EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________.
(NOME COMPLETO), qualificação do Denunciado, por meio de seu
advogado, mandato incluso, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar
DEFESA PRELIMINAR
À acusação formulada pelo Representante do Ministério Público, com
fundamento no artigo 396-A, do Código de Processo Penal, mediante os seguintes fatos e fundamentos.
1 – DOS FATOS
Na exordial acusatória, o Representante do Ministério Público imputa-lhe
a prática do crime previsto no artigo 157, caput, do Código Penal brasileiro e artigo 14 da Lei n.º 10.826/03, sob o fundamento de que, no dia 18 de setembro do ano de 1992, por volta das 13 horas, o Denunciado, subtraiu para si, mediante emprego de grave ameaça, modelo VECTRA GL 98/98, cor cinza, da suposta vítima, Maria da Conceição Soares.
2 – DOS FUNDAMENTOS
2.1 Da Extinção da Punibilidade pela Ocorrência da Prescrição
Preambularmente, tem-se que o suposto fato criminoso ocorreu na data
de 17 de setembro de 1992.
A pena máxima cominada ao crime imputado ao Denunciado é de 10
(dez) anos. O artigo 109, inciso II, do Código Penal estabelece que a prescrição, antes de transitar em julgado, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime e verifica-se em 16 (dezesseis) anos, se o máximo da pena é superior a 08 (oito) e não excede a 12 (doze) anos.
Assim, tem-se a ocorrência da prescrição, na modalidade propriamente
dita, exatamente em 15 de setembro de 2008.
2.2 Inépcia da Denúncia
Não entendendo Vossa Excelência pelo reconhecimento da causa
extintiva da punibilidade acima demonstrada, argumenta-se que a peça acusatória não descreve de forma pormenorizada a conduta considerada delituosa e imputada ao Denunciado.
Deixa de esclarecer as circunstâncias em ocorreu o suposto fato
delituoso, desatentando assim, ao disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal e ferindo o princípio constitucional da ampla defesa, insculpido no artigo 5º, inciso LV, da Constituição da República.
2.3 Da Ausência da Materialidade Delitiva
Pelo princípio da eventualidade, sustenta-se que ausentes estão elementos
que evidenciem a materialidade delitiva. Não consta nos autos Auto de Exibição e Apreensão do veículo tido como subtraído e tampouco Laudo Pericial do mesmo.
2.4 Da Produção de Provas
Na remota hipótese de recebimento da Denúncia, pugna o Denunciado
pela produção de todas as provas permitidas em Direito, em especial pela produção de prova pericial no veículo mencionado na exordial acusatória e inquirição das testemunhas arroladas abaixo.
3 – DOS PEDIDOS
Assim, requer a Vossa Excelência:
I – Seja o Acusado ABSOLVIDO SUMARIAMENTE, pelo
reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do Estado em face do Acusado, nos termos do artigo 397, inciso IV, do Código de Processo Penal;
II – Não sendo o caso, seja, por inépcia, REJEITADA A DENÚNCIA;
III – Na remota hipótese de recebimento da Inicial Acusatória e instruído o processo, seja o Denunciado, ao final, ABSOLVIDO, nos termos do artigo 386 do Código de Processo Penal; e
IV – A intimação das testemunhas arroladas e qualificadas a seguir.