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10 frutas nativas brasileiras que você precisa

provar antes de morrer


26 de novembro de 2015 • Atualizado às 15 : 10

O sabor da grumixuma assemelha-se com o da cereja. | Foto: B. Navez/Wikimedia CC3.0

Você sabia que das 20 frutas mais comercializadas no Brasil, apenas três são nativas de nosso país?
É contraditório pensar que um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo consuma tão
poucas frutas nativas. O impacto disso é a ameaça de extinção de diversas espécies, que aos poucos,
estão sendo esquecidas da memória e desaparecendo do mapa.
Para o botânico Ricardo Cardim, é preciso mudar a concepção cultural e agronômica: “Podemos
começar a divulgar e cultivar nas cidades os frutos nativos, de forma a resgatarmos sabores
esquecidos e ajudarmos no reequilíbrio ecológico urbano. Plantar árvores frutíferas nativas da
região é um método eficaz de atrair a biodiversidade e tornar as cidades mais acolhedoras”, diz o
botânico em seu blog, Árvores de São Paulo.
Abaixo Cardim lista dez frutas nativas dos biomas ameaçados Cerrado e Mata Atlântica que
poderiam entrar para o cardápio (e jardins) dos brasileiros.
1. Gabiroba (Campomanesia pubescens)

Foto: Wikimedia/CC3.0
Também conhecida como guabiroba, guavira ou araçá-congonha, é um arbusto com fruto
arredondado, de coloração verde-amarelada, com polpa esverdeada, suculenta, envolvendo diversas
sementes e muito parecido com uma goiabinha. Ela pode ser consumida ao natural ou na forma de
sucos, doces e sorvetes e ainda serve para fazer um apreciado licor. A gabiroba pode ser encontrada
nos cerrados das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. No sul do Brasil, na região norte e
oeste do Paraná além da variedade de cerrado, dissemina-se também a variedade arbórea que
alcança vários metros de altura, produzindo frutos com sabor e aparência da variedade de campo,
porém quando maduros apresentam a cor amarela.
2. Tarumã-do-cerrado (Vitex polygama)

Foto: Museu Nacional UFRJ


Também conhecida como tarumã-bori, tarumã-de-fruta-azul, maria-preta, marianeira, velame-
do-campo ou mameira, a árvore, proveniente do bioma do Cerrado, possui de seis a 20 metros de
altura. Seus frutos, adocicados e com sabor agradável, assemelham-se a uma azeitona-preta e fazem
a alegria de pássaros como periquitos e papagaios. Podem ser utilizados para fazer bebidas como
vinho, licor e sucos, ou doces, como geleias ou caldas. Esta espécie é muito eficiente se usada na
recomposição de áreas degradadas e pode ser utilizada no paisagismo de praças e jardins públicos.
3. Perinha-do-cerrado (Eugenia klotzschiana)

Foto: João Medeiros/Wikimedia CC2.0


Também conhecida como pêra do campo, perinha do campo, cabacinha ou cabamixá-açú, o
arbusto é nativo dos campos e Cerrados de praticamente todo o Brasil. Os frutos podem ser
utilizados em sucos batidos com leite ou para fazer sorvetes, bolos e geleias. A planta, dificilmente
encontrada nos dias de hoje, não pode faltar em projetos de recuperação dos Cerrados.
4. Grumixama (Eugenia brasiliensis)

Foto: Wikimedia/B.navez CC3.0


Também conhecida como cumbixaba, ibaporoiti ou cereja-brasileira, a árvore de até 15 metros
de altura é nativa da Mata Atlântica e era encontrada desde a Bahia até Santa Catarina. Seus frutos,
que atraem muitos pássaros, possuem até duas sementes, e seu sabor assemelha-se bastante com o
da cereja.
5. Uvaia (Eugenia uvalha)

Foto: Cfrg.org/Anestor Mezzomo


A árvore, também conhecida por uvalha ou uvaieira, tem de seis a 13 metros de altura. A espécie,
proveniente da Mata Atlântica, ocorre nos estados de Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
São Paulo. A uvaia tem aroma suave e agradável e possui alto teor de vitamina C (até quatro vezes
mais do que a laranja). É muito utilizada para fazer sucos e largamente cultivada em pomares
domésticos. Sua casca, na cor amarelo-ouro, é ligeiramente aveludada e sua polpa muito delicada.
Um dos grandes problemas desta fruta é que ela amassa, oxida e resseca com facilidade, por isso,
não é muito encontrada em supermercados.
6. Jerivá (Syagrus romanzoffiana)

Foto: Mauro Guanandi/Wikimedia CC2.0


Também chamado baba-de-boi, coqueiro-jerivá, coquinho-de-cachorro e jeribá, a árvore é uma
palmeira nativa da Mata Atlântica. Sua fruta, conhecida como “coquinho”, é amarela, ovalada e não
passa de três centímetros de comprimento. O “coquinho” é muito apreciado por animais, como
papagaios, maritacas ou mesmo por cachorros. A fruta também pode ser consumido pelos humanos
batendo-se com pedras para alcançar as suas amêndoas, o que era feito frequentemente por crianças
no passado.
7. Sete-capotes (Campomanesia guazumifolia)

Foto: HuertasUrbanas.com
Também conhecido por guabiroba verde, sete-cascas, sete-capas, sete-casacas, capoteira, araçá-
do-mato ou araçazeiro-grande, o sete-capotes é uma importante árvore frutífera silvestre, com
frutos doces e comestíveis, apreciados pelo homem e pela fauna. Seu fruto, que quando maduro
possui coloração verde-clara, pode ser consumido naturalmente ou aproveitados em doces e na
elaboração de sucos e sorvetes (neste caso deve-se separar a polpa da semente). A árvore, que mede
até seis metros de altura, é muito bonita, especialmente pela exuberância de suas flores e folhas.
8. Cambuci (Campomanesia phaea)

Foto: slowfoodsp
O cambucizeiro, árvore da Mata Atlântica originalmente encontrada na Serra do Mar, chegou a estar
em perigo de extinção pelo uso excessivo de sua madeira e pelo alto crescimento urbano da região.
O cambuci era muito abundante na cidade de São Paulo, chegando a dar nome a um de seus bairros
tradicionais. Após um forte movimento para trazer o cambuci de volta para a região (veja aqui), a
espécie está sendo preservada.
O nome cambuci é de origem indígena e deve-se ao formato de seus frutos, semelhantes a potes de
cerâmica, que recebem o mesmo nome. Ricas em vitaminas, suas frutas têm um perfume intenso e
adocicado, mas seu sabor é ácido como o do limão. Por essa razão, poucos apreciam consumi-la in
natura. A fruta pode ser utilizada na produção de geleias, sorvetes, sucos, licores, mousse, sorvete,
bolo, além do tradicional suco.
9. Cagaita (Eugenia dysenterica)

Foto: Wikimedia CC3.0


A cagaiteira é uma bela árvore, proveniente do Cerrado, que pode chegar a ter oito metros de altura.
Seu fruto é pequeno com casca amarelo esverdeada, polpa suculenta e ácida e apresenta até quatro
sementes no seu interior. Apesar de seu agradável sabor ácido e textura macia, a cagaita não deve
ser consumida em grandes quantidades, pois tem um forte efeito laxativo. Além das atribuições
medicinais e de produzir um suco muito saboroso, o fruto, rico em vitamina C e antioxidantes, é
utilizado na fabricação de sorvetes. A polpa, com ou sem a casca, é energética, com baixo teor
calórico.
10. Melancia-do-cerrado (Melancium campestre)

Foto: João Medeiros / Wikimedia CC2.0


Também conhecida como melancia do campo, melancia-de-tatu, cabacinha do campo, cabacuí
ou caboi-curai, esta espécie rasteira que já foi muito comum no Cerrado, hoje já é considerada rara.
Seu fruto se assemelha muito com o da melancia por fora, porém ela possui uma penugem em sua
casca. Os frutos possuem casca grossa, com aproximadamente 90 sementes envoltas numa polpa
gelatinosa amarelada (veja aqui). Embora seja ácida, a fruta pode ser consumida in natura, ou
utilizada em forma de geleias e sucos. A planta não pode faltar em projetos de reflorestamento de
ambientes campestres dos Cerrados pois seus frutos são muito apreciados pelos animais.
Que tal plantar um pé de uma árvore frutífera dessas em seu quintal? No site Colecionando Frutas
você consegue encontrar estas e outras espécies nativas difíceis de serem encontradas.
Mayra Rosa – Redação CicloVivo

http://ciclovivo.com.br/noticia/10-frutas-nativas-brasileiras-que-voce-precisa-provar-antes-de-
morrer/

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