Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
SEMINÁRIO AVANÇADO V: Filosofias da Tecnologia e Futuros da Educação

SOLUCIONISMO TECNOLÓGICO E CAPITALISMO DE PLATAFORMA:


IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA DE
EDUCAÇÃO BÁSICA
Rodrigo Klassen Ferreira

Cenário da língua inglesa na contemporaneidade

Observa-se, atualmente, uma progressiva emergência de recursos tecnológicos


disponibilizados para auxiliar ou mesmo guiar os processos de ensino e aprendizagem da
língua inglesa, não só no âmbito escolar, mas em inúmeras instâncias sociais. Tais recursos
parecem ser convergentes no sentido de capturar um número cada vez maior de falantes,
usuários e consumidores da língua inglesa. Dada a intensificação da importância assumida
pela língua na contemporaneidade, é possível afirmar que os sujeitos vêm sendo
constantemente interpelados a aprender inglês para melhor aderir à racionalidade neoliberal
(FOUCAULT, 2008), atualizada e intensificada no contexto do capitalismo de plataforma,
como veremos mais adiante. Considerando-se que, em diferentes momentos e processos
históricos, o inglês se tornou a língua de prestígio de pelo menos três segmentos que já não
têm fronteiras: a ciência, a economia e a cultura de massas, a língua inglesa seria, portanto,
um veículo necessário à circulação dos preceitos dessa racionalidade que vem operando e se
intensificando desde a segunda metade do século XX.
Deste modo, é possível afirmar que o input de informações em língua inglesa recebido
pelos sujeitos nos dias atuais é mais intenso e de maior alcance, quando comparado a décadas
anteriores. Araújo-Silva (2012) destaca que as gerações que surgiram especialmente a partir
da década de 1980 cresceram cercadas de referências comerciais e midiáticas da língua
inglesa, que estariam ensinando novos jeitos de existir na contemporaneidade. Uma
atualização às referências destacadas por Araújo-Silva (2012) torna imprescindível que se
passe a considerar, por exemplo, os canais do YouTube1 que se dedicam ao ensino do inglês e

1
Dados sobre alguns canais: Mairo Vergara (2,38 milhões de inscritos); Inglês Winner (1,05 milhões
de inscritos); SmallAdvantages (1,8 milhões de inscritos); Tim Explica (1,25 milhões de inscritos) e
1
os aplicativos para aprendizagem do idioma que são mais populares na Google Play Store2:
Duolingo, Babbel, Busuu e Lingualeo3. Qualquer um destes apps está conectado a mais
aprendizes do que qualquer rede presencial de ensino.
Considerando-se que a imensa maioria das instituições educacionais ainda organizam
suas arquiteturas e suas rotinas com profundas raízes em uma sociedade disciplinar, torna-se
cada vez mais complexa a relação com as novas gerações que chegam à escola, visto que tal
organização destoa cada vez mais das formas como os sujeitos são constituídos nos espaços
fora da escola, levando em consideração, também, o papel da ecologia da atenção (CITTON,
2018), neste processo.

Solucionismo tecnológico

A onda do solucionismo tecnológico consiste na crença de que soluções tecnológicas


são suficientes para a resolução de praticamente qualquer problema da vida cotidiana.
Morozov (2018) aponta duas disrupções que foram decisivas para o fortalecimento dessa
noção: a crise de Wall Street, em 2008, que resultou no avanço da ideologia neoliberal e na
redução ainda maior do Estado de bem-estar social, e a emergência das corporações do Vale
do Silício, que trabalham pela digitalização e pela conexão de tudo e de todos. Para Morozov,
passa batido para a opinião pública o fato de essas duas disrupções estarem mais relacionadas
do que se pode imaginar, pois foi nessa leva que se intensificou, no setor privado, a
proliferação de soluções tecnológicas para setores cujo financiamento já foi maior ou até
integralmente provido pelo Estado. Na educação, os MOOCs (cursos abertos online e
massivos); na saúde, os apps de monitoramento; na cultura, o crowdfunding; na segurança
pública, a vigilância preditiva e, no transporte público, o Uber, entre diversos exemplos. Tais
soluções operam na lógica do capitalismo de plataforma, ocorrendo, assim, um progressivo
enfraquecimento do setor público, uma vez que se passa a acreditar que as plataformas são
cada vez mais eficientes para se resolver problemas que sempre foram da esfera
governamental.
Loveluck (2018) mostra que o enfraquecimento do poder estatal e a salvação através
da tecnologia são ideias vigentes há bastante tempo. Em sua genealogia política da internet, o
Carina Fragozo (1,34 milhões de inscritos). Levantamento atualizado em 14/07/2020.
2
A Google Play Store disponibiliza apps para o sistema operacional Android – o mais utilizado em
smartphones no mundo.
3
Duolingo (+300 milhões de usuários), Busuu (+100 milhões de usuários), Babbel (+1 milhão de
usuários assinantes) e Lingualeo (+23 milhões de usuários). Levantamento atualizado em 14/07/2020.
2
autor aborda o fato de haver uma tradição estabelecida, que anuncia a salvação da
humanidade através da tecnologia. O liberalismo informacional, fundado no pensamento de
Norbert Wiener, pai da cibernética, visava à constituição de uma teia única de informações
livremente acessíveis, que resultaria em harmonia global. Uma continuidade desse
pensamento foi observada na evolução das redes, de centralizadas, pensadas para o uso
militar/estatal, para as redes descentralizadas e, posteriormente, distribuídas, que Loveluck
considera ser o antídoto ao poder soberano, em referência a Foucault. Através da
descentralização do poder, da auto-organização dos indivíduos e da livre-circulação de
informação, a intenção do liberalismo informacional foi a de superar qualquer controle estatal.
Tais acontecimentos foram impulsionados no contexto da virada contracultural dos
anos 1960 e da insatisfação quanto à Guerra do Vietnã e à ameaça nuclear, que eram
justamente expressões da centralização do poder e da tecnocracia. No entanto, considerando-
se que a informação vem progressivamente agregando valor financeiro, pelo menos, desde os
anos de 1960 e, logo, tornando-se uma propriedade de grande valor, sua livre circulação pode
ir de encontro aos ideais do liberalismo econômico, o qual tem como um de seus pilares
justamente a propriedade privada. As ideias de Wiener vão sendo gradualmente subvertidas,
ainda mais quando a rede passa do controle militar para o domínio civil, logo privado, entre as
décadas de 1980 e 1990, e a internet passa a operar como uma extensão do mercado.
Loveluck (2018, p. 96) afirma que a “história nos mostra que o entusiasmo pelas
mudanças sociais (e as oportunidades econômicas), tornadas possíveis pela tecnologia, nada
têm de novo, desde a eletricidade até o telégrafo, o telefone, a televisão e, atualmente, a
internet”. Ou seja, ainda que a internet tenha de fato todo o potencial que se esperava dela no
sentido de “renovar a civilização”, não se pode analisá-la à parte dos usos políticos e
econômicos aos quais ela também vem servindo. No que diz respeito à educação, as soluções
já têm ido muito além dos MOOCs, com o surgimento de grande número de apps e outros
serviços online que propõem uma verdadeira remoção da aprendizagem do espaço escolar,
fortalecendo argumentos que ajudam a justificar a precarização da educação pública, bem
como a redução de sua oferta, o que consequentemente também precariza a carreira docente,
uma vez que são necessários poucos criadores de conteúdo, muitas vezes sem formação
docente, para que as plataformas consigam atender milhões de usuários.
Para Morozov (2018), o que está em jogo não é uma disputa entre mercado e Estado,
mas entre política e não política. As implicações dessa disputa vêm favorecendo a criação de
monopólios de poder ilimitado e colocando em risco a democracia. Destacando o fim
3
meramente financeiro das soluções tecnológicas emergentes, o autor questiona o motivo para
não serem desenvolvidos aplicativos para acabar com a pobreza no mundo.  Neste sentido, os
ideais de solidariedade fomentados nos primórdios do Vale do Silício se perdem, afinal, na
lógica de personalização dos algoritmos, a partir dos dados que coletam dos próprios usuários,
torna-se cada vez mais difícil de se pensar no coletivo.

Capitalismo de plataforma

O capitalismo de plataforma é a forma como vem sendo chamado o atual estágio do


capitalismo, em que as trocas já não se dão exclusivamente como no capitalismo tradicional,
mas de forma colaborativa, através de diversas plataformas, que substituem atividades
econômicas, sociais e culturais que no passado não eram mediadas pela tecnologia, ao menos
não de forma tão intensa como no presente. É nesta onda que se popularizaram os aplicativos
de trânsito, de alimentação, de relacionamentos, de transporte e de hospedagem, entre tantos
outros.
O usuário paga pelo uso destas plataformas de uma maneira passiva e, na maioria das
vezes, inconsciente, pois a real mercadoria de tais empreendimentos digitais são os dados que
o próprio usuário produz através de suas interações online. As empresas deste segmento,
chamadas de empresas de Big Data, extraem e mineram os dados fornecidos pelos usuários e,
posteriormente, arrecadam vendendo para outras corporações o conhecimento obtido através
do comportamento online dos usuários. As grandes plataformas com as quais interagimos hoje
naturalizam em nós a sensação de que os dados que estamos acessando ou fornecendo estão
armazenados em algum tipo de local mágico, logo, isento das coisas do mundo físico.
Podemos ver as plataformas, mas a opacidade da nuvem não permite que vejamos o
funcionamento de seus códigos/algoritmos.
Para Bridle (2019), nossa falta de entendimento sobre a nuvem é nociva e também
proposital, uma vez que, ao não compreendermos criticamente o modo como os algoritmos
das plataformas operam, também deixamos de ver os motivos concretos para ofuscar o que há
dentro da nuvem, como questões de segurança nacional, sigilos corporativos e até mesmo
infrações cometidas pelas plataformas. Sobre os lugares que migraram da esfera pública para
a nuvem, Bridle (2019, p. 16) afirma: “obscurecidos, eles ficaram menos visíveis e menos
receptivos a críticas, investigações, preservação e regulamentação”. Nesta perspectiva, a
nuvem acaba sendo utilizada para ofuscar a “verdadeira operação da tecnologia”. Para o autor,
4
a adesão ingênua ao pensamento computacional, que nos leva a crer que tudo pode ser
resolvido e salvo através do desenvolvimento de algoritmos, é a cova que nos coloca no que o
chama de nova idade das trevas.
O modelo de negócios das plataformas funciona essencialmente em torno de nossa
atenção. É através de “[...] nossas pesquisas – nossas curiosidades, questões, cliques seletivos,
os laços que estabelecemos ou que ativamos [...]” (CITTON, 2018, p. 23) que os algoritmos
das plataformas aprendem sobre quem somos e sobre o que podemos estar inclinados a ser (e
a consumir). Nossas interações online formam um imenso banco de dados que permite
formular novas estratégias para seguir capturando nossa atenção que nada mais é do que um
bem imaterial extremamente valioso que é vendido pelas plataformas a quem tiver interesse a
dar continuidade – e faturar – com o ciclo infinito que envolve a captura da atenção. Logo, o
conteúdo aparentemente gratuito que muitas plataformas oferecem é o que transforma o
próprio usuário na mercadoria a ser vendida para diversas corporações.
Como bem coloca Zuboff (2017, p. 34), as “populações são as fontes das quais a
extração de dados procede e os alvos finais das ações que esses dados produzem”, ou seja, os
mesmos sujeitos que fornecem dados são as vítimas de estratégias para produzir e modificar
comportamentos que gerem lucro aos clientes de corporações como a Google que, por sua
vez, faz uso de técnicas de vigilância bastante agressivas/invasivas, como varredura de e-
mails, captação de informações de sinais de wi-fi privados (caso do Google Street View),
captura de comunicação de voz, rastreamento dos dados de localização de smartphones e
tecnologias de reconhecimento facial.

Implicações para o ensino de inglês na escola pública

Um importante sinal de que o solucionismo tecnológico e o capitalismo de plataforma


vêm cooperando para o enfraquecimento do cuidado estatal para com a instituição escola
reside nas próprias ações do governo brasileiro. Ainda que o discurso da crise na educação
seja uma constante e que, especialmente, outros tantos discursos tratem da falência do ensino
de inglês na escola pública, as ações mais recentes do governo brasileiro não se prestaram a
repensar a arquitetura do ensino escolar de inglês, mas criaram programas paralelos à escola e à
universidade, como o E-Tec Idiomas, o Idiomas sem Fronteiras (ISF) e o My English Online
(MEO), que nada mais são que MOOCs que retiram o estudante do tempo e do espaço escolar em
que está matriculado para que consiga aprender inglês.

5
Há uma tradição já bastante antiga e, portanto, anterior ao capitalismo de plataforma, de
entregar o espaço do efetivo ensino de inglês às redes privadas, que obviamente são frequentadas
por aqueles estudantes da rede pública que têm condições financeiras de pagar pelas
mensalidades. Diante da negligência estatal, parece-me, assim, que os recursos extraescolares
como aplicativos e canais no YouTube, citados inicialmente, são o que resta àqueles estudantes
que não terão acesso – ou acesso precário – ao ensino de inglês em outros locais.
Abaixo, concentro em quatro tópicos mais algumas implicações do solucionismo
tecnológico e do capitalismo de plataforma para o ensino de inglês:

a) Desescolarização e uberização da carreira docente

Com o processo de reconfiguração das relações de trabalho, promovido em grande


parte pelo capitalismo de plataforma e pelas reformas (neo)liberais na economia e nos direitos
trabalhistas ao redor do mundo, aliado à rápida proliferação de aplicativos para praticamente
qualquer tipo de serviço, nenhuma profissão/função está fora da mira da uberização. Já são
cada vez mais comuns as plataformas que colocam um professor e um aprendiz em contato
direto, fora das instâncias dos sistemas educacionais. Nesses espaços, não há qualquer
exigência quanto à certificação profissional daquele que se coloca na posição de docente, nem
qualquer seguridade inerente a uma carreira profissional tradicional.

b) Big datas e monopólios educacionais

Uma boa hipótese para a inexistência de uma resistência unânime às práticas das
empresas de Big Data pode estar no fato de que elas vêm fidelizando bilhões de usuários em
serviços que fazem parte do cotidiano e dos quais detêm o monopólio da oferta de boa parte.
Ao mesmo tempo, não dependem financeiramente de nenhum de seus usuários, mas sim dos
anunciantes e de outros clientes que se interessem pelos dados que vende. Recentemente
muitos sistemas de ensino vêm aderindo ao pacote de ferramentas Google for Education, o
que acarreta transferir para servidores da Google toda a comunicação interna das instituições,
além das interações entre docentes e estudantes. Tentando prever o futuro, Google for
Education, o uso massivo de apps para aprender inglês e os youtubers que ensinam inglês
certamente são alguns dos elementos que deverão gerar um aglomerado de dados muito eficaz

6
no desenvolvimento de novas soluções que poderão beneficiar, quem sabe, uma big tech com
interesse em monopolizar a educação, removendo-a cada vez mais da esfera pública.

c) Pedagogias culturais que ensinam a consumir a língua inglesa

Quando um youtuber publica um vídeo com dicas de inglês, algumas coisas


acontecem além da transmissão do conteúdo prometido no vídeo. Em primeiro lugar, o
caminho que leva o sujeito até determinado segmento de vídeo é pavimentado por algoritmos
que de alguma forma aprenderam que tipo de conteúdo captura sua atenção. Conquistada a
sua atenção, o sujeito se torna audiência cativa para uma espécie de condução eletrônica de
sua conduta, uma vez que os vídeos produzidos por influencers são pedagógicos também no
sentido em que ensinam estilos de vida e modos de pensar e agir. Da mesma forma, o
influencer frequentemente faz uso de seus vídeos para a inserção de publicidade que muitas
vezes é patrocinada por alguma empresa, mas que também pode se dar de modo não
intencional. Essa publicidade se torna muito potente uma vez que é “ilustrada” e naturalmente
contextualizada pelo conteúdo proposto pelo vídeo que está sendo assistido, algo que um
comercial televisivo de alguns segundos talvez não consiga fazer com tamanha
eficiência. Obviamente, não há nestes casos qualquer obrigação de seguir parâmetros
curriculares, metodologias e políticas educacionais e de abordar questões políticas e culturais
que envolvem as línguas.

d) Questões didático-pedagógicas

O youtuber que promete ensinar “tudo” sobre determinado assunto em um vídeo de 10


minutos se comunica de uma forma diferente daquela utilizada pelo professor que cursou
quatro ou cinco anos de um curso de licenciatura. Obviamente, o docente ainda é o mais
capacitado a propor uma sequência didática baseada em um método que vise à solidificação
ou ao aprofundamento de conhecimentos. No entanto, o youtuber se comunica com a
dinâmica própria da ecologia da atenção, que combina, entre várias coisas, rapidez e estímulo
audiovisual. Desta forma, a ecologia da atenção contribui para a dificuldade de concentração
por longo período e para o aborrecimento quando da realização de tarefas mais “lineares”,
comuns à escola tradicional.

7
É possível concordar sobre a insustentabilidade de se submeter sujeitos
contemporâneos a metodologias gestadas na Modernidade, ou até mesmo antes dela. No
entanto, a participação dos professores no processo de ensino e aprendizagem ainda se faz
muito importante, visto que os aplicativos, por si só, não conseguem implementar uma
abordagem comunicativa em sua relação com o aprendiz. Da mesma forma, é questionável a
maneira descompromissada de estudar que é pregada pelos aplicativos e pelos youtubers. Por
mais que se deseje que a aprendizagem seja agradável, é duvidosa uma construção lógica de
conhecimentos, bem como o aprofundamento deles, se o objetivo mais valorizado do processo
for se divertir.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO-SILVA, Gisvaldo Bezerra. Língua Inglesa: Um Universo Imperativo na


Constituição de Sujeitos Contemporâneos. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação
em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2012.

BRIDLE, James. A nova idade das trevas: a tecnologia e o fim do futuro. São Paulo:
Todavia, 2019.

CITTON, Yves. Da economia à ecologia da atenção. Revista Ayvu v. 5, n. 1 (2018).


Disponível em: <https://periodicos.uff.br/ayvu/article/view/27498>. Acesso em: 10 jun. 2020.

FOUCAULT, Michel. Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

LOVELUCK, Benjamin. Redes, Liberdades e Controle: uma genealogia política da Internet.


Petrópolis: Vozes, 2018.

MOROZOV, Evgeny. Big Tech: a ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo: Ubu
Editora, 2018.

ZUBOFF, Shoshana. Big Other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização
da informação. In: Tecnopolíticas da Vigilância. Org. Fernanda Bruno et al. Trad. Heloísa
Mourão et al. São Paulo: Boitempo, 2017.

Você também pode gostar