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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE MÚSICA

RAFAEL PUCHALSKI DOS SANTOS

ANÁLISE DO PRIMEIRO MOVIMENTO DA SONATINA Nº 3 DE CAMARGO


GUARNIERI

PORTO ALEGRE

NOVEMBRO DE 2014
RAFAEL PUCHALSKI DOS SANTOS

ANÁLISE DO PRIMEIRO MOVIMENTO DA SONATINA Nº 3 DE CAMARGO


GUARNIERI

Trabalho da disciplina de Análise Musical III


do curso de Música da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul

Professor: Fernando Lewis de Mattos

PORTO ALEGRE

NOVEMBRO DE 2014
Resumo

O presente trabalho apresenta uma análise do alegro, primeiro movimento da Sonatina nº 3


para piano de Mozart Camargo Guarnieri.
Sumário

1 Análise da peça ............................................................................................................ 5

Anexo......................................................................................................................7
5

1 Análise da peça

O allegro da Sonatina nº3 de Guarnieri começa com a apresentação do tema na voz de


soprano. A primeira região temática da peça começa na anacruse inicial, onde há a exposição
do primeiro tema. Esse tema introdutório estende-se até o compasso 11. A melodia do tema
inicial, sugere logo nos compassos 1 e 2, onde há uso do modo mixolídio em dó, sendo
frequente a presença da nota si bemol com a finalização da frase sobre o acorde Dó Maior no
primeiro tempo do compasso 2. É característico um motivo de notas dó repetidas, reforçando
a sensação de ter a nota dó como fundamental desse modo. Ritmicamente, o tema é
desenvolvido em um padrão ininterrupto de colcheias em compasso 2/2. A partir do segundo
tempo do compasso 6 o tema se desenvolve com uso intenso de cromatismos. No compasso
12 inicia-se uma ponte a partir de uma sequência baseada no motivo de notas repetidas
presente no tema. Essa sequência inicia com a voz de soprano apresentando o motivo de notas
repetidas. No compasso 13 a voz de contralto aparece realizando um motivo característico de
notas longas com ligaduras. À medida em que as notas da voz de soprano vão se
movimentando descendentemente, a voz de contralto passa a realizar o motivo de notas
repetidas e o soprano executa o motivo de notas com ligadura (c. 16). Essa sequência leva em
direção a um material de transição que se inicia no compasso 24. Esse material transitório
apresenta um movimento rítmico que acrescenta notas de maior duração ao discurso até então
contínuo, diminuindo a marcha rítmica gradativamente até a chegada do compasso 30, onde é
apresentado o segundo tema. Esse tema começa na anacruse do compasso 29, numa quiáltera
de três semínimas. A melodia está claramente construída sobre a escala do modo lídio-
mixolídio em dó, com presença e ênfase da nota fá sustenido, quarta aumentada de dó,
enquanto a o motivo principal basicamente se desenvolve ao redor da tríade de Dó Maior,
enquanto no acompanhamento há o uso constante da sétima menor sib, caracterizando o
modo. Esse novo tema segue até o primeiro tempo do compasso 41, seguido de uma codetta
que inicia no segundo tempo do mesmo compasso e finaliza no compasso 43. Após, na
anacruse do compasso 43, segue uma ponte que se desenvolve semelhante à ponte iniciada no
compasso 12 num motivo de notas repetidas iniciado pelo soprano e imitado pela voz de
tenor, que seguidamente aparece dividido repetindo uma nota lá ostinato, seguido pelo padrão
anterior novamente. Essa ponte irá se desenvolver sobre esse mesmo motivo de notas
repetidas até o compasso 59.

A segunda região temática inicia-se no compasso 60, com uma apresentação do


primeiro tema fragmentado, começando uma quinta acima do tema original e sendo exposto
6

em saltos de oitava descendente, iniciando na voz de soprano, passando para o tenor no


compasso 61 e posteriormente, no compasso 62, na voz do baixo. Dos compasso 63 à 66,
ocorre uma ponte que leva a uma variação do tema 2 (c.67), dessa vez apresentado no modo
lídio-mixolídio em Sol Bemol Maior, tocado pela voz de tenor, em oposição ao tema 2
apresentado na primeira região temática, que ocorria no soprano, uma quinta diminuta abaixo.
Essa variação se encerra no compasso 74, onde se inicia uma codetta com fragmentos da
segunda frase desse tema, que finaliza no compasso 77. No compasso 77 ainda, inicia-se uma
nova ponte com o motivo de notas repetidas, partindo do tenor e sendo imitado pela voz de
soprano em terças até o compasso até o compasso 80, onde o material leva em direção a uma
nova variação do tema 2, dessa vez com a melodia enfatizando o acorde de Mi Bemol Maior
no modo lídio-mixolídio, primeiramente tocado invertido, soando com uma tríade de Sol
diminuta e posteriormente aparecendo no seu estado fundamental. Essa nova variação do tema
2 se estende até o compasso 89. Nos compassos 90 à 91 ocorre uma codetta.

A partir do compasso 93 temos a volta à primeira região temática, com a reexposição


do tema introdutório com mudanças. A frase inicial aparece reduzida, conduzindo para um
novo material derivado do tema principal. Segue-se a essa reexposição uma sequência como
ocorria na primeira exposição, conduzindo à reexposição do tema 2. Esse retorno à primeira
região temática com alterações acontece entre os compassos 93 e 126. Dos compassos 127 à
139, ocorre a coda que conduz para o fim do primeiro movimento da sonatina.
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ANEXO
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Anexo 1: Partitura do primeiro movimento da Sonatina nº3


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