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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Bacharelado em Administração

PAULO CÉSAR MALHEIRO

A EDUCAÇÃO CORPORTATIVA COMO UM PROJETO


BILÍNGUE PARA LINGUAGEM DE DOMÍNIO ESPECÍFICO

Rio de Janeiro
Dezembro de 2017
PAULO CÉSAR MALHEIRO

A EDUCAÇÃO CORPORTATIVA COMO UM PROJETO


BILÍNGUE PARA LINGUAGEM DE DOMÍNIO ESPECÍFICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Estácio de Sá, Campus Recreio, como
requisito parcial para conclusão do curso de
Administração.

Orientação: Prof. MSc Paulo Henrique Mendonça


Rodrigues

Aprovação: _________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Rio de Janeiro
Dezembro de 2017
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A EDUCAÇÃO CORPORTATIVA COMO UM PROJETO BILÍNGUE PARA


LINGUAGEM DE DOMÍNIO ESPECÍFICO

Paulo César Malheiro (1)


Paulo Henrique Mendonça Rodrigues (2)

Resumo

O acesso democrático à informação e ao conhecimento através de recursos digitais tem


fomentado o aprendizado autoeducativo de línguas estrangeiras propiciando maior rapidez e
praticidade na sua aquisição. Contudo, tais recursos, na sua maioria, se limitam ao Inglês
geral, e as instituições de ensino bilíngue no país, com um enfoque um tanto limitado em
E.S.P (English for Specific Purpose), concentram quase todo o seu mercado em programas
acadêmicos, seu carro chefe. As organizações, em contrapartida, estão atualmente inseridas
num contexto cada vez mais informacional resultante da globalização e do avanço
tecnológico, o que vem aumentando significativamente a procura por profissionais
capacitados a desenvolverem uma comunicação bilíngue em setores e contextos que
demandam uma linguagem de domínio específico, ou seja, a expectativa das organizações
está além da real competência linguística bilíngue adquirida pelos colaboradores no sistema
educacional externo. O objetivo deste artigo é descrever como a Educação Corporativa pode
contribuir para uma transformação nesse cenário, viabilizando, exclusivamente, a
comunicação bilíngue em setores específicos das organizações. O método de pesquisa
utilizado para fundamentar o objeto deste estudo é oriundo de revisão bibliográfica, artigos
científicos e da experiência pedagógica no campo da educação bilíngue vivenciada pelo autor,
fontes que sustentam o teor deste estudo e justificam a importância de uma análise mais
profunda sobre o tema.

Palavras-chave: Organizações, Educação Corporativa, comunicação bilíngue, setores


específicos.

(1) Paulo César Malheiro – Bacharelado em Administração – professorpaulolink@gmail.com


(2) Professor Orientador – paulohenrique@enriqueser.com.br
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Introdução

Nos últimos tempos, as organizações passaram a enfrentar inúmeras transformações e


oscilações oriundas da instabilidade de seu micro e macro ambientes. O sucesso empresarial
se resume numa equação composta por três variáveis: planejamento estratégico, satisfação do
cliente e valorização do capital intelectual, cuja incógnita recai principalmente sobre a última.
O ritmo acelerado da tecnologia em conjunto com um ambiente cada vez mais informacional
consolida esse cenário fazendo com que as empresas apostem todos os seus esforços na
capacitação e no desenvolvimento dos seus colaboradores, elementos chaves para o alcance
dos seus objetivos.
Sob tal perspectiva, as organizações veem o crescimento significativo de um
intercâmbio cada vez mais globalizado e multicultural, no qual players dos mais diversos
países interagem com maior regularidade e intensidade, seja de modo presencial ou virtual, e
com isso, cresce a demanda por uma comunicação bilíngue mais acurada em situações e
setores específicos, ofertada e desenvolvida em grande parte por projetos bilíngues oriundos
de fontes externas ou terceirizadas que, além de demandarem alto custo, dificultam ou
impedem a sua continuidade podendo inclusive não atender totalmente às expectativas da
organização.
Esse cenário perpetua um antigo entrave: a comunicação bilíngue atém-se, em larga
escala, a uma linguagem imprecisa e improvisada nas situações especiais que exigem o uso de
estruturas e vocabulário de domínio específico. Ainda que haja profissionais com formação e
certificação em um segundo idioma, o conhecimento adquirido, com o passar do tempo e
devido à falta de manutenção, torna-se inerte, num platô, preso a uma linguagem de padrão
informal, aquém da fluência necessária em contextos cruciais, tais como: comunicações
marítimas, aeronáuticas ou científicas; assuntos contábeis ou jurídicos que envolvam os
acordos internacionais, entre outros.
É sob esse viés que a Educação corporativa surge como uma válvula propulsora no
treinamento da comunicação bilíngue específica, desempenhado um papel fundamental com
projetos intraorganizacionais de educação continuada capazes de propiciar resultados mais
objetivos e eficientes reduzindo significativamente os custos e maximizando benefícios.
O objetivo deste artigo é descrever métodos práticos de educação continuada, através
dos quais a Educação Corporativa, como um projeto bilíngue para linguagem de domínio
específico, pode promover ações objetivas que contribuam para o sucesso da organização,
utilizando recursos e procedimentos pedagógicos que preencham a lacuna ocasionada pelos
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métodos convencionais, potencializando o capital intelectual e ampliando a vantagem


competitiva das organizações.
A metodologia deste estudo é exploratória, com fundamentação teórica obtida através
de análise bibliográfica e do estudo de artigos científicos, além de relatos e situações reais
vivenciadas ao longo da experiência didática e pedagógica do autor no âmbito de ensino
bilíngue, fontes que sustentam o teor deste artigo e que justificam a relevância de uma
investigação mais pormenorizada sobre o assunto.
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1. A educação corporativa – origem e conceito

Apesar de sua atual fase de amadurecimento no mercado brasileiro, a Educação


Corporativa, também conhecida como educação empresarial, surgiu efetivamente no país no
final do século XX, porém o movimento já fazia parte da realidade de várias organizações nos
Estados Unidos na década de 1950, cujo mercado, na época, vislumbrava o desenvolvimento
de estratégias organizacionais e o aperfeiçoamento de colaboradores e fornecedores.
De acordo com Jeanne Meister (1999, p.35, apud GLÓRIA, 2006, p.2), a Educação
Corporativa é um “guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes,
fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as estratégias da organização.”. É um projeto
desenvolvido pelas empresas, que tem como objetivo “um sistema eficaz de concepção,
desenvolvimento e implementação de uma cultura de aprendizagem voltada para a
competitividade vinculada às estratégias empresariais” (Eboli, 2002, apud LUCIANA, 2015
p.4).
Observa-se que o desenvolvimento da organização através de uma cultura
educacional estratégica é o núcleo que define a educação corporativa de modo mais amplo.
Sob uma perspectiva empírica pode-se definir a Educação Corporativa como um sistema de
educação continuada intraorganizacional que visa aquisição e compartilhamento de
conhecimentos específicos, alinhados com a visão estratégica da organização.

1.1 A educação corporativa e a gestão do conhecimento

O mundo está atravessando uma fase de grandes mudanças em vários setores:


socioeconômicos, culturais, ambientais, entre outros. O que outrora representava o sucesso
organizacional, principalmente fundamentado em ativos financeiros, já não o é mais visto da
mesma forma. Temos hoje as pessoas como o ponto fundamental para o sucesso de uma
organização, a sua chave mestra, o seu maior patrimônio.

“O calcanhar de Aquiles das organizações – o seu principal ponto


nevrálgico – é a qualidade das pessoas que nelas trabalham. São as pessoas que
lidam com a tecnologia, criam e utilizam processos de trabalho, compõem a
estrutura organizacional, fazem produtos e serviços e atendem os clientes”.
(CHIAVENATO, 2010, P.132).

As afirmações de Chiavenato (2010) elucidam as pessoas como o núcleo do sucesso


empresarial, entretanto, as organizações, por seu turno, mantém uma visão holística no intuito
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alcançar a satisfação dos stakeholders estando, a todo tempo, conectadas e preparadas para
analisar e se beneficiar das oportunidades e ameaças que surgem e ressurgem no seu micro e
macro ambientes, repletos de incertezas e fenômenos de cunho político e socioeconômico.
Considerando esse panorama, em que sentido pode a Educação Corporativa intermediar
melhor integração e capacitação entre as pessoas e as organizações?
Tendo as pessoas como o maior patrimônio das empresas, o seu capital intelectual, há
de se fundir meios e métodos que as tornem capacitadas em sua plenitude objetivando a
maximização deste ativo, propiciando novas soluções e maior empoderamento agregando
novos valores. Através da aliança entre gestão de pessoas e gestão de conhecimento constitui-
se um dual de potencialidade capaz de transcender os limites individuais e os objetivos
estratégicos da organização.

“A gestão do conhecimento (GC) é o processo através do qual as


organizações geram valor a partir de seu capital ou ativos intelectuais. Quando se
fala em geração de valor, isso implica em compartilhar e aproveitar os ativos
intelectuais entre colaboradores, gerentes e dirigentes. Representa o esforço para
descobrir e aprender novas e melhores práticas, novas e melhores soluções. O
conhecimento é a base do capital intelectual das organizações”. (CHIAVENATO,
2010, P.389).

Administrar a multidisciplinaridade em um ambiente corporativo significa elevar as


possibilidades de sucesso empresarial tendo em vista que em cada indivíduo habita o
potencial necessário para que a organização amplifique suas forças e diminua suas fraquezas,
superando assim as dificuldades que possam comprometer a busca por sua visão.
Existe, entretanto, um fator de risco nesse conceito: as pessoas podem não ter
conhecimentos ou habilidades específicas que as organizações venham demandar devido as
suas oscilações internas ou externas. O sistema de ensino, na sua grande maioria, até por
questões filosóficas, logísticas e burocráticas, não consegue acompanhar o ritmo acelerado do
ambiente empresarial e com isso deixa lacunas na formação dos indivíduos, e neste cenário, a
educação bilíngue específica, objeto do nosso estudo, apresenta-se num ranking ainda mais
desanimador.
Ocasionalmente, fontes formais e informais publicam artigos que revelam que muitos
profissionais, em diversas áreas, dominam, até certo ponto, a comunicação trivial, mas a
grande maioria não está apta a lidar com situações que exijam uma linguagem mais precisa
voltada para situações específicas e que possa ir além do que se usa no cotidiano. Atribui-se
tal contexto ao fato de que a educação bilíngue, comumente enfatizada na grande maioria das
instituições de ensino de idiomas, atém-se a uma programação informal, seu carro chefe, o
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que, de certa forma, gera para as empresas uma expectativa muito além da real capacidade dos
seus formandos.
Portanto, a Educação Corporativa ingressa neste contexto como uma ferramenta
poderosa para o ambiente corporativo. Sua essência está inteiramente pautada no
preenchimento das lacunas ocasionadas pela educação tradicional através de programas de
educação continuada, centrados em temas e disciplinas específicas alinhadas com os objetivos
estratégicos da organização. A sua aplicabilidade representa um movimento sinergético e
progressista entre pessoas e organização que desenvolve e valoriza o capital humano,
transformando colaboradores em parceiros capacitados e comprometidos com o sucesso
organizacional.

1.2 As características de um programa de Educação Corporativa.

Os programas de Educação Corporativa caracterizam-se de forma holística e


contextual e se ajustam às exigências e demandas de cada organização alcançando, em grande
parte, todas as esferas e níveis de uma empresa, independentemente de seu tamanho ou
segmento, bastando que estejam em harmonia com a disponibilidade de seus recursos
humanos e financeiros.
Além disso, uma característica preponderante no formato de qualquer programa de
Educação Corporativa é a participação efetiva da liderança, sem a qual, a probabilidade de
sucesso num projeto de educação continuada torna-se limitada e exclusivamente dependente
da autodisciplina dos colaboradores, propício a inércia ou ao desvio de finalidade por
ausência de suporte direta dos representantes da cúpula organizacional.

“Apenas por meio das pessoas poderá se construir um sistema de educação


verdadeiramente eficaz e dinâmico. Para tanto, é essencial que a instalação da
mentalidade de aprendizagem contínua ocorra de forma alinhada em três níveis:
empresa, lideranças e pessoas”. (EBOLI, 2005, p.118)

Segundo Eboli (2005) a omissão da liderança é, indiscutivelmente, comprometedora


para o êxito de qualquer projeto de Educação Corporativa. Não há de se pensar na
operacionalização de um programa desta magnitude sem que haja uma sinergia entre todos os
níveis da organização e o engajamento dos colaboradores depende, intrinsecamente, da
aprovação dos líderes como um pressuposto de credibilidade para a manutenção do clima
organizacional ao longo da realização do projeto.
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Outra característica de total relevância está relacionada com o planejamento


estratégico. A elaboração de um programa de Educação Continuada precisa estar bem
definida e de modo sistêmico, alinhada com a missão e a visão da organização, é
imprescindível que estejam nítidos para todos os envolvidos os motivos que o iniciaram e de
que forma sua implantação contribuirá para o aumento de vantagem competitiva.
Como uma terceira característica infinitamente positiva está a adaptabilidade de
implantação. Um programa de Educação Corporativa pode ser implantando com o auxílio de
especialistas bilíngues em determinadas áreas, porém, de acordo com cada contexto, ele
também pode ser elaborado e ministrado pelos colaboradores da organização, que dotados de
habilidades individuais, tornam-se os próprios mentores e compartilham entre si, através de
procedimentos pré-definidos, todo o conhecimento adquirido ao longo do processo.
O espaço físico, por sua vez, necessário para a implantação do programa, pode ser
substituído por métodos de ensino à distância ou adaptado de acordo com a estrutura física da
organização. Os custos operacionais variam de acordo com as especificidades de cada projeto,
porém, quando atrelados aos recursos humanos e tecnológicos da própria empresa podem
chegar ao mínimo, garantindo continuidade e resultados positivos.
No que se refere ao fator tempo encontramos na Educação Corporativa uma forte
aliada, pois, por se tratar de um processo de educação interna e continuada, os projetos
seguem ritos adaptáveis ao cronograma da organização, deixando o fator tempo de ser, então,
um agravante.

1.3 O desvinculo com o improviso e o aperfeiçoamento da linguagem específica

O Brasil, assim como vários países da América Latina, não é uma nação dotada de um
segundo idioma, e ainda que algumas línguas estrangeiras sejam, oficialmente ou
facultativamente, incorporadas na grade curricular das instituições de ensino por todo o país, é
pouco provável que a inserção de qualquer uma delas resulte numa capacitação bilíngue
voltada exclusivamente para atender a demanda de um domínio específico no mundo
empresarial, principalmente porque o ensino bilíngue almeja propósitos mais acadêmicos do
que técnicos ou corporativos, os quais são fundamentais para as relações com o mercado
internacional, em outras palavras, o ensino de linguagem específica está timidamente
presente, porém sem absoluta abrangência. Este é um cenário que se perpetua já na entrada
deste novo século caracterizado pela aceleração tecnológica e informacional dependente de
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pessoas verdadeiramente aptas a disseminar novos conhecimentos e para que isso aconteça a
língua estrangeira de domínio específico é peça fundamental.
Atualmente, o falante de um segundo idioma no Brasil enfrenta um dilema: ele possui
todo o aparato necessário para adquirir conhecimento bilíngue em qualquer área, mas falta-lhe
controle e direcionamento para instrumentá-lo. Ao longo de uma carreira pedagógica bilíngue
vivenciam-se inúmeras experiências de profissionais altamente capacitados em suas áreas, em
grande parte já habilitados e certificados num segundo idioma, mas, em alguns momentos,
desorientados e incapazes de manter uma comunicação bilíngue mais acurada, situacional,
específica para determinados produtos ou serviços. Em certos contextos, na prática, não há
espaço para improviso, embora seja esta a versão no cotidiano. Durante um processo
decisório, que depende de pormenores jurídicos, financeiros ou contábeis, por exemplo, a
comunicação tem que ser precisa e infalível. Vivemos num mundo sem fronteiras e muitas
organizações possuem parceiros, têm filiais em outros países ou estão se internacionalizando e
ampliando seus mercados. Portanto é fundamental difundir a utilização de um segundo idioma
dentro da própria organização para potencializar a sua vantagem competitiva e desenvolver a
capacidade de seus recursos intelectuais. Mesmo que a comunicação bilíngue tenha evoluído
para um patamar mais interativo e tecnológico do que acurado, não há lugar para linguagem
evasiva nos arredores da nova aldeia global. É inegável que em determinados contextos o
falante de um segundo idioma precise dominar um repertório próprio, voltado para a sua área
de atuação, composto por termos, expressões e estruturas específicas, que não podem ficar
inertes nas páginas de um livro ou nas pastas de um software, e que carecem de uma
abordagem prática e continuada até que se tornem imediatas e precisas nos momentos cruciais
que fazem parte dos acordos e das relações internacionais internas e externas da organização.
Tal contexto evidencia a necessidade de instrumentalização e aplicação da Educação
Corporativa como um processo de capacitação bilíngue de domínio específico. Através de
métodos e procedimentos desenvolvidos internamente e alinhados com os objetivos
organizacionais os colaboradores podem alcançar proficiência comunicativa bilíngue em
diversos segmentos alcançando níveis altíssimos de satisfação e êxito na execução de suas
tarefas.

2. O desenvolvimento de programas internos de forma autônoma e independente.

De um modo geral, as instituições de ensino bilíngue centralizam suas prioridades em


dois segmentos: nos programas acadêmicos – seu carro chefe – ou no mercado de
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intercâmbios. Ambos são responsáveis pela maior fatia de seu faturamento, compostos por um
público, na sua grande maioria, jovem, com objetivos educacionais ou turísticos. Isso faz com
que tais instituições mantenham um escopo definido sob tais parâmetros no intuito de
preservar sua hegemonia e garantir o seu equilíbrio financeiro. Os programas bilíngues
especificamente desenvolvidos para áreas técnicas e profissionais fazem parte do portfólio de
muitas escolas bilíngues, porém, em pequena proporção e baixa representatividade, incapazes
de fortalecer as suas metas financeiras, apresentam-se como coadjuvantes, projetos
contingenciais, com o propósito de equiparar a estrutura organizacional perante a
concorrência, desempenhando, meramente, um papel complementar, que quando finalmente
cogitados, revelam-se onerosos em tempos normais, e complemente inviáveis em épocas de
instabilidade econômica.
As editoras internacionais, por outro lado, produzem livros e mídia que contemplam
diversas áreas, tais como: Direito, Finanças, Marketing, entre outras, todavia o conteúdo tende
a ser abrangente, e em alguns casos, impreciso, especialmente se a organização necessita de
um programa voltado exclusivamente, por exemplo, para um setor de lentes de contato. Além
disso, o valor para aquisição desse material torna-se inviável se considerarmos aspectos
quantitativos, pois seguindo o rito da proteção aos direitos autorais, sua reprodução é
proibida, e uma empresa com, digamos, 1.000 colaboradores, teria que adquirir a mesma
quantidade de exemplares para o desenvolvimento de um projeto específico, gerando um
acúmulo bibliotecário propenso ao desuso e a desatualização.
Sob tal perspectiva, profissionais autônomos e instituições de ensino bilíngue menos
expressiva veem neste contexto uma demanda reprimida e torpedeiam os sítios das empresas
com propostas e pacotes promocionais na tentativa de abocanhar esta fatia de mercado na
intenção de fidelizar contratos permanentes com as organizações. Estamos falando em
parcerias que exigem, no mínimo, instrutores bilíngues com domínio de vocabulário técnico
específico, o que não necessariamente representa a realidade do corpo docente da maioria das
instituições de ensino bilíngue, fazendo com que o programa se torne desvantajoso e
improdutivo, isso sem contar com possíveis rupturas, caso o projeto não se consolide, que
geralmente acabam nos tribunais e resultam em prejuízos de caráter rescisório, contratual e
trabalhista.
Resta ao RH, portanto, esperar que, ao longo de seus processos seletivos, surjam
profissionais dotados tanto de conhecimento técnico como competência linguística específica
autodidata, que, ainda que existente, pode ainda não atender por completo as necessidades da
organização, o que nos leva a um impasse: por um lado as instituições de ensino bilíngue não
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priorizam os requisitos que as organizações demandam, por outro, as organizações esperam


que o ensino bilíngue se volte para seu nicho de mercado e forneça profissionais bilíngues
para suas áreas específicas.
Sob esta ótica, encontramos na Educação Corporativa soluções práticas e plausíveis
para as organizações tanto nos aspectos legais quanto nas questões financeiras. Através de
programas bem definidos e alinhados com as estratégias da empresa temos a possibilidade de
homogeneização nos processos internos e a obtenção de resultados mais satisfatórios, uma
verdadeira revolução que extrapola os meandros do T&D e salta para as diretrizes da
educação corporativa em busca de um melhor desenvolvimento do capital intelectual e da
realização dos objetivos organizacionais. Ao invés de ansiar por profissionais pré-moldados, a
organização parte para a iniciativa de criação de programas internos de educação bilíngue,
com métodos e materiais próprios, alinhados as novas tecnologias e linha de produtos e
serviços exclusivos da organização, que atendam exclusivamente as suas necessidades
específicas, gerando assim uma correlação entre seus programas estratégicos e a
autorrealização de seus colaboradores, alterando o posicionamento dependente para um status
de organização autônoma, capaz de alinhar e desenvolver seus próprios projetos,
maximizando sua vantagem competitiva.

Organização dependente Organização autônoma


Procura por candidato bilíngue Capacita o colaborador
Terceiriza programas bilíngues Cria programas internos próprios
Adquire material didático Elabora o próprio material
Tabela 1

2.1 O desenvolvimento e a aplicabilidade de programas internos

Dentro de uma perspectiva pedagógica, vivenciada no campo do ensino bilíngue,


depara-se regularmente com situações nas quais um profissional dotado de habilidades
técnicas restringe-se a uma competência linguística bilíngue trivial, na maioria das vezes,
adaptada ou improvisada perante contextos que exigem uma linguagem mais profissional e
apurada. Testemunham-se relatos de executivos que se veem à mercê de estruturas e
vocabulários simplistas e vagos capazes de transformar um intercâmbio de alto teor financeiro
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em uma conversação rígida e fragmentada, comprometendo o desempenho do emissor e a


consecução de suas expectativas.
Esses e todos os entraves discutidos até o momento nos levam a concluir que o
contexto exige mudança, e para isso a organização precisa contar com pessoas, as principais
protagonistas do processo. Podemos encontrar na educação corporativa bilíngue a
possibilidade de criação de programas próprios e personalizados de acordo com as
necessidades específicas da organização, que exigem, é claro, um planejamento refinado, com
alto grau de objetividade e empenho coletivo, principalmente por parte dos líderes da
organização como já discutimos anteriormente. Percebe-se a possibilidade de vislumbrar
projetos precisos, personalizados, entrelaçados com as propostas exclusivas de cada empresa,
baseadas em seus serviços e produtos específicos, e que podem trazer inúmeros benefícios
para toda a organização. O envolvimento das pessoas neste processo é de vital importância
para o alcance das metas, e, ao invés de ansiar por soluções advindas de meios externos,
identificam-se dentro da própria organização todos os recursos financeiros, humanos, e físicos
essenciais para a concretização das mudanças.

“Em resumo, é necessário fazer a mudança acontecer, vivê-la e encarar a


complexidade e a incerteza. Simplificar e descomplicar as organizações para
desamarrá-las do entulho burocrático que ainda tolhe seu funcionamento. Dar mais
liberdade às pessoas para que elas possam utilizar seu recurso mais importante: a
inteligência, o talento e conhecimento. Isso tudo indica a necessidade de algo maior
e mais amplo dentro da organização: a educação corporativa”. (CHIAVENATO,
2009, p.120).

Conforme citado por Chiavenato (2009), o capital intelectual das organizações,


quando livre para utilizar seu conhecimento, torna-se um recurso extremamente valioso para
gerir mudanças. A iniciativa de elaborar e desenvolver programas de ensino bilíngue próprios
representa uma transformação extramente positiva e que requer a participação de todos os
envolvidos em prol de um objetivo em comum.
De que modo, então, instrumentalizar um processo de características pedagógicas
coletivas e transformá-lo num projeto bilíngue específico e empresarial? Através da utilização
dos próprios recursos físicos, humanos e financeiros da organização podemos desenvolver
uma infinidade de projetos internos capacitando colaboradores, reduzindo custos e obtendo
lucro na divulgação e comercialização dos produtos e serviços desenvolvidos.

3 Elaborando um projeto bilíngue específico


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Como já mencionado previamente, não há de se pensar no desenvolvimento de um


projeto bilíngue específico sem o envolvimento dos líderes da organização. Para que haja
objetividade e equilíbrio nas relações entre os envolvidos é de extrema importância que o
rumo esteja bem definido e com o apoio absoluto de todos os setores, principalmente dos
mentores estratégicos atuando intensamente como verdadeiros aliados e motivadores.
Deste modo, consideremos então a criação de um sistema cíclico, cujas fases sejam
desenvolvidas internamente em busca do aperfeiçoamento bilíngue de setores específicos de
uma organização. Para facilitar nosso estudo denominaremos o projeto como E.I.R, cujas
iniciais representem três estágios principais: estruturação, instrumentalização, e realização.

Estruturação

Realização Instrumentalização

Figura 2

3.1 Estruturação

Uma vez que toda a organização esteja consciente da relevância que consiste em
aperfeiçoar suas relações internacionais através de uma comunicação bilíngue mais específica
e setorial, é preciso vislumbrar e especificar o produto a ser desenvolvido através de um
planejamento estratégico voltado para os clientes internos. Cada setor verbaliza um léxico
específico no seu cotidiano, que vai de encontro com peças, instrumentos, produtos,
derivações, especificidades, jargões, expressões, instruções, além de várias minúcias que
podem não estar particularmente contextualizadas no catálogo atual de impressos voltados
para E.S.P (English for Specific Purposes). Apesar dos esforços dos autores em universalizar
contextos e vocábulos na intenção de abarcar o ensinamento setorial de modo abrangente,
somente os diretamente envolvidos nos processos de cada organização podem especificar a
linguagem que precisam aprender e se atualizar de acordo com o caminhar das suas funções.
Deste modo, a fase de estruturação compreende o envolvimento dos colaboradores de cada
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departamento ou seção na criação, em conjunto, ou com a participação de um especialista


bilíngue, de um conteúdo programático específico e autêntico, composto por um repertório
léxico-estrutural-instrumental ativo que transforme a comunicação improvisada numa
ferramenta bilíngue direcionada e acurada para cada setor e para a organização como um todo,
cujo conteúdo pode ser adquirido, adaptado e reeditado através de versões ou traduções
oriundas de material impresso, virtual, auditivo e visual já existente.
A aplicação de métodos convencionais consome tempo devido a questões de
adaptabilidade. A utilização de materiais correntes promove desvio e ambiguidade por causa
da abrangência e da multidisciplinaridade idealizada em sua composição textual, em muitos
casos, incompatível com o léxico específico que o usuário aspira. Fatores mundanos, como
locomoção, trajeto, atrasos e procedimentos burocráticos procrastinam ainda mais o alcance
das metas individuais. Os instrutores, por seu turno, engessados por procedimentos
administrativos e atrelados ao cumprimento de uma programação pré-estabelecida, limitam-se
a escassez do tempo, impossibilitados de personalizar a transmissão do conhecimento de
acordo com as indagações e inquietudes do aluno; a menos que as organizações se
predisponham a custear programas individualizados de alto custo e de retorno contido, cujos
resultados, na sua maioria, não contemplam a coletividade organizacional.
Portanto, para evitar desperdício e ineficácia, na fase de estruturação, é crucial que
haja um acompanhamento sólido e bem definido para a elaboração de um conteúdo
verdadeiramente relevante e eficiente, que realmente atenda as necessidades de cada setor sem
que haja o risco de multiplicar um mercado já atuante e saturado. Isso requer um
planejamento estratégico pormenorizado e mais coletivo, e, se necessário, apoiado por
consultoria especializada, ainda que temporária, no entanto, seu custo seria legítimo se
comparássemos o retorno questionável com os investimentos já praticados há anos através dos
métodos convencionais.
De modo prático, o estágio de estruturação nada mais é que um processo de criação de
conteúdo objetivo através de um movimento coletivo e participativo, no qual não se espera
que o conhecimento bilíngue instrumental chegue aos colaboradores, mas sim, que todo e
cada setor da organização anteponha-se a ele.

3.2 Instrumentalização

Uma vez priorizados os termos e estruturas de domínio específico que formarão o


índice de conteúdo definido pelos colaboradores, surgem então duas perguntas fundamentais:
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de que forma pode a organização instrumentalizar e compatibilizar tais elementos


considerando os padrões de uma geração doutrinada por costumes cibernéticos? Como
fidelizar sua acessibilidade evitando que todo o empreendimento intelectual resulte em mais
uma ferramenta suscetível ao descarte?
Entram em cena os desenvolvedores, peças indispensáveis no organograma de toda e
qualquer organização, cuja participação deve ser cíclica e ativa desde a concepção até a
realização de cada projeto. São eles que transformarão cada conceito em instrumentos
tangíveis, acessíveis, programáveis, adaptáveis, constantes e interativos.
A sociedade está se modernizando de modo acelerado e impetuoso e a cada instante
novos recursos educativos são desenvolvidos ou aprimorados no intuito de atender as mais
variadas demandas da coletividade. A era do impossível e do inimaginável está se esgotando e
deixando suas portas escancaradas para o século do empreendedorismo criativo. Em menos de
40 anos saltamos de uma educação passiva e enrijecida para um processo de aquisição
autodidata, interativa, e instantânea do conhecimento graças à substituição de recursos
pedagógicos limitados, como revistas periódicas, fitas cassetes e VHSs, pelo poder
indiscutível dos aplicativos inteligentes, autoexplicativos e interativos e dos canais de acesso à
rede mundial de computadores, transformando educadores em facilitadores num novo
processo educativo e independente que visa o compartilhamento da informação.

A evolução dos recursos educativos


Era do impossível e do inimaginável Empreendedorismo criativo
Educação passiva e enrijecida Aquisição interativa do conhecimento
Aplicativos inteligentes e acesso à rede
Recursos pedagógicos limitados
mundial de computadores
Figura 3

Seguindo um teor exemplificativo, podemos destacar inúmeras condições de


instrumentalização do conhecimento e os diversos meios, através dos quais, a informação
pode ser adquirida, transmitida, compartilhada e consolidada. A literatura impressa, por
exemplo, pode ser totalmente digitalizada e reformatada para atender as demandas do leitor
digital; imagens e ilustrações são facilmente manipuladas e personalizadas através de
softwares gráficos e, opcionalmente, qualquer organização pode fazer uso de um banco de
imagens próprio, captadas pela tecnologia avançada de um simples telefone móvel;
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aplicativos gratuitos, ou com pacotes promocionais, oferecem recursos extraordinários de


criação, edição e diagramação textual, transformação automática de texto em voz, transcrição
de áudio e inserção de legendas eletrônicas, funções biométricas, realidade virtual, elaboração
de ‘quizzes’, exercícios e jogos interativos; plataformas gratuitas oferecem todo o aparato
audiovisual necessário para a criação de cursos e projetos educacionais com a possibilidade de
personalização de conteúdo e formação de grupos específicos que compartilham um interesse
comum. A lista é interminável e se multiplica a cada instante devido à criação de novos
recursos e as atualizações que incrementam a utilização das ferramentas já existentes, atraindo
diariamente novos adeptos.
Todos os recursos disponíveis podem ser adotados e adaptados para atender as
necessidades da organização dentro dos parâmetros definidos de cada projeto de educação
bilíngue específica, e uma vez que a funcionalidade de vários recursos é intuitiva e
autoexplicativa, os desenvolvedores podem atuar como criadores de novas ferramentas ou
administradores das facilidades que elas podem proporcionar para a realização dos projetos.
A instrumentalização é, portanto, uma fase de interação entre conteúdo e recursos, na
qual, a participação e o acompanhamento de todos os envolvidos são de extrema importância
uma vez que as decisões sobre quais e como as informações serão mecanizadas definirá o
formato e a funcionalidade dos aplicativos e recursos bilíngues de linguagem de domínio
específico voltados às necessidades exclusivas da organização.

3.3 Realização

A realização é o estágio mais crítico do projeto bilíngue, pois nela encontra-se a


concretização de todo o projeto. Entram em cena os processos de compartilhamento do
conhecimento, da transformação da concepção em resultados tangíveis nos quais todos os
envolvidos tornam-se protagonistas no desenvolvimento das novas práticas e dos novos
valores que determinarão o sucesso do empreendimento.

“Quando se fala em geração de valor, isso significa compartilhar e


aproveitar os ativos intelectuais entre colaboradores, gerentes e dirigentes para
transformá-lo em resultados concretos. Representa o esforço para descobrir e
aprender novas e melhores práticas, novas e melhores soluções, novos produtos e
serviços. Conhecimento é a principal base do capital intelectual das organizações”.
(CHIAVENATO, 2014, p.339).
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Segundo Chiavenato (2014), ao aplicarem seu conhecimento, as pessoas representam o


ativo de maior valor capaz de impulsionar o rumo da organização através do aprendizado e da
implantação de novos procedimentos, e é na fase de realização que tais procedimentos
merecem maior destaque para a concretização do projeto bilíngue, objeto deste estudo.
Uma vez definido e instrumentalizado, o conteúdo para linguagem de domínio
específico precisa ser utilizado na prática. Encontrar a fonte de informação necessária para a
comunicação bilíngue específica não significa que os problemas de linguagem improvisada
serão solucionados. De nada adianta ter acesso ao conteúdo sem que ele saia do papel ou de
uma mídia específica. Diversos são os casos de aquisição de recursos pedagógicos que se
tornam artigos de coleção bibliotecária ou acúmulo de material didático passivo e meramente
arquivístico.
Portanto, há de se criar meios pelos quais todas as informações sejam exteriorizadas de
modo prático e progressivo. Para que isso ocorra é primordial que a fase de realização seja
composta de ferramentas interativas que exijam a participação ativa bilíngue dos usuários na
linguagem específica. Existem inúmeros aplicativos autodidáticos com correção instantânea e
possibilidades de revisão ilimitadas. A utilização destes recursos deve ser reiterada, adaptada
e propensa a incentivos extrínsecos, como bônus ou pontuação por conclusão de atividades,
testes atrelados à classificação e ranking específico, atividades em grupo incentivadas por
ganhos significativos, caracterizados por elementos que norteiem esforço, dedicação e
meritocracia.
Através de encontros regulares para simulação e treinamento, todo o conteúdo
definido deve ser praticado entre todos os participantes, transformando prática e aprendizado
em um trabalho em equipe cujo resultado é a disseminação do conhecimento e a valorização
do capital humano num contexto real, emancipado, sem as restrições burocráticas e os dogmas
que constituem o ensino tradicional.
Os questionamentos relacionados à acuidade fonética e entonação encontram respostas
nos próprios aplicativos desenvolvidos pela organização, mas podem, também, ser
solucionados com a participação de especialistas ou entre os próprios colaboradores ao longo
do amadurecimento do projeto e de seu próprio desenvolvimento intelectual.
Entre as diversas vantagens da Educação Corporativa está a questão do tempo, cujo
gerenciamento pode ser facilmente adaptado e flexibilizado em acordo com as necessidades
da organização, e o espaço físico, por seu turno, é meramente uma questão de planejamento e
arranjo.
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Em suma, o sucesso do programa bilíngue específico está condicionado a diversos


elementos, porém, as pessoas nele inseridas o tornam eficiente na medida em que seu
comprometimento e participação se intensifiquem gradativamente ao longo do projeto, que,
por sua vez, representa um upgrade nas relações internacionais e uma valorização do status
quo da organização perante a concorrência.

4. Considerações finais

Organizações que atuam em áreas sui generis e que demandam uma comunicação
bilíngue de domínio específico dependem de colaboradores com alto nível de conhecimento
lexical e estrutural na sua área de negócio no intuito de promover relações internacionais
efetivas e permanentes. Esse é um panorama que se intensifica a cada instante e vence quem
está na frente. Não há de se pensar em permanecer estático à espera de instituições de ensino
bilíngue dispostas a empreender complemente e exclusivamente em prol dos interesses
exclusivos e pormenorizados das organizações. É preciso se antecipar a essas expectativas e
concretizar novas ideias e atitudes que farão a diferença perante a concorrência acirrada que o
mercado globalizado tem apresentado nos últimos tempos.
A realização de projetos internos não é a única solução para os desafios da
comunicação bilíngue nas relações internacionais, mas certamente é uma iniciativa que
beneficia a organização sob um ponto de vista macroeconômico, além de representar uma
mudança de paradigma perante os métodos tradicionais de disseminação do ensino de
conteúdo de domínio específico.
Desde que haja o envolvimento da liderança e de todas as outras esferas da
organização; uma elaboração de conteúdo bem distribuída e totalmente alinhada com os
objetivos organizacionais; a participação ativa e contínua dos desenvolvedores na criação de
ferramentas específicas; e o engajamento da equipe na realização e nos ajustes do programa,
as chances de sucesso são enormes, e ainda existe a possibilidade de transformar o programa
em um produto que pode ser comercializado para organizações que operem no mesmo
segmento, representado assim, retorno também no âmbito financeiro e patrimonial através de
consultorias, coaching e treinamentos.
Alguns constraints podem surgir ao longo de um ou de todos os estágios do processo,
entretanto, a realimentação propiciará o engajamento dos envolvidos em busca do
aperfeiçoamento gerando assim um movimento participativo, interativo e cíclico que definirá
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o desenho ideal para cada projeto de modo que qualquer adaptação ou alteração possa ser
facilmente executada com procedimentos básicos predefinidos durante a fase de
instrumentalização.
Ainda que haja uma evolução tecnológica capaz de solucionar os mais variados
problemas em questão de segundos, o fato é que, profissionais bilíngues e capacitados em
diversas áreas estão à procura de instrumentos que possam minimizar ou eliminar as barreiras
da comunicação em língua estrangeira quando se deparam com situações críticas de
negociação voltada para produtos, serviços, ou assuntos específicos, e embora existentes, a
abrangência e a ambiguidade das mais variadas obras textuais e informatizadas nem sempre
satisfazem as suas necessidades gerando assim uma inflexibilidade comunicativa, muitas
vezes improvisada, distante daquilo que realmente almejam, e que, de acordo com o objeto
deste estudo, pode estar na mão, e na mente, do capital intelectual operante no interior de sua
própria organização.
O aprendizado tem se tornado cada vez mais independente e interativo. Qualquer
ferramenta, quando devidamente programada, é capaz de transmitir conhecimento através de
recursos auditivos, textuais e visuais quase que de modo involuntário. A tecnologia nos
tornou capaz de imaginar, planejar, desenvolver, utilizar e comercializar praticamente
qualquer sistema que pretendamos operacionalizar. Sendo assim, no que tange os
profissionais que necessitam de aprendizado bilíngue para linguagem de domínio específico,
não há mais o que esperar, mas sim, planejar e desenvolver seu próprio produto visando o
sucesso organizacional e a sua realização profissional.
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Referências

OLIVEIRA, Glória Jesus de, 2010.

ESTEVES, Luciana Proença. A Educação Corporativa e a Gestão do Conhecimento, 2015.

CHIAVENATO, Idalberto, 2010 – Gestão de Pessoas, p, 132, 398, Elsevier.

EBOLI, Marisa, 2005 – O Papel das Lideranças no êxito de um sistema de educação


corporativa – RAE- Revista de Administração de Empresas, vol.45, pp. 118-122 – Fundação
Getúlio Vargas – São Paulo, Brasil.

CHIAVENATO, Idalberto, 2009 – Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos, p.


120, Manole.

CHIAVENATO, Idalberto, 2014 – Gestão de Pessoas – O Novo Papel dos Recursos


Humanos nas Organizações, p.339, Manole.

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