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Faculdade de Ciências & Tecnologia

Palmarejo, CP 279 – Praia, Cabo Verde – Tel. (+ 238) 334 01 00; (+ 238) 262 76 55

Cursos: EQB, EA, EE, EC, EM, EGI, EIC – 1o Ano

UC de Álgebra Linear e Geometria Analı́tica I

Matriz real: classificação e operações

Praia, Outubro de 2017


Cursos: EQB, EA, EE, EC, EM, EGI, EIC Faculdade de Ciências & Tecnologia Ano Lectivo: 2017/2018

Ano: 1 o
Ano Álgebra Linea e Geometria Analı́tica I 1o Semestre

Noção do Corpo. O Corpo dos Números Reais

Definição 1 (Operação binária). Seja X um conjunto diferente de vazio (∅). Diz-se que a operação
∗ é uma operação binária em X se para quaisquer a, b ∈ X tém-se a ∗ b ∈ X, simbolicamente:

∀ a, b ∈ X, a ∗ b ∈ X.

Definição 2 (Corpo). Sejam + e · duas operações binárias num conjunto F 6= ∅. Diz-se que o terno
ordenado (F, +, ·) é um corpo se as seguintes propriedades são satisfeitas:

1. A operação binária + goza da propriedade associativa, ou seja,

∀ a, b, c ∈ F , a + (b + c) = (a + b) + c .

2. Existe o elemento neutro em relação à operação binária +, ou seja,

∃ e+ ∀ a ∈ F , a + e+ = e+ + a = a.

O elemento neutro em relação à operação binária + denomina-se por zero do corpo e representa-
se por 0 (zero).

3. Todo elemento de F tem simétrico, ou seja,

∀ a ∈ F ∃ b ∈ F : a + b = b + a = e+ .

Diz-se assim, que b é simétrico de a e que a é simétrico de b. O simétrico do elemento a ∈ F


representa-se por −a.

4. A operação binária + goza da propriedade comutativa, ou seja,

∀ a, b ∈ F , a + b = b + a .

5. A operação binária · goza da propriedade associativa, ou seja,

∀ a, b, c ∈ F , a · (b · c) = (a · b) · c .

6. A operação binária · é distributiva em relação à operação binária +, ou seja,

∀ a, b, c, ∈ F, a · (b + c) = a · b + a · c e (b + c) · a = b · a + c · a.

7. Existe o elemento neutro em relação à operação binária ·, ou seja,

∃ e· ∀ a ∈ F , a · e· = e· · a.

O elemento neutro em relação à operação binária · denomina-se por unidade do corpo e


representa-se por 1 (um).

8. A operação binária · goza da propriedade comutativa, ou seja,

∀ a, b ∈ F , a · b = b · a .

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Ano: 1 o
Ano Álgebra Linea e Geometria Analı́tica I 1o Semestre

9. Exceptuando o zero do corpo, todo elemento de F tem inverso, ou seja,

∀ a ∈ F e a 6= 0 ∃ b ∈ F : a · b = b · a = e· = 1.

Diz-se assim, que b é inverso de a e que a é inverso de b. O inverso de a representa-se por a−1 .
Nota 1 (Grupo comutativo). Quando as propriedades 1, 2, 3 e 4 são satisfeitas, diz-se que a dupla
ordenada (F, +) é um grupo comutativo.
Nota 2 (Anel). Quando as propriedades 1, 2, 3, 4, 5 e 6 são satisfeitas, diz-se que o terno ordenado
(F, +, ·) é um Anel.
Um anel que satisfaz a propriedade 7 diz-se anel unitário.
Um anel que satisfaz a propriedade 8 diz-se anel comutativo.
Portanto, um corpo é um anel comutativo e unitário , em que todo elemento, exceptuando o zero do
corpo, tem inverso.
Exemplo 1. Sejam + e ·, as operações de adição e multiplicação usuais em R. Então:

1. (R, +) é um grupo comutativo;


2. O terno (R, +, ·) é um corpo–o Corpo dos Números Reais, também designado, simplesmente,
pelo Corpo R;
3. O terno (Z, +, ·) é anel unitário e comutativo;
4. O terno (Q, +, ·) é um corpo–o Corpo dos Números Racionais, também designado, simples-
mente, pelo corpo Q.

Matriz real: Classificação e operações

Definição 3 (Matriz real). Sejam “ m” e “ n” números naturais. Seja um corpo (F, +, ·). Sejam
os conjuntos {1, 2, 3, . . . , m} e {1, 2, 3, . . . , n}. Seja uma aplicação

A : {1, 2, 3, . . . , m} × {1, 2, 3, . . . , n} −→ F
(i, j) ,→ aij ,
isto é,
∀ i ∈ {1, 2, 3, . . . , m} ∀ j ∈ {1, 2, 3, . . . , n} , A ((i, j)) = aij ∈ F .

As imagens dessa aplicação A são ogananizadas numa tabela com “ m” linhas e “ n” colunas, da
seguinte forma:  
a11 a12 . . . a1n
 a21 a22 . . . a2n 
 
 . .. .. .. 
 .
 . . . . 

am1 am2 . . . amn

À essa tabela denomina-se por matriz do tipo “ m × n” (ou matriz de dimensão “ m × n” ) sobre
o corpo F (i. e., com elementos em F ).

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Ano: 1 o
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A cada um dos elementos de uma matriz dá-se o nome de entrada; diz-se por exemplo, matriz com
entradas em F .
Uma matriz real é uma matriz cujas entradas são números reais.
Para localizar e referenciar uma entrada utiliza-se dois ı́ndices, por esta ordem: o ı́ndice de linha
e o ı́ndice de coluna; um elemento que está na intersecção da linha “ i ” e da coluna “ j ” diz-se
elemento (ou entrada) “ (i , j)” .
O conjunto de matrizes de dimensão m × n sobre um corpo F representa-se por Fm×n .
Por exemplo, Rm×n representa o conjunto de matrizes de dimensão m × n com entradas
reais, ou no corpo dos números reais.

Representação de uma matriz

Geralmente uma matriz m×n é designada por um alfabeto romano, A , B , C , D , etc.. Por exemplo,
se A é uma matriz, com entrada num corpo F , do tipo m × n escreve-se:
 
a11 a12 ... a1n
 a21 a22 ... a2n 


A=
 .. .. .. ,
.. 
 . . . . 
am1 am2 . . . amn
ou, abreviadamente,
A = [aij ]m×n ,
onde ∀ i ∈ {1 , 2 , 3 , . . . , m} ∀ j ∈ {1 , 2 , 3 , . . . , n} , aij ∈ F.
Exemplo 2. Vai ver-se exemplos de matrizes reais (ou com entradas no corpo dos números
reais R ), de diferentes dimensões.

1. Matriz rectangular: matriz que tem o número de linhas diferente do número de colunas. E.
g., a matriz  √ 
− 3 2
A =  −1 4
 
2 0
tem três linhas e duas colunas (matriz de dimensão “ 3 × 2” ).
2. Matriz linha: matriz que tem apenas uma linha (e qualquer número de colunas). E. g., a
matriz

 
1
B = 1 −3 5
3
tem uma linha e quatro colunas (matriz de dimensão “ 1 × 4” ).
3. Matriz coluna: matriz que tem apenas uma coluna (e número de linhas qualquer). E. g., a
matriz
π
 
 −2 
D=  √2 

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tem uma coluna e 3 linhas (matriz de dimensão “ 3 × 1” ). .

4. Matriz quadrada: é uma matriz cujo o n.o de linhas é igual ao n.o de colunas. Se esses
números forem iguais a “ n” , dir-se-á que a matriz é quadrada de ordem “ n” .
E.g., a matriz  
2 −1 3
E= 0 1 3
 
−3 0 1
é uma matriz quadrada de ordem 3 .
Um outro exemplo, pode ser a matriz B = [bij ] quadrada de ordem 4, que satisfaz a seguinte
condição:
bij = ij−1 .
Esta matriz pode ser representada utilizando a tabela, da seguinte forma:
 
1 1 1 1
 1 2 4 8 
B=
 
1 3 9 27

 
1 4 16 64

Definição 4 (Submatriz). Uma submatriz de uma matriz A , do tipo m × n , é uma matriz do tipo
p × q , com 1 ≤ p ≤ m e 1 ≤ q ≤ n , obtida por supressão de alguma(s) linha(s) e/ou alguma(s)
coluna(s) de A .

Anotações
Se
i1 < i2 < . . . < ip
são elementos de
{1 , 2 , 3 , . . . , m}
e
j1 < j2 < . . . < jq
são elementos de
{1 , 2 , 3 , . . . , n} ,
então,
A [i1 , i2 , . . . , ip | j1 , j2 , . . . , jq ]
representa a submatriz de A formada pelos elementos que ficam na intersecção das
linhas
i1 , i2 , . . . , ip
e colunas
j1 , j2 , . . . , jq
de A ; e
A (i1 , i2 , . . . , ip | j1 , j2 , . . . , jq )

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Ano: 1 o
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representa a submatriz de A que se obtém eleminando as linhas

i1 , i2 , . . . , ip

e colunas
j1 , j2 , . . . , jq ;
de A .

Exemplo 3. Seja  
1 2 3 4
 4 3 2 1 
A= .
 
 −1 −2 −3 −4 
−4 −3 −2 −1
Então: " #
2 3 4
A [1 , 3 | 2 , 3 , 4] = = A (2 , 4 | 1) .
−2 −3 −4

Classificação de matrizes quadradas

Seja A = [aij ]n×n uma matriz quadrada de ordem n sobre um corpo F.


Os elementos diagonais (ou principais) de A são os elementos que têm ı́ndices de linhas e colunas
iguais, ou seja,
a11 , a22 , . . . , ann .
Ao seu conjunto chama-se diagonal principal de A . A sua soma constitui o traço de A , que se
denota por tr (A) ,i. e.,
tr (A) = a11 + a22 + . . . + ann .

A) A matriz A diz-se triangular superior se

∀i > j aij = 0 ,

i. e., as entradas abaixo da diagonal principal são iguais a zero ( 0 );

B) A matriz A diz-se triangular inferior se

∀i < j aij = 0 ,

i. e., as entradas acima da diagonal principal são iguais a zero ( 0 )

C) A matriz A diz-se triangular, se ela é triangular superior ou inferior.

D) A matriz A diz-se diagonal, se

∀i ∀j i 6= j ⇒ aij = 0 ,

i. e., são nulas todas as entradas não diagonais.

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E) A matriz A diz-se escalar, se ela é diagonal e existe um c ∈ F tal que:

∀i aii = c.

F) A matriz A diz-se identidade, se é escalar com entradas diagonais iguais a 1 .

A matriz identidade de ordem “ n” denota-se por In . Muitas vezes a matriz identidade de


ordem “ n” expressa-se através do chamado Sı́mbolo de Krönecker, ou seja:

In = [δij ]n×n ,

onde
(
0 se i 6= j
δij =
1 se i = j

G) A matriz A diz-se nula, se é escalar, com entradas diagonais iguais a zero, isto é, todas as
entradas são nulas.

Uma matriz nula de ordem “ n” denota-se por 0n .


Chama-se atenção ao que se segue:

Uma matriz rectangular do tipo m × n com todas as entradas nulas, diz-se,


também, matriz nula, e denota-se por 0m×n .

Álgebra das Matrizes

I) Igualdade

Definição 5. Sejam A = [aij ] e B = [bij ] matrizes sobre um corpo F . A = B se, e somente se:

(i) A e B têm a mesma dimensão;

(ii) os elementos correspondentes (i. e., aqueles elementos que têm os mesmos ı́ndices, ou que
ocupam a mesma posição nas matrizes A e B ) são iguais.

Ou seja, sejam A = [aij ] , B = [bij ] ∈ Fm×n :

A=B ⇐⇒ ∀i ∀j aij = bij .

A) Adição

Definição 6. Sejam A = [aij ] , B = [bij ] ∈ Fm×n . A matriz soma, A + B = [cij ] , é uma matriz do
tipo m × n , , onde
∀ i ∀ j cij = aij + bij .

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Ano: 1 o
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Nota-se que, a adição de matrizes em Fm×n é uma operação binária.


Exemplo 4. Considere as matrizes em R2×3 abaixo apresentadas:
" # " #
−1 1 3 0 2 3
A= e B= .
0 2 −5 −1 5 2

Determinar a soma de A e B , i. e., A + B .

Resolução:
Ora, como A e B são da mesma dimensão, então elas são compatı́veis para a adição; e, neste caso,
tem-se:
" # " #
−1 1 3 0 2 3
A+B = +
0 2 −5 −1 5 2
" #
−1 3 6
= .
−1 7 −3

Propriedades da adição
Teorema 1. Sejam A , B , C ∈ Fm×n . Então:

(A1) Comutatividade: A + B = B + A;
(A2) Associatividade: (A + B) + C = A + (B + C) ;
(A3) Existência do elemento neutro: O elemento neutro da adição em Fm×n é 0m×n , isto é:

A + 0m×n = 0m×n + A = A ;

(A4) Existência do simétrico: Toda matriz A = [aij ] ∈ Fm×n tem simétrico −A ∈ Fm×n cujas
entradas são simétricas às entradas de A , i. e.,

−A = [−aij ] .

.
Nota 3. Nota-se que, pelas propriedades (A1) a (A4), a estrutura (Fm×n , +) é um grupo comuta-
tivo.

S) Subtracção

Definição 7. A diferença A − B entre as matrizes A = [aij ] e B = [cij ] pertencentes a Fm×n , é


uma matriz de dimensão m × n , que se obtém pela subtracção dos elementos correspondentes, isto é,

A − B = [cij ] , onde cij = aij − bij .

Nota-se que
A − B = A + (−B) .

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Pe) Produto de uma matriz por um escalar


Definição 8. Seja A = [aij ] ∈ Fm×n ; e seja um escalar λ ∈ F (todo elemento de um corpo diz-se
escalar).
O produto escalar λ A do escalar λ pela matriz A é uma matriz D = [dij ] do tipo m × n , onde:
∀i ∀j dij = λ aij .

Propriedades de multiplicação por escalar


Teorema 2. Sejam A , B ∈ Fm×n , e λ , β ∈ F .
Tem-se:

(Pe1) λ (A + B) = λ A + λ B ;
(Pe2) (λ + β) A = λ A + β A ;
(Pe3) (λ β) A = λ (β A) ;
(Pe4) 1 A = A , onde “ 1” representa o elemento neutro da operação “ ·” no corpo (F , + , ·) .
Teorema 3. Seja A uma matriz do tipo m × n , e seja λ ∈ F . Então
λ A = 0m×n ⇐⇒ λ = 0 ou A = 0m×n .
Exemplo 5. Considere as seguintes matrizes:
   
1 2 −1 5
A = −1 0 e B =  7 −1 .
   
−3 4 3 −8

(a) Determinar −3A , 2B e A + B .


(b) Determinar A − 2B .

Resolução:
Determina-se:

(a)      
−3 −6 −2 10 0 7
−3A =  3 0 , 2B =  14 −2  e A + B = 6 −1 .
     
9 −12 6 −16 0 −4

(b)
A − 2B = A + (−2B)
 
2 −10
= A + −14 2 
 
−6 16
 
3 −8
= −15 2 
 
−9 20

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Ano: 1 o
Ano Álgebra Linea e Geometria Analı́tica I 1o Semestre

M) Multiplicação

Considera-se o corpo F = (F , + , ·) .

Definição 9 (Produto escalar). Seja


h i
L = l1 l2 . . . ln

uma matriz linha “ 1 × n” , e seja  


c1
 c2 
 
C=
 .. 

.
cn
uma matriz coluna “ n × 1” , sobre o corpo F .

O produto escalar da matriz linha L pela matriz coluna C é o escalar


n
X
l1 · c1 + l2 · c2 + . . . + ln · cn = li · ci .
i=1

Exemplo 6. Sejam as matrizes reais,


 
−2
h i  2 
L = −1 3 5 0 e C= .
 
 3 
1

O seu produto escalar é:

−1 · (−2) + 3 · 2 + 5 · 3 + 0 · 1 = 23 .

Definição 10 (Multiplicação (ou produto) de matrizes). A Multiplicação de uma matriz

A = [aij ] ∈ Fm×n

por uma matriz


B = [bij ] ∈ Fn×p
é a matriz
AB ∈ Fm×p
cujo elemento (i , j) i = 1 , m (lê-se de 1 até m) e j = 1 , p (lê-se de 1 até p) é o produto escalar
da linha i da matriz A pela coluna j da matriz B .

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Ano: 1 o
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Nota 4. Observa-se que nem sempre é possı́vel definir o produto AB ; é necessário que o n.o de
colunas de A seja igual ao n.o de linhas de B , i. e., dadas as matrizes
0
A ∈ Fm×n e B ∈ Fn ×p ,

o produto AB fica definido se, e somente se,

n = n0 ,

e neste caso, AB ∈ Fm×p .


Quando estas condições são satisfeitas diz-se que as matrizes A e B são compatı́veis para o
produto (ou multiplicação).
Exemplo 7. Determinar o produto AB para
 
" # 1 2 −2 0
−1 2 −2
A= e B =  3 1 −1 2  .
 
0 1 3
−2 1 −2 3

Resolução:

Ora como A ∈ R2×3 e B ∈ R3×4 , então AB ∈ R2×4 .


Determina-se:

 
" # 1 2 −2 0
−1 2 −2
AB =  3 1 −1 2 
 
0 1 3
−2 1 −2 3
" #
−1 + 6 + 4 −2 + 2 − 2 2 − 2 + 4 0 + 4 − 6
=
0+3−6 0+1+3 0−1−6 0+2+9
" #
9 −2 4 −2
=
−3 4 −7 11

Nota 5. Nota-se que em geral a multiplicação de matrizes não goza da propriedade


comutativa; aliás o facto do produto AB estar definido, não implica que o produto BA
também esteja definido, embora há casos que isto pode acontecer.
No entanto, se A e B são matrizes quadradas da mesma ordem, os produtos, AB e
BA sempre estão definidos e têm a mesma ordem; contudo AB pode ser diferente de BA.

Entretanto, se

AB = BA ,

diz-se que A e B são comutáveis.

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Ano: 1 o
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Exemplo 8. Seja " #


1 1
A= ∈ R2×2 ;
0 0
Encontre todas as matrizes que são comutáveis com A .

Resolução:

Seja " #
x y
B= ∈ R2×2 .
z w
A e B são comutáveis se AB = BA .

Ora,
AB = BA
" #" # " #" #
1 1 x y x y 1 1
⇔ =
0 0 z w z w 0 0
" # " #
x+z y+w x x
⇔ =
0 0 z z

 x = x, x ∈ R
 x+z = x


 
 y = x−w
⇔ y+w = x ⇔
  z = 0
 z = 0 


w ∈ R

Então as matrizes procuradas são:


" #
x x−w
B(x , w) = , onde w , x ∈ R .
0 w

Definição 11. Seja A uma matriz quadrada de ordem n . As potências de expoentes inteiros não
negativos de A definem-se da seguinte forma:
(
A0 = In
Am+1 = Am A , ∀ m ∈ Z+
0

Ou seja,  0

 A = In



 1
A =A

m
 A = |A · A {z
· . . . · A} , ∀m∈N



 e m > 1.
m vezes

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O papel da matriz identidade In na multiplicação de matrizes


Seja A = [aij ] ∈ Rm×n , e seja B = [bij ] ∈ Rn×p .

Nota-se que
AIn = A e In B = B ,
i. e., sempre que os produtos AIn e BIn estejam definidos, o In funciona como o elemento neutro
na multiplicação de matrizes (à esquerda ou à direita)
Exemplo 9. Seja a matriz real  
−1
1 2
 0 −3 
4 √
A= 1  .
 
 2 π 2 
−1 2 4
Determinar os produtos AI3 e I4 A , .

Resolução:

 
−1
1 2  
1 0 0
 0 −3  
4 √ 
AI3 =  1  0 1 0 
 
 2 π 2 
0 0 1
−1 2 4
 
−1 + 0 + 0 0+1+0 0+0+2
 0+0+0 0+4+0 0 + 0 + (−3)


= 
 
1
2 +0+0 0+π+0 0+0+ 2

 
−1 + 0 + 0 0+2+0 0+0+4
 
−1
1 2
 0 −3 
4 √
=  1
 
 2 π 2 

−1 2 4

Deixa-se a determinação do produto I4 A como exercı́cio.

Teorema 4 (Propriedades da multiplicação de matrizes). Seja λ um escalar e sejam A, B


C e I (matriz identidade) matrizes compatı́veis para as operações (multiplicações e somas) abaixo
apresentadas. Então:

M1) IA = A e BI = B .

M2) Propriedade Associativa: A(BC) = (AB)C .

M3) Distributividade à esquerda:

A(B + C) = AB + AC e A(B − C) = AB − AC .

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M4) Distributividade à direita:

(B + C)A = BA + CA e (B − C)A = BA − CA .

Nota 6. Nota-se que, como já se tinha referido na nota # 5, a multiplicação de matrizes
não goza da propriedade comutativa, i. e., se a ordem dos factores forem alteradas numa
multiplicação de matrizes o resultado poder-se-á alterar ou, então, o produto poder-se-á
não existir.
Este facto não deve ser ignorado quando se multiplica ambos os membros de uma equação matricial

B=C

por uma matriz A , i. e., fala-se da multiplicação à esquerda por A , para obter-se

AB = AC ,

e multiplicação à direita por A , se se quer obter

BA = CA

Exemplo 10. Se A, B e C são matrizes tais que:

AB = I e CA = I,

mostre que B = C.

Resolução:

AB = I
⇔ C(AB) = CI
⇔ (CA)B = CI (pela propriedade associativa)
⇔ IB = CI (por hipótese, CA = I)
⇔ B = C (pela P1 do teorema # 4)

Transposta de uma matriz

Definição 12 (Transposta de uma matriz). Seja A = [aij ] uma matriz do tipo m × n . A matriz
transposta de A , At , é a matriz do tipo n×m cuja entrada (j , i) é aij , i. e., resulta da permutação
das linhas com as colunas de A , ou seja, a primeira coluna de At é a primeira linha de A , a segunda
coluna de At é a segunda linha de A , e assim por diante.
Exemplo 11. Considere as seguintes matrizes:
   
a11 a12 a13 a14 a15 −3 2 h i
A =  a21 a22 a23 a24 a25  B =  −1 1  C= 1 4 2
   
a31 a32 a33 a34 a35 1 −5

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Determinar as respectivas transpostas.

Resolução:
Nota-se que:

 
a11 a21 a31  
 a12 a22 a32  " # 1
  −3 −1 1
At =  a13 a23 a33 Bt = t
C = 4 
   
2 1 −5

 
 a14 a24 a34  2
a15 a25 a35

Propriedades da transposta

Teorema 5. Sejam A , B ∈ Fm×n , e seja um escalar λ ∈ F. Tem-se:


t
(T1) At = A;

(T2) (λA)t = λAt ;

(T3) (A + B)t = At + B t .

Teorema 6. Sejam as matrizes A ∈ Fm×n e B ∈ Fn×p . Então,

(AB)t = B t At .

Exemplo 12. Determinar a matriz A ∈ R3×2 que satisfaça a condição:


  t 
0 2 " #
7 0 −1
2 A − 2  −5 2  =
  
2 1 5
1 3

Resolução:

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  t 
0 2 " #
7 0 −1
2 A − 2  −5 2  =
  
2 1 5
1 3
 t t   
0 2 " #t
7 0 −1
⇔ 2 A − 2  −5 2   =
   
2 1 5
1 3
   
0 2 7 2
⇔ 2A − 2  −5 2  =  0 1 
   
1 3 −1 5
   
0 −4 7 2
⇔ 2A +  10 −4  =  0 1 
   
−2 −6 −1 5
       
0 −4 0 4 7 2 0 4
⇔ 2A +  10 −4  +  −10 4  =  0 1  +  −10 4 
       
−2 −6 2 6 −1 5 2 6
 
7 6
⇔ 2A + 03×2 =  −10 5 
 
1 11
 
7 6
⇔ 2A =  −10 5 
 
1 11
 
7/2 3
⇔ A =  −5 5/2 
 
1/2 11/2

Definição 13. Seja A = [aij ] uma matriz quadrada sobre um corpo F. Diz-se que a matriz A é:

• Simétrica se At = A, i. e.,
∀ i, j aij = aji .

• Anti-simétrica (ou hemi-simétrica) se At = −A, i. e.,

∀ i, j aij = −aji .

Nota 7. A partir da definição, conlcui-se que:

• Uma matriz quadrada é simétrica se os elementos da diagonal principal são arbitrários, e se


os elementos opostos em relação à diagonal principal (correspondem às entradas (i , j) e (j , i),
i 6= j, da matriz) são iguais.

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• Uma matriz quadrada real diz-se anti-simétrica se os elementos da diagonal principal são
iguais a zero, e se os elementos opostos em relação à diagonal principal são simétricos.

Exemplo 13. Atenta-se aos exemplos que se seguem.

1) A matriz A que se segue é simétrica:


 
1 −1 √2
A =  −1 √0 2  .
 
2 2 3

2) A matriz B que se segue é anti-simétrica:


 
0 2 1 0
 −2 0 −1 2 
B=  .
 
 −1 1 0 1 
0 −2 −1 0

Exemplo 14. Sejam A e B matrizes simétricas. Mostre que se AB = BA, a matriz AB também é
simétrica.

Resolução:

(AB)t = B t At (pelo teorema 6) (1)


= BA (pois, por hipótese, A e B são matrizes simétricas) (2)
= AB (pois, por hipótese, AB = BA ) , (3)

ou seja,
(AB)t = AB ,
logo a matriz AB é simétrica.

Teorema 7. Sejam A e B matrizes simétricas da mesma dimensão, e seja λ um escalar. Então:

(a) At é simétrica;

(b) A + B e A − B são simétricas;

(c) λ A é simétrica.

Em geral, produto de duas matrizes simétricas, não é simétrica (ver o exemplo


# 14).

Teorema 8. Seja uma matriz A ∈ Fm×n . Os produtos AAt e At A são matrizes simétricas.

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Demonstração. Se A ∈ Fm×n , então At ∈ Fn×m . Logo os produtos, AAt e At A estão definidos e


são iguais às matrizes quadradas de ordem “ m” e de ordem “ n” , respectivamente.
 t  t
AAt = AAt e At A = At A ,

i. é,

AAt e At A são matrizes simétricas.

Exemplo 15. Atenta-se ao exemplo que se segue:

Seja  
−2 −1
A= 1 3 .
 
1 −2

Tem-se:
 
−2 −1 " #
 −2 1 1
AAt =  1 3 

−1 3 −2
1 −2
 
5 −5 0
=  −5 10 −5  ,
 
0 −5 5

que é uma matriz simétrica.


 
" # −2 −1
−2 1 1
At A =  1 3 
 
−1 3 −2
1 −2
" #
6 3
= ,
3 14

que, também, é uma matriz simétrica.

Exercı́cios

1. Considere a operação ∗ definida em Z, da seguinte forma:

∀x, y ∈ Z, tem-se x ∗ y = x + y + 2 .

(a) Justifique que ∗ é uma operação binária;


(b) Verifique se (Z , ∗) é um grupo.

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2. Considere duas operações θ e φ definidas em Z2 de modo seguinte:

(a, b) θ (c, d) = (a + c, b + d)

(a, b) φ (c, d) = (ac + bd, ad + bc)

Sabendo que (Z2 , θ, φ) é um anel:

(a) Mostre que o anel é comutativo.


(b) Determine a unidade do anel.
(c) Averigue se Z2 , θ, φ é um corpo.


3. Seja A = {0, 1, 2}. Mostre que (A, +, ·) é um corpo, com + e · dadas pelas tábuas seguintes, e
determine o zero e a identidade do anel (corpo):

+ 0 1 2 · 0 1 2
0 0 1 2 0 0 0 0
1 1 2 0 1 0 1 2
2 2 0 1 2 0 2 1

(a) Mostre que (G, ·) é um grupo, onde G = {1, 2}, e determine o inverso de 2.

4. Em cada caso, encontre uma matriz quadrada A = [aij ] de ordem 6 que satisfaz a condição dada:

(a) aij = 0, se i, j ∈ {1, 2, 3, 4, 5, 6} e i 6= j.


(b) aij = 0, se i, j ∈ {1, 2, 3, 4, 5, 6} e i > j.
(c) aij = 0, se i, j ∈ {1, 2, 3, 4, 5, 6} e |i − j| > 1.

5. Em cada caso, encontre a matriz B = [bij ] quadrada de ordem 4, que satisfaz a condição dada:

(a) bij = i + j ∀ i, j ∈ {1, 2, 3, 4}.



 1 se |i − j| > 1
(b) ∀ i, j ∈ {1, 2, 3, 4}, bij =
 −1 se |i − j| ≤ 1.
6. Seja A uma matriz quadrada de ordem “ n” , sobre um corpo F. Diz-se que A é involuntório
se A2 = In .

(a) Verifique se a matriz real


 −11 −39 −39 
2 4 4
5 3 
A= 1

2 2 
2 3 4
é involuntório.
(b) Seja a matriz real " #
1 a
A= .
b c
Determine os valores reais de “a”, “b” e “c”, de modo que A seja uma matriz involuntório.

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7. Seja A uma matriz quadrada de ordem “ n” , sobre um corpo F. Diz-se que A é nilpotente se
existe um número “p ∈ N”, tal que Ap = 0n . Se “ p” é o menor inteiro tal que Ap = 0n , então
diz-se que A é nilpotente de ordem “ p” .
Seja a matriz real,  
0 0 0
A =  a 2 −1  .
 
1 b −2

(a) Determine os valores reais de “a” e de “b”, de modo que a matriz A seja nilpotente de
ordem 3.

8. Mostre que se A e B são comutáveis, então A e B são matrizes quadradas da mesma ordem.

9. Calcule:
     t
1 −3 2 2 0 12 1 −5 −43
(a) 3  0 4 −9  − 21  −15 −3 2  + 5  0 7 0  ;
     
2 −3 1 12 −8 −32 21 45 −34
      t
21 20 −21 90 −45 20 19 −25 87
(b)  56 11 34  − 9 2  −23 32 72  − 13  47 40 81  .
      
45 83 −34 65 23 89 85 35 24
10. Considere a matriz  
1 a −a −1 0
 2 b −b −2 1 
M = .
 
 3 c −c −3 3 
4 d −d −4 5
Escolha a(s) resposta(s) correcta(s):

(a) A matriz M [2 , 4 | 1 , 3] é uma matriz quadrada de ordem 3 ;


" #
2 −b
(b) A matriz M (1 , 3 | 2 , 4 , 5) = .
4 −d

11. Considere o polinómio f (x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a1 x + a0 , e considere uma matriz


quadrada A de ordem n.

f (A) = an An + an−1 An−1 + · · · + a1 A + a0 In .

Desta feita, diz-se que uma matriz quadrada A é zero de um polinómio f (x) se

f (A) = 0n .

(a) verifique se as matrizes


" # " #
1 7 −5 6
A= e B=
0 4 −9 10

são zeros do polinómio f (x) = x2 − 5x + 4 .

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12. Encontre a matriz A nas expressões que se seguem:


 
" #t 2 0
1 0 −2
(a) 2A − =  −3 4 
 
4 7 3
0 8
  t 
0 2 " #
 t 7 0 −1
(b) 3A − 2  −5 2  =
 
2 1 5
1 3

13. Considere as matrizes A = [aij ], B = [bij ] e C = [cij ] tais que:


1 1
aij = , i = 1, ..., 4, j = 1, ..., 3, e bij = i − j + 1, cij = , i, j = 1, ..., 3.
i+j−1 i+j
(a) Verifique quais das seguintes expressões estão bem defenidas e determine o seu valor;
(i) AB; (ii) B + C; (iii) B − C; (iv) A(B − C);
(v) (B − C)A (vi) AB + AC; (vii) A(BC); (viii) (AB)C;
(ix) B ;5 (x) A T T
(xi) A C ;3 (xii) B + I3 ;
(xiii) I4 A; (xiv) B 3 − 3B + I3 .
(b) Determine a submatriz M = A[1, 2, 3|1, 2, 3];
(c) Determine a submatriz de M = A(1|2);
(d) Determine a terceira linha de B.

14. Uma matriz quadrada E diz-se idempotente se E 2 = E .

(a) Mostre que " #


1 λ
02 , I2 ,
0 0
são idempotentes;
(b) Se B é um idempotente, mostre que I − B e B t são ambas idempotentes;
(c) Se BA = I para certas matrizes A e B , mostre que E = AB é um idempotente.

15. Sejam A , B ∈ Rm×n . Simplifique cada uma das seguintes expressões:

(a) 3 (5A − 3B) + 6 (B − 4A) + 3 (2A + B) ;


(b) 2 (3A − 5B) + 4 (B − 2A) + 2 (3B − A) .

16. Sejam A e B matrizes quadradas de ordem n . Mostre que:

(a) Se A e B são comutáveis, então (A − B)(A + B) = A2 − B 2 ;


(b) Se (A − B)(A + B) = A2 − B 2 , então A e B são comutáveis .

17. Em cada caso, calcule os produtos das matrizes indicadas:


 
" # 0 3
2 0 −3
(a) −4 7 ;
 
−1 6 5

2 −5

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 
3 h i
(b)  −5  5 9 −3 ;
 
2
 
−2 −5 " #
 1 2 3
(c)  0 3  ;

0 −3 5
9 −4

18. Sejam
 
" # −2 −5 " # " #
−2 5 1 1 3 −2
A= , B= 0 3  , C= e D= .
 
−3 −6 5 −2 5 3
9 −4

Em cada caso calcule o produto indicado ou explique por que ele não está definido:
(a) AB (b) A2 (c) CD (d) DC (e) BC (f) AC (g) C 2 (h) AD

19. Sejam " # " #


1 7 −5 6
A= e B=
0 4 −9 10
Verifique se:

(a) A2 − 5A + 4I2 = 02 .
(b) B 2 − 5B + 4I2 = 02 .

20. Seja a matriz diagonal  


d1 0 0
D =  0 d2 0  .
 
0 0 d3
Calcule as potências D2 , D3 e D4 , e deduza a fórmula para o cálculo de Dn , n ∈ N .

21. Seja " #


a b c
A= ∈ R2×3 .
a0 b0 c0
Mostre que, se AAt = 02 , então A = 02×3 .

22. Seja  
1 1 1
A = 0 1 2 .
 
1 2 4
Encontre uma matriz simétrica B e uma matriz anti-simétrica C de modo que B + C = A.

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Referências

[1] Howard, A. & Rorres, C. (2001). Àlgebra Linear com aplicações. (C. I. Doering, Trad.) (8a ed.).
Porto Alegre: Bookman.

[2] NICHOLSON, W. K.. (2006). Álgebra Linear. McGraw-Hill, 2a ed.. São Paulo.

[3] MATOS, I. M. T.. (2008). Tópicos da Álgebra Linear. DEETC-ISEL. Lisboa.

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