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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Constituição: Direitos Fundamentais���������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Conceito�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Dimensão de Direitos���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Características dos Direitos Fundamentais��������������������������������������������������������������������������������������������������������������3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Constituição: Direitos Fundamentais


Teoria Geral dos Direitos Fundamentais
Conceito
Os direitos e as garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no decorrer
do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que formam um núcleo
mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana.
Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do Estado. Mas não
só do Estado. Os direitos e as garantias fundamentais também constituem normas de proteção do
indivíduo em relação aos outros indivíduos da sociedade.
Título II da Constituição Federal, que estabelece os Direitos e as Garantias Fundamentais, foi
assim dividido (Arts. 5º a 17 CF):
a) Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Art. 5º.
b) Capítulo II – Dos Direitos Sociais – Arts. 6º a 11.
c) Capítulo III – Da Nacionalidade – Arts. 12 e 13.
d) Capítulo IV – Dos Direitos Políticos – Arts. 14 a 16.
e) Capítulo V – Dos Partidos Políticos – Art. 17.
Dimensão de Direitos
→→ DIREITOS DE 1ª Dimensão– Foram os primeiros direitos conquistados pela humanidade. São
direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas. Nascem das revoluções liberais ocorri-
das no final do século XVIII, com a burguesia, que exigia a limitação do Poder do Estado, a época
absolutista, e o respeito as liberdades individuais. Possuem um caráter negativo diante do Estado,
tendo em vista ser utilizado como uma verdadeira limitação ao poder estatal, ou seja, o Estado,
diante dos direitos de primeira dimensão, fica impedido de agir ou interferir na sociedade. São
verdadeiros direitos de defesa com caráter individual. Estão entre esses direitos as liberdades
públicas, civis e políticas. São os ligados ao valor LIBERDADE. São os direitos CIVIS E POLÍTI-
COS. NÃO FAZER DO ESTADO.
˃˃ Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:
»» Magna Carta de 1215 – João sem Terra;
»» Paz de Westfália (1648);
»» Habeas Corpus Act (1679);
»» Bill of Rights (1688);
»» Declaração Americana – 1776 (Revolução Americana);
»» Declaração Francesa – 1789 (Revolução Francesa).
→→ DIREITOS DE 2ª Dimensão– Diante das péssimas condições de trabalho decorrentes da Revo-
lução Industrial (século XIX) aliadas à Primeira Grande Guerra Mundial, tivemos o surgimento
dos direitos de segunda geração. Por isso são conhecidos como direitos de igualdade. Agora, para
reduzir as diferenças sociais, o Estado precisa interferir na sociedade. Essa interferência reflete
a conduta positiva adotada por meio de prestações sociais. São direitos de segunda dimensão os
DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS.
Estão ligados ao valor IGUALDADE. Implicam um FAZER DO ESTADO – prestação em favor
dos menos favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da sociedade.
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
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˃˃ Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:


»» Constituição Mexicana – 1917;
»» Constituição de Weimar – 1919;
»» Tratado de Versalhes – 1919 (criação da OIT);
»» Constituição Brasileira – 1934.
→→ DIREITOS DE 3ª Dimensão – ligados ao valor FRATERNIDADE OU SOLIDARIEDADE.
Direitos da sociedade de massa, que atingem a todos. São direitos difusos: de indivisibilidade a
ausência de individualização.
˃˃ Alguns direitos de 3a geração:
»» Direito ao meio ambiente;
»» Direito à defesa do consumidor.
»» Direito ao desenvolvimento, ao progresso;
»» Direito de comunicação;
»» Direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade;
»» Autodeterminação dos povos;
»» Direito à Paz (Karel Vazak) para alguns doutrinadores é direito de 5ª Geração – divergência!).
→→ DIREITOS DE 4ª Dimensão – de acordo com Paulo Bonavides, são direitos de 4a geração:
»» patrimônio genético; biotecnologia (engenharia genética);
»» decorrentes da globalização dos direitos fundamentais: inerentes à democracia, à informação,
pluralismo político. (globalização política).
→→ DIREITOS DE 5ª Dimensão – Direito à paz, de acordo com Paulo Bonavides.
Características dos Direitos Fundamentais
˃˃ Historicidade – esta característica revela que os Direitos Fundamentais são frutos da evolução his-
tórica da humanidade. Significa que eles surgem e se desenvolvem conforme o momento histórico.
˃˃ Universalidade– os direitos fundamentais pertencem a todas as pessoas, independente da sua
condição. A existência de um núcleo mínimo de proteção à dignidade deve estar presente em
qualquer sociedade.
˃˃ Limitabilidade ou relatividade – não existe direito fundamental absoluto. Os direitos funda-
mentais são relativos, esses direitos podem ser limitados:
»» (i) pela própria Constituição Federal;
»» (ii) por meio de Emenda Constitucional;
»» (iii) por intermédio das leis (Reserva Legal simples e Reserva legal qualificada);
»» (iv) Juiz, mediante um juízo de ponderação, aplicando a regra da máxima observância dos
direitos fundamentais, conjugando com a mínima restrição.
Importa destacar que a limitação dos direitos fundamentais não pode implicar a abolição desses
direitos, uma vez que esses são cláusulas pétreas e, portanto, a limitação/relativização de um direito
fundamental não pode descaracterizar o seu núcleo essencial ao ponto de abolir o direito. Isso porque
em nosso Estado, adotamos a teoria RELATIVA dos direitos fundamentais, e não a teoria absoluta.
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˃˃ TEORIA RELATIVA: pela teoria relativa, a relativização de um direito fundamental seria


possível, sendo que o seu núcleo essencial só poderia ser determinado em um caso concreto,
pois só em um caso específico se poderá verificar se eventual restrição ao direito seria capaz de
violar a essência do direito fundamental, uma vez restringido o seu núcleo.
˃˃ TEORIA ABSOLUTA: de acordo com essa teoria, o núcleo essencial do direito fundamental é
determinado pelo próprio direito, sendo insuscetível de qualquer restrição, independentemente
das peculiaridades que o caso concreto possa fornecer.
»» Inalienabilidade – os direitos fundamentais não podem alienados, não podem ser negocia-
dos, não podem ser transigidos.
»» Irrenunciabilidade – os direitos fundamentais não podem ser renunciados.
»» Imprescritibilidade – os direitos fundamentais não se sujeitam a prazos prescricionais. Não
se perde um direito fundamental pelo decorrer do tempo. Essa é a regra. É possível encontrar
uma exceção a esta regra quando se fala do direito a créditos trabalhistas.
»» Inviolabilidade – não podem ser violados por leis infraconstitucionais, nem por atos admi-
nistrativos de agente do Poder Público, sob pena de responsabilidade civil, penal e adminis-
trativa. Logicamente, não podem ser violados nas relações privadas.
»» Proibição do retrocesso – esta característica proíbe que os direitos já conquistados sejam
perdidos.
»» Máxima efetividade – esta característica é mais uma imposição para o Estado no sentido de
garantir a máxima efetividade dos direitos fundamentais, ou seja, esses direitos não podem ser
ofertados de qualquer forma; é necessário que eles sejam garantidos da melhor forma possível.
»» Concorrência – os direitos podem ser exercidos cumulativamente.
»» Complementariedade – um direito fundamental não pode ser interpretado sozinho. Cada
direito deve ser analisado juntamente com outros direitos fundamentais, bem como com
outros institutos jurídicos.
»» Não-taxatividade – esta característica diz que o rol de direitos fundamentais é apenas exem-
plificativo, tendo em vista a possibilidade de inserção de novos direitos. É o que se extrai do
Art. 5º, § 2º, da CF (cláusula de abertura material):
§ 2º – Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Exercícios
01. Quanto à delimitação do conteúdo essencial dos direitos fundamentais, a doutrina se divide
entre as teorias absoluta e relativa. De acordo com a teoria relativa, o núcleo essencial do direito
fundamental é insuscetível de qualquer medida restritiva, independentemente das peculiari-
dades que o caso concreto possa fornecer.
Certo ( ) Errado ( )
02. Historicamente, os direitos fundamentais de primeira dimensão pressupõem dever de absten-
ção pelo Estado, ao contrário dos direitos fundamentais de segunda dimensão, que exigem,
para sua concretização, prestações estatais positivas.
Certo ( ) Errado ( )
03. Os direitos de segunda geração são direitos de fraternidade ou solidariedade, tendo como
objetivo a proteção da coletividade.
Certo ( ) Errado ( )
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04. Direitos fundamentais de terceira geração possuem um viés mais coletivo e subjetivo, como
direito à paz, a um meio ambiente sadio ou à comunicação.
Certo ( ) Errado ( )
05. É característica marcante o fato de os direitos fundamentais serem absolutos, no sentido de que
eles devem sempre prevalecer, independentemente da existência de outros direitos, segundo a
máxima do “tudo ou nada”.
Certo ( ) Errado ( )
01 - Errado
02 - Certo
03 - Errado
04 - Certo
05 - Errado
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.
CANOTILHO, J.J. GOMES e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. Salvador: JusPodivm, 2016.
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 15 ed. São
Paulo: Método, 2016.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006.

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