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RETIFICADOR TRIFÁSICO
ISOLADO COM FATOR DE
POTÊNCIA UNITÁRIO BASEADO
NO TRANSFORMADOR SCOTT
FLORIANÓPOLIS
2004
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA ELÉTRICA
RETIFICADOR TRIFÁSICO
ISOLADO COM FATOR DE
POTÊNCIA UNITÁRIO BASEADO
NO TRANSFORMADOR SCOTT
Dissertação submetida à
Universidade Federal de Santa Catarina
como requisito parcial à obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Elétrica
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do tı́tulo de Mestre em En-
genharia Elétrica, área de concentração Eletrônica de Potência, sendo aprovada em sua
forma final pelo programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade
Federal de Santa Catarina.
Banca Examinadora
unity power factor isolated three-phase rectifier based on the Scott transformer for
reliable, robust and efficient operation in medium power (10 kW - 100 kW) applications.
The Scott transformer is analyzed in detail and a simplified model of the isolated
three-phase rectifier is presented. The modeling makes possible current and voltage
circuits, in order to improve the total harmonic distortion of the power stage currents,
is analyzed.
In order to prove the theoretical analyses and the simulation results, a 12 kW
laboratory prototype was designed, implemented and tested. The prototype presented
excellent dynamic and steady-state results that confirm the theoretical analyses.
viii
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Introdução Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Revisão Bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2.1 Retificador Trifásico com Alto Fator de Potência utilizando um
Conversor Boost em Condução Descontı́nua . . . . . . . . . . . 2
1.2.2 Retificador Trifásico com Alto Fator de Potência baseado em
três Pré-Reguladores Boost Monofásicos operando em Condução
Contı́nua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.3 Retificador Trifásico com Alto Fator de Potência baseado em
dois Pré-Reguladores Boost Monofásicos utilizando o Autotrans-
formador Scott . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.3 Retificador Trifásico Isolado com Fator de Potência Unitário baseado no
Transformador Scott . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2 O Transformador Scott 27
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2 Análise do Transformador Scott . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2.1 Análise das Tensões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2.2 Análise das Correntes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.3 Análise de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3 Resultados de Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3 Modelagem e Controle 46
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.2 Modelagem do Retificador Trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2.1 Obtenção do Modelo CA de Pequenos Sinais . . . . . . . . . . . 47
3.2.2 Obtenção do Modelo do Filtro de Saı́da . . . . . . . . . . . . . . 53
3.3 Controle do Retificador Trifásico Isolado . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.3.1 Malha de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Sumário x
4 Função de Chaveamento 74
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.2 Aplicação do Conceito de Função de Chaveamento . . . . . . . . . . . 75
4.2.1 Estudo de dois Conversores Buck conectados em Paralelo . . . 75
4.2.2 Estudo de dois Conversores Boost conectados em Paralelo . . . 90
4.3 Análise das Correntes Secundárias do Retificador Trifásico Isolado com
Fator de Potência Unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.3.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.3.2 Análise do Retificador Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
4.3.3 Análise do Retificador T e dos Efeitos de Defasagens Angulares
inseridas nos Sinais Portador e Modulante . . . . . . . . . . . . 109
4.3.4 Resultados de Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
4.4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
5 A Transformação αβ 121
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
5.2 Transformação αβ aplicada ao Transformador Scott . . . . . . . . . . 122
5.3 Resultados de Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
5.4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Apêndices 162
η Rendimento -
Cf , C f 1 , C f 2 , C f 3 Capacitância de filtragem F
D Razão cı́clica -
fc Freqüência de comutação Hz
Lf 1 , L f 2 , L f 3 Indutância de filtragem H
T (transformador Scott)
Ro Carga Ω
SP Interruptor P -
ST Interruptor T -
t Tempo s
Ts Perı́odo de comutação s
VA , V B , V C Tensão de fase V
(transformador Scott)
Vo Tensão de saı́da V
Lista de Abreviações
Abreviação Descrição
CA Corrente alternada
Continua na próxima página
Listas de Sı́mbolos xxi
Abreviação Descrição
CC Corrente contı́nua
ef Eficaz
pk Pico
Constantes Matemáticas
Constante Valor
π 3,141592653589793238462643...
e 2,718281828459045235360287...
√
j −1
Convenções
◦
|X| Módulo do fasor
dx
dt
Derivada
R
x.dt Integral
P
x Somatório
x Parametrizado
[X] Matriz
Lista de Figuras
6.36 Foto dos pré-reguladores boost e do circuito de partida (vista lateral). 157
6.37 Foto dos pré-reguladores boost e do circuito de partida (vista superior). 157
6.38 Foto do circuito de controle e dos circuitos de comando dos IGBTs. . . 158
D.1 Tensão de saı́da e corrente dos indutores boost durante a partida. . . . 230
Lista de Tabelas
Introdução
equipamentos de escritório.
Com isto, passou-se a exigir retificadores de alta qualidade, operando com elevado
fator de potência, alta eficiência e reduzida taxa de distorção harmônica total de cor-
rente. Os retificadores monofásicos e trifásicos de alto fator de potência freqüentemente
empregam conversores com modulação PWM, como por exemplo o conversor Boost,
trifásico isolado com fator de potência unitário baseado no transformador Scott para
operação em aplicações de médias potências de modo confiável, robusto e eficiente.
D1 D2 D3
Cf1 Sb
VBn(t) Lf2 LbB Vo
Cf2 Cf3
VCn(t) Lf3 LbC
D4 D5 D6
A estrutura proposta por [2] apresenta três estados topológicos: quando o inter-
nula, deixando-os aptos a conduzir. Apesar disso, somente três diodos conduzem a cor-
rente de magnetização dos indutores boost. Durante o semi-ciclo positivo (negativo) da
tensão de fase, o diodo superior, D1 , D2 ou D3 , (inferior, D4 , D5 ou D6 ) correspondente
a esta fase conduzirá a corrente. Como conseqüência disto, sempre existirá um diodo
conduzindo toda a corrente do circuito.
mina quando toda a energia dos indutores foi entregue à carga e a corrente se anula,
1. Introdução 4
A Fig. 1.2 mostra a seqüência de condução dos diodos da ponte retificadora. Cada
diodo da ponte conduz durante 180o dentro de um perı́odo da rede.
VAn VBn VCn
D1
D2
D3
D4
D5
D6
D1 D3 D1 D1 D2 D2 D2 D3 D3
D5 D5 D6 D6 D4 D6 D4 D4 D5
Com o intuito de filtrar as componentes de alta freqüência das correntes dos indu-
tores boost, os autores propõem o uso de um filtro LC passa-baixa colocado entre a
distância entre a banda passante e a de rejeição. Um certo cuidado deve ser tomado no
projeto do filtro pois quanto menor for a freqüência de ressonância, maior será a defa-
sagem entre a tensão de fase e sua respectiva corrente. Por outro lado, a freqüência de
ressonância não pode ser muito alta, pois as componentes na freqüência de comutação
não serão completamente filtradas. A fim de garantir um elevado fator de potência,
O cálculo das indutâncias, tanto do filtro quanto do conversor Boost, foram definidas
Lf 1 = Lf 2 = Lf 3 = 35µH
1
F Tf iltro (s) = (1.1)
Lf .Cf .s2 + 1
1
Cf = (1.2)
(2.π.fressonância )2 .Lf
Cf 1 = Cf 2 = Cf 3 = 10µF
100
50
(
20× log FT filtro( f ) )
0
50
3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10
f
A Fig. 1.4 mostra a corrente do indutor boost LbA , a corrente de linha que circula
pela fonte VAn e a tensão de fase VAn (t), dividida por um fator igual a 10. Com uma
análise mais apurada, verifica-se que a corrente I(VAn ) está adiantada em relação à
tensão de fase de 5, 25o .
40A
0A
-40A
I(LbA)
20
I(VAn)
V(VAn)/10
0
-20
0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms
I(VAn) V(VAn)/10
Time
Figura 1.4: Resultado de simulação: corrente I(LbA ), corrente I(VAn ) e tensão de fase
VAn .
15A
10A
5A
0A
I(LbA)
20A
10A
0A
0Hz 5KHz 10KHz 15KHz 20KHz 25KHz
I(VAn)
Frequency
tagens. Entre as vantagens, destacam-se: o controle simples, sendo composto por uma
única malha de controle com a tarefa de corrigir o valor da razão cı́clica quando a carga
1. Introdução 8
corrente não seguirem uma senóide. Conforme a tensão de saı́da aumenta, a amplitude
da 5a harmônica diminui. Por outro lado, com o aumento da tensão de saı́da, as perdas
em Condução Contı́nua
de saı́da é comum para os três circuitos de controle de modo a ter correntes iguais em
amplitude em cada pré-regulador boost monofásico (current sharing). Desta forma, a
Po = 3.η.PB (1.3)
1. Introdução 9
LA1 DbA1
VA(t)
SA Vo
LA2 DbA2
LB1 DbB1
VB(t)
SB
LB2 DbB2
LC1 DbC1
VC(t)
SC
LC2 DbC2
Figura 1.6: Retificador trifásico utilizando três pré-reguladores boost monofásicos ope-
rando em condução contı́nua.
Z π
1
PB = · VAnpk .IAnpk .[sen(ω.t)]2 .d(ω.t)
π 0
VAnpk .IAnpk Po
PB = =
2 3.η
2 Po
IAnpk = · (1.4)
3 η.VAnpk
1. Introdução 10
monofásico precisou ser adaptada para a conexão trifásica. O indutor boost foi di-
vidido em dois indutores de indutâncias iguais entre si e correspondentes à metade
da indutância necessária para obter a ondulação de corrente definida no projeto. Um
de um pré-regulador pode retornar por outro. A inserção destes componentes não so-
luciona este problema, porém ameniza-o [3]. Para desacoplar completamente os três
pré-reguladores, uma solução seria conectar um conversor CC-CC isolado após cada
Vo 1, 57
L= · (1.5)
2.π.fc ∆IL .IAnpk
L = 2, 46mH
L
LA1 = LA2 = LB1 = LB2 = LC1 = LC2 = (1.6)
2
LA1 = LA2 = LB1 = LB2 = LC1 = LC2 = 1, 23mH
taxas de distorção harmônica calculadas via simulação para cada corrente são 7, 39%
para a fase A, 7, 33% para a fase B e 7, 36% para a fase C.
20
-20
V(VA)/30 I(VA)
20
-20
(V(VB)/30 I(VB)
20
-20
41.7ms 45.0ms 50.0ms 55.0ms 60.0ms 65.0ms 70.0ms
(V(VC)/30 I(VC)
Time
20A
15A
10A
5A
0A
I(LA1)
20A
15A
10A
5A
0A
41.7ms 45.0ms 50.0ms 55.0ms 60.0ms 65.0ms 70.0ms
I(LA2)
Time
10A
0A
0Hz 0.2KHz 0.4KHz 0.6KHz 0.8KHz 1.0KHz
I(VA)
Frequency
400mA
200mA
0A
10KHz 20KHz 30KHz 40KHz 50KHz 60KHz 70KHz 80KHz 90KHz
I(VA)
Frequency
igual para as demais fases. O fator de potência foi calculado via simulação e seu valor
é igual a 0, 991 para cada fase.
virtude, já que é composta por três pré-reguladores boost monofásicos conhecidos na
literatura. Pelo fato de operar em condução contı́nua e ter a potência nominal de saı́da
distribuı́da entre os três pré-reguladores, esta topologia é mais adequada para operar
em potências maiores do que a estrutura mostrada anteriormente, sendo limitado pelo
custo de implementação.
A interação entre os pré-reguladores boost é um problema que não pôde ser com-
pletamente eliminado, mesmo com as modificações mostradas, porém não compromete
a operação da estrutura.
O grande número de componentes pode ser visto como uma desvantagem da topo-
logia já que emprega três pré-reguladores boost, cada qual com um circuito de controle
o Autotransformador Scott
Como na topologia anterior, utiliza-se dois indutores boost e dois diodos boost por
pré-regulador. Esta mudança topológica em relação ao pré-regulador boost clássico
é necessária para minimizar as interações entre os dois estágios pré-reguladores ao
1. Introdução 14
LP1 DP1
VA
Vo
SP
k
LP2 DP2
VB LT1 DT1
VC ST
LT2 DT2
Figura 1.10: Retificador trifásico com alto fator de potência baseado em dois pré-
reguladores boost monofásicos utilizando o autotransformador Scott.
foi explicado, sua função nesta topologia é converter as tensões trifásicas da rede em
tensões bifásicas equilibradas. Pelo papel que desempenha e pela semelhança com a
◦
V A = Vpk ∠0o
◦
V B = Vpk ∠ − 120o
◦
V C = Vpk ∠ − 240o (1.7)
1. Introdução 15
VA
+ +
VAk
k _
VAB
+ +
VkB
VB _
_
VkC
VC _
◦ ◦
|V AB | |V AB |
r= ◦ = ◦ (1.8)
|V kB | |V Ak |
◦ ◦
onde r é a relação de transformação e observando a equação |V Ak | = |V kB |.
◦
Observando a Fig. 1.11, obtém-se (1.9) que descreve a tensão fasorial V kC .
◦ ◦ ◦ ◦
V kC = V B − V C + V kB
◦
◦ ◦ V AB
V kC = V BC +
r √
◦ √ 3.Vpk o
V kC = 3.Vpk ∠ − 120o + ∠0 (1.9)
r
Deseja-se obter duas tensões defasadas de 90o nas entradas dos pré-reguladores
boost. Para isso:
◦
V kC = a.Vpk ∠ − 90o (1.10)
√ √
3 3 3
−j.a.Vpk = −j · · Vpk − · Vpk + · Vpk (1.11)
2 2 r
r=2 (1.12)
√ r
3 (2 − r)2
a= · +3
2 r2
3
a = = 1, 5 (1.13)
2
◦
Assim, a tensão V kC é dada por (1.14).
◦ 3
V kC = · Vpk ∠ − 90o (1.14)
2
na Fig. 1.12. Observa-se que as tensões bifásicas não possuem os mesmos módulos,
então, para que os dois pré-reguladores processem a mesma potência, a corrente do
isso seja verdade, é necessário calcular as correntes de pico na entrada de cada pré-
regulador para projetar corretamente as malhas de controle da corrente. A diferença
1. Introdução 17
VCA
VAB VAB
VBC VkC
nos valores de pico das correntes de entrada dos pré-reguladores é necessária para
compensar a diferença nos módulos das tensões de entrada. A potência de cada pré-
regulador boost é definida como sendo metade da potência total de saı́da, conforme:
Po
PB =
2.η
Po = η.VPinpk .IPinpk = η.VTinpk .IT inpk (1.15)
Onde VPinpk e VTinpk são os valores de pico das tensões nas entradas dos pré-reguladores
e IPinpk e ITinpk são os valores de pico das correntes nas entradas dos pré-reguladores.
Po = η.VAB pk .IPinpk
√
Po = η. 3.Vpk .IPinpk
√
3 Po
IPinpk = · (1.16)
3 η.Vpk
(1.18) e (1.19).
√
◦ 3 Po
I Pin = · ∠0o (1.18)
3 η.Vpk
◦ 2 Po
I Tin = · ∠ − 90o (1.19)
3 η.Vpk
A relação entre os módulos das correntes de entrada dos pré-reguladores pode ser
determinada ao dividir (1.19) por (1.18), resultando em (1.20).
◦ √
|I Tin | 2. 3
◦ = = 1, 15 (1.20)
|I P in | 3
◦ ◦
Ou seja, o módulo da corrente I T é 15% maior do que o módulo da corrente I P .
Para eliminar a interação entre os estágios pré-reguladores, [6] propõe o uso de
staggered PWM. Nesta modulação, evita-se que os dois interruptores, S P e ST , estejam
abertos ao mesmo tempo. Assim, a interação é quase que totalmente eliminada. Para
que isso aconteça, é necessário que a razão cı́clica de cada interruptor seja sempre maior
do que 0, 5, ou seja:
Vo ≥ 1, 85.VLL (1.21)
Vo 1, 57
LPtotal = · (1.22)
2.π.fc ∆IL .IPinpk
LPtotal = 2, 8mH
LPtotal
LP 1 = L P 2 = = 1, 4mH (1.23)
2
Vo 1, 57
LTtotal = · (1.24)
2.π.fc ∆IL .ITinpk
LTtotal = 2, 4mH
LTtotal
LT 1 = L T 2 = = 1, 2mH (1.25)
2
de distorção harmônica calculadas via simulação para cada corrente são 5, 82% para a
fase A, 5, 94% para a fase B e 5, 60% para a fase C.
40A
I(VA) I(VB) I(VC)
20A
0A
-20A
-40A
35ms 40ms 45ms 50ms 55ms 60ms 65ms 70ms
I(VA) I(VB) I(VC)
Time
A Fig. 1.14 ilustra as tensões nas entradas dos pré-reguladores boost. Observa-se
1. Introdução 20
que os picos das tensões são diferentes, a tensão VAB (t) é 15% maior do que a tensão
VkC (t).
800V
VAB
VkC
400V
0V
-400V
-800V
35ms 40ms 45ms 50ms 55ms 60ms 65ms 70ms
V(VkC) V(VAB)
Time
30A
20A
10A
0A
I(LP1)
40A
30A
20A
10A
0A
35ms 40ms 45ms 50ms 55ms 60ms 65ms 70ms
I(LP2)
Time
A Fig. 1.16 apresenta as correntes e tensões nas entradas dos pré-reguladores boost.
Observando as formas de onda, é possı́vel verificar que as amplitudes das correntes são
1. Introdução 21
diferentes entre si, bem como as amplitudes das tensões. Essas diferenças permitem
que cada pré-regulador processe metade da potência total de saı́da.
50
-50
V(VAB)*0.1 I(Pré-regulador Principal)
50
SEL>>
-60
35ms 40ms 45ms 50ms 55ms 60ms 65ms 70ms
V(VkC)*0.1 I(Pré-regulador T)
Time
que, conforme esperado, cada pré-regulador processa metade da potência total de saı́da.
Essa potência é distribuı́da igualmente entre as fontes de alimentação.
16KW
AVG(W(Vo))
12KW
AVG(VPin*IPin) AVG(VTin*ITin)
8KW
4KW
0W
35ms 40ms 45ms 50ms 55ms 60ms 65ms 70ms
AVG(W(Vo)) AVG(VPin*IPin) AVG(VTin*ITin) AVG(V(VA)*I(VA)) AVG(V(VB)*I(VB))
AVG(V(VC)*I(VC))
Time
20A
0A
0Hz 0.2KHz 0.4KHz 0.6KHz 0.8KHz 1.0KHz
I(VA)
Frequency
2.0A
1.0A
SEL>>
0A
10KHz 20KHz 30KHz 40KHz 50KHz 60KHz 70KHz 80KHz 90KHz
I(VA)
Frequency
vantagem já que é composta por dois pré-reguladores boost monofásicos extremamente
conhecidos na literatura. Pelo fato de operar em condução contı́nua e ter a potência no-
minal de saı́da distribuı́da entre os dois pré-reguladores, esta topologia é mais adequada
pré-reguladores. De acordo com a aplicação, (1.21) pode não ser atendida e, neste caso,
1. Introdução 23
o objetivo foi mostrar resultados experimentais e, assim, comprovar a idéia. Neste tra-
balho, o controle da corrente por histeres foi implementado. Posteriormente, os mesmos
autores implementaram o controle digital para a estrutura, porém, nenhum esforço foi
realizado para aprofundar a análise teórica da topologia. Nenhum outro trabalho foi
publicado em revistas ou congressos da IEEE até [6] propor uma versão não-isolada.
VC D1T D2T
ST Co Ro
VB
D3T D4T
LP DbP
VA
D1 D2
SP
D3 D4
Figura 1.19: Retificador trifásico isolado com fator de potência unitário baseado no
transformador Scott.
Esta estrutura é adequada para aplicações como fontes de alimentação que requerem
isolamento na entrada, como por exemplo em UPSs, pois, devido a presença do trans-
1. Introdução 24
formador Scott, a tensão de saı́da pode assumir valores mais baixos do que no caso
de [6], além de proporcionar isolamento galvânico. A taxa de distorção harmônica
total das correntes de entrada é menor do que no caso de [6], pois os estágios pré-
reguladores não possuem um ponto em comum nas suas entradas, impedindo qualquer
tipo de interação entre eles.
tensões bifásicas defasadas de 90o entre si, a tensão de saı́da é perfeitamente contı́nua,
isenta de qualquer oscilação em 120 Hz, caracterı́stica dos pré-reguladores monofásicos.
1.4 Conclusão
ST Co Ro ST Co Ro
VB VB
D3T D4T D3T D4T
VA VA
D1 D2 LP D1 D2 LP
SP SP
D3 D4 D3 D4
(a) (b)
ST Co Ro ST Co Ro
VB VB
D3T D4T D3T D4T
VA VA
D1 D2 LP DbP D1 D2 LP DbP
SP SP
D3 D4 D3 D4
(c) (d)
2 trata do transformador Scott, onde suas correntes, tensões e potência processada são
analisadas.
1
Por este software ser de origem americana, o programa utiliza o ponto (.) como o separador das
casas decimais, ao invés da vı́rgula (,), utilizada no Brasil.
Capı́tulo 2
O Transformador Scott
2.1 Introdução
em março de 1894. Segundo o autor, as vantagens dos sistemas bifásicos para a distri-
buição de energia elétrica e as vantagens dos sistemas trifásicos para a sua transmissão
grande planta hidrelétrica de Niagara Falls (estado de Nova Iorque, EUA) em um sis-
tema trifásico de transmissão que fornecia energia para Buffalo (Nova Iorque, EUA),
em 1896, [11].
O transformador Scott é composto por dois transformadores monofásicos, conforme
mostrado na Fig. 2.1. O transformador que apresenta derivação central é denominado
[12].
2. O Transformador Scott 28
A
B
C
a x b c y d
a’ b’ c’ d’
Transformador Principal Transformador T
(a)
y d’
c c’
Transformador T
a a’
x
b b’
Transformador Principal
(b)
Figura 2.1: Transformador Scott: (a) Conexão à rede e (b) Construção fı́sica.
dos desde que estejam disponı́veis derivações (taps) de 50% e 86,6% no lado trifásico.
O enrolamento do transformador principal é conectado entre duas fases e a sua de-
responde ao neutro do sistema trifásico. O condutor neutro pode ser obtido para a
operação do sistema a quatro fios, porém a construção do transformador se torna um
pouco mais complicada.
2. O Transformador Scott 29
-
NP1/2 NP1/2
B A
D
NP2
- VPsec +
◦
V AB = Vpk ∠0o (2.1)
◦
V BC = Vpk ∠ − 120o (2.2)
◦
V CA = Vpk ∠ − 240o (2.3)
2. O Transformador Scott 30
◦ Vpk o
V AD = ∠0 (2.4)
2
◦ Vpk o
V DB = ∠0 (2.5)
2
◦ ◦ ◦
V DC = −V CB + V DB
◦ Vpk o
V DC = Vpk ∠ − 120o + ∠0
√ 2
◦ 3
V DC = .Vpk ∠ − 90o (2.6)
2
A Fig. 2.3 mostra os diagramas fasoriais das tensões de linha que alimentam o
transformador e as tensões primárias do transformador. A tensão V x é a tensão sobre a
bobina DC enquanto a tensão Vy é a tensão de linha VAB , ou seja, a soma das tensões
sobre as bobinas DB e AD.
VCA
VAB Vy
VBC Vx
VDC NT 1
= = ax (2.7)
VT sec NT 2
2. O Transformador Scott 31
Vy NP 1
= = ay (2.8)
VP sec NP 2
onde VDC , Vy , VT sec e VP sec são os módulos dos fasores mostrados anteriormente.
A fim de se ter tensões secundárias iguais em módulo, é necessário determinar o
VT sec = VP sec
VDC Vy
=
ax ay
√
3
ax VDC 2
.Vpk
= =
ay Vy Vpk
√
ax 3
= = 0, 866 (2.9)
ay 2
de fase primárias iguais em módulo. Conforme mencionado, o ponto D não pode ser
usado como neutro, pois as tensões sobre as bobinas em relação a esse ponto não são
equilibradas.
definindo α como a percentagem da tensão VDC que permanece sobre a bobina DO, o
transformador e suas respectivas tensões primárias podem ser verificadas na Fig. 2.4.
Definindo: √
◦ ◦ 3
V DO = α.V DC = α. .Vpk ∠ − 90o (2.10)
2
2. O Transformador Scott 32
_ _
VOC
VCD
+
_
O
+
VDO
VOB
+ +
_
B A
_ D _
VDB + VAD +
Figura 2.4: Transformador Scott com neutro.
◦
A tensão V OB pode ser obtida a partir da malha BDO.
◦ ◦ ◦
V OB = −V DB − V DO
√
◦ Vpk 3
V OB = − + j.α. .Vpk (2.11)
2 2
r
◦ 1 3
| V OB |= Vpk . + α2 . (2.12)
4 4
◦ ◦
V OC = (1 − α).V DA
√
◦ 3
V OC = .(1 − α).Vpk ∠ − 90o (2.13)
2
◦ ◦
| V OB |=| V OC | (2.14)
2. O Transformador Scott 33
Assim, a derivação para obter o ponto de neutro deverá ser ajustada de forma que
◦
a tensão V OC seja: √
◦ 3
V OC = .Vpk ∠ − 90o (2.16)
3
p
LPtotal = LPAD + LPDB + 2.kS . LPAD .LPDB (2.17)
LPtotal 2
= ( √ .ax )2
LPsec 3
3.LPtotal 3.LPS
LPsec = = (2.20)
4.a2x a2x
LT S
= a2x
LTsec
LT
LTsec = 2S (2.21)
ax
As relações entre as correntes das bobinas primárias e secundárias podem ser facil-
mente obtidas assumindo-se que a carga se encontre no lado bifásico e que as cargas
transformador principal é nulo e o efeito destas correntes não aparece no seu secundário.
A corrente IPsec é induzida no primário do transformador principal. A corrente
IPprim circula igualmente pelas duas bobinas, AD e DB, sem passar pela bobina do
transformador T. A Fig. 2.5 mostra a distribuição das correntes secundárias induzidas
no primário do transformador Scott.
C
ITsec
ITprim
ITprim ITprim
2 2
IPprim IPprim
B A
D
IPsec
◦
atrasada de 90o em relação a I Pprim .
Relembrando as relações de transformação definidas anteriormente:
ITprim NT 2 1
= = (2.22)
ITsec NT 1 ax
IPprim NP 2 1
= = (2.23)
IPsec NP 1 ay
onde ITprim , IPprim , ITsec e IPsec são os módulos dos fasores mostrados na Fig. 2.5, sendo
◦
◦ ◦ IT
I A = I Pprim + prim (2.24)
2
2. O Transformador Scott 36
◦
◦ ◦ IT
I B = I Pprim + prim (2.25)
2
◦ ◦
I C = I Tprim (2.26)
◦
I Tprim = ITprim ∠ − 90o (2.27)
◦
I Pprim = IPprim ∠0o (2.28)
s
◦ IT2prim −ITprim
IA = IP2prim + ∠arctg (2.29)
4 2.IPprim
s
◦ IT2prim ITprim
IB = IP2prim + ∠arctg (2.30)
4 2.IPprim
Os módulos destas duas correntes de linha são iguais entre si, porém deseja-se ainda
◦
que sejam iguais ao módulo de I C . Portanto:
◦ ◦ ◦ ◦
| I A |=| I B |=| I C |=| I Tprim |= ITprim
s
IT2prim
2
ITprim = IPprim + (2.31)
4
√
3
IPprim = .ITprim = 0, 866.ITprim (2.32)
2
são equilibradas.
processada pelo secundário quanto a potência processada pelo primário. Para isso é
necessário obter os valores eficazes de corrente e tensão nas bobinas deste transforma-
dor.
A tensão sobre a bobina DC é dada por (2.6). O valor eficaz desta tensão é facil-
mente obtida, conforme (2.33).
√
6
VT primef = · Vpk (2.33)
4
A corrente eficaz da mesma bobina, escrita como sendo função da corrente se-
cundária do transformador T, é calculada usando a relação de transformação (2.22).
√
2
IT primef = · ITsec (2.34)
2.ax
nada:
√
6
VT secef = · Vpk (2.36)
4.ax
√
2
IT secef = · ITsec (2.37)
2
transformador.
A tensão sobre a bobina AD é dada por (2.4) e é igual à tensão sobre a bobina DB.
√
2
VP primef = · Vpk (2.39)
4
◦
◦ ◦ IT
I AD = I Pprim + prim
√ 2
◦ 3 ITsec IT
I AD = . − j. sec
2 ax 2.ax
◦ IT
I AD = sec ∠ − 30o (2.40)
ax
◦ ITsec
I DB = ∠30o (2.41)
ax
√
2
IADef = · ITsec (2.42)
2.ax
√
2
IDBef = · ITsec (2.43)
2.ax
determinada:
√
6
VP secef = · Vpk (2.45)
4.ax
√
2
IT secef = · ITsec (2.46)
2
2. O Transformador Scott 40
√
V APprim 2. 3
= = 1, 15 (2.48)
V APsec 3
Conclui-se, então, que a potência processada pelo primário é 15% maior do que a
Segundo [14], a potência de um transformador pode ser expressa como sendo uma
total. Este resultado é normalizado por 1000, de modo que o resultado seja expresso
em kVA.
kV AScott
kV A% = 100.
Po
√
Vpk .ITsec 3. 3
4.ax
.(1 + 2
)
kV A% = 100. (2.50)
Po
1Meg 10
LPsec
2.25H K K_P
2 1 K_Linear
VA
RLA COUPLING = 1
LPprim1
0.5
FREQ = 60 LPprim2
VAMPL = 311 2 1 2 1 LPsec
PHASE = -30
LPprim2 LPprim1
0.75H 0.75H
VB
RLB
0.5 1 1
FREQ = 60
VAMPL = 311 LTprim LTsec RTo
PHASE = -150 2.6H 2.6H 10
2 2
VC
RLC
RTN
0.5 1Meg
FREQ = 60 K K_T
VAMPL = 311 K_Linear
PHASE = 90 COUPLING = 1
LTprim
LTsec
400V
0V
-400V
-800V
2.4667s 2.4700s 2.4750s 2.4800s 2.4850s 2.4900s 2.4950s 2.5000s
V(VA-VB) V(VB-VC) V(VC-VA)
Time
Observa-se que as tensões sobre as bobinas LP prim1 e LP prim2 são iguais entre si e
√
3
metade da tensão de linha VAB . A tensão sobre a bobina LT prim é igual a 2
.Vpk ,
conforme previsto pela análise teórica, onde Vpk é a tensão de pico de linha.
500V
VTprim
VPprim(AD)
0V
-500V
2.4667s 2.4700s 2.4750s 2.4800s 2.4850s 2.4900s 2.4950s 2.5000s
V(LTprim:1,LTprim:2) V(LPprim:1,LPprim:2)
Time
0V
-500V
2.4667s 2.4700s 2.4750s 2.4800s 2.4850s 2.4900s 2.4950s 2.5000s
V(LPsec:1,LPsec:2) V(LTsec:1,LTsec:2)
Time
A Fig. 2.10 apresenta as correntes que circulam pelas bobinas secundárias do trans-
formador.
50A
IPsec ITsec
0A
-50A
2.4667s 2.4700s 2.4750s 2.4800s 2.4850s 2.4900s 2.4950s 2.5000s
I(LTsec) I(LPsec)
Time
I(LTprim)
0A
-50A
2.4667s 2.4700s 2.4750s 2.4800s 2.4850s 2.4900s 2.4950s 2.5000s
I(LTprim) I(LPprim1) I(LPprim2) Referência angular
Time
0A
-50A
2.4667s 2.4700s 2.4750s 2.4800s 2.4850s 2.4900s 2.4950s 2.5000s
I(VA) I(VB) I(VC)
Time
103.864%
103.860%
103.856%
103.852%
2.4667s 2.4700s 2.4750s 2.4800s 2.4850s 2.4900s 2.4950s 2.5000s
100*((RMS(V(LTprim:1,LTprim:2))*RMS(I(LTprim)) + 2*RMS(V(LPprim2:1,LPprim2:2))*RMS(I(LPprim2))
+ RMS(V(LTsec:1,LTsec:2))*RMS(I(LTsec)) + RMS(V(LPsec:1,LPsec:2))*RMS(I(LPsec))) / 2000) / ((RMS(V(LTsec:1,LTsec:2))*
RMS(I(LTsec)) + RMS(V(LPsec:1,LPsec:2))*RMS(I(LPsec))) / 1000)
Time
2.4 Conclusão
mais aprofundados.
Capı́tulo 3
Modelagem e Controle
3.1 Introdução
análise por inspeção do retificador trifásico, será mostrado um modelo para o filtro de
saı́da.
Alguns aspectos das malhas de controle do retificador trifásico serão discutidos. O
projeto completo das malhas de controle pode ser encontrado no Apêndice C. Com a
finalidade de melhorar a taxa de distorção harmônica total das correntes secundárias do
dos fontes de tensão alternada ideais. Assume-se que todos os componentes, também,
são ideais, que os pré-reguladores boost operam em condução contı́nua durante todo o
perı́odo da rede, que a tensão de saı́da é constante e que o sensor de corrente possui
resistência desprezı́vel.
sem oscilações em baixa freqüência. As tensões de entrada, V inP (t) e VinT (t), são as
tensões secundárias retificadas, ou seja, as tensões após os retificadores a diodos.
A modelagem de pequenos sinais tem inı́cio na definição dos quatro estados to-
pológicos da estrutura e o equacionamento das tensões sobre os indutores boost. O
primeiro estado topológico ocorre quando os dois interruptores conduzem, fazendo com
que as tensões sobre os indutores sejam iguais às tensões retificadas, (3.1) e (3.2).
diLP (t)
VLP1o Estado (t) = LP . = VinP (t) (3.1)
dt
diL (t)
VLT1o Estado (t) = LT . T = VinT (t) (3.2)
dt
LT DbT
VinT(t) ST Vo
LP DbP
VinP(t) SP
diLP (t)
VLP2o Estado (t) = LP . = VinP (t) (3.3)
dt
diL (t)
VLT2o Estado (t) = LT . T = VinT (t) − Vo (3.4)
dt
diLP (t)
VLP3o Estado (t) = LP . = VinP (t) − Vo (3.5)
dt
diL (t)
VLT3o Estado (t) = LT . T = VinT (t) (3.6)
dt
O último estado topológico ocorre quando os dois diodos boost, D bP e DbT , condu-
zem, (3.7) e (3.8).
diLP (t)
VLP4o Estado (t) = LP . = VinP (t) − Vo (3.7)
dt
diL (t)
VLT4o Estado (t) = LT . T = VinT (t) − Vo (3.8)
dt
3. Modelagem e Controle 49
Aplicando a aproximação de pequenos sinais às equações obtidas para cada estado
topológico, obtém-se novamente quatro equações para cada indutor boost. Esta apro-
ximação consiste em substituir as tensões de entrada por seus valores médios de baixa
freqüência, hVinP (t)iTs e hVinT (t)iTs , ou seja, as médias ao longo de um perı́odo de
comutação.
diLP (t)
VLP1o Estado (t) = LP . = hVinP (t)iTs
dt
diLP (t)
VLP2o Estado (t) = LP . = hVinP (t)iTs
dt
diL (t)
VLP3o Estado (t) = LP . P = hVinP (t)iTs − Vo
dt
diLP (t)
VLP4o Estado (t) = LP . = hVinP (t)iTs − Vo (3.9)
dt
diLT (t)
VLT1o Estado (t) = LT . = hVinT (t)iTs
dt
diL (t)
VLT2o Estado (t) = LT . T = hVinT (t)iTs − Vo
dt
diLT (t)
VLT3o Estado (t) = LT . = hVinT (t)iTs
dt
diLT (t)
VLT4o Estado (t) = LT . = hVinT (t)iTs − Vo (3.10)
dt
Assim, pode-se concluir que durante os quatro subintervalos, as correntes dos indu-
tores variam a uma taxa constante, já que são considerados que os valores médios das
tensões de entrada e a tensão de saı́da são constantes.
Z t+Ts
1
hVLP (t)iTs = VL (τ ).dτ
Ts t
hVLP (t)iTs ≈ dP (t). hVinP (t)iTs + d0P (t). hVinP (t)iTs − Vo (3.11)
d hiLP (t)iTs
LP · = dP (t). hVinP (t)iTs + d0P (t). hVinP (t)iTs − Vo (3.12)
dt
d hiLT (t)iTs
LT · = dT (t). hVinT (t)iTs + d0T (t). hVinT (t)iTs − Vo (3.13)
dt
outros métodos no domı́nio da freqüência, não podem ser empregadas no caso de siste-
mas não-lineares. Para que estas ferramentas sejam utilizadas, é necessário linearizar
as equações através da construção de um modelo de pequenos sinais.
de operação em torno do qual existem pequenas oscilações CA. Assim, as entradas são
definidas como:
então as equações não-lineares (3.12) e (3.13) podem ser linearizadas. Isto é realizado
substituindo os conjuntos de equações (3.14) e (3.15) nas equações (3.12) e (3.13).
h i
d ILP + îLP (t) h i
LP · ˆ
= DP + dP (t) . [VinP + v̂inP (t)] +
dt h i
+ 1 − DP − dˆP (t) . (VinP + v̂inP (t) − Vo ) (3.17)
h i
d ILT + îLT (t) h i
LT · = DT + dˆT (t) . [VinT + v̂inT (t)] +
dt h i
ˆ
+ 1 − DT − dT (t) . (VinT + v̂inT (t) − Vo ) (3.18)
dILP dîLP (t)
LP · dt
+ LP · dt
= (VinP − Vo + DP .Vo ) + v̂inP (t) + dˆP (t).Vo (3.19)
| {z } | {z }
Termos CC
Termos CA de 1a ordem (lineares)
dILT dîLT (t)
LT · dt
+ LT · dt
= (VinT − Vo + DT .Vo ) + v̂inT (t) + dˆT (t).Vo (3.20)
| {z } | {z }
Termos CC
Termos CA de 1a ordem (lineares)
As derivadas de ILP e ILT são nulas já que estes termos são, por definição, grandezas
CC. Os termos CC do lado direito das equações, por definição, são iguais aos termos
no lado esquerdo, portanto, nulos. Desta forma, restam apenas os termos lineares de
primeira ordem em ambos os lados das equações. Este é o resultado desejado, ou seja,
as equações linearizadas de pequenos sinais que descrevem as variações nas correntes
dos indutores.
dîLP (t)
LP · = v̂inP (t) + dˆP (t).Vo (3.21)
dt
dîLT (t)
LT · = v̂inT (t) + dˆT (t).Vo (3.22)
dt
O modelo de circuito equivalente pode, então, ser construı́do a partir das equações
(3.21) e (3.22), conforme mostrado na Fig. 3.2.
^i (t) LT ^i (t) LP
LT LP
^ _+ ^
v^inT(t) +
_
_+ dT(t).Vo v^inP(t) +
_ dP(t).Vo
item 3.3.1.
3. Modelagem e Controle 53
Na subseção 3.2.1, o filtro de saı́da foi aproximado por uma fonte de tensão per-
feitamente contı́nua. Agora, porém, deseja-se obter um modelo para o filtro de saı́da
que permita projetar adequadamente a malha de tensão no item 3.3.2. A estrutura sob
+ LT DbT +
_ _
+ LP D bP
Estas tensões são retificadas pelas pontes de diodos, sendo agora as tensões de
entrada para os conversores boost, conforme (3.24).
boost:
Vo (t) 1
=
VinP (t) 1 − dP (t)
Vo (t) 1
= (3.25)
VinT (t) 1 − dT (t)
cı́clica d(t). De forma análoga, a corrente do diodo boost é a corrente do indutor boost
multiplicada pelo complemento da razão cı́clica d0 (t) = 1−d(t). As correntes dos diodos
Define-se, agora, a corrente ix (t) como sendo a soma das correntes dos diodos boost
antes do filtro de saı́da.
sigam os formatos das suas respectivas tensões de entrada. Assim, as correntes dos
indutores boost são imagens das tensões retificadas de entrada, sendo definidas por:
ILpk .Vinpk
ix (t) = (3.30)
Vo
os valores médios instantâneos das correntes dos diodos boost. De qualquer forma,
idealmente as componentes de alta freqüência desta corrente circulariam apenas pelo
capacitor de saı́da e a componente contı́nua circularia apenas pela carga, obtendo assim
uma tensão perfeitamente contı́nua na saı́da do retificador trifásico.
ix(t) Co Ro Vo
Este método foi escolhido pela simplicidade de implementação por meio de um circuito
integrado dedicado, o UC3854 da Texas Instruments [16].
Cada pré-regulador boost apresenta uma malha de controle de corrente indepen-
dente com uma corrente de referência individual. A malha de tensão, porém, é comum
aos dois pré-reguladores para garantir que a potência total da estrutura seja distribuı́da
+
Vref(s) Rsh IX(s) Vo(s)
HV(s) GV(s)
+ _ +
RshT
Kv
Onde:
• k1 k2 Rmo e k1T k2T RmoT são os ganhos da tensão eficaz de entrada (k1 e k1T ), do
Nas próximas duas subseções serão discutidas apenas alguns aspectos das malhas de
controle da corrente e da tensão.
forma que a corrente siga uma referência senoidal com o mı́nimo erro possı́vel, [4].
Conforme explicado, cada pré-regulador boost apresenta sua própria malha de
apenas um deles.
Observando o modelo de pequenos sinais da Fig. 3.2, é possı́vel determinar a função
de transferência simplificada da planta que descreve o comportamento da corrente do
ILP (s) Vo
GC (s) = = (3.31)
dP (s) s.LP
de uma queda de tensão sobre o sensor Rsh . A corrente de referência é uma imagem
da tensão retificada de entrada multiplicada pelo ganho g.
Iref(s) dP(s) ILP(s)
Rmo HC(s) 1/Vt GC(s)
+ _
Rsh
Onde:
Ki s + ω z
Hc (s) = · (3.32)
s s + ωp
3. Modelagem e Controle 59
Vo s s2
GCcompleta (s) = · 1− + (3.34)
s.LP 2.fc π 2 .fc2
Nas freqüências inferiores a 1 kHz, as duas funções de transferência são idênticas. Di-
ferenças significativas podem ser observadas a partir de 1 kHz. O ganho em baixa
freqüência é de aproximadamente 23 dB.
[dB] 40 [o] 200
20 100
180
(
20× log G FTMF_C ( f ) ) p
(
× arg G FTMF_C ( f ) )
0 0
180
(
20× log G FTMF_S ( f ) ) p
(
× arg G FTMF_S ( f ) )
20 100
40 200
3 4 5 3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10 10 100 1 .10 1 .10 1 .10
f f
Observando novamente a Fig. 3.6, deseja-se que o erro entre o sinal de referência
e a corrente de saı́da da malha seja nulo. Para que esta afirmação seja verdadeira, a
1
ILP (s) = · Vrefi (s) (3.37)
Rsh
Portanto, o diagrama de blocos da Fig. 3.6 pode ser substituı́do pelo diagrama de
de tensão, já que esta é muito mais lenta do que a malha de corrente.
de modo a garantir que a potência total de saı́da seja distribuı́da igualmente entre os
dois pré-reguladores. Pelo fato dos circuitos de controle compartilharem a mesma malha
de tensão, a versão B do UC3854 foi escolhida pois a corrente de curto-circuito do pino
relação à corrente de pico dos indutores boost. Deseja-se agora obter a função de
transferência da planta considerando o efeito da resistência série equivalente (RSE) do
capacitor de saı́da. O modelo do filtro de saı́da considerando a RSE está mostrado na
Fig. 3.9.
RSE
IX(s) Ro
Co
Vo (s)
Gv (s) =
ILpk
1
Vinpk Ro .RSE.Co s + RSE.C
Gv (s) = · · 1
o
(3.38)
Vo Ro .Co + RSE.Co s + Ro .Co +RSE.C o
substituir Iref (s) e ILP (s) por seus respectivos valores de pico.
3. Modelagem e Controle 62
O diagrama de blocos completo da malha de tensão pode ser verficado na Fig. 3.10.
Como a saı́da do compensador é utilizada nas duas malhas de corrente e estas são
Kv
1
1 Vinpk Ro .RSE.Co s + RSE.C
F T M Av (s) = Kv .Rmo .k1 .k2 · · · · 1
o
(3.39)
Rsh Vo Ro .Co + RSE.Co s + Ro .Co +RSE.Co
na sua passagem por zero. As principais causas desta distorção têm sido atribuı́das
ao efeito cusp e ao modo de condução descontı́nua de operação do indutor boost [5] e
[17].
O efeito cusp ocorre logo após a passagem por zero da tensão de entrada, onde a
tensão sobre o indutor boost é pequena demais para forçar uma corrente pelo indutor,
mesmo se o interruptor operasse com razão cı́clica igual a um durante este intervalo de
tempo. Em conseqüência disso, a corrente do indutor é incapaz de seguir a corrente de
referência durante um pequeno intervalo de tempo após a passagem por zero, provo-
3. Modelagem e Controle 63
cando distorção na corrente. Em geral, este problema pode ser atenuado utilizando-se
um indutor boost menor. Entretanto, esta solução provoca uma ondulação de corrente
principal:
dîLP (t)
LP · = VinP (t) + dˆP (t).Vo (3.40)
dt
1
dP (s) = · [Rmo .Iref (s) − Rsh .ILP (s)] · Hc (s) (3.42)
Vt
na Tabela 3.1.
O diagrama de Bode de fase pode ser verificado na Fig. 3.11. É possı́vel observar
5
180
× arg( FT ( f ) )
p
0
- 2.372 5 3
0.1 1 10 100 1 .10
0.1 f 3
1´10
ILP (s)
Figura 3.11: Diagrama de Bode de fase da função de transferência VinP (s)
.
à rede elétrica de energia (50/60 Hz), este comportamento da corrente não é muito
inconveniente. Porém, em equipamentos para aeronaves, por exemplo, onde a tensão
de alimentação possui uma freqüência de 400 Hz, a distorção pode se tornar bastante
acentuada [17].
1.4mH
D1 D2
Comando_SP
+ + SP
--
D3 D4
Rsh
68m
CCEA2
470p
E2
--
++
E
RCEA2 CCEA1
RM RCEA1 39k 4.7n V+
V+
3. Modelagem e Controle
9.1k U2 R13 - -+
- R9 R10
Dente_de_Serra 1k
H3 V1 = 0 LM311 1k 1k
K K3 H GP1 V-
+ + V2 = 5.2
K_Linear - TD = 0
D6 D7 G
COUPLING = 1 GAIN = -1 TR = 55.5u
LP_AT TF = 1n
LP_TB IrefP PW = 1n
LPsec 0.3333 PER = 55.6u
IAMPL = 341u
FREQ = 60 D8 D9
LPsec PHASE = -7
Vvout
2.667H
VA RLA Cvf2 11n
LT DbT
Resultados de Simulação
--
COUPLING = 1
++
PHASE = 90
LTprim E
LTsec RCEAT2 CCEAT1
RCEAT1 39k 4.7n V+
RMT V+
9.1k RT12
Vvout
O retificador trifásico isolado com fator de potência unitário foi simulado utilizando
66
3. Modelagem e Controle 67
406.3V
400.0V
393.8V
V(Vo)
403.1V
400.0V
395.0V
20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms
AVGX(V(Vo),55.556u)
Time
Figura 3.13: Tensão de saı́da para variações de carga de 100% para 50% e de 50% para
100%.
50A
40A
20A
0A
20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms
I(LT) I(LP)
Time
Figura 3.14: Correntes dos indutores boost durante as variações de carga de 100% para
50% e de 50% para 100%.
3. Modelagem e Controle 68
3.0V
2.0V
1.0V
V(VVOUT)
400uA
200uA
0A
20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms
I(RefT) I(RefP)
Time
duas correntes secundárias. É possı́vel observar que a passagem por zero de qualquer
uma das correntes secundárias provoca um achatamento nas correntes das fontes de
alimentação.
35A
20A
0A
-20A
-35A
10.0ms 20.0ms 30.0ms 40.0ms 50.0ms 60.0ms 70.0ms 80.0ms
I(VA) I(VB) I(VC)
Time
Figura 3.16: Correntes das fontes de alimentação para variações de carga de 100% para
50% e de 50% para 100%.
3. Modelagem e Controle 69
O retificador trifásico da Fig. 3.12 foi novamente simulado, desta vez, sem a malha
de tensão, com o intuito de verificar o comportamento das correntes secundárias ao se
inserir uma defasagem angular na corrente de referência.
50
Defasagem = 0 o
-50
18.00ms 20.00ms 22.00ms 24.00ms 26.00ms 28.00ms 30.00ms 32.00ms
AVGX(I(LPsec),55.56u) V(LPsec)*0.15
Time
(a)
50
Defasagem = -2,13 o
-50
18.00ms 20.00ms 22.00ms 24.00ms 26.00ms 28.00ms 30.00ms 32.00ms
AVGX(I(LPsec),55.56u) V(LPsec)*0.15
Time
(b)
50
Defasagem = -7 o
-50
18.00ms 20.00ms 22.00ms 24.00ms 26.00ms 28.00ms 30.00ms 32.00ms
AVGX(I(LPsec),55.56u) V(LPsec)*0.15
Time
(c)
0
Figura 3.17: Componente fundamental da corrente secundária i Psec (t) e a tensão se-
cundária VPsec (t) para uma defasagem na corrente de referência igual a a) 0o , b) −2, 13o
e c) −7o .
3. Modelagem e Controle 70
de cálculo da simulação.
A Fig. 3.18 mostra o fator de potência visto pela fonte de alimentação A para defa-
sagens distintas na corrente de referência. Apesar de não existir uma grande diferença
no valor do fator de potência nos três casos, vale ressaltar que com uma defasagem de
−2, 13o , onde a tensão e a componente fundamental da corrente estão praticamente em
o
Defasagem = -2,13
0.998
o
Defasagem = 0
0.996 o
Defasagem = -7
0.995
48.65ms 48.70ms 48.75ms 48.80ms 48.85ms 48.90ms 48.95ms
Fator de Potência = AVG[V(VA)*(I(VA)]) / {RMS[V(VA)]*RMS[I(VA)]}
Time
Figura 3.18: Fator de potência primária da fase A para defasagens diferentes na corrente
de referência.
3. Modelagem e Controle 71
maior diferença entre as três simulações pode ser conferida na passagem por zero da
tensão de entrada. Com a defasagem, a transição do sinal modulante nesta região se
torna mais suave.
15V
Defasagem = 0 o
Defasagem = -2,13 o
Defasagem = -7 o
10V
5V
0V
16ms 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms
V(Saída do Compensador de Corrente)
Time
algumas simulações para verificar qual defasagem angular proporcionava a menor taxa
de distorção harmônica. Os resultados destas simulações foram resumidos na Tabela
3.2.
Tabela 3.2: Taxa de distorção harmônica das correntes das fontes de alimentação ao
inserir defasagens angulares nas correntes de referência.
Defasagem
THD o o o
0 −2 −4 −6o −7o −8o −9o
I(VA) 4, 65% 3, 93% 3, 25% 2, 58% 2, 46% 2, 52% 2, 97%
I(VB) 4, 66% 3, 92% 3, 24% 2, 60% 2, 45% 2, 57% 2, 97%
I(VC) 4, 65% 3, 95% 3, 21% 2, 57% 2, 44% 2, 56% 3, 00%
Conforme pode ser verificado na Tabela 3.2, a menor taxa de distorção harmônica
foi obtida com uma defasagem de −7o . A Fig. 3.20 mostra as correntes das fontes de
3. Modelagem e Controle 72
25A
0A
-25A
THD(I(VA)) = 2,46%
THD(I(VB)) = 2,45%
THD(I(VC)) = 2,44%
-50A
20.0ms 25.0ms 30.0ms 35.0ms 40.0ms 45.0ms 50.0ms 55.0ms
I(VA) I(VB) I(VC)
Time
Figura 3.20: Correntes das fontes de alimentação ao inserir uma defasagem angular de
−7o nas correntes de referência.
A fig. 3.21 apresenta a corrente ix (t), ou seja, a soma das correntes dos diodos
boost, DbP e DbT .
80A
40A
0A
33ms 34ms 36ms 38ms 40ms 42ms 44ms 46ms 48ms 50ms
Ix = I(DbP) + I(DbT)
Time
3.4 Conclusão
Com os modelos obtidos, foi possı́vel projetar as malhas de corrente e de tensão dos
da corrente e da tensão não estão em fase, porém, o valor do fator de potência visto
pela fonte de alimentação da fase A é praticamente inalterada, F P A ∼
= 0, 998 para
−2, 13o e F PA ∼
= 0, 996 para −7o . A melhora que existe na THD compensa o fato da
corrente e da tensão do secundários não estarem completamente em fase.
Capı́tulo 4
Função de Chaveamento
4.1 Introdução
mento exato das correntes harmônicas é possı́vel projetar com maior detalhe o filtro de
entrada de um inversor PWM.
mento
conectadas em paralelo.
A primeira topologia proposta para o estudo é composta por dois conversores Buck
conectados à mesma fonte de entrada e com suas saı́das conectadas em paralelo, con-
γd = 2.π.D (4.1)
4. Função de Chaveamento 76
S1 L1
Vi D1 Vo
S2 L2
D2
0
2p wc.t
S2
0
q 2p + q wc.t
As duas formas de onda da Fig. 4.2 podem ser matematicamente descritas por um
somatório infinito de exponenciais complexas harmonicamente relacionadas, ou seja,
4. Função de Chaveamento 77
∞
X
G1 (t) = DC1 + 2. Ck .ej.k.ωc .t (4.2)
k=1
∞
X
G2 (t) = DC2 + 2. Cm .ej.m.ωc .t (4.3)
m=1
As componentes contı́nuas das duas funções (DC1 e DC2 ) são iguais entre si conforme
(4.4).
Z γd
1
DC1 = DC2 = 1.d(ωc .t)
2.π 0
γd
DC1 = DC2 =
2.π
DC1 = DC2 = D (4.4)
Define-se, então, Ck :
Z γd
1
Ck = 1.e−j.k.ωc .t .d(ωc .t)
2.π 0
1
Ck = (1 − e−j.k.γd ) (4.5)
j.2.π.k
Observando as duas formas de onda da Fig. 4.2 é possı́vel perceber que são idênticas
S2 (t) = S1 (t − td )
Z γd
1
Cm = 1.e−j.m.ωc .td .e−j.m.ωc .t .d(ωc .t)
2.π 0
1
Cm = (e−j.m.θ − e−j.m.(θ+γd ) ) (4.6)
j.2.π.m
4. Função de Chaveamento 78
∞
X 1
G1 (t) = D + (1 − e−j.k.γd ).ej.k.ωc .t (4.7)
k=1
j.π.k
∞
X 1
G2 (t) = D + (e−j.m.θ − e−j.m.(θ+γd ) ).ej.m.ωc .t (4.8)
m=1
j.π.m
Tabela 4.1: Parâmetros das funções de chaveamento da topologia composta por dois
conversores Buck conectados em paralelo.
Parâmetro Valor
Vi 100 V
fc 720 Hz
D 0,5
π
θ 2
n 100
1.5
1.089
1
( )
Re G 1( t )
0.5
Re(G 2( t ) )
- 0.089 0.5
0 0.001 0.002 0.003 0.004
0 t 0.005
Figura 4.3: Funções de chaveamento da topologia composta por dois conversores Buck
em paralelo.
L1 L2
+ +
_ _
VAC1 VAC2
Vo
Vo Vo
Figura 4.5: Modelo completo da topologia composta por dois conversores Buck em
paralelo.
L1 L2
iAC1(t) iAC2(t)
VAC1(t) iAC(t) VAC2(t)
Figura 4.6: Modelo CA da topologia composta por dois conversores Buck em paralelo.
diAC1 (t)
L1 · = VAC1 (t)
dt
L1 .diAC1 (t) = VAC1 (t).dt
Z Z
L1 .diAC1 (t) = VAC1 (t).dt
Z Z X ∞
Vi
L1 · diAC1 (t) = (1 − e−j.k.γd ).ej.k.ωc .t .dt
k=1
j.π.k
Z X∞ Z
Vi −j.k.γd
L1 · diAC1 (t) = (1 − e ) · ej.k.ωc .t .dt
k=1
j.π.k
X∞
Vi −j.k.γd ej.k.ωc .t
L1 .iAC1 (t) = (1 − e )·
k=1
j.π.k j.k.ωc
VAC1 (t)
iAC1 (t) = (4.12)
j.k.ωc .L1
VAC2 (t)
iAC2 (t) = (4.13)
j.m.ωc .L2
∞
X Vi
iAC1 (t) = 2
.(e−j.k.2.π.D − 1).ej.k.ωc .t (4.14)
k=1
π.k .ω c .L1
4. Função de Chaveamento 81
∞
X Vi
iAC2 (t) = 2
.(e−j.k.(2.π.D+θ) − e−j.k.θ ).ej.k.ωc .t (4.15)
k=1
π.k .ω c .L2
As correntes iAC1 (t) e iAC2 (t) ainda podem ser parametrizadas em relação à tensão
de entrada (Vi ), à freqüência de comutação (ωc ) e às indutâncias (L1 e L2 , respectiva-
mente), conforme (4.17) e (4.18).
ωc .L1
iAC1 (t) = .iAC1 (t) (4.16)
Vi
X∞
(e−j.k.2.π.D − 1) j.k.ωc .t
iAC1 (t) = 2
.e (4.17)
k=1
π.k
∞
X (e−j.k.(2.π.D+θ) − e−j.k.θ )
iAC2 (t) = .ej.k.ωc .t (4.18)
k=1
π.k 2
Utilizando os mesmos parâmetros definidos na Tabela 4.1, foi possı́vel obter as duas
correntes parametrizadas descritas por (4.17) e (4.18), conforme mostrado na Fig. 4.7.
1
0.782
0.5
(
Re i AC1 ( t , D) )
0
Re(i AC2 ( t , D ) )
0.5
- 0.782 1
0 0.001 0.002 0.003 0.004
0 t 0.005
de comando (θ) e da razão cı́clica (D). A última exponencial de (4.19) apenas influencia
a freqüência da corrente, não alterando, portanto, sua amplitude nem seu formato. A
4. Função de Chaveamento 82
corrente iAC (t) foi traçada para vários valores de D e de θ, porém a Fig. 4.8 e a Fig.
4.9 mostram apenas dois dos gráficos obtidos.
0.5
0.489
æ æ
Reç i ACç t , 0.125 ,
p öö
÷÷
è è 2 øø
(
Re i AC1 ( t , 0.125) ) 0
æ æ p öö
Reç i AC2 ç t , 0.125 , ÷ ÷
è è 2 øø
- 0.489 0.5
0 0.001 0.002 0.003 0.004
0 t 0.005
Figura 4.8: Correntes iAC (t), iAC1 (t) e iAC2 (t) para D = 0, 125 e θ = π2 .
0.6
0.407
0.4
æ æ
Reç i ACç t , 0.9 ,
p öö
÷÷ 0.2
è è 2 øø
(
Re i AC1 ( t , 0.9) ) 0
æ æ
Reç i AC2 ç t , 0.9 ,
p öö
÷÷
è è 2 øø 0.2
0.4
- 0.407 0.6
0 0.001 0.002 0.003 0.004
0 t 0.005
Figura 4.9: Correntes iAC (t), iAC1 (t) e iAC2 (t) para D = 0, 9 e θ = π2 .
Ao observar a Fig. 4.8 e outros gráficos obtidos para D ≤ 0, 5, nota-se que o valor
mı́nimo de iAC (t) ocorre quando a corrente iAC1 (t) é mı́nima e que o valor máximo de
iAC (t) ocorre quando a corrente iAC2 (t) é máxima. A corrente iAC1 (t) é mı́nima no
inı́cio de seu perı́odo, ou seja, quando ωc .t = 0. A corrente iAC2 (t) é máxima no final
do tempo de permanência do pulso de comando S2 (t) em nı́vel lógico alto, ou seja,
4. Função de Chaveamento 83
ser conferida na Fig. 4.10, Fig. 4.11, Fig. 4.12 e Fig. 4.13.
quando a razão cı́clica é maior do que 0,5. Portanto, é necessário refazer a análise
anterior. Observando o gráfico da Fig. 4.9 e outros gráficos obtidos para D > 0, 5,
nota-se que o valor mı́nimo de iAC (t) ocorre quando a corrente iAC2 (t) é mı́nima e o
valor máximo de iAC (t) ocorre quando a corrente iAC1 (t) é máxima. A corrente iAC2 (t)
é mı́nima no inı́cio de seu perı́odo, ou seja, quando ωc .t = θ. A corrente iAC1 (t) é
θ θ θ
Imin = iAC1 + iAC2 = iAC (4.24)
ω ωc ω
c c
2.π.D 2.π.D 2.π.D
Imax = iAC1 + iAC2 = iAC (4.25)
ωc ωc ωc
em (4.26), obtém-se:
Para θ > π o gráfico obtido na Fig. 4.10 é espelhado em relação ao plano D ∆i,
valendo, portanto, as mesmas equações obtidas até este momento.
razão cı́clica é igual a 0,5 e θ é igual a 180o . Este resultado também era esperado pois
caso os sinais de comando estivessem em oposição de fase, as componentes alternadas
das correntes, iAC1 (t) e iAC2 (t), se cancelariam ao serem somadas na carga.
A Fig. 4.12 mostra as curvas de nı́vel da ondulação de corrente em função da razão
cı́clica para variações do ângulo θ. Mais uma vez é possı́vel observar que a ondulação
máxima ocorre para razão cı́clica igual a 0,5 e θ nulo e que a ondulação é mı́nima
4. Função de Chaveamento 85
3.5
2.5
Ondulaçao de Corrente [A]
1.5
0.5
−0.5
0
50 1
0.8
100 0.6
150 0.4
0.2
200 0
D
Theta [graus]
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
D
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Theta [graus]
Theta = 0
3
2.5
Ondulacao de Corrente [A]
1.5
0.5
0 Theta = 180
−0.5
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
D
D = 0,5
3 D = 0,4 e 0,6
D = 0,3 e 0,7
2.5
Ondulacao de Corrente [A]
D = 0,2 e 0,8
2
1.5
D = 0,1 e 0,9
0.5
D=0e1
0
−0.5
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Theta [graus]
Resultados de Simulação
A fim de comprovar o estudo realizado até este momento, uma simulação da to-
pologia foi realizada. Vale ressaltar que esta análise é válida apenas para ambos os
conversores Buck operando em condução contı́nua e regime permanente. A Fig. 4.14
teóricos.
L1
1 2
4.34m
S1
+ +
- -
D1 Vo
Vi Comando_S1
V1 = 0
V2 = 10
TD = 0
TR = 1n
TF = 1n
PW = D.Tc
PER = 1/fc L2
1 2
4.34m
S2
+ +
- -
D2
Comando_S2
V1 = 0
V2 = 10
TD = q / wc
TR = 1n
TF = 1n
PW = D.Tc
PER = 1/fc
Vi
L1 = L 2 =
4.fc .∆iLomax
4. Função de Chaveamento 88
L1 = L2 = 4, 34mH (4.29)
A razão cı́clica, então, foi igualada a 0,5 e θ = 0o . A tensão de saı́da neste caso é 50 V.
A Fig. 4.15 mostra que a ondulação de corrente é igual a 3,166 A. O resultado teórico
obtido foi de 3,1291 A.
2.0A
1.0A
0A
-1.0A
-2.0A
90ms 91ms 92ms 93ms 94ms 95ms 96ms 97ms 98ms 99ms 100ms
(I(L1) - AVG(I(L1)) + I(L2) - AVG(I(L2))) * 0.1963
Time
0.5A
0A
-0.5A
-1.0A
90ms 91ms 92ms 93ms 94ms 95ms 96ms 97ms 98ms 99ms 100ms
(I(L1) - AVG(I(L1)) + I(L2) - AVG(I(L2))) * 0.1963
Time
verificar que as duas formas de onda são idênticas. A ondulação de corrente medida na
simulação é de 0,972 A e a ondulação teórica é de 0,9437 A.
600mA
400mA
0A
-400mA
-600mA
90ms 91ms 92ms 93ms 94ms 95ms 96ms 97ms 98ms 99ms 100ms
(I(L1) - AVG(I(L1)) + I(L2) - AVG(I(L2))) * 0.1963
Time
verificar que as duas formas de onda são idênticas. A ondulação de corrente medida na
simulação é de 0,817 A e a ondulação teórica é de 0,8105 A.
600mA
400mA
0A
-400mA
-600mA
90ms 91ms 92ms 93ms 94ms 95ms 96ms 97ms 98ms 99ms 100ms
(I(L1) - AVG(I(L1)) + I(L2) - AVG(I(L2))) * 0.1963
Time
mesma fonte de entrada e com suas saı́das conectadas em paralelo, conforme pode ser
verificado na Fig. 4.19.
L1 D1
Vi S1 Vo
L2 D2
S2
é submetido a toda a tensão de saı́da, isto ocorre considerando o diodo ideal. Assim, as
funções de chaveamento, H1 (t) e H2 (t), são o complemento das funções de chaveamento
0
2p wc.t
H2(t)
0
q 2p + q wc.t
As duas formas de onda da Fig. 4.20 podem ser matematicamente descritas por um
∞
X
H1 (t) = DC1 + 2. Ck .ej.k.ωc .t (4.30)
k=1
∞
X
H2 (t) = DC2 + 2. Cm .ej.m.ωc .t (4.31)
m=1
As componentes contı́nuas das duas funções (DC1 e DC2 ) são iguais entre si conforme
(4.32).
Z 2.π−γd
1
DC1 = DC2 = 1.d(ωc .t)
2.π 0
γd
DC1 = DC2 = 1 −
2.π
DC1 = DC2 = 1 − D (4.32)
Z 2.π
1
Ck = 1.e−j.k.ωc .t .d(ωc .t)
2.π γd
Z 2.π−γd
1
Ck = 1.e−j.k.γd .e−j.k.ωc .t .d(ωc .t)
2.π 0
1
Ck = (e−j.k.γd − 1) (4.33)
j.2.π.k
Define-se, também, Cm :
Z 2.π+θ
1
Cm = 1.e−j.m.ωc .t .d(ωc .t)
2.π γd +θ
Z 2.π−γd
1
Cm = 1.e−j.m.(γd +θ) .e−j.m.ωc .t .d(ωc .t)
2.π 0
1
Cm = (e−j.m.(θ+γd ) − e−j.m.θ ) (4.34)
j.2.π.m
4. Função de Chaveamento 93
∞
X 1
H1 (t) = (1 − D) + (e−j.k.γd − 1).ej.k.ωc .t (4.35)
k=1
j.π.k
∞
X 1
H2 (t) = (1 − D) + (e−j.m.(θ+γd ) − e−j.m.θ ).ej.m.ωc .t (4.36)
m=1
j.π.m
Foi possı́vel obter o resultado gráfico de (4.35) e (4.36), mostrado na Fig. 4.21,
1.5
1.089
1
(
Re H 1( t , D , q ) )
0.5
Re(H 2( t , D , q ) )
- 0.089 0.5
0 0.001 0.002 0.003 0.004
0 t 0.005
Figura 4.21: Funções de chaveamento da topologia composta por dois conversores Boost
em paralelo.
A topologia composta por dois conversores Boost pode ser modelada de forma a
incorporar as funções de chaveamento, conforme a Fig. 4.22.
L1 L2
+ +
_ _
Figura 4.22: Modelo da topologia composta por dois conversores Boost em paralelo ao
incorporar as funções de chaveamento.
As tensões Vo .H1 (t) e Vo .H2 (t) podem ser decompostas em duas componentes: uma
4. Função de Chaveamento 94
VAC1 VAC2
Vi
Vo.(1-D) Vo.(1-D)
Figura 4.23: Modelo completo da topologia composta por dois conversores Boost em
paralelo.
fonte de entrada, portanto, as componentes contı́nuas do modelo da Fig. 4.23 não apre-
sentam nenhum interesse. Curto-circuitando as fontes contı́nuas, obtém-se o modelo
iAC1(t) iAC2(t)
VAC1(t) VAC2(t)
iAC(t)
Figura 4.24: Modelo CA da topologia composta por dois conversores Boost em paralelo.
∞
X Vo
iAC1 (t) = .(e−j.k.2.π.D − 1).ej.k.ωc .t (4.41)
k=1
π.k 2 .ωc .L1
∞
X Vo
iAC2 (t) = 2
.(e−j.k.(2.π.D+θ) − e−j.k.θ ).ej.k.ωc .t (4.42)
k=1
π.k .ω c .L2
∞
X (e−j.k.2.π.D − 1)
iAC1 (t) = .ej.k.ωc .t (4.43)
k=1
π.k 2
∞
X (e−j.k.(2.π.D+θ) − e−j.k.θ )
iAC2 (t) = .ej.k.ωc .t (4.44)
k=1
π.k 2
Observa-se que as correntes obtidas são exatamente iguais às obtidas no exemplo dos
dois conversores Buck, (4.17) e (4.18). Assim, a Fig. 4.7 também descreve graficamente
as correntes dos conversores Boost.
A corrente alternada na fonte de entrada é a soma das correntes das duas malhas.
é válida para o caso de dois conversores Boost em paralelo, mudando apenas onde esta
ondulação ocorre. No caso dos conversores Buck, a ondulação de corrente é na carga,
enquanto no caso dos conversores Boost, a ondulação de corrente é na fonte de entrada.
Resultados de Simulação
A fim de comprovar o estudo realizado até este momento, uma simulação da topo-
logia foi realizada. Vale ressaltar que esta análise é válida apenas para os conversores
Boost operando em condução contı́nua e regime permanente. A Fig. 4.25 mostra o
L2 D2
1 2
4.34mH
S2
Comando_S2 + +
- -
V1 = 0
V2 = 10
TD = q / wc
TR = 1n
TF = 1n
PW = D.Tc
PER = 1/fc
Vo 1
= (4.46)
Vi 1−D
dominar as suas particularidades para que pudesse ser estendido ao retificador trifásico
isolado com fator de potência unitário. A Fig. 4.26 mostra a estrutura a ser analisada.
Retificador T
iLT(t)
VC(t) iC(t)
iTsec(t)
VTsec(t) Vo
VB(t) iB(t)
iPsec(t)
Retificador Principal
Sinal portador
derações iniciais para que os resultados obtidos possam ser intepretados de forma clara.
4. Função de Chaveamento 99
transitórios provocados pela partida ou por mudanças de carga não serão incluı́dos.
O retificador opera em condução contı́nua com controle da corrente por valores
médios instantâneos.
triangular que resulta em pulsos de comando simétricos conforme pode ser verificado
na Fig. 4.27.
Linha de simetria
VTriangular(t) VDente-de-Serra(t)
VSenóideInvertida(t) VSenóideInvertida(t)
t t
VS(t) VS(t)
t t
(a) (b)
Linha de simetria
VTriangular(t) VTriangular(t)
VSenóideInvertida(t) VSenóideInvertida(t)
t t
VS(t) VS(t)
t t
(a) (b)
iniciou-se analisando somente o retificador principal pois a mesma análise será aplicada
ao retificador T posteriormente.
iLP(t)
_
+ VLP(t)
iPsec(t)
+ +
VPsec(t) VinP(t) VSP(t) = FC(t) Vo
_ _
Seja o trem de pulsos de largura constante mostrado na Fig. 4.30, onde D é a razão
cı́clica, Ts é o perı́odo de comutação, ton é a largura do pulso e to é o deslocamento do
ton
-Ts -Ts 0 Ts Ts t
2 2
to D.Ts
2
A forma de onda da Fig. 4.30 pode ser descrita matematicamente pela Série de
Fourier, conforme foi visto nos dois exemplos anteriores. Novamente, emprega-se a
propriedade de deslocamento no tempo a fim de simplificar o cálculo dos coeficientes
Z
1 D.Ts
ck = 1.e−j.k.ωs .t .e−j.k.ωs .to .d(t)
Ts −D.Ts
e−j.k.ωs .to j.k.π.D
ck = .(e − e−j.k.π.D ) (4.47)
j.2.k.π
Z D.Ts
1 2
ao = 1.d(t)
Ts − D.T
2
s
ao = D (4.48)
4. Função de Chaveamento 102
∞
X
T rem(t) = ao + 2. ck .ej.k.ωs .t (4.49)
k=1
equação dos pulsos de comando apresenta o mesmo formato que as equações dos dois
exemplos anteriores com modificações apenas no que se refere à razão cı́clica. A equação
∞
X
Comando(t) = d(t) + 2. ck .ej.k.ωs .t (4.50)
k=1
Vo 1
=
Vpk .sen(ω.t) 1 − d(t)
Vpk
d(t) = 1 − .sen(ω.t) (4.51)
Vo
D = 1 + d(t)
Vpk
D =1+1− .sen(ω.t)
Vo
Vpk
D =2− .sen(ω.t) (4.52)
Vo
Ts π
Substituindo (4.51) e (4.52) em (4.50) e sabendo que to = 2
= ωs
, obtém-se a
expressão que descreve os pulsos de comando do retificador principal, (4.53).
X∞
Vpk e−j.k.ωs .to
Comando(t) = 1− .sen(ω.t) + 2. . ej.k.π.D − e−j.k.π.D .ej.k.ωs .t
Vo k=1
j.2.k.π
4. Função de Chaveamento 103
X ∞ “ ”
Vpk e−j.k.ωs .to V
j.k.π. 2− Vpk .sen(ω.t)
Comando(t) = 1− .sen(ω.t) + . e o −
Vo k=1
j.k.π
“ Vpk
”
−j.k.π. 2− V .sen(ω.t)
− e o .ej.k.ωs .t
X ∞ “ ”
Vpk e−j.k.π V
j.k.π. 2− Vpk .sen(ω.t)
Comando(t) = 1− .sen(ω.t) + . e o −
Vo k=1
j.k.π
“ Vpk
”
−j.k.π. 2− V .sen(ω.t)
− e o .ej.k.ωs .t (4.53)
de (4.53) multiplicada pela tensão de saı́da, Vo . Neste caso, D é definido por (4.54).
D = 1 − d(t)
Vpk
D= .sen(ω.t) (4.54)
Vo
Assim:
∞
!
X
F C(t) = Vo . d0 (t) + 2. ck .ej.k.ωs .t
k=1
X∞
Vo −j.k.π Vpk
F C(t) = Vpk .sen(ω.t) + .e . ej.k.π. Vo .sen(ω.t) −
k=1
j.k.π
V
−j.k.π. Vpk .sen(ω.t)
− e o .ej.k.ωs .t (4.55)
1.5
1.088
- 0.086 0.5
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
1.5
- 35.093 200
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
Observando a Fig. 4.29, a tensão sobre o indutor boost pode ser obtida por uma
simples análise de malha, conforme (4.56).
A Fig. 4.34 mostra o resultado gráfico da equação da tensão sobre o indutor boost.
400
340.569
200
0
(
Re V L( t ) )
200
400
- 408.478 600
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
A corrente do indutor boost pode ser obtida pela Lei de Ohm, conforme (4.57).
iLP (t)
LP · = VLP (t)
dt
VLP (t)
iLP (t) =
j.k.ωs .LP
X∞
Vo −j.k.π
V
j.k.π. Vpk .sen(ω.t)
V
−j.k.π. Vpk .sen(ω.t)
iLP (t) = 2 .π.ω .L
.e . e o −e o .ej.k.ωs .t (4.57)
k=1
k s P
ωs .LP
iLP (t) = .iLP (t) (4.58)
Vo
X∞
e−j.k.π V
j.k.π. Vpk .sen(ω.t)
V
−j.k.π. Vpk .sen(ω.t)
iLP (t) = 2 .π
. e o −e o .ej.k.ωs .t (4.59)
k=1
k
A Fig. 4.35 mostra o resultado gráfico de (4.59). Através desta figura, percebe-se
que (4.59) contém somente as componentes de alta freqüência da corrente do indutor
boost. Este resultado é esperado uma vez que o circuito equivalente do retificador a
diodos e do interruptor se resumem à Fig. 4.36.
1
0.781
0.5
(
Re i L( t ) ) 0
0.5
- 0.785 1
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
iLP(t)
_ +
+ VLP(t)
+ FCf(t)
_
VinP(t) +
_
FCHarmônicas(t)
_
Observando a Fig. 4.35 é fácil visualizar onde ocorre a máxima ondulação de cor-
rente. Para o cálculo, utilizou-se a teoria do conversor Boost, [15].
diLP (t)
VLP (t) = LP .
dt
∆I(ω.t)
Vpk .sen(ω.t) = LP .
tc
Vpk .sen(ω.t)
∆I(ω.t) = .d(t)
LP .fc
Vpk .sen(ω.t) Vpk
∆I(ω.t) = . 1− .sen(ω.t)
LP .fc Vo
Vpk Vpk 2
∆I(ω.t) = . sen(ω.t) − .sen (ω.t) (4.60)
LP .fc Vo
0.4
0.322
0.3
Vpk 2
sin( w× t ) - × ( sin( w× t ) ) 0.2
Vo
0.1
0 0
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01
0 t -3
8.333´10
d∆I(ω.t)
=0
dω.t
2.Vpk
cos(ω.t). 1 − .sen(ω.t) =0 (4.61)
Vo
cos(ω.t) = 0
π
ω.t = (4.62)
2
2.Vpk
1− .sen(ω.t) = 0
Vo
Vo
ω.t = arcsen (4.63)
2.Vpk
na equação da razão cı́clica instantânea, (4.51), é possı́vel calcular a razão cı́clica que
proporciona a máxima ondulação de corrente, (4.64).
Vpk Vo
dmax =1− .sen arcsen
Vo 2.Vpk
4. Função de Chaveamento 108
dmax = 0, 5 (4.64)
1
0.782
0.5
(
Re i L0,5( t ) ) 0
0.5
- 0.782 1
4 4 4 4
0 1 .10 2 .10 3 .10 4 .10
0 t -4
5× 10
Ts
Observando a Fig. 4.38, percebe-se que a corrente máxima ocorre em 4
e a corrente
3.Ts
mı́nima em 4
. Então:
Ts 3.Ts
∆ILmax = Imax (t = ) − Imin (t = )
4 4
X∞
e−j.k.π j.k. π2 −j.k. π2
j.k.ωs . Ts j.k.ωs . 3.T s
∆ILmax = . e −e . e 4 −e 4
k=1
k 2 .π
X∞
2
∆ILmax = 2 .π
(1 − cos(k.π))
k=1
k
∆ILmax = 1, 57 (4.66)
4. Função de Chaveamento 109
X∞
e−j.k.π V
j.k.π. Vpk .sen(ω.t)
V
−j.k.π. Vpk .sen(ω.t)
iP sec (t) = 2 .π
. e o −e o .ej.k.ωs .t (4.67)
k=1
k
1
0.782
0.5
(
Re i Psec( t ) ) 0
0.5
- 0.782 1
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
0 t 0.017
A análise até o presente momento foi realizada para o retificador principal. Agora
esta análise será estendida ao retificador T e estudar-se-ão os efeitos de defasagens
Análise do Retificador T
com a diferença que a tensão secundária T é uma cosenóide em vez de uma senóide.
Sendo esta a única diferença, é necessário apenas adaptar as equações obtidas anterior-
mente. Os pulsos de comando e a função de chaveamento são iguais a (4.68) e (4.69),
4. Função de Chaveamento 110
respectivamente.
X ∞ “ ”
Vpk e−j.k.π V
j.k.π. 2− Vpk .|cos(ω.t)|
ComandoT (t) = 1− .|cos(ω.t)| + . e o −
Vo k=1
j.k.π
“ Vpk
”
−j.k.π. 2− V .|cos(ω.t)|
− e o .ej.k.ωs .t (4.68)
X∞
Vo −j.k.π Vpk
F CT (t) = Vpk .|cos(ω.t)| + .e . ej.k.π. Vo .|cos(ω.t)| −
k=1
j.k.π
Vpk
− e−j.k.π. Vo .|cos(ω.t)| .ej.k.ωs .t (4.69)
1.5
1.089
(
Re Comando T ( t ) ) 0.5
- 0.089 0.5
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
600
435.655
400
( )
Re FC T ( t ) 200
- 35.649 200
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
X∞
Vo −j.k.π V
j.k.π. Vpk .|cos(ω.t)|
V
−j.k.π. Vpk .|cos(ω.t)|
VLT (t) = − .e . e o −e o .ej.k.ωs .t (4.70)
k=1
j.k.π
4. Função de Chaveamento 111
400
332.937
200
0
(
Re V LT ( t ) )
200
400
- 406.153 600
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
X∞
e−j.k.π V
j.k.π. Vpk .|cos(ω.t)|
V
−j.k.π. Vpk .|cos(ω.t)|
iLT (t) = 2
. e o −e o .ej.k.ωs .t (4.71)
k=1
k .π
1
0.784
0.5
(
Re i LT ( t ) ) 0
0.5
- 0.783 1
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
Comparando a Fig. 4.43 com a Fig. 4.35, conclui-se que as duas correntes possuem
simetria ı́mpar.
Ao inserir uma defasagem angular igual a γ radianos no sinal portador (onda trian-
gular) do retificador principal, os pulsos de comando são modificados conforme indica
2.π.f
a Fig. 4.44. Vale ressaltar que o ângulo γ varia entre 0 e fc
, ou seja, o sinal por-
tador pode ser deslocado no máximo um perı́odo de comutação, a partir do qual, os
resultados são repetidos.
VTriangular(t)
VTriangularg(t)
VSenóideInvertida(t)
T t
g Ts 2
w 2
VS(t)
t
VSg(t)
ωs
e−j.k.(π+ ω .γ ) j.k.π.D
ckγ = . e − e−j.k.π.D (4.72)
j.2.k.π
X ωs “ ”
e−j.k.(π+ ω .γ )
∞
Vpk V
j.k.π. 2− Vpk .sen(ω.t)
Comandoγ (t) = 1− .sen(ω.t) + . e o −
Vo k=1
j.k.π
“ V
”
−j.k.π. 2− Vpk .sen(ω.t)
− e o .ej.k.ωs .t (4.73)
4. Função de Chaveamento 113
X ∞
Vo −j.k.(π+ ωωs .γ ) j.k.π. VVpk .sen(ω.t)
F Cγ (t) = Vpk .sen(ω.t) + .e . e o −
k=1
j.k.π
Vpk
−j.k.π. V .sen(ω.t)
− e o .ej.k.ωs .t (4.74)
ωs
e−j.k.(π+ ω .γ )
X∞ V V
j.k.π. Vpk .sen(ω.t) −j.k.π. Vpk .sen(ω.t)
iLγ (t) = 2
. e o −e o .ej.k.ωs .t (4.75)
k=1
k .π
(4.75).
1
0.782
0.5
(
Re i Lg( t ) ) 0
0.5
- 0.783 1
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
portador pode ser deslocado no máximo meio perı́odo da rede, a partir do qual, os
resultados são repetidos.
VTriangular(t)
VSenóideInvertida(t)
VSenóideInvertidaj(t)
T t
j 2
w
VS(t)
t
VSj(t)
respectivamente:
X ∞ “ ”
Vpk e−j.k.π V
j.k.π. 2− Vpk .|sen(ω.t−ϕ)|
Comandoϕ (t) = 1− .|sen(ω.t − ϕ)| + . e o −
Vo k=1
j.k.π
“ V
”
−j.k.π. 2− Vpk .|sen(ω.t−ϕ)|
− e o .ej.k.ωs .t (4.76)
X∞
Vo −j.k.π Vpk
F Cϕ (t) = Vpk .|sen(ω.t − ϕ)| + .e . ej.k.π. Vo .|sen(ω.t−ϕ)| −
k=1
j.k.π
Vpk
− e−j.k.π. Vo .|sen(ω.t−ϕ)| .ej.k.ωs .t (4.77)
4. Função de Chaveamento 115
1.5
1.09
(
Re Comando j ( t ) ) 0.5
- 0.09 0.5
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
Figura 4.47: Pulsos de comando ao inserir uma defasagem angular ϕ no sinal modu-
lante.
600
435.875
400
( )
Re V sj( t ) 200
- 35.829 200
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
X∞
Vo −j.k.π Vpk
VLϕ (t) = Vpk .|sen(ω.t)| − Vpk .|sen(ω.t − ϕ)| − .e . ej.k.π. Vo .|sen(ω.t−ϕ)| −
k=1
j.k.π
Vpk
− e−j.k.π. Vo .|sen(ω.t−ϕ)| .ej.k.ωs .t (4.78)
400
340.523
200
0
(
Re V Lj( t ) )
200
400
- 412.353 600
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
Figura 4.49: Tensão sobre o indutor boost ao inserir uma defasagem angular ϕ no sinal
modulante.
(4.79).
(4.80).
400
313.751
200
(
Re i Lj( t ) ) 0
200
- 313.173 400
4
0 5 .10 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004 0.0045 0.005 0.0055 0.006 0.0065 0.007 0.0075 0.008 0.0085
0 t -3
8.333´10
S1 S2
V1 V2
++ ++
V1 = 0 - - V1 = 10 - -
V2 = 10 V2 = 0 D2
D3
TD = 0 TD = 0
TR = 1n D4 TR = 1n D5
TF = 1n TF = 1n
PW = 8.33m PW = 8.33m
LP PER = 16.667m PER = 16.667m
985.235uH
Vo
400Vdc
Comando_SP S3
Comando_SP S4 ++
H G ++ - -
H1 - -
+
G1
ABS +
- D6 D7
D8 D9
C1
4. Função de Chaveamento
1.29n
R1
0.1 R2 C2
13.71k 11.609n
V+
R3 V- V+
4.7k R5
- 1/2.7 R4
1k 1k E
R6 R7 + E1 Comando_SP
+ R8 ++
100 4.7k - -
U1A Triangular_P -
V+
LM124 V1 = 0 1k U2 R9 R10
V2 = 5.2 1k 1k
TD = 0 LM311
V-
TR = 27.77u
REFERENCIA_IP ABS + TF = 27.77u
- V+ V-
VAMPL = 50.749m PW = 1n
FREQ = 60 G PER = 55.556u V6 V7
PHASE = 0 G2 15Vdc 15Vdc
D10
LPsec K K3 U5
2.667H K_Linear V8 4.167m S5 V9
COUPLING = 1 S6
1 2 V1 = 0 ++ V1 = 0 ++
VA RLA LP_AT V2 = 10 - - V2 = 10 - - D11
LP_TB TD = 12.5m U3 D12 TD = 4.167m
0.1m LPsec TR = 1n 4.167m TR = 1n
FREQ = 60 LP_TB LP_AT D13 D14
VAMPL = 311 TF = 1n V10 TF = 1n
PW = 8.33m PW = 8.33m
PHASE = -30 2 1 2 1 PER = 16.667m 10Vdc PER = 16.667m
2H 2H LT
VB RLB 1 2 985.235uH
RN 0.1m LTprim LTsec
FREQ = 60 1.333H
10Meg VAMPL = 311 3H
PHASE = -150 2 1
+
K_Linear G3
VAMPL = 311 ABS +
PHASE = 90 COUPLING = 1 - D15 D16
LTprim D17 D18
LTsec
C3
R11 1.29n
0.1
R12 C4
13.71k 11.609n
V+
R13 V- V+
4.7k R15
- 1/2.7 R14
1k 1k E
+ E2
R16 R17 Comando_ST
+ ++
R18 - -
100 4.7k Triangular_T
U1B V+ -
LM124 V1 = 5.2 1k R19 R20
V2 = 0 U4
117
TD = 0 LM311 1k 1k
TR = 27.77u V-
+ TF = 27.77u
REFERENCIA_IT ABS PW = 1n
VAMPL = 50.749m -
PER = 55.556u
FREQ = 60 G
PHASE = 90 G4
4. Função de Chaveamento 118
os resultados.
4
2.804
(
Re i LP( t ) ) 0
- 2.804 4
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
0 t 0.017
50A
0A
-60A
I(LP)
4.0
-4.0
16.7ms 20.0ms 24.0ms 28.0ms 32.0ms 36.0ms 40.0ms
I(LP)-AVGX(I(LP),55.56u)
Time
apresenta uma ondulação em baixa freqüência, cuja origem não foi investigada mas não
comprometeu os resultados.
4
2.804
(
Re i LT ( t ) ) 0
- 2.804 4
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
0 t 0.017
50A
0A
-60A
I(LT)
4.0
-4.0
16.7ms 20.0ms 24.0ms 28.0ms 32.0ms 36.0ms 40.0ms
I(LT)-AVGX(I(LT),55.56u)
Time
4.4 Conclusão
de potência unitário. Através deste estudo, constatou-se a já conhecida dualidade dos
conversores Buck e Boost.
bidirecionais.
Capı́tulo 5
A Transformação αβ
5.1 Introdução
torna-se uma máquina simétrica bifásica de mesma potência mecânica, torque, veloci-
dade e número de pólos. O emprego da transformação αβ é interessante também no
estudo de transitórios de transformadores simétricos e reatores trifásicos.
Scott
ITprim
ITprim ITprim
2 2
iB(t) IPprim IPprim
VB(t)
iPsec(t)
iA(t)
VA(t)
A ausência do condutor neutro na estrutura permite afirmar que a soma das cor-
1
Io = √ . (IA + IB + IC )
3
5. A Transformação αβ 123
Io = 0 (5.2)
r
2 IB IA
Iα = . IC − −
3 2 2
r
3
Iα = .IC (5.3)
2
r √ √ !
2 3 3
Iβ = . .IB − .IA
3 2 2
IB − I A
Iβ = √ (5.4)
2
IC 1
= (5.5)
IT sec ax
IP prim 1
= (5.6)
IP sec ay
√
ax 3
= (5.7)
ay 2
Iα = IT sec
2
ay = − √ (5.9)
2
IC
IA = IP prim + (5.10)
2
IC
IB = −IP prim + (5.11)
2
1
IP prim = . (IA − IB ) (5.12)
2
IB − I A
IP sec = √ (5.14)
2
Comparando (5.4) com (5.14), conclui-se que as duas correntes são iguais em módulo
e fase.
Iα = IT sec
Iβ = IP sec
5. A Transformação αβ 125
Desde que:
2
ay = − √
2
r
3
ax =
2
r √ !
2 3 1
IA = − . .IP sec + .IT sec (5.16)
3 2 2
r √ !
2 3 1
IB = . .IP sec − .IT sec (5.17)
3 2 2
r
2
IC = .IT sec (5.18)
3
A corrente iC (t) é igual à corrente secundária iTsec (t), salvo a relação de transformação
do transformador T.
1
0.863
0.5
(
Re i A( t ) ) 0
0.5
- 0.861 1
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
0 t 0.017
1
0.863
0.5
(
Re i B( t ) ) 0
0.5
- 0.861 1
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
0 t 0.017
1
0.637
0.5
(
Re i C( t ) ) 0
0.5
- 0.639 1
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
0 t 0.017
Re ( i A(t)) 0
4
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
t
40A
20A
0A
-20A
-40A
I(VA)
4.0
-4.0
16.7ms 20.0ms 24.0ms 28.0ms 32.0ms 36.0ms 40.0ms
I(VA)-AVGX(I(VA),55.56u)
Time
obtidas via simulação. Novamente, é possı́vel observar que ambos os resultados apre-
sentam o mesmo formato. Comparando estes resultados com a corrente de linha I A ,
Fig. 5.5 e Fig. 5.6, fica evidente que a corrente IB é a imagem espelhada, em relação
ao eixo y, da corrente IA . Isto é, iB (t) = iA (−t)
1
0.5
(
Re i B( t ) ) 0
0.5
1
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
t
os resultados.
5. A Transformação αβ 128
40A
20A
0A
-20A
-40A
I(VB)
4.0
-4.0
16.7ms 20.0ms 24.0ms 28.0ms 32.0ms 36.0ms 40.0ms
I(VB)-AVGX(I(VB),55.56u)
Time
Re ( i C (t)) 0
2
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 0.017
t
40A
20A
0A
-20A
-40A
I(VC)
4.0
-4.0
16.7ms 20.0ms 24.0ms 28.0ms 32.0ms 36.0ms 40.0ms
I(VC)-AVGX(I(VC),55.56u)
Time
5.4 Conclusão
Implementação Prática e
Resultados Experimentais
6.1 Introdução
capı́tulo.
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 131
Fusível
25A
-
+
Fusível M
25A LA 55-P
LP DbP
1,4mH
Rpré-cargaP RPolarizaçãoP
50W SP
27kW/5W
-
+
M
LA 55-P
O contactor trifásico conectado à rede de energia elétrica (Fig. 6.1) fazia parte
da instalação do laboratório e não se encontra na Tabela 6.2. Devido a disponibili-
ponto médio
de potência
D1 , D2 , D3 , 2 Ponte Semikron
D3T , D4T
RPolarizaçãoT de potência
Ipk = 50 A
SP , ST 2 IGBT Semikron
eletrolı́tico B43875-A5158Q
de corrente
Continuação
SK2120-AC 60Hz
A tensão de alimentação dos circuitos integrados UC3854B (pino 15) e dos circuitos
de comando dos IGBTs é de +15 V. Os amplificadores operacionais foram alimentados
com uma fonte simétrica de +15 V e -15 V para que suas tensões de saı́da pudessem
atingir 0 V. As tensões de alimentação dos sensores de corrente são de +12 V e -12 V.
RM 2 Resistor 1/3 W 68 Ω
Rf f 2 2 Resistor 1/3 W 33 kΩ
Continuação
R1 2 Resistor 1/3 W 1 MΩ
Rd 2 Resistor 1/3 W 16 kΩ
Rd1 1 Resistor 1W 1 MΩ
S 1 Interruptor manual
Continuação
Isolamento Monitoramento
de VCE
Seletor Buffer de Coletor
Pino 16 do Nível do IGBT
UC3854B de Entrada
Entrada
Reset Desligamento
Memória Progressivo
de Erro Rgate
Erro
Conversor
Re CC-CC Gate
Monitora- Buffer de do IGBT
V+ mento de
Saída Emissor
Vs
do IGBT
Continuação
Referência Descrição
Rd1
LA 55-P
Rd2
-
+ Rf UC3854B
M
1 GTDRV 16 Driver
Ca Ca LF442 GND
V- Ca SKHI 10
Cin V+12 V-12 Ri
- Rpk2 Rpk1
RM Rf//Ri 2 PKLMT VCC 15 V+
Cdesac
+ Ca Cpino2
V+
3 CAO CT 14
Rps3 CCEA1 CT
CCEA2
RCEA1 RCEA2
V- Ca
RiAC1 Rps1 4 ISENSE SS 13
Css REna1
- Rps4
R1 Rps2
RiAC2 + Ca LF356 5 MOUT RSET 12
Cps RMo Rset
V+ RiAC Rvi
6 IAC VSENSE 11
R2
7 VAO ENA 10
Cd Rd
Rff1 Rff2 S REna2
8 VRMS UP VREF 9
Cff1 Rff3 Cff2
Cvf2
Cvf1 Rvf
V- Cab
-
+ Cab LM741
V+
LA 55-P
-
+ Rf UC3854B
M
7 VAO ENA 10
Cd Rd
Rff1 Rff2
8 VRMS UT VREF 9
Cff1 Rff3 Cff2
Fig. 6.11 mostra a corrente IA e a tensão de linha VAB . Existe uma defasagem angular
entre as duas formas de onda de 30o , conforme esperado. A corrente, portanto, está
em fase com a tensão de fase VA .
Figura 6.10: Corrente de linha IA (20 A/divisão) e seu espectro harmônico em dB.
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 142
6.12. A corrente IB e a tensão de linha VBC também possuem uma defasagem angular
de 30o entre si, conforme mostrado na Fig. 6.13. Novamente, a corrente está em fase
Figura 6.12: Corrente de linha IB (20 A/divisão) e seu espectro harmônico em dB.
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 143
Observando a figura, verifica-se que a corrente possui o mesmo formato que a corrente
IT sec , confirmando a análise teórica. Assim como as correntes das demais fases, a
corrente de linha IC encontra-se em fase com a tensão de fase VC pois apresenta uma
defasagem angular de 30o em relação à tensão de linha VCA , conforme ilustrado na Fig.
6.15.
Figura 6.14: Corrente de linha IC (20 A/divisão) e seu espectro harmônico em dB.
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 144
A Fig. 6.16 mostra a corrente Ix que é, por definição, a soma das correntes dos
Figura 6.16: Corrente Ix (10 A/divisão), ou seja, a soma das correntes dos diodos dos
conversores boost.
As tensões sobre o IGBT principal (SP ) e o diodo boost principal (DbP ) podem ser
rapidamente, porém seu valor máximo é limitado pelo circuito de controle. A tensão
de saı́da apresenta uma sobretensão inferior a 20 V e atinge o regime permanente em
Figura 6.19: Partida do retificador a plena carga: tensão de saı́da e corrente no se-
cundário IPsec (20 A/divisão).
estas correntes não eram refletidas no secundário. Segundo [12], quando o primário de
um transformador é conectado a uma fonte de alimentação, um surto de corrente de
vez em quando ocorre. Entretanto, não ocorre sempre, sendo dependente do momento
exato em que o transformador é conectado à fonte e do grau de magnetização residual
presente no núcleo. Esta corrente de magnetização pode atingir valores três vezes
de proteção.
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 147
Figura 6.20: Corrente de linha (50 A/divisão) e tensão de saı́da durante a partida do
retificador.
de 50% da carga total para 100%. A tensão de saı́da sofre uma queda em torno de 5
V e novamente atinge o regime permanente após 90 ms.
Figura 6.21: Transitório de carga de 50% para 100%: tensão de saı́da (offset de 350 V)
e corrente no secundário IPsec (20 A/divisão).
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 148
carga de 100% da carga total para 50%. Existe um sobrepassamento da tensão de saı́da
de 2 V antes de atingir novamente o regime permanente após 70 ms.
Figura 6.22: Transitório de carga de 100% para 50%: tensão de saı́da (offset de 350 V)
e corrente no secundário IPsec (20 A/divisão).
A análise harmônica da tensão da rede pode ser verificada na Fig. 6.23. As dis-
torções harmônicas presentes nas tensões, acabam provocando distorções também nas
correntes de linha.
120
80
40
0
a a a a a
Fund 3 5 7 9 11
Harmônicas
Figura 6.23: Análise harmônica das tensões de fase da rede de energia elétrica.
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 149
A Fig. 6.24 mostra a análise harmônica das correntes de linha. As taxas de distorção
harmônica das correntes são o resultado da distorção da tensão da rede e das não-
10
0
a a a a a
Fund 3 5 7 9 11
Harmônicas
O fator de potência foi medido por fase, sendo iguais a F PA = 0, 997, F PB = 0, 999
e F PC = 0, 999 e, assim, justificando o tı́tulo de retificador trifásico isolado com fator
de potência unitário.
Junto com a medição do fator de potência, a potência processada por fase também
foi verificada: PA = 3,558 kW, PB = 3,581 kW e PC = 3,590 kW, sendo que a potência
trifásica total processada foi de 10,726 kW. Existe, portanto, um eqüilı́brio de potência
entre as fases, conforme deduzido na análise teórica.
Para atingir o regime térmico e proporcionar medidas mais exatas, o protótipo
kW), o protótipo apresentou um rendimento de 93,60%, considerado muito bom já que
apresenta um transformador de baixa freqüência.
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 150
100
Rendimento (%) 95
92,53% 93,19% 93,62% 93,60%
90,27%
90
85 83,59%
80
0 2 4 6 8 10 12
Potência de Saída (kW)
Figura 6.25: Curva de rendimento do retificador trifásico isolado com fator de potência
isolado.
Durante o estudo analı́tico, foi constatado que uma defasagem angular de −7 o nas
A Fig. 6.28, a Fig. 6.29 e a Fig. 6.30 mostram, respectivamente, a tensão de saı́da
e as correntes de linha IA , IB e IC . Com a defasagem angular inserida nas correntes de
referência, as correntes nos secundários passaram a apresentar uma passagem por zero
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 152
mais suave. Como conseqüência, o formato das correntes de linha também melhoraram,
quando comparadas com a Fig. 6.10, a Fig. 6.12 e a Fig. 6.14, respectivamente.
A análise harmônica da tensão da rede foi novamente medida e pode ser verificada
na Fig.6.31.
120
80
40
0
a a a a a
Fund 3 5 7 9 11
Harmônicas
Figura 6.31: Análise harmônica das tensões de fase da rede de energia elétrica.
A Fig. 6.32 mostra a análise harmônica das correntes de linha. Com a inserção
20
Fase A (THD = 4,60%)
15 Fase B (THD = 4,47%)
Fase C (THD = 5,32%)
Corrente (A)
10
0
a a a a a
Fund 3 5 7 9 11
Harmônicas
Figura 6.32: Análise harmônica das correntes de linha da rede ao inserir uma defasagem
angular de −7o nas correntes de referência.
provocava uma redução no fator de potência por fase. Este resultado foi confirmado
na prática, onde o fator de potência por fase é, respectivamente, F P A = 0, 977, F PB =
0, 980 e F PC = 0, 978. O fator de potência por fase continua sendo bastante elevado.
Portanto, inserindo uma defasagem angular nas correntes de referência é uma solução
trifásica total processada foi de 10,86 kW. Existe, portanto, um eqüilı́brio de potência
entre as fases, conforme deduzido na análise teórica.
Figura 6.33: Foto do retificador trifásico isolado com fator de potência unitário baseado
no transformador Scott.
Uma vista frontal dos pré-reguladores boost e do circuito de partida pode ser veri-
ficada na Fig. 6.35. Os indutores boost encontram-se fixados sobre o dissipador.
Figura 6.35: Foto dos pré-reguladores boost e do circuito de partida (vista frontal).
A vista lateral dos pré-reguladores boost e do circuito de partida pode ser obser-
vada na Fig. 6.36. Os capacitores eletrolı́ticos, que compõem o capacitor de saı́da da
da lateral direita estão ocultados pelo circuito de controle e pelos circuitos de comando.
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 157
Figura 6.36: Foto dos pré-reguladores boost e do circuito de partida (vista lateral).
Figura 6.37: Foto dos pré-reguladores boost e do circuito de partida (vista superior).
6. Implementação Prática e Resultados Experimentais 158
foi devidamente isolada e fixada na lateral direita da placa que realiza as conexões do
estágio de potência.
Figura 6.38: Foto do circuito de controle e dos circuitos de comando dos IGBTs.
6.5 Conclusão
dor Scott é uma estrutura eficiente e robusta e possui grande potencial para aplicações
em média potência (10 kW - 100 kW).
Capı́tulo 7
Conclusão Geral
prática do retificador trifásico isolado com fator de potência unitário baseado no trans-
formador Scott.
No primeiro capı́tulo, foi realizada uma revisão bibliográfica com o intuito de con-
textualizar a topologia sob análise no panorama dos retificadores trifásicos com alto
fator de potência que empregam o conversor boost monofásico na correção do fator de
αβ. No segundo capı́tulo, realizou-se o estudo das tensões, correntes e potência para o
posterior projeto do transformador utilizado no protótipo do laboratório.
Este problema pode ser corrigido inserindo-se defasagens angulares nas correntes de
referência do circuito de controle, conforme foi constatado via simulação e na imple-
mentação prática.
O conceito de função de chaveamento mostrou ser uma ferramenta muito interes-
sante para a análise de circuitos. No quarto capı́tulo, equacionou-se as correntes e
Transformador Scott
· Especificações de Projeto
3
Po := 12× 10 W Potência de saída do retificador trifásico
O transformador Scott será utilizado para alimentar dois pré-reguladores boost, cujas saídas
são conectadas em paralelo, portanto, as harmônicas que circulam pelo transformador Scott
serão múltiplas da freqüência de comutação, não existindo idealmente componentes
harmônicas de baixa ordem. Devido às suas baixas amplitudes, as componentes harmônicas
múltiplas da freqüência de comutação foram desprezadas nos cálculos aqui apresentados.
C
ITsec
ITprim
ITprim ITprim
2 2
IPprim IPprim
B A
D
IPsec
· Relações de Transformação
VAB
Transformador Principal: nP
VPsec
VTprim
Transformador T: nT
VTsec
VABpk := 3× Vrpk
VAB 2
ay ay :=
VPsec 2
VTprim 3
ax ax :=
VTsec 2
A. Projeto do Transformador Scott 165
Estas duas relações precisam ser respeitadas, porém, como deseja-se que as
tensões dos secundários tenham um valor de pico igual a da tensão da rede, é
necessário encontrar um fator "b" que multiplicado simultaneamente a "ay" e "ax",
obtenha-se:
ay × b nP
ax× b nT
Conforme visto acima, deseja-se que as tensões dos secundários tenham a mesma
amplitude da tensão da rede, portanto:
VABpk
VPsec_pk Vrpk
b × ay
VABpk
b :=
ay × Vrpk
b = 1.225
ou seja,
3
b :=
2
VTprim_pk
VTsec_pk Vrpk
b × ax
VTprim_pk
b :=
ax× Vrpk
b = 1.225
n P := b × ay n T := b × ax
n P = 1.732 n T = 1.5
3
n P := 3 n T :=
2
A. Projeto do Transformador Scott 166
· Tensões Eficazes
2× p
1 ó
VPsec_ef := ×ô
2× p õ
(Vrpk× sin ( wt) )2 d wt
0
Vrpk
VPsec_ef :=
2
VPsec_ef = 219.91 V
p
1 ó
VTsec_ef := ×ô
2× p õ
(Vrpk× cos ( wt) )2 d wt
-p
Vrpk
VTsec_ef :=
2
VTsec_ef = 219.91 V
A soma das tensões sobre as bobinas dos primários do transformador principal é igual
à tensão de linha AB:
VPprim + VPprim VAB
2× p
1 ó
VPtotal_ef :=
ô
×ô
2× p õ
( 3× Vrpk×sin ( wt))2 d wt
0
3
VPtotal_ef := × Vrpk
2
VPtotal_ef = 380.896 V
A. Projeto do Transformador Scott 167
2× p
ó 2
ô æ 3× Vrpk ö
1 ô
VPprim_ef := × ç × sin ( wt) ÷ d wt
2× p ô è 2 ø
õ
0
3 Vrpk
VPprim_ef := ×
2 2
VPprim_ef = 190.448 V
VTprim VTsec × n T
p
1 ó
VTprim_ef := ×ô
2× p õ
(nT× Vrpk× cos ( wt) )2 d wt
-p
n T× Vrpk
VTprim_ef :=
2
VTprim_ef = 329.865 V
· Correntes Eficazes
A amplitude das correntes senoidais nos secundários pode ser calculada a partir da
potência processada por cada pré-regulador. Os enrolamentos dos secundários do
transformador Scott possuem tensões idênticas em amplitude e alimentam dois
pré-reguladores boost idênticos entre si. É possível concluir, então, que as potências
de entrada dos pré-reguladores são iguais e que cada pré-regulador processa metade
da potência de carga.
Vinpk× Iinpk
Pin
2
A. Projeto do Transformador Scott 168
onde:
Vinpk VTsec_pk VPsec_pk
Vinpk := Vrpk
Po
Pin
h ×2
1 Po
Iinpk := ×
h Vinpk
Iinpk = 42.872 A
2× p
1 ó
IPsec_ef := ×ô
2× p õ
(Iinpk× sin ( wt) )2 d wt
0
Iinpk
IPsec_ef :=
2
IPsec_ef = 30.315 A
p
1 ó
ITsec_ef := ×ô
2× p õ
(Iinpk× cos ( wt) )2 d wt
-p
Iinpk
ITsec_ef :=
2
ITsec_ef = 30.315 A
IPprim 1 ITprim 1
IPsec nP ITsec nT
A. Projeto do Transformador Scott 169
IPsec ITsec
IPprim ITprim
nP nT
2× p
ó 2
1 ô æ Iinpk Iinpk ö
IPprim_ef := ×ô ç × sin ( wt) + × cos ( wt) ÷ d wt
2× p ô 2× n T
õ è nP ø
0
2 2
Iinpk 4× n T + n P
IPprim_ef := ×
2× n P× n T 2
IPprim_ef = 20.21 A
ou ainda:
2× p
ó 2
1 ô æ Iinpk Iinpk ö
IPprim_ef := ×ô ç n × sin ( wt) - 2× n × cos ( wt) ÷ d wt
2× p ô è P T ø
õ
0
IPprim_ef = 20.21 A
p
ó 2
1 ô æ Iinpk ö
ITprim_ef := ×ô ç × cos ( wt) ÷ d wt
2× p ô è nT ø
õ
-p
Iinpk
ITprim_ef :=
n T× 2
ITprim_ef = 20.21 A
Apêndice B
Semicondutores
· Especificações de Projeto
3
Po := 12× 10 W Potência de saída do retificador trifásico
Para o dimensionamento dos semicondutores será considerada o pior caso da tensão de entrada, ou seja,
quando a tensão de entrada for 220Vef - 10%, a corrente será máxima.
Vrmin_pk := 0.9× 2× Vr
Vrmin_pk = 280.014 V
A tensão de pico dos secundários do transformador Scott será igual à tensão de pico da rede.
Vrpk := Vrmin_pk
A amplitude das correntes senoidais secundárias pode ser calculada a partir da potência processada por cada
pré-regulador. Os enrolamentos secundários do transformador Scott possuem tensões idênticas em
amplitude e alimentam dois pré-reguladores boost idênticos entre si. É possível concluir, então, que as
potências de entrada dos pré-reguladores são iguais e que cada pré-regulador processa metade da potência
de carga.
Vinpk× Iinpk
Pin
2
onde:
Vinpk VTsec_pk VPsec_pk
Vinpk := Vrpk
Po
Pin
h ×2
B. Projeto do Estágio de Potência 172
1 Po
Iinpk := ×
h Vinpk
Iinpk = 47.617 A
A corrente média:
p
ó
1 ô æ Vinpk ö
ISmed := × ô Iinpk× sin ( wt) × ç 1 - × sin ( wt) ÷ d wt
p ô è V o ø
õ
0
æ Vo ö
ç 4× - p÷
Po Vinpk
ISmed := ×
è ø
2× h V ×p o
ISmed = 13.647 A
A corrente eficaz:
p
ó
1 ô æ Vinpk ö
ISef := ×ô
p ô
(Iinpk× sin ( wt) )2× ç 1 - Vo
× sin ( wt) ÷ d wt
õ è ø
0
Po 3× p× Vo - 8× Vinpk
ISef := ×
h × Vinpk 6× p× Vo
ISef = 21.448 A
VSmax:= Vo
VSmax = 400 V
O IGBT em condução é modelado como uma resistência r Son e uma fonte de tensão contínua VCEmed .
Calcula-se, então, as perdas da mesma forma que são calculadas no caso de um diodo.
Primeiramente, é necessário obter o valor da resistênca coletor-emissor. Para isso, o datasheet oferece
duas equações, uma para obter o valor típico da resistência e outra para a obtenção do valor máximo. É
necessário apenas definir a tempertatura de junção do IGBT.
() rCEæ Tj 25 Cö + KR× Tj - 25
( )
o
rCE_typ Tj
è ø
(
rCE_typ := 0.0120 + 0.000053× Tj - 25 ) (Equação fornecida no datasheet do componente)
rCE_typ = 0.016 W
(
rCE_max:= 0.0173 + 0.000053× Tj - 25 ) (Equação fornecida no datasheet do componente)
rCE_max = 0.021 W
Outra maneira de calcular a resistência em condução do IGBT é através do gráfico linearizado de VCE vs. IC:
ICN := 50 A Corrente de coletor nominal
VCEmed := 1.25 V
VCEN - VCEO
rSon :=
ICN
rSon = 0.02 W
2
PScond := rSon × ISef + VCEmed× ISmed
PScond = 26.259 W
A forma de onda da tensão coletor-emissor foi aproximada para os cálculos das perdas por apresentar um
formato irregular. A tensão V CE real pode ser verificada na Fig. B.2.
IRRM
VCE(t)
Vo
iC(t)
VCEon
2t 1t
rr rr
3 3
tr trr
Utiliza-se a equação recomendada pela Semikron para calcular o tempo de recuperação do diodo boost.
QrrN
trrN := 2× -7
IRRM trrN = 1.537 ´ 10 s
Para o trecho de cresimento de corrente no coletor, t r, obtém-se a potência média. O mesmo é feito para o
trecho de 2/3 de t rr. A soma das duas potências resulta na perda de entrada em condução.
Ptr := fs × trN× ISmed× Vo
B. Projeto do Estágio de Potência 175
2
×t ×I
3 rrN RRM
Ptrr := fs × × Vo
2
PonIGBT = 34.17 W
b) Perda no Bloqueio
A Fig. B.2 mostra uma ilustração da comutação do IGBT fornecida pela Semikron. O bloqueio do
componente é caracterizado por uma etapa onde a corrente de coletor se mantém constante e a tensão
coletor-emissor cresce linearmente. Esta etapa é seguida por outra onde ocorre uma sobretensão nos
terminais do componente devido a sua própria indutância parasita até a estabilização da tensão na tensão
de bloqueio. A corrente descresce quase linearmente. A etapa final consiste no fenômeno conhecido na
literatura como corrente de cauda.
VGE
90%VGE
10%VGE
~
~
f
IC
90%IC 90%IC
10%IC 10%IC
~
~
VCE f
90%VCE
~
~
10%VCE
~
~
f
td(off) tf td(on) tr
t1 t2 t3 ta tb
-9
tfN := 50× 10 s Tempo de descida da corrente de coletor
PoffIGBT = 19.652 W
B. Projeto do Estágio de Potência 176
A corrente média:
p
ó
1 ô Vinpk
IDBmed := × ô Iinpk× sin ( wt) × × sin ( wt) d wt
p ô Vo
õ
0
Po
IDBmed :=
2× h × Vo
IDBmed = 16.667 A
Obs.: Se o rendimento fosse de 100%, circularia por cada diodo boost, metade da corrente média de carga.
A corrente eficaz:
p
ó
1 ô Vinpk
IDBef := ×ô
p ô
(Iinpk× sin ( wt) )2× Vo
× sin ( wt) d wt
õ
0
Po 4 Vinpk
IDBef := × ×
h × Vinpk 3× p Vo
IDBef = 25.955 A
VDBmax = 400 V
O diodo escolhido faz parte do módulo do IGBT SKM 75 GAL 063 D da Semikron porém seus principais
parâmetros são iguais aos dos diodos em anti-paralelo do módulo de IGBTs SKM 100 GB 063 D:
PcondDB = 35.743 W
A Fig. B.3 ilustra o bloqueio do diodo boost. As perdas de comutação na sua essência se encontram no
intervalo 1/3 do tempo de recuperação reversa do diodo onde a corrente do diodo se inverteu e a tensão Vo é
aplicada sobre o seus terminais.
1
×t ×I
3 rrN RRM
PcomDB := × Vo × fs
2
PcomDB = 15.12 W
iDB(t)
Qrr
IRRM
VDB(t)
VFon
Vo
2t 1t
rr rr
3 3
trr
· Cálculo de Esforços nos Diodos das Pontes Retificadoras (DP1 , DP2 , DP3 e D P4 ou DT1, DT2, DT3 e D T4)
A corrente média:
B. Projeto do Estágio de Potência 178
p
1 ó
IDret_med := × ô Iinpk× sin ( wt) d wt
2× p õ
0
Po
IDret_med :=
p× Vinpk× h
IDret_med = 15.157 A
A corrente eficaz:
p
1 ó
IDret_ef := ×ô
2× p õ
(Iinpk× sin ( wt) )2 d wt
0
Po
IDret_ef :=
2× Vinpk× h
IDret_ef = 23.808 A
VDretmax := 1.15× 2× Vr
VDretmax = 357.796 V
Para o cálculo de perdas dos diodos retificadores será ignorado a ondulação em alta freqüência da corrente de
entrada de forma que apenas a componente de 60Hz atravessa a ponte retificadora. Nestas condições, as
perdas de comutação também serão ignoradas.
2
PcondDret := VFret× IDret_med + rTret × IDret_ef
PcondDret = 28.786 W
B. Projeto do Estágio de Potência 179
· Cálculo de Térmico
PIGBT = 80.081 W
PDB = 50.863 W
PDret := PcondDret
PDret = 28.786 W
(
PTotal := 2× PIGBT + PDB + PDret )
PTotal = 319.461 W
PTotal × 100
Perdas% :=
Po
Perdas% = 2.662 %
Deseja-se colocar as duas pontes retificadores e os dois módulos de IGBT e diodo boost sobre o mesmo
dissipador. O cálculo térmico, então, é realizado conforme [30]. A temperatura de junção é considerada um
pouco inferior ao limite máximo de 150o C para os diodos retificadores e de 125o C para os módulos de IGBT +
diodos boost e a temperatura ambiente é igual a 45o C.
oC Temperatura de junção
Tj := 100
oC Temperatura ambiente
Tamb := 45
O circuito térmico equivalente para os quatro módulos abrigados no mesmo dissipador pode ser conferido na
Fig. B.4:
B. Projeto do Estágio de Potência 180
P Dret_P
R Dretjc R cd(moduloDret_P)
Tj(Dret_P) TC_moduloDret_P
P IGBT_P
R Sjc
Tj(IGBT_P) R cd(moduloIGBT_P)
P DB_P T C_moduloIGBT_P
R DBjc
R thda
T j(DB_P)
Td T amb
P Dret_P
R Dretjc Rcd(moduloDret_T)
Tj(Dret_T) TC_moduloDret_T
P IGBT_T
R Sjc
Tj(IGBT_T) R cd(moduloIGBT_T)
P DB_T
R DBjc TC_moduloIGBT_T
Tj(DB_T)
Diodos retificadores:
Tcapsula_Dret_P := Tj - RDretjc× PDret
oC
Tcapsula_Dret_P = 71.214
oC
Tcapsula_Dret_T = 71.214
IGBTs:
Tcapsula_IGBT_P := Tj - RSjc× PIGBT
oC
Tcapsula_IGBT_P = 71.971
oC
Tcapsula_IGBT_T = 71.971
B. Projeto do Estágio de Potência 181
Diodos Boost:
Tcapsula_DB_P := Tj - RDBjc× PDB
oC
Tcapsula_DB_P = 69.482
oC
Tcapsula_DB_T = 69.482
Deve-se assumir que a temperatura de cápsula de cada módulo (TCmodulo ) para os cálculos seguintes é a
menor das temperaturas calculadas acima.
O passo seguinte é calcular a temperatura do dissipador (T d ) baseado nos demais parâmetros conhecidos.
TC_moduloRet := Tcapsula_Dret_T
TC_moduloIGBT := Tcapsula_DB_T
oC
Td_moduloRet = 67.76
(
Td_moduloIGBT := TC_moduloIGBT - Rthcd_modulo × 2× PIGBT + 2× PDB )
oC
Td_moduloIGBT = 56.388
Td := Td_moduloIGBT
oC
Td = 56.388
Finalmente, a resistência térmica do dissipador compartilhado entre os quatros módulos (dois módulos SKM 75
GAL 063D e dois módulos SKB 50/04 A3 P1A/120), pode ser calculada:
Td - Tamb
Rthda :=
2× PIGBT + 2× PDB + 2× PDret
o C/W
Rthda = 0.036
A resistência térmica dissipador ambiente precisa se menor ou igual a 0,066 o C/W. O dissipador escolhido é o:
P16/400 da Semikron
B. Projeto do Estágio de Potência 182
Rthda := 0.031 o C/W para um comprimento de 300mm com ventilação forçada e 3 módulos cujas
bases possuem uma largura de 50mm
( )
Tj_IGBT := Tamb + Rthda × PTotal + Rthcd_modulo × PIGBT + PDB + RSjc× PIGBT
oC
Tj_IGBT = 89.479
( )
Tj_DB := Tamb + Rthda × PTotal + Rthcd_modulo × PIGBT + PDB + RDBjc× PDB
Tj_DB = 91.969 oC
oC
Tj_Dret = 85.416
Conclui-se que a temperatura de junção dos IGBTs e diodos estão dentro dos limites indicados pelo fabricante
ao utilizar o dissipador escolhido.
Lista de Componentes
· 2 módulos SKM 75 GAL 063D da Semikron
· 2 drivers SKHI 10 da Semikron
· 2 módulos SKB 50/04 A3 P1A/120 da Semikron
· 1 dissipador P16/400 da Semikron
· 2 ventiladores SK2120-AC-220V 60Hzda Semikron
O primeiro método utilizado no projeto do capacitor de saída é o critério de hold-up time. Este método consiste
em calcular a capacitância supondo que este terá que alimentar a carga durante uma eventual perda da rede. O
capacitor terá que sustentar a carga durante um determinado tempo (hold-up time) admitindo uma certa queda
de tensão sobre os seus terminais (V drop ).
-3
tholdup := 10× 10 s
Vdrop := 50 V
O valor final de tensão de saída após passado o hold-up time é dado por:
B. Projeto do Estágio de Potência 183
Vfinal := Vo - Vdrop
Vfinal = 350 V
d
iC( t) Co × VC( t)
dt
Supondo um intervalo de tempo dado pelohold-up time durante o qual a tensão sobre o capacitor varia desde
seu valor nominal até a tensão final calculada acima, a derivada pode ser substituída pela variação da tensão
durante o intervalo de tempo. A corrente do capacitor durante este intervalo é a própria corrente nominal de
saída.
DVC
Io Co ×
Dt
Po (Vo - Vfinal)
Co ×
Vo tholdup
Po × tholdup
Co :=
(
Vo - Vfinal × Vo )
-3
Co = 6 ´ 10 F
O segundo método utilizado no projeto do capacitor de saída é o critério de corrente eficaz. Este método
consiste em selecionar o capacitor baseado na sua corrente eficaz. Como o cálculo da corrente eficaz no
capacitor de saída seria trabalhoso, optou-se por obter o valor da corrente eficaz via simulação numérica. Para
a simulação, utilizou-se o pior caso de carga, um inversor trifásico (trifásico devido ao nível de potência) com
modulação a dois níveis operando em malha aberta.
De posse do inversor trifásico, a simulação numérica pode ser realizada para a obtenção da corrente eficaz do
capacitor de saída devido à filtragem das componentes de alta freqüência da corrente proveniente do retificador e
à corrente de alimentação do inversor trifásico. O esquemático completo da simulação realizada encontra-se na
Fig. B.10.
A simulação foi realizada para o regime permanente e condições nominais de operação. Utilizou-se um
compensador de tensão proporcional para regular a tensão sobre o capacitor de saída.
A Fig. B.5 mostra a tensão sobre o capacitor de saída bem como a corrente instantânea durante meio ciclo da
tensão da rede.
B. Projeto do Estágio de Potência 184
399.6V
399.4V
399.2V
V(Co)
50A
0A
-80A
80ms 85ms 90ms 95ms 100ms
I(Co)
Time
A partir da forma de onda da Fig. B.5 obteve-se o valor eficaz da corrente do capacitor: 26,5A. Baseado neste
valor de corrente eficaz e sabendo que a tensão sobre o capacitor é de 400VCC, pode-se escolher o capacitor
mais adequado. O capacitor escolhido é o B43875-A5158-Q da Epcos , porém devido à corrente, é necessário
utilizar oito capacitores em paralelo.
ICoef := 26.5 A
8x B43875-A5158-Qda Epcos
d := 65 mm Diâmetro do capacitor
Co := n Co× CR
-3
Co = 12 ´ 10 F
ICo_120Hz := n Co× IR
B. Projeto do Estágio de Potência 185
ICo_120Hz = 34.4 A
Os esforços térmicos afetam substancialmente a vida útil do capacitor, ou seja, a dissipação de calor gerada pela
corrente é um fator crítico para a vida útil do capacitor. Assim, um cálculo rápido foi realizado para determinar
qual a vida útil do capacitor escolhido.
oC Temperatura ambiente
Tamb := 45
Primeiramente é necessário determinar a ondulação de corrente equivalente para uma freqüência de 120Hz. Para
isso utiliza-se o gráfico do fator de conversão dependente da freqüência da Fig. B.6. A freqüência de comutação é
de 18kHz, uma freqüência não mostrada no gráfico, porém, observando o gráfico, conclui-se que o fator de
conversão satura em 1,12 para freqüências maiores do que 10kHz.
Assim, a corrente equivalente em 120Hz e 85o C é determinada abaixo. Conclui-se que esta corrente é
suficientemente menor do que o valor máximo de 4,3A definido para estas condições de freqüência e temperatura
no datasheet, então, o número de capacitores em paralelo atende as exigências de corrente.
ICoef
nCo
IR_120Hz:=
fator conversao
IR_120Hz = 2.958 A
Outra maneira de verificar se o número de capacitores é suficiente, é refazendo a análise para 18kHz. A corrente
máxima que o conjunto de capacitores a 18kHz e 85o C pode ser calculada utilizando o fator de conversão obtido
do gráfico acima:
ICo_18kHz = 38.528 A
Assim, a corrente máxima a 18kHz e 85o C de cada capacitor do conjunto pode ser obtida e comparada com a
sua corrente real:
B. Projeto do Estágio de Potência 186
ICo_18kHz ICoef
IRmax_18kHz:= ICindividual_real :=
n Co n Co
O fator de ondulação da corrente é calculada utilizando a corrente real equivalente de cada capacitor a 120Hz:
IR_120Hz
IFO :=
IR
IFO = 0.688
Para uma temperatura ambiente de 45o C e um fator de ondulção da corrente de 0,688, a vida útil dos capacitores
é maior do que 100 000 horas (ao observar o gráfico da Fig. B.7).
RSE
Razao
RSE120Hz
-3
RSE = 147 ´ 10 W
Indutância :
Para o cálculo da indutância é necessário determinar a ondulação de corrente máxima admitida. Estipula-se
que esta ondulação é 10% do valor de pico da corrente no indutor.
DILmax = 4.762
DILmax:= 4 A
A ondulação máxima de corrente, conforme visto no estudo da topologia utilizando a ferramenta Função de
Chaveamento, ocorre, para condições nominais de operação, em:
æ Vo ö÷
wt := asin ç
ç 2× 2× Vr ÷
è ø
wt = 40.003deg
æ Vo ö
wt := asin ç ÷
è 2× Vinpk ø
wt = 45.582deg
Como a ondulação máxima de corrente ocorre sempre quando a razão cíclica é igual a 0,5 (independente do
instante temporal), concluiu-se, através do estudo, que a ondulação de corrente máxima parametrizada em
relação à indutância, à tensão de saída e à freqüência de chaveamento é igual a:
B. Projeto do Estágio de Potência 188
ws × Lin
DiLmax_parametrizado × DILmax
Vo
DiLmax_parametrizado:= 1.57
Vo DiLmax_parametrizado
Lin := ×
2× p× fs DILmax
-3
Lin = 1.388 ´ 10 H
Apenas por motivos de comparação, utilizou-se o método clássico para o cálculo da indutância de um Boost PFC
para condições nominais de operação.
0.32× 2× Vr
Lnom :=
DILmax× fs
-3
Lnom = 1.383 ´ 10 H
Corrente de Pico :
A corrente de pico é calculada para a indutância escolhida acima e para a tensão mínima de entrada, ou seja,
quando a corrente no indutor é máxima.
p
wt :=
2
Vinpk
D := 1 - × sin ( wt)
Vo
D = 0.3
Plotando o gráfico da corrente no indutor obtida pelo estudo utilizando Função de chaveamento é possível obter
a ondulação de corrente no pico da senóide retificada:
j := -1
-4 -3
t := 0 , 0.001× 10 .. 0.25× 10
w := 2× p× 60
æ Vinpk Vinpk ö
ç j× k× p× × sin( wt ) - j× k× p × × sin( wt ) ÷
100 - j× k× p
Vo ç Vo Vo ÷ j× k× 2× p× fs× t
S
e
iL( t) :=
2× p× fs × Lin
× å 2
×è e -e ø×e
k =1 k ×p
B. Projeto do Estágio de Potência 189
2
1.674
(
Re i L( t ) ) 0
- 1.674 2
5 4 4 4 4
0 5 .10 1 .10 1.5 .10 2 .10 2.5 .10
0 t -4
2.5´10
iLmax_grafico:= 1.674 A
DiL_D0.3 = 3.348 A
DiL_D0.3
ILmax:= Iinpk +
2
ILmax = 49.291 A
Corrente Média :
p
1 ó
IL_med := × ô Iinpk× sin ( wt) d wt
p õ
0
2× Po
IL_med :=
p× Vinpk× h
IL_med = 30.314 A
Corrente Eficaz :
p
1 ó
IL_ef := ×ô
p õ
(Iinpk× sin ( wt) )2 d wt
0
Po
IL_ef :=
2× Vinpk× h
IL_ef = 33.67 A
B. Projeto do Estágio de Potência
1 Lin 2 Db
1.39mH
D1 D2 IC = 0
Comando_S + +
-- S
Comparador_InversorA
OPAMP -
0 SInv1 VAtriangular
D3 D4 + V1 = -10
Rsh SInv4 V2 = 10
-1 VAsenoidal 0 TD = 0
0.1 0 VAMPL = 9 TR = 50u
FREQ = 60 TF = 50u
C2 1.13n PHASE = 0 0 PW = 1n
PER = 100.002u
Figura B.10: Esquemático do inversor trifásico
R3 C1 Comparador_InversorB
OPAMP -
R2 17.38k 10.173n V+ SInv2
V+ VBtriangular
4.7k 1/2.7 + V1 = -10
- OPAMP R12 U8 R11 SInv5
E -1 0 V2 = 10
R7 R1 + 1k E3 VBsenoidal TD = 0
1k + -+ Comando_S
+ - VAMPL = 9 TR = 50u
100 4.7k U2 Dente_de_Serra - FREQ = 60 0 TF = 50u
R8 0 R9 R10
GP1 1Meg V1 = 0 R13 LM311 1k 0 0 1k PHASE = -120 PW = 1n
H3 1k PER = 100.002u
H GAIN = -1 0 V2 = 5.2 V- 0 0
-+ + TD = 0 0 Comparador_InversorC
- G TR = 27.78u
D6 D7 TF = 27.78u OPAMP -
K K3 0 0 0 SInv3 VCtriangular
Iref PW = 1n
K_Linear IAMPL = 42.872m PER = 55.556u + V1 = -10
COUPLING = 1 FREQ = 60 SInv6 -1 V2 = 10
LP_AT 0.1333 0 TD = 0
PHASE = 0 VCsenoidal TR = 50u
LP_TB D8 D9 VAMPL = 9
LPsec FREQ = 60 0 TF = 50u
0 PHASE = 120 PW = 1n
Vvout PER = 100.002u
LPsec
1 2
VA RLA 1 LTin 2 DTb
2.667H
FREQ = 60 0.5 1.39mH Rvf SInv1 SInv2
2 LP_TB 1 2 LP_AT 1 IC = 42 SInv1 + + SInv2 + + SInv3
VAMPL = 311 Rd1 Rvi SInv3 + +
DT1 DT2 392.5k -- DInv7 -- DInv8
PHASE = -30 2H 2H E1 15k 75k --
+ -+ - 0 0 DInv9
VB RLB 1 2 - DInv1 DInv2 0
Comando_ST + + Co Vvout DInv3
RN
FREQ = 60 0.5 LTprim LTsec - - ST 6m E
10Meg 0 + OPAMP
VAMPL = 311 3H 1.333H IC = 400 Rd2 Vref CompensadorTensao
0 PHASE = -150 2 1 0 7.5Vdc
7.5k SInv4 SInv5 SInv6
DT3 DT4
VC RLC 0 SInv4 + + SInv5 + + SInv6 + +
RTsh -- DInv10 -- DInv11 --
FREQ = 60 0.5 0 DInv12
K K4 0.1 0 DInv4 0 0 DInv6
VAMPL = 311 K_Linear CT2 DInv5
PHASE = 90 COUPLING = 1
LTprim 1.13n
LTsec RT3 CT1 1 1 1
Lo1 Lo2 Lo3
RT2 17.38k 10.173n V+ 1.3mH 1.3mH 1.3mH
U7 V+
4.7k 2 2 2
- OPAMP 1/2.7 LM311 RT11
RT12 ET3
RT7 RT1 + 1k E
+ UT2 1k ++ Comando_ST Co1 Ro1 Co2 Ro2 Co3 Ro3
100 4.7k -- 20uF 4.03 20uF 4.03 20uF 4.03
RT8 - RT9 RT10
Dente_de_SerraT RT13 0
1Meg 1k 0 0 1k
4
V1 = 0 1k
H2 GT1 0 V2 = 5.2 V- 0 0
H GAIN = -1 TD = 13.887u 0
-+ + TR = 27.78u
- G
DT6 DT7 TF = 27.78u
ITref 0 0 0 PW = 1n
IAMPL = 42.872m PER = 55.556u
FREQ = 60
PHASE = 90 0
V+
DT8 DT9
0.1333 V6
V5
0 15Vdc 15Vdc
0 V-
Vvout
190
Apêndice C
Projeto do Controle
C. Projeto do Controle 192
· Especificações de Projeto
Cada pré-regulador boost terá seu próprio circuito de controle composto pelo circuito integrado UC3854B e seus
periféricos. Os circuitos de controle operarão de forma independente porém compartilharão o mesmo laço de
controle da tensão de saída.
Para o projeto do indutor e do capacitor de saída será considerada o pior caso da tensão de entrada, ou seja,
quando a tensão de entrada for 220Vef - 10%, a corrente será máxima.
Vrmin_pk := 0.9× 2× Vr
Vrmin_pk = 280.014 V
A tensão de pico dos secundários do transformador Scott será igual à tensão de pico da rede.
Vrpk := Vrmin_pk
A amplitude das correntes senoidais secundárias pode ser calculada a partir da potência processada por cada
pré-regulador. Os enrolamentos secundários do transformador Scott possuem tensões idênticas em
amplitude e alimentam dois pré-reguladores boost idênticos entre si. É possível concluir, então, que as
potências de entrada dos pré-reguladores são iguais e que cada pré-regulador processa metade da potência
de carga.
Vinpk× Iinpk
Pin
2
onde:
Vinpk VTsec_pk VPsec_pk
Vinpk := Vrpk
C. Projeto do Controle 193
Po
Pin
h ×2
1 Po
Iinpk := ×
h Vinpk
Iinpk = 47.617 A
Indutância Boost:
-3
Lin := 1.4× 10 H
Capacitor de saída:
-3
Co := 12× 10 F
-3
RSE := 147× 10 W
Carga:
2
Vo
Ro := Ro = 13.333 W
Po
Para medir a corrente do indutor Boost, foi escolhido o sensor de corrente LA 55-P da Lem. A corrente eficaz
nominal do primário deste sensor é de 50A. Para que se tenha uma tensão de medição de 3V de pico para a
corrente nominal, a resistência de carga do sensor deverá ser calculada.
IP -3
Is := Is = 42.87 ´ 10 A
KN
VM
RM :=
Is
RM = 68.113 W
RM := 68 W
O circuito de medição da corrente do circuito de potência pode ser verificado na Fig. C.1. É importante
salientar que:
VMo := VM
que será usada mais adiante no cálculo de RMo uma vez calculada a corrente de saída do multiplicador do
UC3854B, IMo .
IP
-
+
M
IS
M
+ 4 -
VM RM 3
RMo
_ 5 +
_ V
+
Mo
IMo
O circuito integrado UC3854B possui a opção de limitar a corrente de pico do circuito de potência. Os
componentes externos necessários para desempenhar esse papel são mostrados na Fig. C.2.
Vref = 7,5V
9 Rf IS
Rpk1 1mA Ri
LF442 M ...
-
+
2 VM RM
Rpk2 + _
+ ...
-VM Rf//Ri
Cpino2 _
Supondo que deseja-se limitar a corrente máxima dos retificadores em 55A pk, a corrente do sensor de
corrente será, neste caso limite:
Ipk_limite := 55 A
Ipk_limite
ISmax( t) :=
KN
(
× sin 2× p× frede × t ) A
VM_limite( t) := ISmax( t) × RM
Ipk_limite
VM_limite_pk := × RM
KN
VM_limite_pk = 3.74 V
Segundo o Application Note do UC3854, a corrente de Rpk1 e Rpk2 deverá estar em torno de 1mA. O circuito
integrado é acionado quando o pino 2 receber uma tensão inferior a zero (limitado em -0,3V).
Por usar um sensor de corrente ao invés de um resistor shunt, não é possível aplicar diretamente os circuitos
propostos pelo Application Note. O amplificador inversor com ganho -1 foi proposto com o intuito de inverter a
tensão V M para assim emular a tensão que seria medida com um resistor shunt. Desta forma, é possível
utilizar os circuitos proposto pelo Application Note.
3
Ri := 100× 10 W
3
Rf := 100× 10 W
Ri //Rf = 100kW
O pico da corrente de entrada do amplificador inversor:
VM_limite_pk
Ii_pk :=
Rf
-6
Ii_pk = 37.4 ´ 10 A
O pino 2 necessita de uma tensão ligeiramente negativa para ser acionado. Supondo uma tensão de -150mV
no pino 2 e uma corrente de 1,3mA, os resistores R pk1 e Rpk2 são calculados:
-3
Vpino2 := -150× 10 V
-3
Ilimite_pk := 1.3× 10 A
Vpino2 + VM_limite_pk
Rpk2 :=
Ilimite_pk
3
Rpk2 = 2.762 ´ 10 W
3
Rpk2 := 2.7× 10 W
7.5 - Vpino2
Rpk1 :=
Ilimite_pk
3
Rpk1 = 5.946 ´ 10 W
3
Rpk1 := 5.6× 10 W
7.5 + VM_limite_pk
Ilimite_pk :=
Rpk1 + Rpk2
-3
Ilimite_pk = 1.354 ´ 10 A
3 - Partida Progressiva
O capacitor de partida progressiva é responsável por definir o tempo em que a tensão de referência atinge o
seu valor nominal, após partir de zero. Este capacitor não possui nenhuma influência sobre a partida do
retificador. O capacitor de saída do circuito de potência precisa estar pré-carregado com a tensão nominal de
saída. Assim, o capacitor de partida progressiva é calculada para que o sistema opere em condições
normais após a partida, em separado, do retificador.
-6
iCss := 14× 10 A
Vref := 3 V
tpartida := 1 s
iCss × tpartida
Css :=
Vref
-6
Css = 4.667 ´ 10
-6
Css := 4.7× 10 F / 35V
O divisor de tensão feedforwardé responsável por adaptar a corrente de referência devido a oscilações da
tensão de entrada. Os componentes externos que realizam esta tarefa são mostrados na Fig. C.3. Na
verdade, se trata de um filtro passa-baixa de 2a ordem.
C. Projeto do Controle 197
...
...
Rff1
Rff2 Vff
Vffc 8
+
Cff1 Rff3 Cff2
Vff
_
O primeiro passo é estabelecer os valores dos resistores que compõem o divisor resistivo. Pelo Application
Note, a tensão V ffc deve ficar em torno de 7,5V quando a tensão de entrada é mínima. A tensão média de
entrada, após o retificador, usada para calcular os resistores, é dada por:
(
Vin_med := 0.9× 0.9× Vr )
Vin_med = 178.2 V
Vffc := 7.5 V
Vff := 1.5 V
Definindo:
3
Rff1 := 910× 10 W
Vff × Rff1
Rff3 :=
Vin_med - Vffc
3
Rff3 = 7.996 ´ 10
3
Rff3 := 8.2× 10 W
( )
Vffc× Rff1 + Rff3 - Vin_med× Rff3
Rff2 :=
Vin_med - Vffc
3
Rff2 = 31.782´ 10
3
Rff2 := 33 ´ 10 W
C. Projeto do Controle 198
(
Vin_med× Rff2 + Rff3 )
Vffc :=
Rff1 + Rff2 + Rff3
Vffc = 7.719 V
Vin_med× Rff3
Vff :=
Rff1 + Rff2 + Rff3
Vff = 1.536 V
(
Vin_med_max := 0.9× 1.15× Vr )
Vin_med_max = 227.7 V
(
Vin_med_max× Rff2 + Rff3 )
Vffc_max :=
Rff1 + Rff2 + Rff3
Vffc_max = 9.863 V
Vin_med_max× Rff3
Vff_max :=
Rff1 + Rff2 + Rff3
Vff_max = 1.963 V
Neste caso, a tensão de entrada não varia muito então não já perigo de ultrapassar o limite máximo de 4,5V.
Deve-se, portanto, determinar qual é a percentagem de3a harmônica gerada por esta fonte de distorção,
(divisor de tensão feedforward). A atenuação necessária, G ff , será esta percentagem dividida por 66,2%.
%3harm := 0.5 %
%3harm
Gff :=
66.2
-3
Gff = 7.553 ´ 10
Os dois pólos do filtro são colocados na mesma freqüência para garantir a maior banda-passante. A freqüência
de corte do filtro é calculada:
fripple_2harm := 2× frede
fripple_2harm = 120 Hz
C. Projeto do Controle 199
fff_corte = 10.429 Hz
1
Cff1 :=
2× p× fff_corte × Rff2
-9
Cff1 = 462.454´ 10
-6
Cff1 := 0.47× 10 F
1
Cff2 :=
2× p× fff_corte × Rff3
-6
Cff2 = 1.861 ´ 10
-6
Cff2 := 2.2× 10 F
5 - Corrente de Referência
A corrente de referência (IMo ) é obtida multiplicando a saída do compensador de tensão e uma amostra da
tensão retificada de entrada, que fornece o formato apropriado da corrente, e dividindo este resultado pela
tensão do pino 8, ou seja, a tensão média de entrada. O compensador de tensão será projetado mais adiante.
A corrente de entrada do multiplicador (IiAC ), ou seja, a corrente responsável por fornecer o formato da
corrente de referência (senóide retificada, neste caso), não deve ultrapassar 250mA quando a tensão da rede é
220V + 15%. O pico da tensão retificada quando a tensão de entrada é 220V + 15% é:
(
VRet_pk := 2× 1.15× Vr )
VRet_pk = 357.796 V
Um resistor, RiAC, é conectado entre a saída positiva da ponte retificadora e o pino 6 do UC3854B. Assim:
-6
IiAC := 250× 10 A
VRet_pk
RiAC :=
IiAC
6
RiAC = 1.431 ´ 10
6
RiAC := 1.5 ´ 10 W
VRet_pk
IiAC :=
RiAC
-6
IiAC = 238.531´ 10 A
C. Projeto do Controle 200
Segundo o Design Note, a corrente máxima do multiplicador do UC3854B não está diretamente associada ao
resistor Rset. A corrente máxima deverá ser igual ou menor que o dobro da corrente instantânea IiAC. A razão
entre IMo e IiAC, portanto deverá ser igual a 2 quando a tensão de entrada é mínima, onde a potência nominal
ainda deverá ser entregue à carga. Para tensões de entrada inferiores, o retificador operará com limitação de
potência.
(
2× Vrms_min× VVEA - 1.5 )
IMo_max :=
2.25× RiAC
-6
IMo_max = 373.352´ 10 A
Esta corrente define o valor máximo da corrente do circuito de potência quando a tensão de entrada é mínima.
A corrente de pico do circuito de potência é calculada considerando que o limite de potência processada por
cada retificador é 5% maior do que a nominal:
Po
Plimite := 1.05×
2
Plimite = 6300 W
2× Plimite
Iin_pk :=
Vrms_min× h
Iin_pk = 49.997 A
No item 1 foi mencionado que RMo seria calculado posteriormente. Segundo o Design Note, a tensão sobre
RMo necessariamente precisa ser igual à tensão sobre RM quando a corrente de entrada for máxima (220V -
10%).
RM
Rsense :=
KN
-3
Rsense = 68 ´ 10 W
É possível verificar o projeto do multiplicador ao traçar os gráficos das correntes eficazes IiAC , IMo e Iin em
relação à tensão de entrada. Define-se o passo da tensão eficaz de entrada:
Passo := 20
n := 0 .. Passo
C. Projeto do Controle 201
1.15× Vr - 0.9× Vr
Vin_rms( n ) := 0.9× Vr + ×n
Passo
As correntes eficazes IiAC , IMo e Iin e a potência de entrada e seus gráficos (Fig. C.4, Fig. C.5 e Fig. C.6) :
Vin_rms( n )
IiAC_rms( n ) :=
RiAC
(
IiAC_rms( n ) × VVEA - 1.5 )
IMo_rms_est ( n ) :=
2
æ 2.25 ö
ç 0.9× V × Vin_rms( n ) ÷
è r ø
(
IMo_rms ( n ) := if IMo_rms_est ( n ) > 2× IiAC_rms( n ) , 2× IiAC_rms( n ) , IMo_rms_est ( n ) )
RMo
Iin_rms( n ) := IMo_rms ( n ) ×
Rsense
2.5 .10
4
IiAC_rms( n)
2 .10
4
IMo_rms ( n)
1.5 .10
4
1 .10
4
190 200 210 220 230 240 250 260
Vin_rms( n)
7005
3
7.002´10
7000
P in_max( n)6995
6990
3
6.988´10 6985
190 200 210 220 230 240 250 260
0 V in_rms( n) 0
198´10 253´10
0 40
35.329´10
35
I in_rms( n)
30
0
27.649´10 25
190 200 210 220 230 240 250 260
0 V in_rms( n) 0
198´10 253´10
Como se trata de dois pré-reguladores boost iguais, basta fazer o projeto da malha de corrente para um
pré-regulador pois o controle de corrente do outro será idêntico.
Determinação da Planta
Vt := 5 V Amplitude da dente-de-serra
É necessário criar um resistor shunt imaginário, equivalente ao RM , para que os modelos dos PFC Boost
tenham validade.
RM
Rsh :=
KN
-3
Rsh = 68 ´ 10 W
A função de transferência simplificada da planta que relaciona a corrente do indutor e a variável de controle,
no caso a razão cíclica, é definida pelo indutor de entrada e a tensão de saída conforme:
ILin( s ) Vo
Gplanta_simplificada ( s )
D( s ) s × Lin
Rsh × Vo æ s s
2 ö
Gs ( s ) := ×ç 1 - + ÷
s × Vt× Lin ç 2× fs 2 2÷
p × fs
è ø
é æ 2 4 2 öù é æ 2 4 2 öù
ê j× 2× p× f - fs × ç p + j× -p + 16× p ÷ ú × ê j× 2× p× f - f × ç p - j× -p + 16× p ÷ ú
Rsh × Vo s
Gs ( f ) := ×
ë è 4 øû ë è 4 øû
j× 2× p× f
( )
2
Vt× Lin× p× fs
Os d iagramas de magnitude e fase da função de transferência de malha aberta da planta sem compensador são
mostrados na Fig. C.7 e na Fig. C.8, respectivamente.
40
20
(
20× log Gs( f ) )
0
20
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
10 100
f
é 4 2ù
fs × -p + 16× p ú
é 4 2ù
ê ê fs × -p + 16× p ú
-p ê 2× p× f + 4 ú ê 2× p× f - 4 ú
Fase Gs( f ) := + atan ê ú + atan ê ú
2
ê æ -f × p2 ö ú ê æ -f × p2 ö ú
ç s ÷ ç s ÷
ê ç 4 ÷ ú ê ç 4 ÷ ú
ë è ø û ë è ø û
50
100
150
180
× FaseGs ( f )
p
200
250
300
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
10 100
f
2
æ p2× f ö æ p× f 2
1 ç s÷ s 2ö
fz1 := × ç
2× p è 4 ø
÷ + ç 4 × 16 - p ÷
è ø
fz1 = 9000
C. Projeto do Controle 204
ou seja:
fs
fz1 :=
2
fz1 = 9000
fz2 := fz1
fz2 = 9000
fp_aa = 9000
Ki s + 2× p× fz_aa
Hi( s ) ×
s s + 2× p× fp_aa
é 4 2ù é 4 2ù
ê fs × -p + 16× p ú ê fs × -p + 16× p ú
ê 2× p× f + ú ê 2× p× f - ú p
-p
ú - + atan æç
4 4 f ö æ f ö
Fase FTLA( f ) := + atan ê ú + atan ê ÷ - atan ç f ÷
2
ê æ -f × p ö
2
ú ê æ -f × p ö
2
ú 2 f
è z_aa ø è p_aa ø
ç s ÷ ç s ÷
ê ç 4 ÷ ú ê ç 4 ÷ ú
ë è ø û ë è ø û
Os d iagramas de magnitude e fase da função de transferência de laço aberto da planta com compensador são
mostrados na Fig. C.9 e na Fig. C.10, respectivamente.
C. Projeto do Controle 205
0
0
- 20.137´10
50
0
- 118.55 ´10 150
3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10
0 f 3
10´10 100´10
0
100
- 145.489´10
200
180
× Fase FTLA ( f )
p
300
0
- 347.261´10 400
3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10
0 f 3
10´10 100´10
(
20× log FTLA fc ( ) ) = -106.391 dB
O ganho Ki é, portanto:
(
20× log FTLA fc ( ))
20
Ki := 10
3
Ki = 208.703´ 10
Incluindo o ganho na função de transferência de laço aberto o diagrama de magnitude é modificada, conforme a
Fig. C.11:
50
50
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
10 100
f
(
20× log FTLA fc ( ) ) = -17.358´ 10- 15 dB
Margem de fase:
180
MF := 180 +
p
× Fase FTLA fc ()
MF = 30.24
RCEA2 CCEA1
...
RCEA1
+ 4 -
VM RM 3
RMo
_ 5 +
IMo
Considerando que a impedância equivalente da realimentação é muito maior do que a resistência da entrada
inversora, RCEA1 , a função de transferência do regulador é:
1
s+
Vout ( s ) RCEA2× CCEA1
Hi( s )
Vref ( s ) - Vamostra ( s ) æ CCEA1 + CCEA2 ö
s × RCEA1× CCEA2× ç s + ÷
RCEA2× CCEA1× CCEA2
è ø
Os componentes do regulador avanço-atraso de fase podem, então, ser definidos comparando a função de
transferência definida acima e aquela usada no projeto do regulador, apresentada novamente abaixo:
Ki s + 2× p× fz_aa
Hi( s ) ×
s s + 2× p× fp_aa
Definindo:
3
RCEA1 := 9.1× 10 W
- 12
CCEA2 = 526.539´ 10
- 12
CCEA2 := 470× 10 F
(-fp_aa + fz_aa)
CCEA1 := -CCEA2×
fz_aa
C. Projeto do Controle 207
-9
CCEA1 = 4.23 ´ 10
-9
CCEA1 := 4.7× 10 F
1
RCEA2 :=
CCEA1× 2× p× fz_aa
3
RCEA2 = 37.625´ 10
3
RCEA2 := 39× 10 W
Plotando os diagramas de Bode das duas funções de transferência, Fig. C.13 e Fig. C.14, para comprovar a
sua eqüivalência:
Ki j× 2× p× f + 2× p× fz_aa
Hi( f ) := ×
j× 2× p× f j× 2× p× f + 2× p× fp_aa
1
j× 2× p× f +
RCEA2× CCEA1
Hi2( f ) :=
æ CCEA1 + CCEA2 ö
j× 2× p× f × RCEA1× CCEA2× ç j× 2× p× f + ÷
RCEA2× CCEA1× CCEA2
è ø
60
40
(
20× log Hi( f ) )
20× log( Hi2( f ) )
20
20
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
10 100
f
0 20
- 33.557´10
40
180
p
(
× arg H i( f ) )
60
180
p
(
× arg H i2( f ) )
80
0
- 89.427´10 100
3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10
0 f 3
10´10 100´10
PWM = 0.2
Ksensor_i := Rsh
-3
Ksensor_i = 68 ´ 10
então:
Vo Ki j× 2× p× f + 2× p× fz_aa é j× 2× p× f (j× 2× p× f )2 ùú
× × ×ê1 - +
j× 2× p× f × Vt× Lin j× 2× p× f j× 2× p× f + 2× p× fp_aa ê 2× fs 2
p × fs
2 ú
GMF_i( f ) :=
ë û
Rsh × Vo Ki j× 2× p× f + 2× p× fz_aa é j× 2× p× f (j× 2× p× f )2 ùú
1+ × × ×ê1 - +
j× 2× p× f × Vt× Lin j× 2× p× f j× 2× p× f + 2× p× fp_aa ê 2× fs 2
p × fs
2 ú
ë û
Os d iagramas de magnitude e fase da função de transferência de laço fechado da malha de corrente são
mostrados na Fig. C.15 e na Fig. C.16.
3
f := 10, 20.. 100× 10
30
20
(
20× log GMF_i ( f ) )
10
0
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
10 100
f
0 200
179.879´10
100
180
p
(
× arg G MF_i ( f ) ) 0
100
0
- 179.874´10 200
3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10
0 f 3
10´10 100´10
Na forma mônica:
3 2
Ki× Rsh × Vo Ki× Rsh × Vo × 2× p× fz_aa
s + 2× p× fp_aa × s + ×s +
Vt× Lin Vt× Lin
Ki× Rsh × Vo
a2 :=
Vt× Lin
2
3× a2 - a1
Q :=
9
3
9× a1× a2 - 27× a3 - 2× a1
R :=
54
3
3 2
S := R+ Q +R
3
3 2
T := R- Q +R
1
p 1MFi := S + T - ×a
3 1
p 1MFi = -38627.955 rad
-1 1 1
p 2MFi := × ( S + T) - × a + j× × 3× ( S - T)
2 3 1 2
p 2MFi = -8960.357+ 6199.265i rad
C. Projeto do Controle 210
-1 1 1
p 3MFi := × ( S + T) - × a - j× × 3× ( S - T)
2 3 1 2
p 3MFi = -8960.357- 6199.265i rad
Então:
FTMFi( s )
Ki× Vo
×
(s + 2× p× fz_aa)
( )(
Vt× Lin s - p 1MFi × s - p 2MFi × s - p 3MFi )( )
FTMFi( f ) := Ki×
Vo
×
(2× j× p× f + 2× p× fz_aa)
Vt× Lin (2× j× p× f - p1MFi)× (2× j× p× f - p2MFi)× (2× j× p× f - p3MFi)
Os diagramas de Bode de magnitude e fase mostrados na Fig. C.17 e Fig. C.18, respectivamente, comparam
as funções de transferência de malha fechada obtidas, a completa e a simplificada. Nas baixas freqüências
(até 1kHz), as duas funções transferência são idênticas; as diferenças significativas são bastante visíveis a
partir de 1kHz.
40
20
(
20× log GMF_i ( f ) )
0
20× log( FTMF i( f ) )
20
40
3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10
f
0
200
179.879´10
100
180
p
(
× arg G MF_i ( f ) )
0
180
p
(
× arg FTMF i( f ) )
100
0
- 179.874´10 200
3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10
0 f 3
10´10 100´10
Um estudo anterior mostrou que inserindo uma defasagem na corrente de referência melhora a taxa de
distorção harmônica das correntes de linha no primário do transformador Scott. Utilizando o novo
compensador de corrente, algumas simulações foram realizadas para verificar a influência de defasagens na
corrente de referência, conforme foi mostrado na Tabela 3.2. Na simulação utilizou-se uma onda
dente-de-serra como sinal portador pois é o mesmo gerado pelo UC3854B.
Para poder defasar a corrente de referência do UC3854B, pensou-se em duas soluções: circuito defasador por
meio de um ampop com ganho unitário e um circuito RC. As duas soluções serão apresentadas.
Faz-se o projeto de um circuito defasador de ganho unitário, por meio de um amplificador operacional, na
entrada do pino 6 (IAC), responsável por fornecer o formato da corrente de referência. Primeiramente seria
necessário, em vez de apenas RiAC , colocar um divisor resistivo cuja tensão sobre o resistor inferior seria a
entrada do defasador. Na saída do defasador seria colocado um resistor entre a sua saída e o pino 6 para
fornecer ao circuito integrado a corrente de projeto. A Fig. C.19 mostra este circuito.
Rps3
RiAC1 Rps1
- Rps4
Rps2 6
+ iiAC
RiAC2 LF356
Cps1
A defasagem imposta pelo circuito defasador deverá ser de -7o por ter apresentado os melhores resultados de
simulação.
Dq := -7 graus
w := 2× p× frede
Dq ×
180
-2× atan ç
æ w ö
p
÷
è wp ø
w
wp :=
æ -Dq × p ö
ç 180
÷
tan ç ÷
è 2 ø
wp = 6163.75 rad/s
Como o ganho é unitário, Rps = R ps1 = R ps2 = R ps3. A freqüência do pólo é também dado por:
1
wp
Cps × Rps
Definindo:
3
Rps := 15× 10 W
Então:
1
Cps :=
wp × Rps
-9
Cps = 10.816´ 10
-9
Cps := 11× 10 F
O divisor resistivo é calculado imaginando o valor máximo de tensão de entrada (220V + 15%).
VRet_pk = 357.796 V
VRiAC2_pk := 5.5 V
6
RiAC1 := 1.5× 10 W
VRiAC2_pk× RiAC1
RiAC2 :=
VRet_pk - VRiAC2_pk
3
RiAC2 = 23.418´ 10
3
RiAC2 := 22× 10 W
O resistor R ps4 é calculado para que a corrente que entra no pino 6 seja 250mA quando a tensão de entrada é
máxima.
Vout_defasador_pk := 5.5 V
-6
Ipino6_pk := 250× 10 A
Vout_defasador_pk
Rps4 :=
Ipino6_pk
3
Rps4 = 22 ´ 10 W
C. Projeto do Controle 213
A segunda solução apresentada se trata de um circuito RC conforme mostrado na Fig. C.20. Esta solução é
sugerida por [17].
R1
R2
6
iiAC
Cd Rd
Rd
Z1( s ) Impedância equivalente do par Rd Cd
1 + s × Rd × Cd
Z1× R2
Z2( s ) Impedância equivalente do par Z1 R2 (ao aterrar
Z1 + R2 o pino 6)
Rd
Z2( s ) R2×
(
Rd + R2 + R2× s × Rd × Cd )
iiAC i - i1
onde:
Vin
i Corrente total que circula por R1
Zeq
C. Projeto do Controle 214
æ Vin ö
ç Vin - R1× Z ÷
id
è eq ø
Corrente do par Rd Cd
Z1
Assim:
iiAC i - i1
æ Vin ö
ç Vin - R1× ÷
Vin Zeq
iiAC -
è ø
Zeq Z1
é æ R1 ö ù
ê ç1 - Z ÷ ú
ê 1 è eq ø ú
iiAC ê - ú × Vin
ë Zeq Z1
û
æ R1 ö
ç1 - ÷
iiAC Zeq
1
-
è ø
Vin Zeq Z1
iiAC Rd
Vin (R1× Rd + R2× Rd + R1× R2) + s × R1× R2× Rd× Cd
Os parâmetros de projeto dos componentes são o ganho de baixa freqüência (Gbf ) e a fase a 60Hz:
Rd
Gbf
(
R1× Rd + R2× Rd + R1× R2 )
iACmax_pk
Gbf
Vinmax_pk
æ w× R1× R2× Rd × Cd ö
Fase -atan ç ÷
è R1× Rd + R2× Rd + R1× R2 ø
Definindo:
j := -1
w := 2× p× 60
-6
iACmax_pk := 250× 10 A
6
R1 := 1× 10 W
3
R2 := 6.8× 10 W
C. Projeto do Controle 215
-9
Gbf = 698.722´ 10
Rd
Gbf
(R1× Rd + R2× Rd + R1× R2)
R2
Rd := -Gbf × R1×
(
Gbf × R1 + Gbf × R2 - 1 )
3
Rd = 16.023´ 10
3
Rd := 16× 10 W
-9
Cd = 68.578´ 10
-9
Cd := 68× 10 F
Os diagramas de Bode da função de transferência são mostrados na Fig. C.21 e na Fig. C.22.
Rd
FT( f ) :=
( )
R1× Rd + R2× Rd + R1× R2 + j× 2× p× f × R1× R2× Rd × Cd
3
f := 0.1, 0.2.. 10× 10
120
130
20× log( FT ( f ) )
140
150
1 .10 1 .10
3 4
0.1 1 10 100
f
-3
0
- 11.626 ´10
180
× arg( FT ( f ) ) 50
p
0
- 87.179´10 100
3 4
0.1 1 10 100 1 .10 1 .10
-3 f 3
100´10 10´10
8 - Freqüência de Oscilação
A freqüência de oscilação da dente-de-serra do UC3854 é determinada pelos pinos 12 (RSET) e 14 (CT). O
resistor Rset já foi determinado e sabendo que a freqüência de oscilação é de 18kHz, o capacitor CT pode ser
calculado:
3
fs := 18× 10 Hz
3
Rset := 10× 10 W
1.25
CT :=
Rset × fs
-9
CT = 6.944 ´ 10
-9
CT := 6.8× 10 F
Rsh
Onde X(s) engloba o compensador de corrente, o modulador PWM e a planta Gi(s). e é o erro entre o sinal de
referência e a corrente de pico na saída da malha.
ipkref
Ipk
Rsh
Assim, a malha de corrente acima pode ser substituída pela malha de corrente de malha fechada simplificada:
Determinação da Planta
A fim de obter o modelo da planta que descreve o comportamento da tensão de saída perante a corrente de
pico de entrada do retificador, é necessário primeiro analisar o estágio de potência:
iDP(t) iX(t)
RSE
Ro
Co
iDT(t)
De um estudo anterior, as correntes i DP(t) e iDT (t) são, respectivamente, uma senóide e uma cosenóide de
forma que ao se comporem formam a corrente iX(t), dada por:
Iinpk× Vinpk
iX( t)
Vo
Assim, o estágio de potência acima pode ser substituído por uma fonte de corrente contínua em paralelo com
o capacitor de saída com sua resistência série equivalente (RSE) e a carga.
RSE
IX(s) Ro
Co
Para os conversores boost operando como pré-reguladores, a função de transferência da tensão de saída
Vo(s) em relação ao pico da corrente ILin(s) é:
Vo ( s )
Gv ( s )
Ipk( s )
1
j× 2× p× f +
2× Vr Ro × RSE× Co RSE× Co
Gv ( f ) := × ×
Vo Ro × Co + RSE× Co 1
j× 2× p× f +
Ro × Co + RSE× Co
Zero da planta:
1 1
× = 90.224 Hz
2× p RSE× Co
Pólo da planta:
1 1
× = 0.984 Hz
2× p Ro × Co + RSE× Co
O esquema de controle completo, levando em conta a simplificação da malha de corrente, fica reduzido a:
Kvs
Para o cálculo do compensador de tensão, considerou-se o ponto de operação onde a tensão de entrada é
máxima. Sabe-se, porém, que a corrente I iAC varia senoidalmente, sendo representada aqui somente por seu
valor de pico, e a malha de tensão deverá ser estável para toda a variação de iAC
I . V rms e IiAC são calculados
no ponto de operação:
Vin_med_max := 0.9× 1.15× Vr ( )
Vin_med_max = 227.7 V
Vin_med_max× Rff3
Vrms :=
Rff1 + Rff2 + Rff3
Vrms = 1.963 V
2× 1.15× Vr
IiAC :=
RiAC
-6
IiAC = 238.531´ 10 A
C. Projeto do Controle 219
1
K := 1 Ganho do UC3854B para acertar as unidades da saída do multiplicador
V
Segundo o datasheet do UC3854B, a corrente de saída do multiplicador é dada pela equação:
(
IiAC× VVEA - 1.5 )
IMout :=
2
K× Vrms
-6
IMout = 278.578´ 10 A
Vref
Kvs := Ganho do sensor de tensão
Vo
-3
Kvs = 7.5 ´ 10
A função de transferência de laço aberto da malha de tensão (sem o controlador de tensão), considerando
apenas um pré-regulador, boost e seus diagramas de Bode são:
æ j× 2× p× f +
1 ö
IiAC
ç R × RSE× C2× Vr RSE × Co
÷
×ç ÷
1 o o
FTLAv ( f ) := Kvs × × RMo × × ×
2 Rsh Vo ç Ro × Co + RSE× Co 1 ÷
K× Vrms j× 2× p× f +
ç Ro × Co + RSE× Co ÷
è ø
f := 0.01, 0.02.. 1000
20
(
20× log FTLA v( f ) )
40
60
1 .10
3
0.01 0.1 1 10 100
f
-3
0
- 575.98´10
180
p
(
× arg FTLA v( f ) ) 50
0
- 78.077´10 100
3
0.01 0.1 1 10 100 1 .10
-3 f 3
10´10 1´10
A fim de comprovar que a simplificação referente à malha de corrente é válida, a função de transferência de
laço aberto da malha de tensão usando como malha de corrente a sua função de transferência de malha
fechada.
IiAC
FTLAvC( s ) Kvs × × RMo × Gv ( s ) × GMF_i( s )
2
K× Vrms
æ j× 2× p× f +
1 ö
ç 2× V ÷ K ×V
FTLA vC( f ) := K vs ×
I iAC
× R Mo × ç r
×
R o × RSE× C o
×
RSE× C o
÷ × éê i o × (j× 2× p× f + 2× p× f z_aa) ùú
K× V rms
2 ç V o R o × C o + RSE× C o 1 ÷ êë V t× L in (j× 2× p× f - p 1MFi)× (j× 2× p× f - p 2MFi)× (j× 2× p× f - p 3MFi)úû
j× 2× p× f +
ç R o × C o + RSE× C o ÷
è ø
æ j× 2× p× f +
1 ö
IiAC
ç 2× V R × RSE× C RSE × Co
÷
1 ç r o o ÷
FTLAvSimplificado( f ) := Kvs × × RMo × × × ×
2 Rsh ç Vo Ro × Co + RSE× Co 1 ÷
K× Vrms j× 2× p× f +
ç Ro × Co + RSE× Co ÷
è ø
3
f := 0.1, 0.5.. 100× 10
(
20× log FTLA vC( f ))
20× log( FTLA vSimplificado( f ) )
50
100
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
0.1 1 10 100
f
æ 2× p× f ö æ 2× p× f ö - atan æ 2× p× f ö - atan æ 2× p× f ö
( ) ë ( û )
Fase FTLAvC( f ) := atan 2× p× f × RSE× C o - atan é2× p× f × R o × C o + RSE× C o ù + atan ç ÷ - atan ç -p ÷ ç -p ÷ ç -p ÷
è 2× p× f z_aa ø è 1MFi ø è 2MFi ø è 3MFi ø
( )
Fase FTLAvSimplificado( f ) := atan 2× p× f × RSE× Co - atan é2× p× f × Ro × Co + RSE× Co ù
ë û ( )
0
50
180
× FaseFTLAvC ( f )
p
100
180
× FaseFTLAvSimplificado( f )
p
150
200
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
0.1 1 10 100
f
Pode-se observar que para as freqüências de interesse da malha de tensão, ou seja, entre 0 e 120Hz, os dois
diagramas de Bode são idênticos aos obtidos utilizando a malha de corrente de malha fechada simplificada.
Assim, para o projeto da malha de tensão, a simplificação é completamente válida e será usada.
O regulador de tensão foi ajustado utilizando a ferramenta rltool do MatLab 6.5. Optou-se pelo compensador
avanço-atraso de fase devido a presença de um pólo de baixa freqüência na planta que torna o sistema lento.
A Fig. C.32 mostra o Lugar Geométrico das Raízes e os diagramas de Bode da planta.
0.8 20
Magnitude (dB)
0.6 10
0.4
0
0.2
-10
G.M.: Inf
Imag Axis
Freq: NaN
0 Stable loop
-20
0
-0.2
-45
-0.4
Phase (deg)
-90
-0.6
-0.8 -135
A questão principal deste projeto é onde alocar o zero do regulador. A primeira opção seria tentar anular o
efeito do pólo da planta. Porém, por se tratar de um circuito físico onde os valores dos parâmetros oscilam,
não é possível anular perfeitamente o pólo da planta com o zero do regulador. Assim, o zero foi alocado na
freqüência de 17Hz para que os dois pólos lentos (do compensador e da planta) atinjam novamente o eixo real
sem um ganho extremamente elevado.
112
fvz_aa :=
2× p
fvz_aa = 17.825 Hz
O pólo do compensador foi alocado numa freqüência acima do zero da planta, porém, próximo:
1 1
fvp_planta := ×
2× p RSE× Co
fvp_planta = 90.224 Hz
C. Projeto do Controle 222
615
fvp_aa :=
2× p
fvp_aa = 97.88 Hz
O ganho da planta foi ajustada para que todos os pólos de malha fechada se encontrem sobre o eixo real para
eliminar a possibilidade de respostas de 2 a ordem.
4
Kv := 7.12× 10
O LGR e os diagramas de Bode do sistema completo (planta e compensador téorico) podem ser verificados na
Fig. C.33:
100 50
Magnitude (dB)
50
0
G.M.: Inf
Imag Axis
Freq: NaN
0 Stable loop
-50
-90
-50
Phase (deg)
-135
-100
Figura C.33: Lugar da raı́zes e diagramas de Bode teóricos da planta com compensação.
O compensador de tensão:
Kv s + 2× p× fvz_aa
Hv ( s ) ×
s s + 2× p× fvp_aa
O compensador de tensão será implementado com o UC3854B conforme a figura abaixo. As malha de tensão
dos dois circuitos de controle compartilharão do mesmo compensador de tensão. Isto é realizado através do
uso de um buffer que suporta a corrente de curto-circuito do pino 7.
C. Projeto do Controle 223
...
RSE Rd1
Ro
Co
Rd2
...
0
Cvf2
Cvf1 Rvf
7 Rvi
- 11
3Vdc
UC3854B
- LM741
+
7
- 11
Cpino11
3Vdc
UC3854B
Definindo:
3
Rvi := 1.2× 10 W
(-fvp_aa + fvz_aa )
Cvf1 := -Cvf2×
fvz_aa
-9
Cvf1 = 49.402´ 10
-9
Cvf1 := 47× 10 F
1
Rvf :=
Cvf1× 2× p× fvz_aa
3
Rvf = 189.97´ 10
3
Rvf := 190× 10 W
Plotando os diagramas de Bode das duas funções de transferência (Fig. C.35 e Fig. C.36) para comprovar a
sua eqüivalência:
Kv j× 2× p× f + 2× p× fvz_aa
Hv ( f ) := ×
j× 2× p× f j× 2× p× f + 2× p× fvp_aa
1
j× 2× p× f +
Rvf × Cvf1
Hv2( f ) :=
æ Cvf1 + Cvf2 ö
j× 2× p× f × Rvi× Cvf2× ç j× 2× p× f + ÷
Rvf × Cvf1× Cvf2
è ø
100
(
20× log Hv( f ) ) 50
50
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
0.1 1 10 100
f
40
0
- 46.221´10
180
p
(
× arg H v( f ) ) 60
180
p
(
× arg H v2( f ) )
80
0
- 89.956´10 100
3 4 5
0.1 1 10 100 1 .10 1 .10 1 .10
-3 f 3
100´10 100´10
Ajustando os valores dos componentes do compensador de tensão para valores comerciais ou uma
associação de no máximo 2 componentes, o pólo e o zero do compensador são levemente modificados,
resultando no Lugar Geométrico das Raízes e Diagramas de Bode completos (planta e compensador real)
mostrados na Fig. C.37:
80
100 60
Magnitude (dB)
40
50
20
0 G.M.: Inf
Imag Axis
Freq: NaN
0 Stable loop
-20
-90
-50
Phase (deg)
-135
-100
Figura C.37: Lugar das raı́zes e diagramas de Bode reais da planta com compensação.
Para obter a amostra da tensão de saída é necessário utilizar um divisor resistivo em paralelo com a carga.
Estes resistores são calculados a seguir.
Os resistores do divisor:
Vo - Vref
Rd1 :=
id
3
Rd1 = 992.5 ´ 10
6
Rd1 := 1× 10 W
Vref
Rd2 :=
id
3
Rd2 = 7.5 ´ 10
3
Rd2 := 7.5× 10 W
C. Projeto do Controle 226
Vref = 2.978 V
(
PRd1 := Vo - Vref × id)
-3
PRd1 = 158.809´ 10 W
PRd2 := Vref × id
-3
PRd2 = 1.191 ´ 10 W
10 - Pino de Enable
Uma tensão nominal acima de 2,65V permite que o circuito integrado inicie sua operação. Uma vez operando,
o CI será desligado se a tensão neste pino cair abaixo de 2,15V.
VPino10 := 4.5 V
-6
Idivisor := 220× 10 A
Vcc - VPino10
REna1 :=
Idivisor
3
REna1 = 47.727´ 10
3
REna1 := 47× 10 W
VPino10
REna2 :=
Idivisor
3
REna2 = 20.455´ 10
3
REna2 := 22× 10 W
VPino10 = 4.783 V
Na partida do retificador, é interessante inibir a ação do circuito de controle até que o capacitor de saída (C o )
tenha atingido a tensão de barramento. Neste momento, a operação do circuito de controle pode ser
iniciada. Para inibir o circuito de controle durante a partida, utilizar-se-á um interruptor manual conectado ao
Pino 10 (Enable) na posição ligada. Após a pré-carga do capacitor, o interruptor pode ser desligado.
C. Projeto do Controle 227
Os circuitos de controle são conectados diretamente aos drivers SKHI10 da Semikron. Quanto aos drivers,
pode ser necessário adicionar resistores de gate em paralelo com os já existentes nas placas. Uma vez
implementados os circuitos de controle, os pulsos de comando dos drivers serão verificados para garantir um
melhor desempenho.
Apêndice D
· Especificações de Projeto
3
Po := 12× 10 W Potência de saída do retificador trifásico
A partida do conversor boost requer alguns cuidados no sentido de limitar a corrente de in-rush pelo fato dos
capacitores de saída estarem completamente descarregados. Desta forma, necessita-se de um circuito de
pré-carga destes capacitores. Isto será realizado através de dois resistores de fio que suportam uma energia
elevada e um contactor. Os resistores serão conectados em paralelo com os contatos do contactor de modo
que, após a pré-carga dos capacitores, estes possam ser retirados do circuito (ao fechar o contactor), pois em
regime permanente representariam uma grande fonte de perdas.
-3
Co := 12× 10 F Capacitor de saída do retificador trifásico
Vrmax_pk
Rprecarga :=
IRmax_pk
Rprecarga = 51.114 W
O tempo de duração do regime transitório até que a tensão de barramento tenha atingido 90% do pico da tensão
máxima da tensão secundária, pode ser calculado pela constante de tempo:
t := 3× Rprecarga × Co
t = 1.8 s
Uma simulação foi realizada para testar o circuito de partida. A D.1 mostra a tensão de saída durante a partida.
Em 2s, o contactor é fechado e os resistores de pré-carga são curto-circuitados. A simulação foi realizada sem
carga.
400V
200V
274V 307V
0V
V(Vo)
40A
20A
0A
0s 0.5s 1.0s 1.5s 2.0s 2.5s
I(LT) I(LP)
Time
Figura D.1: Tensão de saı́da e corrente dos indutores boost durante a partida.
Apêndice E
Artigo: VI International
Conference on Industrial
Applications
(INDUSCON’04)
E. Artigo: VI International Conference on Industrial Applications
(INDUSCON’04) 232
E. Artigo: VI International Conference on Industrial Applications
(INDUSCON’04) 233
E. Artigo: VI International Conference on Industrial Applications
(INDUSCON’04) 234
E. Artigo: VI International Conference on Industrial Applications
(INDUSCON’04) 235
E. Artigo: VI International Conference on Industrial Applications
(INDUSCON’04) 236
E. Artigo: VI International Conference on Industrial Applications
(INDUSCON’04) 237
Apêndice F
[2] A. R. Prasad, P. D. Ziogas, and S. Manias, “An Active Power Factor Correc-
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