJ-GO – Apelação Cível n° (CPC): 00125620320168090051,
Relator: FRANCISCO VILDON JOSE VALENTE, Data de
Julgamento: 04/02/2019, 5ª Câmara Cível, Data de
Publicação: DJ de 04/02/2019)

Consoante aos fatos acima citados, a Requerente passou

horas na sala de embarque sem informações precisas acerca de seu voo,

muito menos sem saber se ainda conseguiria ser encaminhada pela

AZUL para outra companhia que oferecesse o mesmo trajeto, o que

terminou não ocorrendo.

Dessa forma, devido à longa espera, teve gastos não

planejados com alimentação, assim como o transporte para sua

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residência – ambos que deveriam ter sido custeados pelas empresas

Requeridas, conforme o art. 27, III, da Resolução Nº 400/16 da ANAC.

Tomando como base o escorço argumentativo apresentado, não

resta dúvida da responsabilidade objetiva das empresas Requeridas

pelo prejuízo causado a Requerente , não só nos valores dispendidos

anteriormente, quanto nos imprevistos, mas também especialmente ao

abalo sofrido por Camila Cristina por ter sido submetida a todo esse

desgaste.

III – DANO MORAL

III.1 – Violação da intimidade do Autor

É de se perceber que a reparação ideal de um dano é aquela

capaz de restabelecer o status quo ante, de modo a restituir as coisas a

seu estado original. Ocorre, porém, que nem sempre é possível obter

esse resultado, visto que muitas vezes as consequências do dano são

irremovíveis.

Nessas hipóteses, deve-se recorrer a uma situação que,

embora não restabeleça o estado original, amenize as consequências do

dano, de maneira a compensar o lesado pelo prejuízo sofrido e punir o

ofensor pelo ato lesivo através da reparação representada pela

indenização.

Preceitua Sílvio Rodrigues, que é “um remédio nem sempre

ideal, mas o único de que se pode lançar mão em tal caso” . Logo, a

impossibilidade de restituir a situação in natura não pode ser óbice para

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se reconhecer o direito à reparação pecuniária a quem sofreu danos

dessa natureza.

O entendimento jurisprudencial e doutrinário mais

difundido atualmente é o de que a quantifi cação da verba indenizatória

deve ser arbitrada pelo Magistrado em atenção as circunstâncias e

peculiaridades do caso concreto. Para tanto, deve-se ter em vista as

consequências do dano para o ofendido, bem como a sua repercussão no

mundo dos fatos.

Relembra-se que, a Autora foi privada de participar

integralmente de uma formatura para a qual havia se programado,

bem como teve seu direito a assistência material desconsiderando

pelas Requeridas durante as 8 horas de atraso do voo, e posterior

cancelamento.

Como se vê, não é preciso realizar grande esforço para

enxergar que o dano moral resulta, assim, do desconforto e angústia a

que a Autora foi submetida, sendo prejudicada ao tentar realizar os

compromissos assumidos, ao passo que não teve seus direitos básicos

garantidos, fi cando à míngua, sem se alimentar, por várias horas.

Nessas hipóteses, deve-se recorrer a uma situação que,

embora não restabeleça o estado original, amenize as consequências do

dano, de maneira a compensar a lesada pelo abalo sofrido e punir os

ofensores pelo ato lesivo através da reparação representada pela

indenização.

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Repise-se que, após mais de 09 (nove) horas de viagem, a

Requerente teve uma de suas malas INUTILIZADA, o que ocasionou

ainda prejuízo sob outros pertences, os quais estavam dentro da mala,

e no impacto também foram danifi cados, o que de per se, constitui fato

apto à violação dos direitos da personalidade do consumidor face à

comprovada destruição de sua bagagem, com a quebra de diversos

pertences.

Evidente, ainda, que o planejamento de uma viagem

internacional não se restringe apenas aos preços das passagens aéreas e

hospedagem, mas também aos custos dos objetos desejados que serão

adquiridos no país de destino.

É, no mínimo, insustentável que a Requerida tenha

permitido a violação e danifi cação da bagagem da Requerente, com a

quebra de seus objetos pessoais, pois tal fato denota incomensurável

humilhação e exposição da intimidade INVIOLÁVEL da Autora.

Dessa forma, há necessidade de analisar a situação

econômica do ofensor. Isto porque, deve-se evitar o desprestígio da

decisão judicial pela impossibilidade de seu cumprimento se o causador

do dano não puder arcar com o quantum estipulado, ou, ainda, para que

não se prejudique o caráter punitivo da indenização, quando o valor

arbitrado não conduza a uma sensível diminuição no patrimônio do

agente do ato ilícito.

No caso sub examine, não se pode negar o desmedido

transtorno da Requerente no aeroporto de Recife quando recebeu a sua

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bagagem totalmente inutilizada e com pertences quebrados, fato este

que lhe causou profundo aborrecimento.

O aborrecimento decorrente da violação da intimidade, por

si só, já enseja o dano moral, pelo que se torna ainda mais evidente o

dano com a quebra de objetos pessoais e presentes que trazia para os

seus familiares, tudo decorrente da atitude aviltante da empresa Ré,

posto que

“a possibilidade de ocorrer extravio, violação ou

danifi cação da bagagem dos passageiros confi gura

fortuito interno, ou seja, fato intimamente ligada à

atividade prestada pela ré, razão pela qual não se exclui

o dever de indenizar.” (cfr. TJ/RJ. Apel. Civ. n.º

2009.001.24511 - RJ, Des. Rel. Carlos Santos de Oliveira, 9ª

Câmara Cível, Dat. Pub. 30/06/2009 ).

Dessa forma, espera que Vossa Excelência, em seu prudente

arbítrio e tendo em vista os argumentos até então expostos, fi xe o valor

dos danos morais suportados pelo Autor no montante de R$ 10.000,00

(dez mil reais).

IV – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, não carecendo a presente de maiores incursões

doutrinárias ou jurisprudenciais, invocados ainda os altíssimos

suplementos de VOSSA EXCELÊNCIA, requer, recebida esta e julgados

procedentes os seus termos, a concessão do que se segue:

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a) a citação das empresas Ré para, dentro do

prazo legalmente estabelecido, contestarem a presente,

sob pena de revelia;

b) a PROCEDÊNCIA DA PRETENSÃO , para

condenar a empresa Ré ao pagamento de indenização

no montante de R$ 6.054,56 (seis mil e cinquenta e

quatro reais e cinquenta e seis centavos) , referentes

aos danos materiais advindos da quebra da bagagem e

pertences do Autor, acrescidos de correção monetária

pelo IGP-M desde o ajuizamento da pretensão e juros

de mora de 1% (um por cento) ao mês, a contar da

citação. Requer, outrossim, a compensação por danos

morais no quantum a ser arbitrado por este Juízo,

considerando o valor mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil

reais) , embasado na jurisprudência dos Tribunais

Pátrios, devidamente corrigido pelo IGP-M, desde o

evento danoso e juros de mora de 1% (um por cento)

ao mês, a contar da citação ;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova

admitidos em direito, que serão juntadas aos autos em momento

oportuno, caso não se satisfaça o v. Juízo com as provas já anexadas.

Dá-se à causa o valor de R$ 16.054,56 (dezesseis mil e

cinquenta e quatro reais e cinquenta e seis centavos).

Termos em que, pugna por deferimento.

Natal/RN, 16 de dezembro de 2019.

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RAFFAEL GOMES CAMPELO

OAB/RN 9.093

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