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AS LIMITAÇÕES DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA. TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO

Eurico Cirne De Lima Basto

Doutor/Doutor Europeu, Professor Coordenador

Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto

Belen Fernandez-Feijoo

Doutora, Professora Titular

Universidade de Vigo

ÁREA TEMÁTICA: A) Informação Financeira e Normalização Contabilística

PALAVRAS-CHAVE: informação contabilística; limitações; nova informação financeira.

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AS LIMITAÇÕES DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA: TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO

Resumo

Neste artigo, evidenciamos as limitações da informação contabilística. Dividimo-lo em duas


secções principais: na primeira, procura-se descrever o estado actual, salientando que o modelo
contabilístico vigente foi elaborado para dar resposta às necessidades informativas da revolução
industrial, pelo que está desajustado relativamente à sociedade do conhecimento, em que são
prevalecentes os activos intangíveis como os recursos humanos, investigação e desenvolvimento,
satisfação dos clientes, sistemas de informação e qualidade, que são os criadores das vantagens
competitivas sustentáveis das organizações e, por conseguinte, os seus mais importantes e
valiosos activos; na segunda parte, debruçamo-nos sobre as tentativas que procuraram suprir
aquelas limitações como é o caso: da informação sobre factos relevantes, da informação
financeira intercalar, por segmentos e prospectiva, da informação sobre o governo das sociedades
cotadas, da Demonstração do Rendimento Integral e das alterações ocorridas a nível de relato
financeiro provocadas pelo processo de convergência IASC/IASB; finalizaremos com a proposta
para a elaboração duma Demonstração de Riscos Empresariais.

LAS LIMITACIONES DE LA INFORMACIÓN CONTABLE: UNA PROPUESTA DE


SUPERACIÓN

Resumen

En este trabajo se aborda la problemática de las limitaciones de la información contable. El trabajo


está estructurado en dos partes. En la primera de ellas se presenta el estado actual de la cuestión,
destacando que el modelo contable vigente está diseñado para satisfacer las necesidades
informativas de la revolución industrial y, por lo tanto, resulta inadecuado para la actual sociedad
del conocimiento, en la que los activos más valiosos se una organización son los activos
intangibles, tales como los recursos humanos, la investigación, desarrollo e innovación, la
satisfacción del cliente, la calidad y las estructuras de información, auténticos creadores de
ventajas competitivas sostenibles. La segunda parte se orienta hacia las propuestas que han
tratado de suplir las referidas limitaciones. Así, se aborda el análisis de la información sobre
hechos relevantes, la información financiera segmentada y prospectiva, la información pública
sobre el gobierno de las sociedades cotizadas, el resultado global y los ajustes en la información
financiera como consecuencia del proceso de convergencia IASB/FASB. Para finalizar, se
presenta una propuesta para la elaboración de la información sobre riesgos empresariales.

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1. O Estado Actual
O modelo contabilístico vigente, elaborado para responder às necessidades informativas da
revolução industrial, apenas dará satisfação aos requisitos informativos da actual sociedade do
conhecimento se registar significativas alterações.
Almeida (2000, pp. 42-43) apresenta as limitações que as informações financeiras, veiculadas
pela Contabilidade, encerram:
-A Contabilidade apenas regista factos que possam ser expressos em moeda, o que exclui,
desde logo, do seu âmbito de acção acontecimentos relevantes ligados às condições em que a
empresa desenvolve a sua actividade, tais como: os efeitos de diagnósticos sobre a boa ou má
gestão, o clima de relações, os conflitos de hierarquias, greves em preparação, imobilidade,
austeridade futura;
-O ambiente político-social que rodeia a empresa não é alvo de tratamento apriorístico da
Contabilidade, por ela ser quantitativa e digráfica;
-O contabilista, ao observar e medir, tem de fazer estimativas, suposições, selecções e mesmo
omissões intencionais;
-O contabilista trabalha sob a pressão do tempo e a utilidade da informação que presta depende
da sua oportunidade que impõe a realização de estimativas sobre a situação financeira da
empresa;
-A informação financeira produzida raramente fornece dados sobre o mercado, indústria ou
competitividade da empresa.
No que respeita, mais especificamente, à Contabilidade de Gestão, consideram-se e
transcrevem-se os reparos feitos por Gutiérrez Ponce (1990, pág. 22) nos seguintes termos:
A obsolescência dos actuais sistemas contabilísticos é ainda mais patente perante factos tão
evidentes como estes: a perda de importância relativa dos custos directos nos actuais sistemas de
produção; a importância cada vez maior dos custos indirectos de estrutura imputáveis aos
produtos; as tendências para as reduções de inventários; a preocupação cada vez maior para
conseguir a qualidade total; a necessidade de medir o clima laboral das empresas; a importância
cada vez maior do factor humano para conseguir os objectivos tanto a curto como a longo prazo; a
flexibilidade para atender os mutantes gostos e necessidades dos clientes etc.[Tradução nossa]
Podemos apontar, numa perspectiva abrangente e seguindo, em diversas vertentes, diferentes
autores recompilados por Fontes (2008 a), um conjunto das principais limitações que condicionam
a informação contabilística divulgada:
-O actual relato financeiro ainda está especialmente vocacionado para empresa típica da
sociedade industrial, que assentava a sua vantagem competitiva no uso dos activos tangíveis
(Oliveira (2000));
-O sistema contabilístico vigente ainda está descentrado da realidade actual das empresas
(FASB (2001));
-Não permite responder aos desafios da sociedade do conhecimento (Moreira (2000));
-Perda de importância no processo de decisão;
-Diversos autores e organismos alertaram para a desadequação entre as necessidades
informativas dos destinatários e a informação divulgada (Gandia (2001) e Wallman (1995, 1996 e
1997));
-O custo histórico, embora prima pela objectividade, apresenta constrangimentos diversos como:
subavaliação dum grande número de activos, pouco apropriado para apreciar a vulnerabilidade,
as perspectivas futuras e a estabilidade das unidades económicas, não serve para valorizar os
principais elementos geradores de riqueza, não responde às actuais necessidades dos utentes e é
um método de valorização estático;
-Inoportunidade da sua divulgação porque, quando esta ocorre, tem pouca utilidade para a
tomada de decisão. Necessita-se dum processo de divulgação em tempo real (CICA (2000));

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Trata-se duma informação agrupada e padronizada que, apesar de procurar satisfazer o
requisito da comparabilidade, não traduz a realidade das empresas nem satisfaz as necessidades
particulares dos utentes (Gandia (2001) e Wallman (1995));
-É estática e deveria ser dinâmica, para satisfazer os requisitos dos utentes (Gandia (2001));
-É retrospectiva, não possibilitando descortinar a evolução futura das empresas, pelo que
deveria passar a ser prospectiva (Wallman (1997), Menezes (2001));
-Traduz apenas o valor gerado pelas transacções, sendo incapaz de traduzir a realidade
empresarial actual que necessita de informação não financeira (Cravo e Machado (2000), Parker
(2001));
-Não contém informação sobre o risco do negócio;
-Não relata o valor dos activos intangíveis gerados internamente, os principais activos das
empresas da economia do conhecimento, o que conduz à sua perda de relevância (Beattie (2005),
Rodrigues (2007));
-Não relata sobre os impactos da empresa na sua envolvente, designadamente os de ordem
social e ambiental (Monteiro (2006), Parker (2001)).
2. A Contabilidade na Sociedade do Conhecimento
A sociedade do conhecimento, em que vivemos, constitui, segundo Crawford (1994), o culminar
da evolução das transformações ocorridas no mundo, desde o início da civilização até aos dias de
hoje. Assim, este autor defende terem existido quatro sociedades básicas na história da presença
do homem na terra: a sociedade primitiva, a sociedade agrícola, a sociedade industrial e a
sociedade do conhecimento.
Enquanto na era industrial as organizações assentavam num modelo hierárquico com funções
perfeitamente separadas, como a produção, comercial, administrativa, financeira e pessoal, em
que o controle interno incidia sobre os activos tangíveis, na era do conhecimento, na qual hoje
vivemos, ele deve preocupar-se, essencialmente, com os activos intangíveis como os recursos
humanos, a investigação e o desenvolvimento, a satisfação dos clientes, os sistemas de
informação e o nível de qualidade que estão na origem das vantagens competitivas sustentáveis
das organizações, constituindo, portanto, os seus mais importantes e valiosos activos.
A evolução da Contabilidade, em resultado das transformações ocorridas na sociedade, pode
ser apresentada, de forma esquemática, a partir dos quatro tipos de sociedade preconizados por
Crawford, cujas características fundamentais apresentámos no Quadro 1., o que iremos fazer no
quadro a seguir apresentado.

Quadro - Evolução do Conhecimento Contabilístico perante as Transformações Ocorridas


na Sociedade

Sociedade Primitiva
Panorama mundial: economia baseada na actividade recolectora, caça e pesca, individual ou
desenvolvida por pequenos grupos.
Repercussões na Contabilidade: inexistentes. Apenas ocorre a contagem física dos bens
(inventário periódico ).

Sociedade Agrícola
Panorama mundial: economia assente na agricultura; método de produção artesanal; com o
início das descobertas começam as relações comerciais; assiste-se à formação das primeiras
sociedades comerciais sob a forma de em comandita.
Repercussões na Contabilidade: as descobertas marítimas determinam a necessidade de
controlo mais cuidadoso; os investimentos são contabilizados no início das expedições e apura-
se o resultado, após a venda das mercadorias, para satisfazer os interesses dos sócios e do

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Estado ( liquidação e cobrança dos impostos).

Sociedade Industrial
Panorama mundial: economia baseada no capital e no trabalho; trabalho mecanizado e
produção em série; formação de grandes empresas, quer na área industrial, quer na produção
de serviços; as pessoas físicas e jurídicas são obrigadas ao pagamento de impostos;
Administração Cientifica do trabalho (Taylorismo); as duas grandes guerras mundiais.
Repercussões na Contabilidade: Sistema de Informação Contabilística; Sistema de Informação
para a Gestão; os accionistas, os gestores e o governo são os principais destinatários da
informação produzida; auditoria externa; separação dos custos de produção; reconhecimento
sistemático da depreciação; estabelecimento de institutos e organismos contabilísticos;
estabelecimento do orçamento do estado e do respectivo controlo e divulgação; mensuração de
custos, produtos e desempenho da gestão.

Sociedade do conhecimento
Panorama mundial: globalização da economia; a importância do conhecimento como recurso
económico; informatização da produção e do trabalho; massificação das tecnologias da
informação e das telecomunicações.
Repercussões na Contabilidade: harmonização do normativo internacional da Contabilidade;
sistema de informação contabilística para decisões estratégicas; novas formas para mensurar o
valor da empresa.

Fonte: Elaboração própria.


Ponderando os reflexos que as mudanças, ocorridas através dos tempos, tiveram no
conhecimento contabilístico, constata-se que a Contabilidade, na sociedade agrícola, pretendia
satisfazer as necessidades de informação do dono do negócio ou de pequenos grupos, numa
economia em que predominava o comércio baseado na actividade económica agrícola, o que
conduziu a melhorias no registo conducentes ao apuramento dos resultados; tal desiderato
resultava do tipo de sociedade comercial dominante que era o das sociedades em comandita,
onde coexistiam sócios capitalistas e sócios trabalhadores.
Nesta fase evolutiva da sociedade humana, verificou-se o surgimento de diversos trabalhos
sobre Contabilidade que culminaram na célebre obra de Luca Paccioli, La Summa de Arithmética
Geometria, Proportioni et Proporcionalitá (1494), marco de tal forma importante que até 1750 os
trabalhos produzidos se limitavam a traduzi-la ou adaptá-la.
A passagem da sociedade agrícola para a sociedade industrial caracterizou-se por um aumento
significativo da dimensão das empresas, com o concomitante acréscimo da necessidade de
capital físico e financeiro, o que provocou um desenvolvimento do conhecimento contabilístico
bem como das responsabilidades do contabilista inerentes à satisfação das necessidades
informativas dos accionistas e dos gestores.
O processo industrial e as informações que dele se deveriam retirar permitiram a autonomização
da Contabilidade de Custos.
O sistema de informação que a Contabilidade constitui provocou a divisão desta em
Contabilidade Financeira, que produz informação para os utentes externos, e Contabilidade de
Gestão, produtora de informação para os utentes internos, o que foi potenciado com o
aparecimento, na década de 50, dos computadores.
Também, nessa época, surgem os auditores independentes, quer no Reino Unido, quer nos
EUA, por imperativo de defesa, designadamente, dos principais credores das indústrias, as
instituições financeiras.
O reconhecimento sistemático da depreciação dos activos fixos foi causado pelas companhias
de caminho de ferro que, além de serem capital intensivas, detinham imobilizados corpóreos com
uma vida útil superior aos pertencentes às restantes indústrias. A não contabilização da
depreciação, nas primeiras empresas ferroviárias americanas, causou a sua descapitalização,
visto que foram distribuídos como lucros importâncias que eram verdadeiros custos.

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Face à presença de diversos destinatários com necessidades informativas diferentes e à
diversidade dos sectores de actividade económica e cultural em que actuavam as empresas,
houve que criar institutos e órgãos produtores de normas contabilísticas.
O Taylorismo teve um papel determinante na valorização da Contabilidade de Gestão como
meio de determinação dos custos, do valor dos produtos e da performance da gestão.
A sociedade do conhecimento, a que pertencemos, caracteriza-se pelas constantes e profundas
mudanças, o que exige por parte da Contabilidade sentido inovador e agilidade para poder
reconhecer e medir o valor dessas mudanças nas organizações e pressentir as necessidades dos
destinatários da informação produzida.
A existência de um mercado global veio colocar a Contabilidade perante dois desafios:
-A urgência da harmonização do normativo contabilístico internacional, para corresponder à
necessidade de registar as transacções que as empresas fazem por todo o mundo;
-A necessidade de dar resposta a um número crescente de destinatários da informação
elaborada.
O objectivo científico da Contabilidade traduz-se na correcta apresentação do património e na
detecção das causas das suas variações. Segundo o paradigma da utilidade, procura fornecer aos
destinatários informações que lhes permitam a tomada de decisões, de acordo com os interesses
específicos de cada um.
Como bem refere Franco (1999 b, pp. 5 e 6):
“… os objectivos da informação contabilística … devem ser estabelecidos em função da
utilidade para o processo de tomada decisões económicas dos seus utilizadores, o que pressupõe
a elaboração e comunicação da informação de acordo com determinados requisitos qualitativos.”
“… requisito qualitativo fundamental … é o da relevância, entendida como a qualidade que a
informação contabilística deve possuir para poder exercer uma influência geral ou potencial sobre
o processo de tomada de decisões … pressupõe a formulação e a comunicação de modo
oportuno aos utilizadores.”
Almeida (2000, pág. 38) conceitua a Contabilidade como “... um processo de identificar, medir e
comunicar informação económica para permitir juízos e decisões fundamentados aos utilizadores
da informação”.
-não já considerar as realidades contabilísticas na sua necessária perspectiva estática,
ocasional e conjuntural mas também na sua perspectiva dinâmica (de passado, presente e futuro),
conexiva e estrutural. (Ferreira(1992, pág. 18))
-a Contabilidade deixou de ser simplesmente histórica e situacional, passou a ser controladora,
correctiva e previsional. Com a ampliação das finalidades, o objectivo da Contabilidade alargou-se
e multifacetou-se (Contabilidade multidimensional). (Ferreira (1994, pág. 27))
… importa, cada vez mais, que se procure não já uma só solução, um só critério, a melhor
solução, o melhor critério. Há que procurar, sim, apresentar versões múltiplas, das realidades que
a Contabilidade regista e aprecia, visões multifacetadas, as mais convenientes sim, mas para
cada situação, para cada interessado. (Ferreira (1993, pág. 148)).
A Contabilidade é um sistema de informação, destinado a munir os seus destinatários com
análises e demonstrações de natureza económica, financeira, física e de produtividade relativas à
entidade alvo de contabilização.
O sistema de informação contabilístico tem-se revelado limitado tendo, actualmente, menor peso
na tomada de decisão e no planeamento, embora deva constituir a espinha dorsal do sistema de
informação de gestão.
Wu (1983, pág. 64) afirma: “a fraqueza mais evidente dos Sistemas de Informação
Contabilísticos é a deficiência em fornecer informações para um planeamento estratégico da
gestão”.
Edvinsson e Malone (1999, pág. 15-16), ao debruçarem-se sobre esta questão, sustentam que:

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.... o modelo tradicional da Contabilidade que descreveu tão magnificamente as operações das
empresas durante meio milénio não tem conseguido adaptar-se às perturbações que
revolucionam o mundo dos negócios. Assim como os organigramas, as brochuras institucionais e
os registos do pessoal, as demonstrações financeiras das empresas revelam-se hoje muito
estáticas e rígidas. São incapazes de descrever a actividade duma empresa moderna, a
flexibilidade da sua estrutura, as suas alianças estratégicas, a responsabilidade acrescida do seu
pessoal, o estabelecimento de novas tecnologias da informação, um marketing multimédia em
rede ou ainda a importância crítica dos recursos intelectuais da empresa. [Tradução nossa]
Tem-se verificado a existência de uma assinalável diferença entre o valor de mercado das
empresas cotadas ou o valor pelo qual algumas têm vindo a ser transaccionadas e o seu valor
contabilístico.
Esta diferença corresponderia a uma deficiência da Contabilidade em mensurar tal valor. Há
quem denomine esta diferença de Capital Intelectual (CI) - que será objecto da nossa atenção
mais adiante -, embora nos pareça que ele não é o único responsável pela sua existência.
Dois aspectos devem merecer atenção:
-O entendimento sobre o valor da empresa e o valor contabilístico da empresa;
-As causas que determinam o valor de mercado das acções, tendo em atenção as
características do mercado accionista e os princípios e o normativo contabilístico vigente no país
em apreço.
O valor da empresa é aquele que os potenciais compradores estão dispostos a pagar pela
compra do seu património líquido.
Quanto a considerar que o valor da empresa corresponde ao seu valor dado pela Bolsa
depende desta ser eficiente, isto é, de haver liquidez para as respectivas acções e do seu capital
estar pulverizado e, praticamente na sua totalidade, disponível para ser objecto de negociação.
Nestas circunstâncias, o valor de mercado da empresa corresponderia ao produto do valor de
mercado de cada acção pela totalidade das acções.
No entanto, as cotações das acções sofrem a influência de uma série de factores, alguns dos
quais externos à própria empresa, como é o caso dos de índole política e económica - assumindo
nestes especial significado os de cariz psicológico, produtores de movimentos especulativos - e
outros de índole contingencial.
Numa economia global, como a presente, as envolventes transaccional e contextual, que
rodeiam as empresas, sofrem, muitas vezes, alterações a nível mundial que nelas provocam
influências de intensidade diversa.
O facto de uma empresa poder ser negociada a uma valor assaz inferior ou superior ao valor do
seu património líquido não nos deve espantar porque os princípios de avaliação, designadamente
o princípio do custo histórico, adoptados pela Contabilidade não foram estabelecidos para medir o
valor de venda da empresa, mas sim para apurar o resultado da sua actividade.
3. As Tentativas para Superação das Limitações: A Ampliação da Informação Divulgada
pelas Empresas
3.1. Informação Financeira e não Financeira Regulamentadas
O encurtamento do tempo entre a divulgação da informação financeira melhora a informação
dos seus destinatários, desde que dela disponham oportunamente.
Esta informação financeira intercalar veio a ser implementada graças às pressões das Bolsas de
Valores e “ muita gente acredita que a informação financeira trimestral influencia a cotação dos
títulos tanto, ou talvez mais, que a informação anual” [Tradução nossa].1
A Security and Exchange Comission ( SEC ), organismo regulador do mercado de capitais nos
EUA, impõe que as sociedades cotadas divulguem informação financeira com periodicidade
trimestral e de conteúdo semelhante à da informação anual.

1
Breresford y Okubara (1986, pág.45) citados por García Díez et al. (1993).

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No que respeita ao governo das sociedades, acompanhamos Cravo e Machado (2000): “ ...as
Recomendações sobre o Governo das sociedades cotadas mais não são do que uma tentativa de
divulgação do sistema de regras e condutas relativo ao exercício da direcção e do controlo das
sociedades cotadas”.
De forma sintética e sem preocupação classificativa, iremos apresentar, de seguida, algumas
das mais relevantes incumbências informativas das sociedades cotadas:
-Publicitação do organigrama e das funções atribuídas aos vários órgãos sociais, comissões
e/ou departamentos da sociedade;
-Descrição, anualmente, do comportamento em bolsa das acções e da politica de dividendos
prosseguida;
-Divulgação dos acordos parassociais, quando assumem relevância para a organização da
sociedade;
-Anunciar o recurso às novas tecnologias informativas para divulgar a informação financeira;
-Referência ao Gabinete de Apoio ao Investidor, explicitando as funções, a informação
disponibilizada, formas de acesso e identificação do representante das relações com o mercado;
Informar sobre as medidas destinadas a incentivar o exercício do direito de voto, quer de forma
directa, quer por meios electrónicos, quer por representação para o que o accionista deve estar
habilitado com a informação indispensável a esse exercício;
-Descrever os códigos de conduta existentes relativos a conflitos de interesses entre os
membros dos órgãos de administração e a sociedade, incompatibilidades, sigilo profissional,
diligência e lealdade na gestão da sociedade;
-Detecção e divulgação dos riscos, financeiros, ambientais, jurídicos e outros que, associados à
actividade da empresa, se considerem relevantes;
Informar sobre a composição do órgão de administração, designadamente evidenciando os
administradores independentes dos accionistas dominantes, que deverão, em igual proporção,
fazer parte da comissão executiva;
-Relação das comissões de controlo internas, que deverão ser compostas por administradores
não executivos, destinadas a fiscalizar assuntos como nomeações ou politica de remunerações,
sendo que, relativamente a esta, uma parte da remuneração dos membros da administração com
funções executivas deve estar associada aos resultados da sociedade. Deverão ser também
divulgadas as remunerações auferidas individualmente pelos membros dos órgãos de
administração e fiscalização, distinguindo os administradores executivos dos não executivos e a
parte fixa da variável.
A informação financeira por segmentos é o objectivo da Norma Internacional de Relato
Financeiro (NIRF) nº 8 do International Accounting Standards Board (IASB) - Segmentos
Operacionais como se deduz, e transcreve-se do seu ponto 1:
... divulgar informações que permitam aos utentes das suas demonstrações financeiras avaliar a
natureza e os efeitos financeiros das actividades de negócio em que está envolvida, assim como
os ambientes económicos em que opera.
Assim, na conceituação do segmento operacional, o seu ponto 5. prescreve:
Um segmento operacional é uma componente de uma entidade:
a)Que desenvolve actividades de negócio de que pode obter réditos e incorrer em gastos
(incluindo réditos e gastos relacionados com transacções com outros componentes da mesma
entidade);
b)Cujos resultados operacionais são regularmente revistos pelo principal responsável pela
tomada de decisões operacionais da entidade para efeitos da tomada de decisões sobre a
imputação de recursos ao segmento e da avaliação do seu desempenho; e
c)Relativamente à qual esteja disponível informação financeira distinta.

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A concluir, e de acordo com Cervera Milán et al. (1997), podemos afirmar que a informação
financeira deste cariz, ao permitir avaliar melhor o risco empresarial, comporta desvantagens para
a entidade que a emite, visto que fica mais exposta a ataques dos concorrentes, dos clientes ou
dos governos onde a sua actividade é assaz lucrativa, não olvidando que este tipo de informação
é cara na sua elaboração e na sua divulgação.
Iremos considerar agora a informação financeira prospectiva, cuja importância para os
investidores, principais destinatários da informação financeira relativa às empresas cotadas, tem a
ver com o facto de, como complemento relevante da informação financeira histórica, os habilitar
para uma tomada de decisões melhor fundamentada.
A partir dos anos setenta do século passado, é que começam a surgir preocupações de
regulamentar os assuntos relativos a previsões, fruto do ambiente agitado que passa a rodear as
organizações.
A informação financeira prospectiva debruçar-se-á, de forma completa ou parcial, sobre o futuro
de uma organização, a, no mínimo, um ano completo de actividade. Tem implícita a estratégia da
empresa corporizada em planos e orçamentos.
As estimativas têm implícita uma grande dose de subjectividade, por se efectuarem em
ambiente de incerteza, havendo elevados riscos de distorção quando se trata de estimativas
contabilísticas; estas baseiam-se em provas mais vagas e difíceis de recolher do que as que
servem de base a outros elementos das Demonstrações Financeiras (DF). Compete ao auditor
avaliar, quer sobre a qualidade dos dados em que se fundamenta a estimativa, quer sobre a forma
como foram analisados e projectados para constituir um apoio credível que sustente a estimativa
contabilística.
Ao destacar-se estas situações procurou-se detectar as preocupações que a empresa deve ter
quando está a fazer estimativas contabilísticas que, como foi referido, não constituindo informação
financeira prospectiva, podem em muitos casos constituir um bom treino para a sua elaboração.
A administração é obrigada, em determinadas estruturas conceptuais de relato financeiro, a
pronunciar-se, através duma estimativa, acerca da entidade continuar a desenvolver a sua
actividade.
Compete ao auditor avaliar da credibilidade desta estimativa. Normalmente esta estimativa é
feita relativamente ao exercício económico seguinte àquele a que se reportam as DF.
O pressuposto da continuidade é considerado como o mais importante em que se baseia a
Contabilidade e tem implícito a necessidade de se projectar o futuro da empresa.
A continuidade é uma previsão, visto que o auditor, ao ter dúvidas sobre a sobrevivência da
empresa no curto prazo, deverá delas fazer expressa menção no seu relatório. Para formar a sua
opinião com fundamento “... deve avaliar os factores negativos e positivos, em colaboração com
os responsáveis da entidade, incorporando, na sua análise, os orçamentos e projecções
financeiras, bem como os pressupostos subjacentes ... (Almeida (2000, pág. 81)). A informação
financeira prospectiva é onde se baseia o auditor para formar a sua opinião sobre a continuidade
da entidade.
Os modelos de previsão da continuidade/descontinuidade interessam, praticamente, a todos os
destinatários da informação financeira.
Uma previsão baseia-se em pressupostos quanto a acontecimentos que se prevê realizem no
futuro e a acções que a administração tenciona empreender na data em que a informação é feita.
Uma projecção radica em pressupostos hipotéticos sobre acontecimentos futuros e a acções da
administração que podem ou não realizar-se.
A informação financeira prospectiva pode conter DF completas ou parciais e pode visar: o apoio
à gestão interna; ou destinar a informação a destinatários externos como é o caso dos
investidores potenciais, accionistas ou credores.
3.2. As Novas Informações Financeiras
3.2.1. O Relato Financeiro na Internet

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O relato financeiro tradicional obstaculiza a transmissão rápida da informação, por ser lento e
estático.
Os progressos verificados nas tecnologias de informação e comunicação (TIC) incrementaram
as potencialidades da Internet.
A Internet assume-se, assim, como um novo canal de comunicação fruto do progresso
tecnológico, imprimindo uma nova amplitude à informação, transformando a sociedade nas suas
múltiplas vertentes - económica, financeira, comercial, laboral, política, cultural e social. (Carreira
(2003, pág. 50))
Relacionamos de seguida e também considerando Fontes (2008 b), que se apoia em diversos
autores, as vantagens e inconvenientes do relato financeiro electrónico (RFE).
Vantagens:
-Informação mais oportuna e completa;
-Custo de produção da informação mais baixo (Brown (2007), Alves (2005), Gandia (2001));
-Apresentação flexível, permitindo adaptar a informação a cada tipo de stakeholder e ao
normativo de cada país (Alves (2005), Meneses (2001));
-Facilita e potencia a utilização da informação financeira (Williams et al. (2006), Alves (2005),
Meneses (2001));
-Informação mais compreensível e relevante (Gallhofer et al. (2006), Carreira (2003), Gandia
(2001));
-Permite a comparação nacional e internacional das DF (Baldwin et al. (2006), Gandia (2001)).
Inconvenientes:
-A problemática da delimitação da informação (CICA (2008), Xiao et al. (2005));
-Auditada/não auditada e credibilidade (Gandia (2001));
-Heterogeneidade e abundância de informação (Carreira (2003));
-Segurança da informação disponibilizada;
-Usar o RFE como um veículo de marketing da empresa (Gallhofer et al. (2006), García Borbolla
et al. (2005)).
Os inconvenientes podem mitigar as vantagens da Internet, pelo que os organismos
regulamentadores, designadamente o IASB, International Federation of Accountants (IFAC),
Federal Accounting Standards Board (FASB) e International Organization of Securities
Commissions (IOSCO), já emitiram normativo sobre a matéria.
Aos organismos reguladores põe-se a necessidade de elaborar normas que regulem a
transmissão da informação pela Internet, de que beneficiará, grandemente, a harmonização
contabilística internacional e que fomentará o uso das TIC.
3.2.2. A Demonstração do Rendimento Integral (Comprehensive Income)
Deve-se ao Grupo 4+1 (os normalizadores da Contabilidade da Austrália, Canadá, USA e Reino
Unido + IASB) a elaboração dum documento para discussão, em Janeiro de 1998, intitulado,
“Reporting financial performance: current development and future directions”.
O substrato teórico do resultado global assenta nos defensores da escola clássica normativa
dedutiva que consideram ser a diferença do valor económico da entidade entre dois momentos
consecutivos, corrigidos pelas entradas ou retiradas de fundos por parte dos proprietários.
Acompanhando Sousa Fernández (2009), os fundamentos conceituais em que assenta o
resultado global são os seguintes:
Conceito económico de renda da escola clássica normativa dedutiva, especialmente orientada
para informar o utente privilegiando o investidor;

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Os critérios de valorização usados podem ser o dos valores correntes para os activos e passivos
como o do justo valor;
Assente na focalização de activos-passivos de acordo com a metodologia da teoria clássica ou
estática do balanço;
Obedece ao critério da manutenção do capital financeiro;
Alinhado com a teoria do sujeito contabilístico referido ao interesse dos proprietários;
Privilegia, como conceito de resultado, a relevância sobre a fiabilidade.
O objectivo central do trabalho do Grupo 4+1, era o desenvolvimento de uma proposta de uma
nova demonstração da performance financeira, mais global, a que chamaram “comprehensive
income” e que foi traduzida por Demonstração do Rendimento Integral (DRI). Trata-se de uma
nova aproximação e medida da performance das empresas.
Substitui-se a noção de resultado por esta mais ampla de performance.
Verificaram que, em diversos países, determinadas operações contabilísticas são registadas
directamente no capital próprio, como é o caso, entre outras, das mais ou menos valias em
aplicações financeiras, das reservas de reavaliação do imobilizado e dos ganhos e perdas
actuariais em planos de prestação definidos, pelo que não transitam pela conta de resultados.
A medida da performance financeira total da empresa deveria considerar esses elementos,
propondo, o Grupo 4+1, que fossem incluídos nesta nova DF.
Esta nova peça conteria o resultado das actividades operacionais, o resultado das operações
financeiras e doutras operações de tesouraria e os outros custos e proveitos. Os critérios a seguir
para os destrinçar eram: a natureza das actividades, o seu carácter recorrente ou não recorrente,
a sua origem interna (actividades geradoras de valor acrescentado) ou externa (variações dos
preços de mercado, das taxas de juro, etc.). Assim, por exemplo, as alterações de valor dos
activos detidos a longo prazo deveriam ser registadas em “outros custos e proveitos” em vez de o
serem em resultados das actividades operacionais; procura-se distinguir, na avaliação da
performance, o resultado das decisões da gestão do resultante de factores externos à empresa
que ela não pode controlar e provêem da chamada envolvente contextual.
No entanto, o raciocínio implícito nesta nova DF é causador de problemas de índole prática,
como:
Se a gestão decide recorrer a instrumentos de cobertura de risco não parece apropriado registar
em “outros custos e proveitos” as variações dos parâmetros de mercado que influem nos valores
dos activos e dos passivos;
Problemas de “reciclagem” que ocorrem quando se contabiliza em dois exercícios diferentes um
elemento com a mesma performance financeira. Será o caso de ganhos e perdas latentes que
foram contabilizadas na demonstração de performance financeira e, posteriormente, se
transformam em ganhos ou perdas realizadas, em resultado da venda de títulos de aplicações
financeiras, pelo que seriam de novo contabilizados, agora, em “resultado das actividades
operacionais” quando da primeira vez tinham sido em “outros custos e proveitos”. O Grupo não
permite esta “reciclagem”;
Quanto aos resultados excepcionais põe-se o dilema de saber se figuram numa linha própria ou
devem ser repartidos pelas três partes desta demonstração, acima referidas: resultado das
actividades operacionais, resultado das actividades financeiras e outras operações de tesouraria
ou outros custos e proveitos. Os custos de reestruturação são contabilizados, segundo o G4+1, da
seguinte forma: os custos sociais nos resultados das actividades operacionais e os custos
financeiros deverão sê-lo nos resultados das actividades financeiras.
Alguns e importantes obstáculos terá de ultrapassar esta nova DF, visto que, para além dos
problemas práticos que suscita, ainda se poderia considerar que a performance financeira da
empresa corresponderá à diferença entre os seus capitais próprios no início e no fim do exercício.
Por fim, e não menos importante, como afirma Bernheim (2001, pág. 5): “... quando a maior
parte do valor da empresa se encontra no seu capital imaterial, no essencial muitas vezes não

11
reconhecido no seu activo e portanto não contabilizado, a questão da medida da performance
financeira, no estrito plano contabilístico, fica em aberto”. [Tradução nossa]
Igualmente Cañibano e Sánchez (2004) evidenciam que se está diante de tantos elementos
imateriais que representam uma fatia importante da riqueza de muitas empresas, que não se
integram nos balanços, por não haver critérios de valorização fiáveis, pelo que nem as suas
alterações de valor são contemplados no resultado global.A DRI, veio a ser acolhida na NIC 1 -
Apresentação das Demonstrações Financeiras, revista em 2007, e com entrada em vigor em 1 de
Janeiro de 2009, tendo sido utilizada, pela primeira vez, na feitura das contas desse ano,
concretizada durante o início de 2010.
Dentre as razões que levaram à revisão desta NIC 1 salientamos duas, a saber: a agregação da
informação nas DF com base em características partilhadas, tendo-se criado esta nova
demonstração que inclui todos os rendimentos e gastos, pertençam ou não aos resultados;
convergência do IASB com a Statement of Financial Accounting Standard (SFAS) 130 do FASB,
“Reporting Comprehensive Income”.
A NIC 1 revista, aplica-se a toda a entidade que elabore e apresente as suas DF de acordo com
as NIRF do IASB.
Segundo o seu parágrafo 10, um conjunto completo de DF compreende:
Uma demonstração da posição financeira no fim do período;
Uma demonstração do rendimento integral do período;
Uma demonstração de alterações no capital próprio do período;
Uma demonstração de fluxos de caixa do período;
Notas;
Uma demonstração da posição financeira referida ao princípio do primeiro exercício
comparativo, no caso da entidade aplicar uma política contabilística retrospectivamente, realizar
uma correcção retrospectiva de registos ou reclassificar registos nas suas DF.
A DRI abrange a alteração no capital próprio durante um período como resultado de transacções
e outros acontecimentos diferentes das alterações resultantes de transacções com os
proprietários que actuem nessa qualidade.
… reflectir todo o rendimento da entidade numa mesma demonstração, já que há uma série de
rendimentos e gastos que por disposição da NIRF correspondente, não fazem parte do resultado
mas que indubitavelmente informem sobre a actuação financeira da entidade, definitivamente
sobre a capacidade de gestão dos administradores. (Olleros Rodriguez (2010, pág. 69)) [Tradução
nossa]
A NIC 1, no seu parágrafo 81, admite optar por duas vias alternativas de apresentação dos
rendimentos e gastos:
Numa única DRI; ou
Em duas demonstrações: uma em que se evidenciam as componentes dos rendimentos e
gastos, denominada demonstração separada de resultados, e outra que começa com o resultado
líquido do exercício a que acrescenta os componentes doutro rendimento integral, a DRI.
A DRI será composta, no mínimo, pelas seguintes componentes:
a)Rédito;
b)Custos financeiros;
c)Participação no resultado de associadas e de empreendimentos conjuntos contabilizados
segundo o método da equivalência patrimonial;
d)Gastos de impostos;
e)Uma única importância que compreenda o total de:
i) O resultado depois de impostos provenientes das unidades operacionais descontinuadas; e

12
ii) O resultado depois de impostos reconhecido na mensuração ao justo valor menos custos da
venda ou pela alienação de activos ou de grupos de activos que constituam uma unidade
operacional descontinuada.
f)Resultado líquido do exercício;
g)Cada uma das componentes de outro rendimento integral classificados segundo a sua
natureza, com exclusão das importâncias reconhecidas em h);
h)Participação noutro rendimento integral de associadas e de empreendimentos conjuntos
contabilizados segundo o método da equivalência patrimonial;
i)Rendimento integral total.
Quando a entidade optar por elaborar duas demonstrações distintas incluirá na demonstração
separada de resultados as alíneas a) a f), juntamente com a repartição do resultado líquido do
exercício entre os detentores de capital e os interesses minoritários.
Neste caso, o resultado líquido do exercício é transportado para a demonstração de rendimento
integral seguido das componentes g) a i).
Para a determinação do rendimento integral,
“… parte-se do resultado líquido, última importância da conta de Lucros e Perdas a que se
agregam os gastos e rendimentos que devam reconhecer-se directamente no capital próprio,
juntamente com o seu efeito impositivo, e os ajustes por reciclagem ou transferências para lucros
e perdas no momento da alienação, abate ou deterioração, líquidos também de impostos.” (Sousa
Férnandez (2009, pág. 220)) [Tradução nossa]
A elaboração da demonstração de rendimento integral retira a possibilidade de optar pela
demonstração de alterações no capital próprio para revelar o rendimento integral, como previa a
NIC 1, no formato de 2003.
3.2.3. .Financial Crisis Advisory Group e os contributos do Projecto de Convergência do
IASB/FASB em Resposta às Recomendações dos G20
O Relatório do Financial Crisis Advisory Group – FCAG (Grupo Consultivo para a Crise
Financeira), grupo originado pelo IASB e pelo FASB, tendo em vista aconselhá-los sobre as
alterações a fazer no normativo contabilístico, em resultado da crise financeira, foi apresentado
em finais de Julho de 2009.
Concluiu que havia fortes indícios de que as normas de contabilidade não estiveram na origem
da crise financeira, embora esta tenha evidenciado as suas debilidades o que afecta a
credibilidade do relato financeiro e, por consequência, do sistema financeiro.
O relatório conclui apresentando os seguintes princípios e recomendações:
1º- Relato financeiro eficaz.
Fraquezas:
-A dificuldade do uso do justo valor em mercados sem liquidez;
-O atraso no reconhecimento de perdas nos instrumentos financeiros emitidos pelas instituições
financeiras;
-A grande complexidade do normativo contabilístico sobre instrumentos financeiros;
-O problema dos riscos relatados no anexo.
O facto de importantes activos da banca estarem avaliados ao custo histórico, o que os
sobrevaloriza ao registarem as perdas incorridas e não as perdas esperadas, o que atrasa o
reconhecimento das perdas.
Recomendações:
-Prioridade pelo IASB e FASB à revisão do normativo sobre instrumentos financeiros, visando a
sua melhoria e simplificação;

13
-Nessa revisão, devem procurar alternativas ao modelo das perdas incorridas, como o das
perdas esperadas e o do justo valor;
-Os reguladores têm especial interesse neste normativo bem como nos sobre consolidação de
contas, desreconhecimento e divulgação do risco para o que há que manter com eles o diálogo e
avançar no processo de convergência IASB/FASB que envolve estas normas.
2ºLimitações do relato financeiro.
Decorrem do mau funcionamento dos mercados como é o caso dos mercados de balcão, em
que a informação não tem relevância nem é merecedora de confiança, e das alturas de
turbulência.
Recomendações:
-O IASB e o FASB devem reconhecer as limitações da informação financeira na revisão da
estrutura conceptual a que estão a proceder;
-Os utentes devem estar cientes destas limitações e fazer o seu próprio juízo;
-Os reguladores devem precaver que os mercados de balcão funcionem com preços
transparentes;
-As instituições financeiras devem avaliar mais correctamente os seus activos e passivos.
3º Convergência das normas de contabilidade.
Necessidade de se chegar a um conjunto único de normas de alta qualidade que permitam o
fornecimento de informação financeira com relevância e transparência.
Recomendações:
-O IASB e o FASB devem empenhadamente alcançar a convergência, para o que deverão ser
apoiados pelos governos, intervenientes nos mercados financeiros e pelas empresas;
-Os governos, que ainda não o fizeram, são incentivados a adoptar as IAS/IFRS;
-O normativo pode ser único e haver diferenças no relato financeiro, em resultado de normativos
de auditoria e no enforcement diferentes.
4º A independência e a responsabilização dos organismos de normalização.
A independência é a condição necessária para a emissão de normas de alta qualidade.
A responsabilização está relacionada com a discussão prévia com todos os stakeholders.
Recomendações:
-A revisão, a melhoria e a simplificação do normativo sobre instrumentos financeiros deve ser a
prioridade do IASB/FASB, assegurando a discussão pública;
-Os políticos não devem intrometer-se no processo de elaboração das normas;
-Para assegurar a independência, o IASB deve possuir um esquema de financiamento equitativo
e obrigatório.
No que respeita ao projecto de convergência FASB/IASB, durante a cimeira dos G20 de 2009
em Pittsburgh, os líderes políticos deram resposta aos mercados de capitais.
Os G20 solicitaram ao IASB e ao FASB para concluírem o seu projecto de convergência em
Junho de 2001. Apesar de, na altura, se encontrar num estado de grande avanço vai-se concluir,
prevê-se, um ano após.
O IASB, em alguns casos em conjunto com o FASB, produziu normativo que deu resposta às
seguintes recomendações dos G20:
-Reduzir a complexidade do normativo respeitante aos instrumentos financeiros;
-Reforço do reconhecimento de provisões para perda de valor dos empréstimos, incorporando
uma mais alargada informação sobre crédito;

14
-Promover normas de contabilidade para provisionar exposições fora do balanço e incerteza de
valorização;
-Promover o envolvimento dos stakeholders, reguladores e mercados emergentes no
estabelecimento do normativo.
3.2.4. A Proposta da Demonstração de Riscos Empresariais
Como bem refere Pisón Fernández (2001, pág. 27), discorrendo sobre o risco empresarial:
“… a importância do risco vê-se incrementada, por diversos factores, entre eles, pela
internacionalização das relações empresariais, os variados tipos de instrumentos financeiros, a
interdependência entre economias, o desenvolvimento tecnológico e a desigual distribuição da
informação e poder; motivando, tudo isso, que os sistemas sejam cada vez mais sofisticados e
conexos.”
Deve-se a Cea García a apresentação da primeira proposta para a divulgação de informação
sobre as condições de risco em que o resultado está a ser originado ou atingido.
Em síntese, a informação contabilística histórica da actividade empresarial, numa época em que
as decisões de uma boa parte dos investidores financeiros confiam ou estão nas mãos de
analistas financeiros especializados, deveria permitir um conhecimento pormenorizado dos
benefícios e dos riscos empresariais, para poder avaliar devidamente a situação presente, e,
sobretudo, para efectuar uma predição condicionada, mas razoável, de ambas as variáveis no
futuro, ajudando assim à adopção das decisões de investimento convenientes Cea García (1995,
pág.35)). [Tradução nossa]
Acompanhando, de perto, Cravo e Machado (2000), o risco do negócio, em sentido amplo deve
abranger o efeito global de diferentes factores que condicionam directa ou indirectamente a
actividade da empresa, assim como as contingências e incertezas que causem variações
potenciais dos seus resultados no futuro.
Estes autores recorrem a Kropp (1999) para apresentarem as três acepções do termo risco:
Risco como oportunidade: interligando estreitamente o risco com o resultado, visto que quanto
maior for o risco maiores serão os potenciais de lucro ou de prejuízo;
Risco como perigo ou ameaça: que é o entendimento vulgarizado entre os gestores, ligando o
risco a acontecimentos negativos e causadores de prejuízos;
Risco como mera incerteza: vertente dos académicos, abarcando os efeitos potenciais positivos
e negativos.
O risco, na turbulência que caracteriza o ambiente que rodeia as empresas, não pode ser
desligado da gestão, visto que gerir é tomar decisões e estas contêm em si algum grau de
incerteza quanto aos resultados e desempenho que delas poderão advir. Daí que qualquer factor
que possa influir nos resultados futuros da empresa deverá ser considerada pela gestão como
factor de risco.
Como a Contabilidade, nas actuais DF, não informa sobre o risco que envolve a empresa - nos
aspectos financeiros, produtivos, laborais, políticos, tecnológicos, etc. - Cea García propõe que as
empresas preparem uma “Demonstração de Riscos Empresariais” que constituíria mais uma peça
das contas anuais.
Esta peça interessaria, naturalmente, a todos os destinatários da informação financeira
produzida pela empresa e especialmente:
À empresa, atendendo à pedagogia que resulta da sua elaboração e ao interesse que tem na
formulação de políticas e estratégias a empreender;
Aos principais utilizadores da informação financeira, como aos analistas financeiros, aos
investidores, ao sistema financiador, para quem a análise e as decisões a tomar relativamente à
empresa serão melhor fundamentadas se dispuserem desta informação sobre o risco e seu
impacto nos resultados;

15
Por último, às entidades de supervisão de instituições e do mercado de capitais porque lhes
possibilitará a elaboração e tomada de medidas tendo em vista a defesa dos interesses da
economia ou dos agentes que agem no mercado.
Como refere Cea García (1995), a páginas 36 e 37:
Tratar-se-ia, pois, de enumerar um quadro de indicadores de aceitação generalizada, capazes
de revelar de forma sintética aspectos importantes do risco de obtenção dos benefícios
empresariais. Alguns destes indicadores ou dados poderiam elaborar-se a partir dos próprios
registos contabilísticos da empresa, mas poderiam requerer ou derivar da obtenção de informação
ou de estatísticas externas a esta que se incorporariam nesta nova demonstração informativa
sobre riscos... [Tradução nossa]
Essa “Demonstração de Riscos Empresariais” poderia conter, em nossa opinião, por exemplo e
entre outros, os seguintes elementos:
Cotas de mercado da empresa por sectores em que desenvolve a sua actividade;
Taxa de rendibilidade global e por segmentos da empresa nos últimos anos;
Resultado, em valores absolutos e relativos por mercados, clientes, produtos etc.;
Sensibilidade do resultado obtido à alavancagem operacional e financeira da empresa;
Fragilidades da posição competitiva por sectores de actividade da empresa;
Riscos provenientes de taxas de juro, taxas de câmbio, preços de venda, preços dos factores de
produção e mecanismos de cobertura existentes;
Capacidade produtiva empregada, activos não utilizados, acréscimos de capacidade em fase de
construção, etc.;
Medidas para assegurar a sobrevivência da empresa: investimentos em imobilizado incorpóreo,
designadamente, em novos produtos, investigação e desenvolvimento, novas marcas,
reestruturação, conquista de novos mercados, novos canais de distribuição, etc.;
Lucros e mais valias assim como incertezas, quer venham a originar lucros ou perdas futuras,
não registadas nas DF tradicionais.
Cravo (1994, pág. 533), em data anterior e em idêntico raciocínio ao de Cea García, apontava
para a conveniência do estudo dum documento que pudesse divulgar as contingências e riscos
que incidem sobre a empresa, nos seguintes termos:
Temos vindo a dar especial relevo ao facto da elaboração das demonstrações financeiras
anuais arrastar consigo dificuldades que lhe advêm da incerteza em que se desenrola a actividade
económica da empresa, do progressivo aumento dos compromissos a longo prazo que incidem
sobre o património e, também do aumento das operações fora do balanço. Estes factores
justificam a necessidade e a importância da existência de um sub-modelo contabilístico no qual se
poderão avaliar e depois apresentar todas - ou pelo menos as mais importantes - contingências e
riscos a que a empresa se encontra submetida.
...Torna-se difícil, nas demonstrações financeiras tradicionais registar esta nova realidade que
vai assumindo uma importância crescente na vida das empresas. Daí, a nosso ver, a necessidade
do estudo dum documento onde se efectue a divulgação do meio envolvente.
Este autor, na comunicação em apreço, pondera sobre as vantagens e os inconvenientes que
resultam de nos colocarmos nos extremos, seja o da informação única para todos os utentes das
DF ou o da divulgação de uma panóplia de dados que, dificultando a compreensão, podem
conduzir a decisões erradas, propondo a procura de um ponto de equilíbrio em que se leve em
conta o binómio quantidade/qualidade da informação financeira divulgada.
Quanto ao conteúdo desse documento, sobre as contingências a que a empresa se acha
sujeita, Cravo (1994, pág. 535) propõe que divulgue no mínimo:
-O tipo de contingências a que a empresa está sujeita;
-A probabilidade de ocorrência;

16
-O método utilizado para a sua quantificação, e
-O efeito que já foi tomado em conta no Balanço e na Demonstração de Resultados.
Se esta Demonstração não for desligada mas vier a fazer parte das DF a divulgar pela empresa
deve sujeitar-se aos princípios e normas que regulam esta matéria.
Cravo e Machado (2000), apresentam um enquadramento da informação sobre o risco de
negócio, apoiando-se nas sugestões de Cea García.
Essa informação sobre o risco do negócio incidiria sobre a integralidade do processo de
produção do resultado. Todos os elementos a incluir na informação deveriam ser organizados em
duas categorias: uma relativa à estrutura contabilística interna e outra respeitante à envolvente da
empresa que influi nos seus resultados. Nesta última vertente estaria incluída a informação sobre
o grau de risco de negócio que seria divulgado como informação suplementar ao relato financeiro
tradicional ou através dum conjunto de rácios ou indicadores incidindo sobre os factos que mais
influenciam o resultado para além dos que pertencem à informação financeira clássica.
No que concerne ao formato a adoptar, consideram, estes autores, que se poderiam cumprir
duas etapas:
-Na primeira, alargar o número de notas constantes do anexo ou nele criando um capítulo
próprio versando o risco do negócio;
-Na segunda, estabelecer uma demonstração financeira específica sobre o risco do negócio
com cariz prospectivo.
Quanto ao conteúdo, deveria ser recolhido não só na Contabilidade mas também no marketing,
no planeamento ou na estatística, tudo dependendo dos factores chave de risco que existem em
cada empresa.
Há quem aponte limitações e ponha dúvidas a esta Demonstração de Riscos Empresarias que
passam por: a selecção dos tipos de risco mais relevantes e de quais devem ser objecto de
divulgação; se deve divulgar os riscos positivos e negativos ou somente os últimos; o seu lugar
relativamente às outras DF; a sensibilidade e oportunidade de divulgar aspectos delicados da
actividade da empresa; e a determinação do nível mais prestadio de agregar os factores de risco.
Cravo e Machado (2000) apontam que haverá, como em todas as inovações em informação
financeira a divulgar, fortes resistências por parte de empresários, conscientes do perigo de
transmitir informação melindrosa para os destinatários, e por parte dos académicos sempre
preocupados com uma adaptação aos normativos inexistentes e com a dificuldade da sua
preparação e implementação através de modelos concretos.
A finalizar, gostaríamos de salientar o interesse que esta Demonstração terá para o
revisor/auditor para, em conjunto com outros elementos que colherá, emitir a sua opinião sobre a
continuidade da empresa.
4. Conclusões
O actual modelo contabilístico ainda enferma da particularidade de estar orientado, ainda em
parte, para dar resposta às necessidades, em termos informativos, da revolução industrial, por
conseguinte, assaz desfocado dos requisitos de informação da sociedade do conhecimento, o que
implicará ter de fazer substanciais alterações para a eles se adequar, nomeadamente quanto ao
reconhecimento e à mensuração dos intangíveis gerados internamente.
A Contabilidade é um sistema de informação para a tomada de decisão mas está a perder esse
atributo em favor doutras ciências a quem a gestão recorre para o efeito.
Para além disso, o modelo contabilístico em vigor encontra-se desalinhado com a economia
global, não satisfazendo as necessidades informativas dos stakeholders, achando-se orientado
para o passado; encontra-se em consonância com a era industrial, onde as funções da empresa
estavam completamente segregadas, enquanto hoje o que mais releva são os intangíveis, de que
são exemplo os recursos humanos, a investigação e desenvolvimento, a satisfação dos clientes e
o nível de qualidade.

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Na sociedade do conhecimento a Contabilidade tem de ter uma atitude proactiva, para
rapidamente aquilatar das mudanças e do seu reflexo nas organizações e simultaneamente
detectar as necessidades de informação dos stakeholders.
A Contabilidade ao adaptar-se às mudanças, ao satisfazer as necessidades informativas e ao
considerar os intangíveis estará a aproximar-se do valor da empresa, embora este seja inatingível
devido aos factores que o condicionam, em especial no caso das empresas cotadas em bolsa,
onde relevam aspectos influentes na cotação como o capital em negociação e os movimentos
especulativos.
Para superar as limitações da informação contabilística, os reguladores têm compelido as
empresas a ampliar a informação divulgada, seja regulamentada ou voluntária, como é o caso da:
informação sobre factos relevantes, informação financeira intercalar, informação sobre o governo
das sociedades cotadas, informação financeira por segmentos e da informação financeira
prospectiva.
Existem ainda novas informações financeiras como é o caso da demonstração do rendimento
integral e do relato financeiro na internet. Salienta-se a conveniência duma nova demonstração
financeira, a demonstração de riscos empresariais. Reconhece-se o grande contributo que foi
dado à melhoria do relato financeiro pelo processo de convergência IASB/FASB. Apesar de todas
as ampliações da informação financeira que referimos, parece que há que avançar no
reconhecimento e mensuração dos intangíveis, que não são contemplados pelo normativo
contabilístico actual, se quisermos superar as deficiências da informação contabilística face às
necessidades sentidas pelos stakeholders, na sociedade do conhecimento em que nos
encontramos.
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