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Lucien GOLOMANN- es! smo, Marxis = tencialismo Henri LEFEBVRE- claude le ndvo eleatismo _ sbre uma interpretacao do marxismo: louis althusser Riel MAKARIUS-etnologia & estruturalismO| vhomme et la société - documentos de pesquisas e sintescs saciolégicas Diregio Serge JONAS: Jen PRONTEAU {ulitions Authropos — Parls — Franca Ang M. GOLDBERGER ~ C. NETO - Eduardo S, BONUMA Todas 0s eseevados. por EDITORA DOCUMENTOS LTDA. Largo do Atouche, 418 ~ 192, s. 191 SAO PAULO — SP — BRASIL. 1968 apresentacao E com grande satisfagio gue DOCUMENTOS Publicagio de’ uma nova série: HOMME ET LA SOCIETE, Tevista internacional de pesquisas ¢ sinteses soctolégicas. Periddicamente, nesta colegao, o leitor brasileira encontraré estudos do elevado rigor conceitual sbbre os diversos problemas jue envolvem o homem atual nos campos do conhetimento, © la pritica social, Serdo informantes os mnais importantes nomes da filosofia © das eigacias humanas. A mensagemn que tém 2 nos fomecer é da mais alta importineia, na medida em que cone amente para a elahoragio de uma necessétia © recisa teoria global do homem e da sociedade conterapordneos. € exatamente uma sélida formagio tedrica 0 req ima atividade intelectual nos lias de profun vessamos. las Imp Fim tais moment evitaré qualqu iio aproveita ean favor dos fins tines 30 honbemy ine gzagio completas. unea, a mentora ¢ a eompanhi a citagio Ienin revolucionario, nfo pr abordado. As teses de por consegt a”, que corresponderia melhor necessidades das cigncias sociai No entante, nig seriam as novas teses um 4 ideologia? Isto é, uma teoria sobre a. t smestao, estarfa muito afastada da realidade? viam hoje superadas as ideologias, se & que eslao’ sdbre uma interpretagao do marxismo: louis althusser' HENRI LEFEBVRE 1. Interpretacio e compreensiio ados por Louis Althusser e sua equipe pe do pensamenio mar- xista. Essas publicagdes obrigem aquéles que pretendem se ins- pitar no marxismo 2 mostrar suas cartas, Ou a confrontagao sera |, ou entio isso serd a prova de uma extrama deterioragio pensamento tedrico. L. habilidade tatica, atém-se A escolistica ir ma grande conspirago dos s mo que em- nenhum, © pessam por claros ¢ leolégica a operagées. pol ticas: 20s los maraistas com os demoeratas, com os pensadores, dos como tais, do cato quetelas, vio wo ed totalidade, « di oria © @ pi thusser e ‘seus amigos sfo obrigadas a reclamar yr do marxismo ea "nos quadros e que s¢ toraram anacés Entretanto, sua habilidade obriga L. Althusser a nfio intervir seno pradentemente. Ele ni © fim de seu pensamento ixedos por xegras 1. A. propésito de: L. Al le copital, T. 1 ¢ Th, por L. x , mesma editor, licado no Brasil com 0 titulo de Andlixe Critica da Teorla Marcste, Zahar, 1987. (N, do T.) Pour Mars, Maspero, 1995, © Li ver, J. Ranclére, P. Macherey, #. Bal quando descreve a triste situagio da teoria (Pour Mars, pigs. Ia 2l, etc.). Seu quadro fala e convence menos fortemente do jue aquéle de J.-P. Sartre em Questoes de Método (Crit Braiden dialectique, L* parte). fle nd0 smostra a génese do dogmatismo sem dogmas que impos a era sta Hse dogs 19 de uma a exegese bizantina Ainda mais, repetidas vézes éle esbooa uma defesa atestando ‘assim, no sem coragem, um parentesco 10 e tedrico com o dogimatismo (cf, Pour Marz, pég, 7, 20, ete.). Nio so pode esperar que cada época tenha diivida. Fssas .gbes_valem-se ras? Equiva- to nico? Diferem das tradugies? Esse é 0 problema. E possivel que cada época tenha o Marx que deseja, ou que merece. Pode, deve portanto sobrevir algo de névo na bra de Marx. E isso na medida em que a so ria produzam algo de novo, previsto ou imprevisto. Assim a nogio de “lazer’, a perspectiva de uma proxima era de lazer dle uma eric dessa ideolog 6 0 lugar ccupado pelo lazer no pensamento 0. encara dle? Nao haveria em Marx os indicios, nunca completamente apagados, de uma ideologia do trabalho, 10 4, da tese segundo a qual 0 ser humano nao é apenas cons: ido no o pelo trabalho, mas para o trabalho? Apesar dessa logia, que nos ensinam 0 Capital ¢ tambéin os textos riores (entre os quais passam para o pri mo os Grundrisse de 1857) sbbre a prssagem do omem do trabalho yare 0 homem Se nao surge nada de névo na compreensio do marxismo, pode ter dois sentidos. Ou nada de verdadei surgity na prética soci compreensio tedrica se desliga da ps ir_as compreensdes das interpretacdes? Un rmpre- ensao da teoria marxista se inttoduz, digamos, em fungio de uma nova problemitica na la sup6e que se continua a elaborar os conceitos formalmente, servindo-se déles para a apreensio de um ndvo conteddo, e para a determinacio de uma praxis, de um projeto de ago sbbre 0 contetdo. Em compen- sagio, se se introdnz no pensamento marxista conceitos ow ideo. logias exteriores ou se se contenta com uma formalizaezo dos ‘conceitos, apenas se dA uma versio déle. fo caso de L.. Althusser. 79 que. possa parecer, sua versio ss e de problemitieas elaboradas alhures, que éle introduz na leitura de Marx. Em lugar de pro- crar, na obra de Marx, quais os conceitos de estrutura e de forma contém e como servirse déles — submetendo, se fér ne- Ssses conceitos a uma critica atenciosa — L, Althusser reflete sobre Marx e a teoria marxista em fungio de um co de estrutara ede forma sobre cuja origem’ le nada Iégico tanto mais grave quanto se apresenta sob o signo do rigor, com a linguagem do rigor. IL. Sobre 0 varia teériea Antes de mostrar como se efetua essa operagio, so indis- pensiveis algumas palavras sobre 0 “vazio teérico”. L. Althusser admite ésse vazio como fato consumado, muito lamentivel. Ble no earece de argumentos, mas niio os utiliza todos, longe A inutilidade tegrica das controvérsias entre chineses € sovi & um exemplo disso. Nao seria também necessfrio levar em conta a ansGncia de uma resposta a miiltiplas questées que nem mesmo so tédas colocadas entro os marxistas. is algumas delas: qual € a importincia da demografia con ? A expansio demo- ‘grifica ndo constitui um determinismo especifico? Por qué? Como? Para onde conduz ela a sociedade atual? Quais sio as conse- quéncias longinquas da automacio? Que pensar da hipdtese de uma eibemnetizagio da sociedade? Qué pensar da te digo que destina o campesinato a desaparecer px - ‘so da agricultura, enquanto ainda existe uma maioria de campo- neses no mundo? “Qué dizer do fim da cidade, enquant aglomeragio urbana cresce até a explosio das formas co da vida citadina? Desta imensa problemitica, Althusser nada diz. 51 mética querse interna A teoria marxista. Toma os o "za € nO rigor, sem os confrontar com - idamenté-los". Ora, 0 vazio tedrico, por mais que se confirme, s6 pode se declarar em nome de contetidos ainda mal apreendidos, ignorados ou mal claborados conccitualmente. A apresentagao por Althusser de suas obras 6 aliis franca © Inequivoca, ainda que por yézes surpreendente, le diz tangii (cl pig. 8, “en Inmento que” — ‘estou de acotdo . Ele se faz passar por tn coméeo na filosofia. esse. lo de exposicio nao deixa L, Althusser actedita constatar 0 Por que nao? No entar de apresentar inconven 80 vario. Na verdade, éle faz o vazio. Omite controvésias latentes hd dezenas de ands e, sobretudo, omite dizer quem abafo discuss6es © como. Sua obra, por éss0 fato, se situa mal. Como engajar a discussio na alienagéo sem lembrar que os filésof dda eza stalinista rojeitaram ésse conceito? Sem lembrar que 0 tas, por outras razdes te (De Talienation & Ta jouis ite de Karl Marx, em pi ia absoluta ¢ de uma filosofia materialista ‘Uma tal exposigdo tedri ttc © aoe 6 entrar na conspiragio dos Bes diversas asounidas pelo pensamento marssta, Althusser pouco liz. Apenas ou quase apenas os neo-stalinistas da Itilia (L. Col- letti, Pietranera) £20 citados elogiosemente, Fm conformidade com fa sélida tradicio, L. Althusser “se autocritica” enquanto stali- los outros (Four Marx, pig. 1d e Li ig, 14). Stalin aparece como o” Att do pensa- empo, como o imico pensador, Com siléncio obras como a de P. Naville, mencio wagio sem aludir_ao I Berque: Dépossession du monde, e, por conseguinte, sem 0 dis- cutir? Georges Gurvitch nfo teria ein nada co para a compreensio da sociedade e da histéria? A respeito da questao juico ¢ estruturado, no qual seus clementos, suas diferengas, polarizagées e contradigées, siio ao mesmo tempo os obras’ (parciais) da ‘Totalidade, Georges Gurvitch refletiu, Bsses con parece caros a Althusser ea urvitch — sua das tesos do tormnar-se para éles uma va de suas préprias teses, Nao. Eles silenciam, O procedimento ¢ tanto ‘mais surpreendente quanto, fora do marxismo, divia-se que, para L. Althusser, tenham advindo muitos acontecimento : ‘Esso marxista choga a leitura de Marx com um equipamento pe- sado. O estruturalismo seria evidente? Teria éle entrado costumes do iodo que uma expli- cagio a propési terésse? ‘Tom-se a impressio de saltar do “vazio teérico” para uma plenitude repre- sentada pelo Dr. Lacan, por Lévi-Strauss ¢ alguns outros, O &l estraturalismo nada teria de uma ideologia? ‘Trari constitulda talvez sob a influéncia de Marx, direta com 0 marxismo t que hoje se encontra “no ar’ suporte social, nem carregador a de Ma ideologia © A critica da le ideologia? a de Althusser nao é de 10 no seio da teoria das cor teoria que deveria substi a impoténcia ineoerente por ima coer esta situagio, devida ao marxismo: vel, Em Marx, enc cos emprestados da qu maticas, © transpo ‘Trabalhos © uma pritica coe- ial, se torna ins e permitem eli- bs anos, 1950. fendmenos sociais ‘tomar 05 conceitos os A prova ¢ tentar esultados da col cidar'a.sociedade na qi 1960. Enguanto houver novos e ainda m: tedrico”, isto apreendidos, 6 necessé avirse dé 4 antropologia, por exemple A confrontagio entre essas co se efetuar mum s 2 essas deseo com que direito omitir a co para a sua elaboracio? Que é que justific diante désse conceito e Sua generalizacio A ressonincia dos trabalhos de Althusser e de seu grupo sus- ima sociologia do conhec (se, quem? A geragao ascendente entre os le esquerda”, que a ideologia da esquerda nio com justa razio) algo nbvo. Dessa exigéncia A espera novidade insélita e paradoxal, ainda que abstrata por- que sem relagio com um contetido ¢ uma pritica, nio hi sendo necessério pi eBes € 0 marsisino 82 ‘um paso, A inovagio deve ocultar, por uma espécie de excres- céncia tedrica, a auséneia de criagdo prética e de abertura para a pritica ps UL. Sobre a “tei As palavras “Ler 0 Capi coletiva escrita por Al sua equipe devem literalmente. O Capital é uma mensagem. Essa mensagem cera clara, antes que a ciéncia descobrisse o que falar quer ‘A mensagem do Capital parece agora ol quase como um discurso do inconsciente (Lire le Capital, 1, pag. 15). Para decifrar essa mensagem, para deco- i Ja aparega claramente, 0 pensamento cons- oa feitura se torna “sintoma’, isto &, ber. an entre éles, o discurso latente & (op. cit, pag. 32 © seg.). Entao, e assim, de\uma resposta que nfo corresponde a ne nhuma questso levantada, ou entio correspondendo a uma questo levantada alhures. Por exemplo, a questio da eficécia “de uma estrutura sObre seus, efeitos’, que nos conduz a0 portal da filo- wwanear alguns pasos ainda no espago que ia, pag, 81}, chegamos A soguinte di que Althusser assegura sor fundamental: Marx’ considera de atual — e qualquer 01 rineamente como um 1 I" que servem de t a teoria da estrutura de um modo de produgao”. A partir de entio. Marx examina, segundo Althusser, © mecanismo que pro- duz 0 efeito de spciedade, efeito que os trabalhos da etnologia ¢ Ga histéria conteporinea permitiram estudar de ma © aprofundada (cl. id, pg, 83, 84). Marx chega ass Althusser, a um “efeito de conhecimento”, isto é a um formas de ordem no discurso cientifico da demonstracao”. formas de ordei constituem a diacronia de uma sincronia funda- . A sincronia representa a estratura de orgenizagio dos idade de pensamento ou mniziana ou hegeliana todo numa co-pr estruturada por cada um em fun (cf. pag. 87). 83 Detenhamo-nos no portal do “espaco” que abre diante de nossos olhos © pensamento de L. Althusser.~ Ble 18 Marx c 10s elahorados alhures: pela teoria da informagéo e los estruturalistas, ¢ éle estende ésses ‘conceitos do homem e da sociedade, Por quo nio? Mas mente © Capital? file reflete sébre 0 ‘conceito de leitura a propésito do Capital, So éle lesse ateneio- samente 0 Capital a partir do primeiro parigrafo capitalo, descobriria alguma coisa. Fm primeiro lugar, ceberia que o texto de Marx nio se oferete como uma 1 a decir, mas como « decfagio, de um texto hieogifico: 0 mundo da mercadoria, © produto do trabalho promovido (se se mnercadoria ¢ dotado de um valor do 2 testa o que ¢. "O sobretudo de cada produto do tral ‘sendo com. 0 tempo que o homem procura dec Kierdglifo, penetrar os segredos da. obra. soci i; a transformacao dos objetos titeis o produto da sociedade, da mesma forma qué mercadoria 6 enigmdtica, chele de sutileras met is teolégicas porque “coisa soci © de ume relagao vocal disfargada xn mais que um signo, pois os signos slo i “Desde que néo se’veja mais do que simples signos nos carcteres sociais que revestem as coisas... empresta-sethes o sentido de jonas mnailas petos pretendido consentimento ‘apital, pag. 86 © pag. 10 }. O mundo da mercadoria, eserita \guagem co ser atingidas a nao ser através de uma critica radi cadoria, de seu mundo, de sua légica, de sua morfologia, de sua imo, Era nocessiio iso, © mais uma inguagen ¢ de dizer, gua relagio com 0“ Ter, revelando o essencial Marx nio foi leitor dos economistas, Smith por exemplo, mas do mundo das mercadorias mal decifrades por ésses economistas (cl. Live Je Capita, 1, pg, 20 ¢ seg). A reflento do 1. AL thusser sbbre os temas da leitura e da estrutura nfo pasvaria Ey inteiramente a0 lado de Marx? Poder-se-ia pensiclo, quanto essas primeiras paginas do Capital contém’ wna teoria precisa da extrutura da mercadoria nas formas do valor de troca, Esereyamos: x mercadorias A = y mercadorias B (20 tros de pano tém o valor de uma roupa). O pano exprime seu ¥ nna roupa, esta serve de mater expresso. O valor do primeiro'é colocado como valor relative, a segunda funciona como equivalente, “A forme-relative ¢ a forma-equivalente sao mesmo tempo, polos da mesma _ Bases ples se excluem e, no entanto, inluem-se numa nto, mais dois aspectos correla extremos opost Na cadeia das mercadorias, a da forma-valor generalizada A=yB=zC), cada dupla constitui a est 7 ma polarizagso encerrando oposi a cada malha da cadeia os dois polos facie nao se hast las mercadori ‘a0 trabalho com seus caracteres, nos eso” (cf. pig. 61) a saber: vo e qu ivo, simples © complexo, ete. que as jas dem lugar tenha desigosd as troeas de que wwras, de comunica- eflexio que se- ‘movimento real", los ¢ a fixagio do mundo da mereadoria (ef. . 81). Louis Althusser deixa a P. Macherey o cuidado de ler ésses primeiros pardgrafos do Capital e de expor o “processo de expo- sigao” 0 que “dispie 0 movimento rigoroso de um saber". Aq © Teltor constata alguina coisa de curfoso que no deveria si preendélo. O texto’ de Marc é dificil, porém claro. Ble expe lar a0 mesmo tempo, @ forma da mercadoria, sua que ésse “mundo da merca- a forina se separa do contetido — por- to é, formal, assumido pelo produto, nao sa. Ora, a exposigio A segunda poténcia aparece como tal — a exposigdo da exposicfio — por Pierre Macherey s¢ tora nota- Velmente obscura. Nada traz para a compreensio do “mundo da jnereadoria®, isto &, para a teoria da mercadoria, mas incide sobre as condigées de intel jade do objeto mento (cf. Lire Mars, pig. 216) Oo oncet de leture, mas 0 da esc que Marx féz o trabalho de um eseritor “com, po égina da escrita” (pag. 223). Aprendemos também Miler de wea exposicdo rigorosa acompanha-se pela produgao de (pag. 218). O que deve mergulhar alguns leit dade. ‘Teria Marx “produzido” 0 conceito de ‘0 do mercadoria? Nio. file os encontrou em seus pre~ irsores que os tinham encontrado na pratica social, a dos comer- Ciantes, a da nascente indistria. Construindo 0 concelto coe ent de ume realidade contra teria Mar, tema, como P. Macherey, que 0 real é ra D yorque, 20 macoto, racionalidade © realidade se ide 2 Rao. ssas ‘sio frases de filosdsofo especulativo: dk ito de moreador poruma classe, a burguesa, aatdo lim 2 valor de troca, 0 dinheiro e o poder do ‘a0 trabalho, i stia” organi- fo téenica: a burguesia apodera-se dela; ela a capta se eda forma assumi ; ela a inverte nr sen proveito, com. a razio tornando-se resultado e reciproca- mente; ela la ¢sse mundo revirado utilizando 0 direito, as ideologias, essas formas acrescidas primeira, a do valor de troca. (© todo, zo aumentar a produgio mercante, isso & evidente, € a0 estender “desmesuradamente", enguanto medida do homem, o mnundo da mercadoria, A tradugio de Marx em térmos filosoficos 1e acrescenta nada além abstra- 3 Chega-se a uma formal Sfucida a forma presente “em pessoa” — como dizem ésses filésofos Sho texto de Mare, mas a obscurece. A primeira elucidacao {ebriea a acrescentar a essas pagina de Marx néo pode provir Seni de uma pritica: a limitacao do mundo da mercadoria © Go poder do dinheiro pela agéo da classe operdria revoluct ‘A problemética desde entio pode assim se enanciar: Onde ‘paises socialistas com a lei do valor, com 0 dinheiro (a mos com o mercado? Dominaram éles a lei do do mercado nume planificagio centralizada democritica descentralizada? 86 : de problemas: Onde estio os paises capialistas? Como é que o mundo da mercadoria, anali= sado de inodo crltico por Marx e que parecia ter atin, sua plena extensio, conhece um névo cresei italismo? Que hé de il ia Tepresentagio corrente de uma sociedade de con- tamos, vemos bastante bem op lade burguesa, exposta por Mar tais como “reflexa” ou “contetido”, nao bastam para prestar cont essa relagio, Désse modo se coloca em tees novos un velho uma pergunta pode de longe precedes wna re verténcia, Concedamos a L. Althusser ésse postula metodolégico, Concedamos que ‘ n re ane} ae ‘a baixo © Capital para torné-lo intel P a tomar para legitimar as chamadas evitar os impasses, os mal-entendidos, 03 abusos de Para néo salter por cima dos encadeamentos do pensam oe ae “roartrutunsgc" Os colaboradores de 1. sser nfo evitaram éese Biro, “As exposigdes prece: introduziram 0 conceito central do ‘mode de'grodenie (ute fe Capital, t. IL, pig. 189; F. Balibar, Sdbre os conceitos funda- mentais do materialismo histérico)". Contrariamente a essa afi magio, 0 conceito central, em Marx, é 0 de relacdes de product ae Be reduz a uma combinatéria ea modos de combinagao cf, t. I, pag. 152). No pensamento de L. Althusser ¢ E, Balibar, je estruturada, a saber 0 modo de produgdo, tende a 20 nivel essencial, & estrutura sobre a qual a classe s classes dominantes constroem as relagdes de pro- priedade a formas politicas e as ideologias, superes- truturas cujo ade considerada” As apro- images eb tro 0 método de Marx e 0 de Freud nda um exemplo de tradugso dos textos See obscuros sob 0 pretesto de ar sas que éle se w Marx éle acer ° chama ” Sem divida, logo deixa Jado um fos, desde que a sociologia a saber a. relagio entre Mreiélogo se pronunciou a respeito désse “efeito”, © Marx igual “de uma mancira precisa, "O efeito de sociedade é, ais nada, a cuto-regulacdo econdmica da sociedade burgues ‘aber, a formagio espontinea do indice de Tucro médio pelo go da_concorréncia dos capitals © dos capitalistas. As proporgdes da acumulagio ampliada. funcionam cegemen Jante e apés as crises. A sses mocanismos cegr ‘oncorrencial — se acrescentamn 0 Cédigo, isto dicas claboradas, mais a ac! Sdeologias. fisse conjunto, de tampé as fissuras, preenche os buracos, esforea-se por par sas [brgas que operam 2 destmicio no sei 6 regio.” Seria a essa sobreposigao désses ni chama de, com um térmo emprestado & psi ‘minagto? (cf. Pour Marz, pig. 85 ¢ st Garo, mas 3850 nio elucida o conecito de tampouco se encontra, nos trabal ‘cipulos, uma andlise atual do. “efeito de mas apenas considerag5es Vagos | (objeto, articulagio, espago, tem esiruture tebrica propria da economia pol rdiato ¢ direto de um fendmenos classificados ¢ de uma antr ca funda- Jrentando no homem, sujeito das necessidades (o dado do homo econamicus, 0 carder ceondmic dos fendmenos de sew expago” joa est’ portanto no wogéneo dos Csareve |. Althusser (Lire le Capital, t, 1, pag. 133). Essa antto- pologia 6 idsologls eave Tred de producto? “Que relagao ‘ardam essa versio laboriosa, essa tradugio de Mars em térmos fe Filosofia sistematica, com © capitalismo eoncorrencial, com © om 0 socialism? 0 de Marx por L. Althusser compor operagio que éle Zo ressalta, Ela se assemelha 2 el ica estrutural do contefido da linguagem, da fala, dos pela lingufst Ffos de comunicagao, para guardarthe apenas a forma, Para 88 falar a linguagem do rigor, 2 redugio realizada por Althusser sobre Marx é homéloga da redugto extruturalista ‘pela qyal F Ge Saussure isolou a lingua como forina. Resta provar que essa redugio, operada nfo s6bre wn fendmeno sociologico (a lingua- ‘mas sobre uma obra cic de Mars) no com tin légto e um abuso, Sabendo-o ou niio, Althusser postule “prinlpo de iment” formulado pelos ing tas (R. Jakobsoi "Se entre ses agquilo de que fala Marx, para mio se ocupar 0 de Marx. Afastada a zida a uma fun . Jakobson’ nein inter’sse, Tenta-se uma my ismo, ou mmo para e jportancia. Apenas contam, as relagées formais. Isso nao € assim para outros. A revolugéo do pensamento que Marx realiza nio proibigio de um tal procedimento quando se dade de uma rev ando se 0 ou de sua liberdade? Marx yira_o_pensamen para_as formas existontes eaquants Formas dos ja forma isolada, A forma em segundo so sobre 9 antes, do penst 0 algebri silo de que se trat , wgem — nfo seria frau, esforgando-se por dissimular seu carater ideolégico sob 0 rigor (aparente) do sistema? HA, nessa tentativa e em outras ideologias atualment em curso, um mito do rigor, Sente-se horror pelo moviment se 0 a estabilidadé, em dogmas © em’ tipos dé . Rejeita-se es eos estados tr dos estados .estaciondrios. O- coment jor Althusser e sua eqi nente surpreende, mas logo definir. £ Her ‘A linguagem do.rigor é uma Escreve-se nui tom d mneira, wm. tom, uma esorita, tase o tom das decisies. Apos itado e remontado, ordena-se. tom administrativo: prestagio de contas, relatério de Stendhal ¢ Balzac imitaram 0 ies acreditava «0 Cédigo, muito diferente. Imitando 0 tom adh rigor arrisca-se a rctomer “inconscientemente” as categotias da Inurocracia © a consolidar seas quadros, numa..visio ,eparente- 89 mente “rigorosa”, A burocracia permanece, enquanto os homens ' esaparecem: os relatérios codificados so mantém, e este caso, os membros da sociedade — yperagdes e de capacidade operatéria. O pensamento impessoal se instala num dos torniquetes fabricados polo pensamento. O rigor € entéo 0 do pleo da tautologia. IV. Sébre o cesura, a erticulacio, @ periodizagio Para o rigor, é indispensdvel aparecer como lade racio- 2 conhecimento e do objeto conhecido. Ble forja wentos © seus processos operatérios: a decupagem € a montagem, Nao tem outros, nio qi nao pode ter ~ outros. Reproduz assim a produgio do ol tével.c remontivel, dependendo de uma dupla anélise (funcional ) mas de um tinico tipo de intel ‘A transigio, a respeito da qual entendeu-se outrora que detinha © conteiido mais rico € 0 se substituida pela separagio, Acentua-se as descontinuidades até se obter ce- suras, epistemolégicas ou teéri Os pensadores do stalini les niio se dignavam a tinham a mania das cesuras, car por una ideologia adequada, mas que éles decretavan suras, © mesmo Tupturas, entre Marx e 0s “precursores” tebricos do socialismo, Yeono- mistas. Cesuras no interior do pensamento de Marx, entre 0 periodo hegeliano © 0 perfodo no hegeliano, o do materialismo, Cesturas, e mesmo quebras, entre o marxismo e o resto de mento, do conhecimento, das ciéncias. O que levava, entre implicagées, & rejeigho das obras ditas da javentude de iodo, Marx no era ainda marsista, Nao o:sistema filoséfico-politico-cientifico oficialmen “materialismo dialético” (2). je uma centens de textos: Nouvelle Critique, n° 81-88, 1057, pig, 228 © seg. Du marxisme en France, por Jean Kanapa, i principalmente pig. 235. 90 Aétonio LL, Althusser, que parece emprest de cesura, rel @sse_procediment mento de Marx teria sido “servo” al ‘A discussio, como no tempo do stal gira em témno |. Alegremente, cortase Marx, sua obra, seu pensamento, com o bakes de decupagern temd- tica (cf. id., pag. 27, etc.). Dessa decupagem resulta uma classi- ficagio. A’ atividade de decupagem acompanha-se por uma obsessio classificadora: confun lassificagéo — fura —¢ comhecimento, tros a da medida e da qi se & decupagem. mnamento de um tal pensamento se traduz por um dilema perpétuo, por um ineess: “Tudo ou nada!” O jovem Marx ja 6 0 Marx todo? Seguramente que nao, Portanto, éle nio é nada (Pour Marx, pdg. 49). H4 uma natureza dltima da filosofia marsita que se apreende lez das transig6es mal fas — que se erguntas pedindo respos conhecic de uma ideologia, essa da reducdo ‘a um niimero finite de fung6: untas, er, para coneluir, wn proble- ma: qual é portante @ novidade do método de expesicao seguido por Marx?... Por que, para medir a diferenca especifica désse meétodo, Marx 0 chama sempre de di. enquanto que nenhu- ma das conotagies que fazem désse conceito em Hegel um con- eeito preciso pode explicar verdadeiramente 0 ato de exposicéo marsisia?” Assi Ul de Lite le Copital. Por outras palavras, x de plginas peroebe-se que iio se sabe bem de que se fala, nem quem falou. O que aumenta a pepleridade. Essa conclu ase “Tugar’ no coméco és confessa sua incons- 30s dos disléticos?_ Abandonaremos © projeto de uma teoria coerente da contradigao? Esse projeto 6 incoerente? Iremos rejeitar Marx com Hegel? Ou entio, a inho’ por uma metodo- ir a dialética em térmos ‘em susp ica no foi evacuada no meio do ca ética obstinando-se em def yerfodos” da obra de Mars, de seu pensa- jundamentalmente enganosa. Os fil6sofos 91 e ume cesura separava 0 eri 1, democritico avangado — IE perio inda io. chamavam a sepas ragao de cesura epistemoldgica on de articulagio. A inovagio de L. Althusser consiste em que éle néo admite mais o “periodo hegelisno”, ‘mas um “periodo feuorbachiano” (Pour Marz, pig. 81"e seg.). Ora, nao houve um perfodo hegeliano porque mio a perfodos no movimento que con: por ampliagbes sucessivas, por da praxis e cada vex mais critico. Qual foi a relagio. entre Hoga Marn casa rola to d fot apreandia, 9 wopdsito da qual tanto papel foi enegrecido? Um _perpé Eombate.Um combate como Pecado, como Anjo, o Dem © Deus, 0 Mestre, 0 Proprietério, 0 Amigo, 0 Inimigo,"0 Outro. Us combate revolucionério. para arrancar’A enorme "massa do hegelianismo, — edificio simblico da soci reilidado © de Estado, os materiais e os meios “espirituais” indispensé renovagio. Essa Tut dae sempre retom: unidade sex com a vid depois de trabalhos preparatérios ao Capital. eb a inversio-do. sistema ico,» caso particular do revira- ‘sso. O combate: dura ainda trinta ria, fundamental paca ia: do-te que pode ser. incorporade no pensar Tenovado, mas sem césural 9 ato, no se en ‘Hegel, nem em mente, mas no scu nivelamento ¢ nd seu confronto, Separé- j4 é matar o pensamento di Falta rigor a esta teoria? £ muito dramética? Nao convém num periodo que “des-ramatiza”’ a linguagem ¢ a teoria? Talvez. ‘Tem uma vaniagem: ela vive. Ela nio é uma simples colocar-se em forma em segundo grau, ao nivel da me Uma tentativa de metalinguag wapada lingyagem dinlten do Hogel ¢ de Mar, sogobia invitivelmente na abstragdo perdida. L. Althusser opée a descoberta 4 stsperacdo, assim como opde a cesura A transicio (ef. Pour Marx, pag. 75, pag. 79). Marx nfo teria superado o hegelianismo; nio teria lo conforme ésse conceito hegeliano. Teria descoberto a ade. sua propria perspectivacio, Mars nio teria descoberto a: superace Hegel, mas fixado © desmentido, ‘néle, pela” simult ;peron_a_filosofia aléma; 0. espiri francés, a economia classica inglesa, Por um ech sintese? Nao. Por uma eritica continua dessas gia e de it lunindo-os - uma vez. rompidos baseado- na descobe.ta dom desenha, 2 partir de cada elemento into que nasce, O esquema de Lenine, seg atingo-a unidade da mais alta cultura e da cincia na B meio do séeulo XIX, nio 6 falso, ‘Tem necesssidade nagio, Nao rejeita claramente’ 0 mostrar a importincia da critica radical, superagio se produz no pensamento de Marx, a0 cad: sido na realidade limento exitico. Jovem Marx” acredite ico — a revolugio total — de fs no tinha relat saparecimento jameato-do 93 Estado. A alienagio soli losética desaparece pela realizagao da filo- ‘A abundanc poe fim & alienagio econdmica V. Sébre @ alionagao © problema, hoje, nao é 0 de aprender o Ingar da alienagio na obra de Mars, € saber se ésse conceito particularizado © fespecificade por Marx, por éle extrafdo da arquitetura hegeliana, permite ainda definir condigies © situagdes pelo sew fim (s Superagio). Qualquer outra maneira de colacar o problema é escoléstica. Cai-se nas querelas v A exploracao da classe operiria comporta, para Mars, uma slienacio, 0" proletariado se deixa explorar enquanto desconhece as condigdes da explo- agao.e de seu fim, fle acreditasisvcar dois valores equivalentes (trabalfio contra salério), enquanto cede aos capitalistas um tempo de trabalho produtive de uma soma de valor de troca superior ao silério, Essa aparéncia eta lusto, fo inerencs ap todo de produgio capitalista. Eins resultam da extensio do ido da mercadoria para a compra © venda da férga de traba~ © estabeleciment: situagao do proletirio como classe. Espontineamente, 0 pt tar essas relagGes, revoltar-se contra clas; niio as pode porque nao 2s conhece. A fusio do conhecimento ci movimento espontineo da classe operdria funda a pritica revo- luciondria (Lenine). © proletariado, no plano econémico, perma joneiro do contrato de trabalho. fsse aspecto contratual es de producio capitalistas paralisa a consciéne tinea. © operdrio oscila entre duas atitudes: acusar 0 cay do injustiga, de espoliagio, aparecer perante éle mesmo como um escravo — querer uma melhora nos contratos de trabalho, Esse desconhecimento constitui no século XIX, e em nossos .da & exploragio. cploragio € portanto ‘uma ilusio da linguagem, que nada acrescenta ao conhecimento mas que, pelo contrério, dimimui a compreensio. O conceito de exploragio, separado do conceito de alienagao, tornase estrita- ‘mente écondmico, Com uma linguagem aparentemente mais rigo- rosa e mais vigorosa, debrugamo-nos sébre 0 smo. Nio se trata alids de pedir ao conceito de 0 aquilo que éle nio pode dar. Impossivel déle tirar uma explicagdo do 94 formaglo, uma estratégia de ado. Permito situar grupos também fungbes enquanto 0 sexo aparecer nfo como uma capa- mas como tun poder estranho, hosil © perigoco? .ca0 nae pela arte, na e pela técni ‘como existe alienacio no e pelo Estado? Essas obras da ativi- dade criadora erig léres_autOnomos, seguem sua propria trajetézia segundo suas exigdncias e impoern um destino, m lugar de servir a liberdade dando-lhe corpo? FE apenas numa osofante gio se define a de w em térmos de antropologia, de volta para irés. Fim Marx, a slienagao se define em ténnos de possibilidades, 1a alienagées, ¢ cada alienagio 36 se coneebe pela desalienagao, ‘A nogio de igada apenas & de hu mo, que ela permite tomar pritica © revol a0 i da cultura burguesa liberal. Ela es 10 €01 ‘opriagio, qu . Isso € confundir @ agio do bulldozer que devasta, deste, © que permite astim de ndvo construir, com 0 plano de uma cidade que seria apropriagio do espago e do tempo. O dominio da natureza material nio pode se confundir com 2 apropracdo pelo ser humano (individuo vivendo em socie- dade) de sua propria natureza: necessidades © desejos, espacos -mpos onde vive. Ora, a sociedade contemporinea chega a esta paradoxal jagio: dominio sobre a natureza — sem apropriagio da natureza, Da mesma forma, ela chega a um erescimento econémico — sem desenvolvimento social. A solugto dessas contradigdes nfo é a volta atrés em diregao A épocs ante- Hor, em dizeglo ao Uinginguo tempo onde a téenlca no tha ainda tomado seu impulso; & a idéia de um programa visando 0 ‘emprégo de todas as técnicas na vide quotidiana, subordinando-as as exigéncias da apropriagio. E isso, em particular, na apropria- gio do tempo e do espaco, oq) ica num urbanismo reno- vado, convergéncia das técnicas, das artes, das ciéncias sociais, pondo fim & sua separagio e & sua autonomizago. Em Althusser € nos trabalhos que éle inspira, onde esta a apre 1, conceito © conteido? Ela desaparece com o concreto inteiramente, em ™ 95 proveito da forma pura e da reflexéo abstrata © conceito do concreto. ‘Como conceit, de alie Iatas de lixo da com 0. uso cultural désse Humanidades"), rejeita-se a possibilidade de ciéncias — 0 urba- nismo, por exemplo — que levam em conta sér Com © humanismo cultural ow cultivado, co Marz, notadamente pig. 246), em proveito de fada’ L, Althusser rojeita a apropriagio. Que sobre | > humano? ‘Antes de confessar ow de reconhecer 0 fracasso do homem {monstro da natureza, animal fracassado, caricature do divino; .-) € preciso olhar para isso diversas vézes. se vai declarar Sobre as eigncias? O Sdbrehumano ou o poder da Técnica? Ou f absoluto do Sistema? Isso é inuito grave. Com a akenscko, m_o humanisino, cacm também da Felicidade ¢ a da liberdade. (0 conceito de alienagia nio pode que se disfarga em teor 2 da alienagio se_distanc ina com 0 fascismo, Uma outra experiencia histérica, a do ra contra certas idealogjicas atenua, A relagio dos grupos sociais, que sio objetos de e os prupos tecnoeratas, raramente atinge ste portal: 2 consciéncia de uma alienagio, ‘Por outro lado, o conceito de al as propri dades que a ideologia reinante exige dos conceitos. le nao & poratério. Nao. permite nem classficar edministrativaments os casos ¢ as pessoas, nem agi. fle ica i ‘Nao designa uma acao real. Enfim, certos. teéricos consideram que as alienag6s am.” Bsse efeito acumulativo tende a apagar jenagio. Na sociedade chamnada de consumo, a a se toma completa e essa. t oi slienagao total = exige uma nova. con os ataques de L. Althusser contra a . Brepara-se, de “soci to uma problemética da alienagéo. Nio pode ‘mos aqui traté-la em tda sua complexidade ‘© condensaremos fas respostas cin algumas proposigses: __a). Entre os conceit que tém ue fangio metodeléica © toGrjearme.pensamente. dialétien, -existe,:os\detimediasioidade- 96 a seguir, em altos snggHo teaz uma mediagio a de a realizar ativamente: & xa: corpo, dese)o, ¢) © conceito a & mediador entre as_situagbes © condig6os humanas fe definir pelo sen fim, ‘Tem fran duplo aspecto: definr alienagdes espectficas o reuni-las conce- ybendo seu fim. ido a nao ser pola agio pratiea Scere da ale Him de tal ali Revolugio, Sse conceito niio tem p de uma tal 4) 0 conceito de alienagio traz assim v ‘a filosofia, considerada como projet do ser humano, ¢ sua rea- ‘e) As Géncias do homem so, t8das, pareelares, No entanto, cada uma delas se quer total — ou tolali mento parcelar deve se acompanhar por sua Midicel de cada disciplina cientifica 6 ainda mais necesséti ‘quer operatdria, isto é, se cla tem poder, ye um poder pritico, o Estade nota- ‘econémicos predominantes © fa capitalista (ou neo-capitalista), ea: pelo mundo da merzador ‘mal dominado de suas Teis — isto “iesse fatos. A ciéncia arrisca-se a consagrar a alienagio Smrespondente, na medida em que ela se pretende total © pro cura aperfeigoar, sistematizando~ tla corresponde. O mesmo raci jcos, cte. O cont jnterna-externa das eiéncias parcelares db as Jacunas que persistem entre clas ou no numa, éle as lige. Aqui, ainda se se pode dizer, de uma tot io é nem econémico, nem psieslogicn, que nio se define tampouco pela svbj Bifiea “mas que se forma através désses mil de cada de vie aspectos a © poténcias. E assim que a conceito de alienagdo reforga het sedan eo snorien sito incrente ae goabecbrene, Het wi te ot nb “Sia! jue, sem ésse reféreo, se perde nas sideragées sébre a “nega- ee denegagtes Netoon? wanslormandes, sconces de sues mentos complexos fazem parte das relagdes jéncias — que éles no bastam para deter- a por cima, desas considoragies,choga-se a uma n tedzico prematuramente nfo & senio nos campos das ciéncias, isin bua ce tes cal plenos, como sistemas realizados. Bo se com éste honordvel pretext mente pag. 188, pig. 197, et loge apenas um © um dnico Sistema teérico, En jue, segundo OT penamento cite sada, teria descobes miley sons emarinhados, nunca fechados, ainda que tendendo sempre a se fecharem o pretendendo so fecha, chocando-se, quebrando-se ws 2 os outros: a saber, 05 5 i ontra os outros: ‘idealé= ficos, fiscais, administrativos, estatats, ete a VI. Sébre a dialética ‘© método dialético, Fixa-se assim uma volta atris em direcio & fil sob 0 repicio expresso da “volta atrés é, que se constréi uma mensagem cujo cixo esti Neste tino caso, proourase-determinar e liber 98 tar 0 cédigo da mensagem examinada, por uma reflexio, discurso. Segundo to, supbe-se on para dissimuler, ésse pro- confuses que 1. Althusser da ique a sobredeterminagto designs "a de uma “esirutura ndo contradi- indo win todo complexo, mas coerente) & qual jade suplementar, a contradieao 215). A contradigao deixa entio de estar “em posigao ‘papel e na sua esséncia™. Com isso, L. Al contradigio nfo & a mesma em toda gica © a contradicio iio c0i e. com efeito, levanta problemas), que uma contr: lade medieval — e 0 modo de produgéo foudal — tem ies diferentes de uma contradicéo na sociedade burguesa, we modo de produgzo capitalista? Isso ¢ uma trivialidade. Quer le dizer que uma contradi¢io nfo € mais que um acidente no todo estruturado que ela “roflete"? Que sua si {am anodo de produgio, por exemplo) earacterizado por tal “dominante” tem mais importinci Gitéria? Huma alirmagio grave, pois tende a evacuar a dia- da lei do valor, em lugar de discorrer sdbre 0 discursol No entanto, L, Althusser néo despreza exemplos ges, Para elucidar sua teoria, texto de Mao ‘Tsé-Tung, as ndvo se langa num discurso sbbre o discurso. Seria muito ‘e convincente analisar © expor a atval relagio 0 &, cidade mundial (cr to dos paises bsorgio. do campo pelo tecido ‘extensdo da nogio de campo a ‘dos. camponeses na. escala déss ‘goes sio dialéticas, complexas. Const ierarquizando ¢ sitaando maltiplas contra posigao dessa relagio nfo podem, alls, sere (os precisos: a teoria da questio agréti fcialmente, e, além do mais, alguns dados atuais. As cor bes politicas teriam a maior importineia. Assalto final do eampo 99 mundial contra a cidage mondial? Influéncia crescente da cidade mundial sdbre o €ampo mundial? Esti af o sentido, ow », dos textos de Mao. No curso de uma tal controvéxsia, se saberia do que se fala, Pod prossegair sem um apélo @ sobredeterminagio? E. possivel supé-lo. S60 fato de atingi concreto politico garantiria que se deixou a dialética hegelia pela deuce mata Ap6s 0 que, poder-se-ia tentar formal zar as diferengas. L. Alt ai po a carro: , do mundo a uma légica, a uma reflexio sobre o pensamento eo discurso, Disso resulta uma questao ja antiga e sempre mal resolvida: qual a relagio do conhecimento, cientifico com a contradicio no real_¢ no pensa: ‘ma natureza, na. hist “qiial & a ‘0 conterido Uma solugio Ficil e falsa & expurgar 0 real de suas contra

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