Você está na página 1de 11

RESUMO MICROBIOLOGIA – ESTUDO DIRIGIDO Jaque

2. O ÁLCOOL 70% possui concentração ótima para o efeito bactericida, porque a


desnaturação das proteínas do microrganismo faz-se mais eficientemente na presença da água,
pois esta facilita a entrada do álcool para dentro da bactéria e também retarda a volatilização do
álcool, permitindo maior tempo de contato. Nesta concentração, o etanol destrói bactérias
vegetativas, porém esporos bacterianos podem ser resistentes. Fungos e vírus (envelopados,
como o vírus Influenza H1N1) também são destruídos pelo álcool.
Prováveis efeitos: Em primeiro lugar, o álcool destrói a membrana celular externa por
desidratação, afinal o álcool é higroscópico e hidrofílico. Em segundo lugar, as moléculas de
álcool penetram no citoplasma e, como resultado, precipitam as proteínas devido à desnaturação.
Em terceiro lugar, causa coagulação de enzimas responsáveis por atividades celulares
essenciais. Quando se utiliza o álcool (etanol) 99,6% para desinfecção, ocorre uma coagulação
extremamente rápida, não havendo penetração no interior da célula e, portanto, não matando o
micróbio. Essa atuação ineficaz ocorre devido à rápida volatilização do etanol nessa
concentração.

Esterilização de materiais por meios químicos


Formaldeído
  Esse método de esterilização possui função fungicida, virucida, bacteriana e, após 18
horas agindo, também possui ação esporicida. Ele é um gás incolor com forte odor, além de ser
cáustico para a pele e carcinogênico. Pode ser encontrado em fórmulas aquosa e alcoólica. Sua
grande desvantagem é a lentidão do processo, que pode levar até 18 horas para a esterilização.
  O formaldeído é indicado para processamento de materiais críticos, como cateteres,
drenos e tubos de borracha, náilon, teflon, PVC, poliestireno (em ambas as formulações),
laparoscópios, artroscópios e ventriloscópios, enxertos de acrílico – apenas na formulação
aquosa.
Glutaraldeído
  Com potente ação biocida, bacteriana, virucida, fungicida e esporicida, a esterilização
através do glutaraldeído pode ser encontrada em solução aquosa. A atividade esporicida se deve
ao fato de o glutaraldeído reagir com a superfície do esporo, provocando o endurecimento das
camadas externas e a morte do esporo, para que ocorra esta ação deve-se utilizar a imersão por
um longo período, de mais de 8 horas. Esta solução apresenta a desvantagem da toxicidade para
manipulação pelos profissionais. A exposição pode induzir asma em alguns indivíduos e causar
dermatite de contato.
  Esse processamento é indicado para a esterilização de materiais termossensíveis. Opte
por esse método ao esterilizar enxertos de acrílico, drenos e tubos de poliestireno. O
glutaraldeído também é indicado para a limpeza de equipamentos como endoscópios, conexões
respiratórias, equipamentos de terapias respiratórias, dialisadores e tubos de espirometria.
Óxido de etileno
  Um dos métodos mais eficientes na hora da esterilização de materiais, por preservar sua
composição, é o processamento por óxido de etileno. Ele é indicado principalmente para
materiais hospitalares que não podem ser expostos ao calor ou a agentes líquidos, como
instrumentos de uso intravenoso e cardiopulmonar, por exemplo.
Sua base é o óxido de etileno – C 2H4O, um gás incolor e altamente inflamável. Para que o
processo seja eficaz, esse tipo de esterilização age conjuntamente com a umidade relativa. Isso
ocorre porque, com o aumento da umidade, também é aumentada a eficácia da esterilização.
Sua ação de grande efeito se deve ao fato de o óxido de etileno reagir com a parte
sulfídrica da proteína do sítio ativo no núcleo do microrganismo, impedindo assim sua
reprodução. Isso faz com que essa seja uma das formas mais seguras e eficazes de esterilização
de materiais hospitalares. O que torna a esterilização por óxido de etileno a melhor forma de
processar materiais, principalmente os hospitalares, devido ao seu custo/benefício.
Peróxido de hidrogênio
O peróxido de hidrogênio, também conhecido como água oxigenada, é um potente
esterilizante e desinfetante. Entretanto, esse processo não é indicado para alguns materiais por
ter alta ação corrosiva. Sua ação é mais eficaz em materiais termossensíveis, como capilares
hemodializadores e lentes de contato. Essa substância pode ser encontrada em uma
concentração de 3% a 6%.

Ácido peracético
  Indicado para a esterilização de materiais termossensíveis que possam ser totalmente
imersos no líquido. O ácido peracético tem ação esporicida em temperaturas baixas, mesmo
quando há matéria orgânica. O processo não é indicado para esterilização de materiais de
alumínio anodizado, por questões de incompatibilidade. Quando esterilizados por meio desse
processo, os materiais devem ser usados imediatamente.
Calor seco: Atua sobre os microorganismos provocando a oxidação dos constituintes
celulares orgânicos e a desnaturação e coagulação das proteínas.
Calor úmido: Atua também desnaturando e coagulando as proteínas das células
microbianas, mas a água vai influenciar a destruição das membranas e enzimas pois pode induzir
a destruição das ligações de hidrogénio, o que vai tornar estes processos mais eficazes e diminuir
o tempo de exposição. O calor úmido é o processo mais eficiente devido ao maior poder de
penetração do vapor d'água.
Temperatura: O calor é um dos mais importantes métodos para o controle do crescimento
para eliminar os microrganismos. Acima da temperatura ideal de crescimento o calor vai
promover a desnaturação de proteínas estruturais e enzimas, levando a perda da integridade
celular à morte. O calor seco elimina os microrganismos também por processo de oxidação. O
calor úmido na forma de vapor tem o maior poder de penetração e eliminar as formas vegetativas
dos procarióticos, vírus e fungos e seus poros. Aplicação: pasteurização em indústria de bebidas,
laticínios.
Radiação: Ionizantes: Utilizam radiações gama, mas tem um custo elevado. Formam
radicais superativos e destroem o DNA. Utilizado para esterilização de produtos cirúrgicos. Não-
ionizantes: A mais empregada é a luz ultravioleta, que altera o DNA através da formação de
dímeros. As lâmpadas germicidas são de baixo poder de penetração. Aplicação: indústria de
enlatados.
Filtração: A passagem de soluções ou gases através de filtros retém os microorganismos,
então pode ser empregada na remoção de bactérias e fungos, entretanto, passarão a maioria dos
vírus. Aplicação: descontaminação do ar, em fluxos laminares e sistema de ventilação.
Dessecação: Este é um método para preservação de microrganismos. Sabe-se que na
ausência de água alguns microrganismos têm o seu metabolismo reduzido e até ausente, porém
permanecem viáveis. Através da liofilização a água é removida do interior das células e os
microrganismos são preservados em condições especiais de armazenamento e temperatura.
Aplicação: massas alimentícias, leite em pó.
Remoção de oxigênio: na autoclave gravitacional o ar é removido por gravidade e sai por
um ralo na parte inferior da câmera a medida que o vapor é injetado. Na autoclave com sistema
de vácuo o ar é previamente removido, quando o vapor entra penetra instataneamente o material.
Ambos os processos desnaturam e coagulam as proteínas causando a morte microbiana.
Aplicação: esterilização de equipamentos odontológicos, industrias de café e enlatados.
Vibração ultrassônica: Vibrações ultra-sônicas em alta freqüência que levam o
rompimento da célula, despolimerização de compostos e quebras do DNA. Aplicação: estação de
tratamento de água.

Assepsia: O termo assepsia se refere à ausência de micróbios ou de infecção.


Antissepsia: Antissepsia é um conjunto de técnicas de esterilização que visam evitar a
proliferação de microrganismos patogênicos, responsáveis por provocar doenças infecciosas, por
exemplo.
Degermação: é o ato de redução ou remoção parcial dos microrganismos da pele, ou
outros tecidos por métodos quimio-mecânicos. É o que se faz quando se faz a higienização das
mãos usando água, sabão e escova (manilúvio).
Fumigação: Fumigação é um tipo de controle de pragas através do tratamento químico
realizado com compostos químicos ou formulações pesticidas (os chamados fumigantes) voláteis
(no estado de vapor ou gás) em um sistema hermético, visando a desinfestação de materiais,
objetos e instalações que não possam ser submetidas a outras formas de tratamento.
Esterilização: Esterilização é a destruição de todas as formas de vida microbiana (vírus,
bactérias, esporos, fungos, protozoários e helmintos) por um processo que utiliza agentes
químicos ou físicos.
Esterilizante germicida: Substância química que mata formas vegetativas de
microrganismos (não necessariamente os patogênicos). Nem sempre extermina as formas
esporuladas.
Sanitização: conjunto de medidas adotadas na indústria alimentícia para fabricação de
produtos dentro das condições higiênicas indispensáveis.
Desinfetantes: são substâncias que são aplicadas em superfícies não vivas para destruir
os microrganismos que vivem nesses objetos.
Limpeza: A limpeza é um processo pelo qual se suspende ou dissolve a sujidade em
água, geralmente. Destina-se a eliminar todos os materiais indesejáveis (resíduos alimentares,
microrganismos, incrustações, gorduras, etc.) que se encontram nos equipamentos, utensílios,
deixando-os limpos e sem vestígios dos agentes de limpeza.
Flambagem: aquece-se o material, principalmente fios de platina e pinças, na chama do
bico de gás, aquecendo-os até ao rubro. Este método elimina apenas as formas vegetativas dos
microrganismos, não sendo portanto considerado um método de esterilização.
PRINCÍPIOS ATIVOS USADOS COMO DESINFETANTES
Formaldeído: Como desinfetante é mais utilizado a formalina, solução em água a 10% ou em
álcool a 8%, sendo bactericida, tuberculicida, fungicida e viruscida após exposição de 30 minutos
e esporicida após 18 horas. Não pode ser utilizado como agente de assepsia, pois é corrosivo,
tóxico, irritante de vias aéreas, pele e olhos.
Iodo: Além do uso como antisséptico pode ser usado na desinfecção de vidros, ampolas, metais
resistentes à oxidação e bancadas. A formulação pode ser de álcool iodado, contendo 0,5 e 1,0 %
de iodo livre em álcool etílico de 77% (v/v), que corresponde a 70% em peso ou iodóforos na
concentração de 30 a 50 mg/L de iodo livre. O (PVPI) Iodopovidona pode ser utilizado na
assepsia das mãos, regiões para injeção, campos cirúrgicos etc. Não se recomenda o uso em
mucosas (ex. boca, olhos, ânus etc.).
Cloro: O hipoclorito está indicado para desinfecção e descontaminação de superfícies e de
artigos plásticos e borracha. Também é utilizado em superfícies de áreas como lavanderia,
lactário, copa, cozinha, balcões de laboratório, banco de sangue, pisos etc. É um agente
desinfetante de amplo espectro, barato, não tóxico dentro de suas especificações (utilizar
equipamento de proteção individual como máscara, óculos, luvas e aventais).
Álcool: O álcool é amplamente usado como desinfetante, tanto o álcool etílico, 70% (p/v), como o
isopropílico, 92% (p/v), por terem atividade germicida, menor custo e pouca toxicidade, sendo que
o álcool etílico tem propriedades germicidas superiores ao isopropílico. O seu uso é restrito pela
falta de atividade esporicida, rápida evaporação e inabilidade em penetrar na matéria proteica. É
recomendável para desinfecção de nível médio, com tempo de exposição de 10 minutos, sendo
recomendáveis três aplicações intercaladas pela secagem natural. A concentração ideal é da
faixa de 60% a 90%. O mecanismo de ação do álcool depende de sua concentração. 

4. Microrganismos Deteriorantes
São microrganismos causadores de alterações químicos prejudiciais nos alimentos, como
a cor, sabor, odor, textura e aspecto do alimento. Isso acontece por causa da consequência das
atividades metabólicas dos microrganismos, que tenta expandir a espécie. Esses são divididos
em três grupos: bolores, leveduras e bactérias.
Bolores, pode ter crescimento dos fungos através das condições atmosférica, nas
temperaturas quente (acima de 25°C) e úmida (70% a 100% de umidade), isso ocorre porque os
esporos são numerosos e amplamente encontrados. As leveduras têm como exemplo os
Saccharomyces cerevisiae ele é um microrganismo útil nas indústrias de panificação e bebidas,
utilizado assim como fermento biológico. Mas eles também são inúteis para muitos alimentos
como frutas, maioneses, mel e etc. Um tipo de bactéria deteriorante é a Escherichia coli
encontradas na água ou em alimentos contaminadas por fezes. São anaeróbias facultativas, ou
seja, usam oxigênio para obter energia e ainda podem crescer sem o oxigênio.
Gram – negativos: Bactérias dos gêneros Pseudomonas, Alteromonas, Shewanella e
Aeromonas deterioram produtos lácteos, carne vermelha, carne de galinha, peixes e ovos durante
a estocagem em frio. Existem vários mecanismos de deterioração, incluindo a produção de
proteases e lipases termoestáveis, as quais produzem aromas e sabores desagradáveis no leite
mesmo após a morte de microrganismos pela pasteurização.
Gram-positivos formadores de esporos: Bacillus e Clostridium são importantes gêneros
bacterianos deteriorantes d e alimentos processados termicamente. B. cereus cresce em leite
pasteurizado a 5oC e podem produzir coalho doce (coagulação da renina, sem acidificação) e a
nata fina. Em enlatados, o B. sthearothermophilus causa a deterioração ácida sem estufamento
(“flat sour”). C. thermosaccharolyticum é um microorganismo termofílico e produz gases na
deterioração. Desulfotomaculum nigrificans produz sulfito de hidrogênio, o qual causa
estufamento com mau cheiro.
Gram-positivos não formadores de esporos: As bactérias do ácido lático e Brocothrix
thermosphacta são bastonetes gram-positivos que deterioram carnes estocadas em embalagens
com atmosfera modificada ou em embalagens a vácuo. Acetobacter spp. e Pediococcus spp.
podem produzir uma camada limosa espessa em cervejas. Esses organismos também podem
produzir ácido lático em vinho, causando gosto amargo.

5. Métodos de conservação de alimentos


Os processos de conservação baseiam-se na destruição total ou parcial dos
microrganismos capazes de alterar o alimento, ou na modificação, ou eliminação de um ou mais
fatores (intrínsecos ou extrínsecos) que são essenciais, de modo que o alimento não se torne
favorável ao desenvolvimento microbiano. Também podem ser incorporadas aos alimentos
substancias inibidoras, que impedem a multiplicação. No tratamento térmico utilizam-se
temperaturas que eliminam os microrganismos, destruindo parte ou toda a microbiota. Outros
métodos procuram dificultar a multiplicação, como no caso do frio, do sal, do açúcar e a retirada
do ar. Na fermentação (picles, iogurte) ocorre desenvolvimento de acidez, que inibe o
crescimento da maioria dos microrganismos.
Uso de Calor: O calor elimina as células microbianas quando submetidas a uma temperatura
letal. Essa temperatura varia de acordo com a espécie do microrganismo e com a forma em que
se encontra. As células vegetativas dos microrganismos são destruídas à 60ºC. Os esporos são
inativados em temperaturas superiores a 100ºC.  A inativação das células vegetativas e dos
esporos pelo calor úmido decorre da desnaturação de proteína incapacitando a célula de se
multiplicar. O calor seco age nas células por oxidação dos componentes celulares. Os esporos
são mais resistentes em função de seu maior grau de desidratação.
O calor é utilizado em vários métodos de conservação e preparo dos alimentos, tais como:
cocção, pasteurização, esterilização, secagem e concentração. Nestes métodos ocorre a
eliminação total ou parcial dos microrganismos de acordo com o grau do tratamento térmico dado
ao alimento. Cocção é um processo de uso de temperaturas altas largamente utilizado, para o
preparo final do produto, antes do consumo. São várias as formas de cocção usadas: fervura;
fritura; assamento.
Pasteurização tratamento térmico que elimina parte da flora microbiana presente no alimento,
empregando T< 100ºC, sendo utilizado nos seguintes casos:
a)      Visando eliminar os germes patogênicos – que é o caso do leite pasteurizado. O tratamento
é feito a 72 -75 ºC por 15 – 20 min. (HTST – alta temperatura baixo tempo) ou a 60 – 65 ºC por 30
min. (LTLT – baixa temperatura alto tempo). Visando a eliminação da coxiella burnetii; destruição
de bactérias do grupo coliforme; reduz bastante a contagem de outros microorganismos não
patogênicos. Alguns microrganismos psicrotrofícos podem resistir a pasteurização.
b)      Visando eliminar deteriorantes e patogênicos capazes de se desenvolver no produto – é o
caso dos alimentos ácidos (pH entre 4,0 e 4,5, ex: tomate; cogumelos; palmitos) e dos muitos
ácidos (pH < 4,0 ex: picles e sucos de frutas).
Nesses alimentos os patógenos não sobrevivem ou não se desenvolvem. Os deteriorantes como
leveduras, bolores, bactérias láticas e acéticas são destruídas pelo calor (faixa 60 – 90 ºC).
Deteriorantes como Bacillus Coagulans e certas espécies de Clostridium, os esporos desses
microorganismos não são muito resistentes, mas podem se desenvolver no produto. Nestes
casos são usadas temperaturas de 100ºC (banho Maria).
Esterilização tem por finalidade a destruição total dos microorganismos presentes. Com isso
implica a eliminação dos esporos bacterianos, são necessários temperaturas elevadas, acima de
100ºC o que se consegue com o uso das autoclaves, que trabalham com o calor sob pressão.
Secagem ocorre a eliminação da água pelo calor, que pode ser conduzido através do ar quente
usado para produção de massas alimentícias, desidratação de vegetais e de carnes (temperatura
entre 45 – 85ºC) ex: produção de leite em pó e de café em pó (180 – 230ºC).
Concentração é um processo que remove parte da água (30 – 60%) dos alimentos, diminuindo a
Aa dos mesmos. É usada para produção de sucos concentrados, doces, em massa, molhos de
tomate, catchup, geleias e outros
Uso do Frio: o frio é bastante utilizado na conservação dos alimentos perecíveis, tanto os de
origem animal como vegetal.
Refrigeração: Na refrigeração utilizam-se temperaturas superiores às do ponto de congelamento.
Pode ser usada como meio de conservação básica (carnes e pescados frescos), como
conservação temporária até que aplique outro método (leite cru) ou ainda como método de
conservação complementar (leite pasteurizado). A refrigeração não pode ser considerada como
forma de eliminação de microrganismo.
Congelamento: Utilizam-se temperaturas mais baixas do que na refrigeração (-10 à -40ºC). No
processo de congelamento ocorre uma redução da população microbiana. A morte dos
microrganismos decorre, principalmente devido aos cristais de gelo formados na célula; a
desnaturação das enzimas; a perda de gases da célula.
Salga: O sal provoca a diminuição da Aa dos alimentos, aumentando a conservação. Os
alimentos salgados podem ser mantidos a temperatura ambiente (bacalhau; charque).
Uso do Açúcar: Funciona aumentando a pressão osmótica, diminuindo a Aa, criando um
ambiente desfavorável para multiplicação das bactérias e para alguns bolores e leveduras,
exemplo geleias; doces; frutas cristalizadas; leite condensado; mel e etc.
Fermentação baseia-se na modificação das características da matéria-prima, por ação de
microrganismos dando origem a um produto mais estável em decorrência de compostos
produzidos durante a fermentação (ácido lático; ácido acético; etanol). Os ácidos além de
atuarem provocando a morte dos microrganismos não podem se desenvolver, inclusive os
patogênicos.
Uso de Aditivos: são substâncias aprovadas para serem utilizadas nos alimentos com diversas
modalidades: melhorar sua coloração, textura, aroma, bem como conservá-los por um tempo
maior.
Irradiação:  as radiações na faixa do ultravioleta (200 – 280 nm), são empregadas para inativar
microrganismos da parte superficial dos alimentos, de embalagens ou mesmo de superfícies que
entram em contato com os alimentos.
Defumação: é empregada como processo de conservação para conferir sabor e aroma
característicos a certos produtos.

6. INTOXICAÇÃO ALIMENTAR: causadas pela ingestão de alimentos que contém toxinas


microbianas produzidas durante a multiplicação dos microrganismos no alimento. Sintomas
ocorrem algumas horas após a ingestão do alimento.
Principais sintomas: náusea, vômito, dor de cabeça, dor abdominal, diarreia, dor muscular e
prostração.
Principais bactérias: Clostridium botulinum, staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Vibrio
cholerae, Escherichia colienterotoxigênica, Campylobacter jejuni, etc.. e fungos produtores de
micotoxinas.
Origem: enlatados, alimentos conservados em vidros e potes, curados e que necessitem de
atmosfera modificada.
INFECÇÃO ALIMENTAR: causada pela ingestão de alimentos contendo células viáveis de
microrganismos patogênicos. Os microrganismos colonizam o intestino e se desenvolvem,
podendo ainda invadir a mucosos e tecidos, produzindo toxinas. Normalmente, os sintomas
demoram para se manifestar devido ao período de incubação.
Sintomas: diarreia, dores abdominais e grande quantidade de gases.
Principais bactérias: Salmonella, Shigella, Escherichia coli invasora, Yersinia enterocolitica.
Origem: carnes (bovina e aves), molhos em temperatura ambiente, alimentos á base de ovo não
cozido.

7. A fermentação é um processo de obtenção de energia que ocorre sem a presença de gás


oxigênio, portanto, trata-se de uma via de produção de energia anaeróbia. Nesse processo, o
aceptor final de elétrons é uma molécula orgânica. Essa via é muito utilizada por fungos, bactérias
e células musculares esqueléticas de nosso corpo que estão em contração vigorosa.
A fermentação ocorre no citosol e inicia-se com a glicólise, quando ocorre a quebra de glicose
em duas moléculas de piruvato. Percebe-se, portanto, que inicialmente esse processo é
semelhante à respiração celular.
O piruvato recebe elétrons H + provenientes do NADH e transforma-se em ácido láctico, que
posteriormente é eliminado pela célula. Ele pode também se transformar em álcool e CO 2, que
também são posteriormente eliminados. A substância a ser produzida depende do organismo em
que o processo ocorre. Quando o piruvato é transformado em ácido láctico, dizemos que ocorreu
uma fermentação láctica; mas quando se transforma em álcool, a fermentação é chamada
de alcoólica. Tanto na fermentação alcoólica quanto na lática o NADH doa seus elétrons e é
convertido em NAD+.
A fermentação láctica é comum em células musculares, bactérias, protozoários e fungos, sendo
usada para a produção de iogurte, coalhada e queijos. Já a fermentação alcoólica é normalmente
realizada por leveduras e bactérias, sendo bastante explorada economicamente pelo homem,
principalmente para a fabricação de alimentos como o pão e de bebidas como a cerveja, vinho
e destilados.
O rendimento da fermentação é bastante pequeno quando comparado ao da respiração
celular. Enquanto nesse processo é obtido apenas 2 ATP, na respiração, temos um saldo
final de 30 ATP.

19. O que são bactérias Gram-positivas e Gram-negativas?


Bactérias Gram-positivas são aquelas cujas paredes celulares não perdem a cor azul-
arroxeada quando submetidas a um processo de descoloração depois de terem sido coloridas
pela violeta de genciana. As que assumem um tom róseo-avermelhado quando submetidas ao
mesmo processo são ditas Gram-negativas.
A técnica de Gram consiste em submeter esfregaços de pus ou outras secreções
orgânicas contendo bactérias a agentes químicos específicos, os quais permitem diferenciar
bactérias com diferentes estruturas de parede celular a partir das colorações que estas adquirem.
O método submete uma amostra bacteriana à violeta de genciana, fixando-a, em seguida, pelo
lugol. Todas as bactérias absorvem e fixam o corante e adquirem uma coloração violácea. Segue-
se então um processo de descoloração pelo etanol-acetona. O solvente descolore as membranas
externas de algumas bactérias (as Gram-negativas), e não descolore outras (as Gram-positivas).
A retenção ou não do corante é dependente das propriedades físicas e químicas das paredes
celulares bacterianas tais como espessura, densidade, porosidade e integridade e isso determina
a sensibilidade delas às medicações. As bactérias Gram-positivas têm paredes simples e as
Gram-negativas têm estrutura mais complexa.
Quais são as vantagens de estabelecer a diferença entre bactérias Gram-positivas e
Gram-negativas?
A técnica de coloração das bactérias ajuda a reconhecer as características de cada caso
de infecção e determinar os tratamentos mais convenientes. Cerca de 90 a 95% das bactérias
Gram-negativas são patogênicas e muitas Gram-positivas são não patogênicas e algumas,
inclusive, são úteis. As paredes mais complexas das bactérias Gram-negativas as tornam mais
resistentes e dificultam que os antibióticos e outros medicamentos adentrem em seu interior.
Além disso, as bactérias Gram-negativas geralmente são mais ameaçadoras do que as Gram-
positivas por terem uma maior virulência e serem ou se tornarem mais facilmente resistentes aos
antibióticos. A técnica de Gram tem também uma grande importância clínica porque permite que
as bactérias associadas a infecções sejam prontamente caracterizadas como Gram-positivas ou
Gram-negativas, o que permite monitorar a infecção e adotar certas opções de tratamento,
mesmo antes que seja feita uma cultura.
Diferença entre bactéria Gram-positiva e Gram-negativa
Há diferentes graus de permeabilidade na parede dos microrganismos Gram-positivos e
Gram-negativos. As bactérias Gram-positivas retêm o cristal violeta devido à presença de uma
espessa camada de peptidoglicano (polímero constituído por açúcares e aminoácidos que
originam uma espécie de malha na região exterior à membrana celular das bactérias) em suas
paredes celulares, apresentando-se na cor roxa. Já as bactérias Gram-negativas possuem uma
parede de peptidoglicano mais fina que não retém o cristal violeta durante o processo de
descoloração e recebem a cor vermelha no processo de coloração final.
Como agem patogenicamente as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas?
As bactérias agem patogenicamente por meio de toxinas. As toxinas das bactérias
patogênicas são substâncias que causam danos aos tecidos animais. Elas são de dois
tipos: endotoxinas e exotoxinas. As endotoxinas são secretadas exclusivamente pelas bactérias
Gram-negativas, geralmente estão ligadas à membrana externa da parede da célula, só sendo
liberadas após destruição das mesmas. Quando ocorre o rompimento da célula bacteriana e
liberação da toxina, há uma resposta do sistema imune que pode causar febre, dores, choques e
vasodilatação. Em grandes quantidades, a toxina pode levar à septicemia e à morte. Já
as exotoxinas podem ser produzidas tanto por bactérias Gram positivas, quanto por bactérias
Gram negativas.
 Gram-positivos: Stafilococcus aureus, Lactobacillus spp, Streptococcus pyogenes,
Streptococcus pneumoniae, Clostridium tetani e Enterococcus faecalis.
 Gram-negativos: Pseudomonas aeruginosa, Haemophilus influenzae, Escherichia coli,
Helicobacter pylori, Vibrio cholerae, Treponema pallidum, Salmonella, Shigella.

8. A shigelose, também conhecida como disenteria bacteriana, é uma forma de intoxicação


alimentar com diarréia sanguinolenta, que tem como agente etiológico a bactéria do
gênero Shigella.
As Shigella são bactérias gram-negativas, imóveis, anaeróbicas facultativas, pertencentes
à família Enterobacteriaceae. Dentre elas, existem diversas espécies que podem
causar disenteria, como S. dysenteriae (sintomas mais graves), S. flexneri, S. boydiie S.
sonnei (menos grave).
Ao contrário de outros patógenos que habitam o intestino, as Shigella são altamente
invasivas. Estas bactérias produzem a Exotoxina ShT1 responsável por destruir ribossomos das
células nas quais se hospedam, bloqueando a síntese protéica e matando, assim, a célula.
Adquire-se a infecção por meio da ingestão de água contaminada ou alimentos
contaminados. Também foi demonstrado que essa bactéria pode ser transmitida por contato
pessoal. Sua ocorrência se dá mais comumente em países em desenvolvimento, pois sua
transmissão é eficazmente combatida pelas medidas básicas de higiene. Nos países
desenvolvidos, é responsável por aproximadamente 7% dos casos de intoxicação alimentares.
Infectam apenas os seres humanos, sendo necessárias serem ingeridas apenas algumas
centenas para provocarem a doença.
O período de incubação dessa bactéria varia de 12 a 48 horas. Depois de ingerida, a
bactéria irá invadir as células intestinais, destruindo-as e, consequentemente, levará à perda de
capacidade de absorção de água por parte delas, e à hemorragia dos vasos locais, com perda
adicional de muco acentuada após a destruição das células caliciformes. O resultado dessa
destruição é a diarreia sanguinolenta e mucóide, denominada disenteria. Essa diarreia vem
acompanhada de febre, dores intestinais e dor ao evacuar as fezes (tenesmo). Os principais
riscos são a extensão da hemorragia e a peritonite, bem como a excessiva desidratação. Outras
manifestações clínicas também podem acompanhar o quadro, como náuseas, vômitos, cefaléia,
convulsões nas crianças e mialgia.

10. Escherichia Coli, também conhecida como E. coli, é uma enterobactéria que vive no
intestino dos animais que mantem a temperatura corporal interna constante, inclusive dos seres
humanos.
Características principais
Possui formato de bastonete; possuem vários flagelos em volta da célula; possuem adesinas que
facilitam sua fixação, impedindo saírem do corpo através da urina ou fezes.
Como ela entra no corpo humano:
Através do consumo de água e alimentos contaminados. Por isso, é importante cozinhar muito
bem os alimentos e lavar frutas e vegetais antes do consumo. Consumir carne de boa
procedência também é uma medida importante. Devemos também lavar muito bem as mãos
antes de cada refeição e após usar o vaso sanitário.
Principais doenças causadas pela E.Coli nos seres humanos 
A Escherichia Coli pode habitar o intestino humano de forma natural sem causar problemas. Ela
até colabora com o funcionamento correto do trato digestivo, atuando no processo de absorção
dos nutrientes. Porém, quando sai do intestino e vai para outras partes do organismo humano,
pode provocar várias doenças. Existem várias cepas de Escherichia Coli, sendo a maioria
inofensiva. Porém, algumas são patogênicas e podem causar doenças nos seres humanos.
Gastrenterite (diarreias); Infecção urinária.

11. As bactérias do gênero Staphylococcus apresentam coloração Gram-positiva e são


consideradas agentes patogênicos para os humanos. Organizam-se em grupos que se
assemelham à cachos de uvas, com formas esféricas de cocos.
Os representantes deste grupo são anaeróbios facultativos, vivem muito bem com ou sem
oxigênio. Porém, se o meio em que estiverem não fornecer oxigênio e tiver uma temperatura por
volta de 37°C, o seu desenvolvimento será potencializado. E é exatamente isso que preocupa
muitos pesquisadores: esse desenvolvimento otimizado por uma temperatura equivalente à do
corpo humano. Os estafilococosque são patogênicos trazem muitos prejuízos, entre eles está
a coagulação sanguínea. Mas podem formar abscessos, supurações e outras infecções que
podem evoluir para uma septicemia. As mais importantes espécies são:
 Staphylococcus aureus
 Staphylococcus epidemidis
 Staphylococcus saprophyticus
São organismos fáceis de cultivar, pois não precisam de um alimento específico para isso,
apenas que este alimento seja rico em nutrientes. Outro ponto preocupante é que desde que
foram descritas oficialmente, essas bactérias eram sensíveis aos antibióticos.
É quase impossível se defender dos estafilococos, eles estão por toda parte e pela extensão
do nosso corpo principalmente. Com isso, a transmissão pessoa-pessoa é inevitável, mas a
higiene é necessária para tentar conter uma eventual proliferação agressiva e anormal dos
estafilococos.
A intoxicação alimentar é um problema sério, especialmente a causada pela endotoxina
estafilocócica termoestável. Ocorre através do consumo de alimentos lácteos (matriz e derivados
do leite) contaminados. Mas outros alimentos que são ricos em nutrientes também são o habitat
ideal para essas bactérias. A manipulação sem a higiene adequada das mãos é substancialmente
um fator determinante para a dissipação dos estafilococos.

12. As salmonelas são bactérias Gram negativas não esporuladas e móveis pertencentes à
família Enterobacteriáceas.
Espécies: Este gênero de bactéria apresenta-se em três espécies: Salmonella typhi, Salmonella
choleraesuis e Salmonella enteridtis. Esta última apresenta mais de 1400 variações.
Com exceção da Salmonella typhi, quee afeta aos seres humanos provocando a febre
tifóide, a maioria são patogênicas tanto para os homens quanto para os animais.
Doenças provocadas: Nos seres humanos as salmonelas são responsáveis por diferentes
quadros clínicos (doenças provocadas) como a febre tifóide e paratifoidea, gastrenterite por
salmonela, infecções localizadas, etc.
Fontes de transmissão: Entretanto, existem pessoas que podem sofrer quadro de infecção
assintomática, ou, ainda, ser portadoras transitórias ou crônicas, sendo as responsáveis pela
disseminação dos bacilos. As principais fontes de transmissão de salmonela são os alimentos
contaminados.

13. Clostridium é um gênero de bactérias firmicutes, Gram-positivas. Têm a forma de


bastonetes e o nome do grupo provém da palavra grega kloster, que significa roca.
As espécies de Clostridium são anaeróbias estritos e aero tolerantes. Produzem
endósporos e são ubiquitárias, vivendo no solo, água, flora do trato gastrointestinal do Homem e
diversos animais. Algumas espécies de Clostridium são patogênicas, ou seja, agentes
causadoras de doenças.As bactérias do gênero Clostidium também são responsáveis pela
fixação de nitrogênio no solo

14. Bacillus são bactérias com forma de bastonetes, Gram-positivas, obrigatoriamente ou


facultativamente aeróbias, catalase positivas, produtoras de endósporos (esporos internos à
bactéria) e de muitas enzimas, algumas tóxicas.
Seus principais representantes incluem:
Bacillus anthracis, causador do antrax e usado como arma biológica;
Bacillus cereus, causador de gastroenterite e outras infecções;
Bacillus thuringiensis usado em milho e algodão transgênico, por seus efeitos pesticidas;
Bacillus amyloliquefaciens, usado como fonte da ribonuclease "barnase" um antibiótico natural, de
alfa-amilase utilizada na hidrólise de amido, da protease subtilisina utilizada como detergente e da
enzima de restrição BamH1 utilizado na pesquisa de DNA.
Bacillus subtilis é muito usado como modelo, por seu grande tamanho, fácil cultivo, por não
causar doenças e por já haver sido amplamente estudada. É facilmente encontrada em comida
estragada.
A palavra bacilo, de uma forma mais geral, também pode ser usada para designar bactérias em
forma de bastonetes, não necessariamente pertencentes ao género Bacillus.

Você também pode gostar