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REDAÇÃO - ENEM 2011 – VIVER EM REDE NO SÉCULO XX1

I. COLETÂNEA

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua
portuguesa sobre o tema VIVER EM REDE NO SÉCULO XXI: OS LIMITES ENTRE O PÚBLICO E O
PRIVADO, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.

Liberdade sem fio


A ONU acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser humano –
assim como saúde, moradia e educação. No mundo todo, pessoas começam a abrir seus sinais
privados de wi-fi, organizações e governos se mobilizam para expandir a rede para espaços
públicos e regiões onde ela ainda não chega, com acesso livre e gratuito.
ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. Nº 240, jul. 2011 (fragmento).

A internet tem ouvidos e memória

Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos Estados Unidos, a
população já passou mais tempo conectada à internet do que em frente à televisão. Os hábitos
estão mudando. No Brasil, as pessoas já gastam cerca de 20% de seu tempo on-line em redes
sociais. A grande maioria dos internautas (72%, de acordo com o Ibope Mídia), pretende criar,
acessar e manter um perfil em rede. Faz parte da própria socialização do indivíduo do século
XXI estar numa rede social. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um número de
telefone no passado”, acredita Alessandro Barbosa Lima, CEO da e.Life, empresa de
monitoração e análise de mídias.
As redes sociais são ótimas para disseminar ideias, tornar alguém popular e também
arruinar reputações. Um dos maiores desafios dos usuários de internet é saber ponderar o que
se publica nela. Especialistas recomendam que não se deve publicar o que não se fala em
público, pois a internet é um ambiente social e, ao contrário do que se pensa, a rede não
acoberta anonimato, uma vez que mesmo quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser
rastreado e identificado. Aqueles que, por impulso, se exaltam e cometem gafes podem pagar
caro.
Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 30 jun. 2011 (adaptado).

INSTRUÇÕES:
+ O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
+ O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na própria folha, em até 30 linhas.
+ A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota
zero.
+ A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo
receberá nota zero.
+ A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de
Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

II. REDAÇÃO EXEMPLAR

Linha tênue
Alvo de discussões acaloradas e intermináveis, a vida em rede no século XXI é
apresentada na fronteira entre pontos positivos e negativos. Dessa forma, um equilíbrio se faz
necessário, de maneira que uma questão tão densa não se articule sobre uma simplória
divisão de pontos. O perfil da sociedade mudou e, por isso, não é estranho que o modo de usar
a rede mundial de computadores também tenha mudado. Além disso, o uso desse tipo de rede
nos torna mais ou menos sociáveis e o que deve ministrar o uso é a ponderação, o bom senso.

“O homem é tão bom quanto seu desenvolvimento tecnológico o permite ser”. Tal
afirmação do escritor e jornalista inglês George Orwell transmite de forma exata o tipo de
mudança que a sociedade do século XXI precisou sofrer. Essa mesma sociedade é voltada para
o consumo, para o instantâneo, na qual a validade de informações é ultrapassada pelos
segundos decorridos. Tivemos a necessidade de progredir tecnologicamente e o uso da rede
mundial de computadores se tornou essencial, mesmo que o domínio privado seja atingido.
Ser radical e inibir o uso das redes não evita a disseminação de informações particulares,
precisamos, por isso, de ponderação para usufruir de uma tecnologia tão essencial.

Por isso, tratar a vida em rede com restrições tão radicais não evita problemas com a
privacidade. Redes sociais, locais para compartilhamentos de fotos e blogs são exemplos de
uma espécie de socialização virtual. Dessa forma, os cuidados com informações pessoais
oferecidas na rede devem ser os mesmos do convívio real, afinal, ninguém dá informações
sobre sua vida particular para um estranho. No entanto, é perceptível um descompasso entre
tais cuidados, pois muitas pessoas não se previnem e postam nas redes vários detalhes de suas
vidas pessoais.

Diante desse quadro conflituoso, é perceptível a necessidade de equilibrar a


importância desse uso. Viver em rede no século XXI não nos dá apenas a sensação de que
alguém nos espreita, mas pode resultar em muitas conquistas. Como exemplo, podemos citar
a Primavera Árabe, ou os protestos no mundo árabe, a qual ganhou tom revolucionário,
também, com a ajuda de campanhas nas redes sociais, como Facebook e Twitter. O uso da
rede, tão vitimado por pesadas críticas, foi uma forte ferramenta de comunicação e
organização da população. Dessa maneira, o exemplo pode ser seguido, pois demonstra que a
ponderação é a única responsável pelo uso consciente e produtivo da vida em rede.

Nessa perspectiva, o uso da rede mundial de computadores conta com dois grandes
pilares: cautela e utilidade. Analisando, portanto, o cotidiano é possível perceber que, nesse
embate, além da necessidade de se ter cuidado com tudo o que será disseminado, convém
observar se o tipo de conteúdo é realmente útil. Um uso consciente parte de um cidadão
também consciente e, nesse caso, a cidadania é a principal responsável para se aprender a
transitar nessa linha tênue.

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