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Bacharelado em Administração
Rio de Janeiro
Dezembro de 2017
PAULO CÉSAR MALHEIRO
Aprovação: _________________________________________________________________
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Rio de Janeiro
Dezembro de 2017
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Resumo
Introdução
alcançar a satisfação dos stakeholders estando, a todo tempo, conectadas e preparadas para
analisar e se beneficiar das oportunidades e ameaças que surgem e ressurgem no seu micro e
macro ambientes, repletos de incertezas e fenômenos de cunho político e socioeconômico.
Considerando esse panorama, em que sentido pode a Educação Corporativa intermediar
melhor integração e capacitação entre as pessoas e as organizações?
Tendo as pessoas como o maior patrimônio das empresas, o seu capital intelectual, há
de se fundir meios e métodos que as tornem capacitadas em sua plenitude objetivando a
maximização deste ativo, propiciando novas soluções e maior empoderamento agregando
novos valores. Através da aliança entre gestão de pessoas e gestão de conhecimento constitui-
se um dual de potencialidade capaz de transcender os limites individuais e os objetivos
estratégicos da organização.
que, de certa forma, gera para as empresas uma expectativa muito além da real capacidade dos
seus formandos.
Portanto, a Educação Corporativa ingressa neste contexto como uma ferramenta
poderosa para o ambiente corporativo. Sua essência está inteiramente pautada no
preenchimento das lacunas ocasionadas pela educação tradicional através de programas de
educação continuada, centrados em temas e disciplinas específicas alinhadas com os objetivos
estratégicos da organização. A sua aplicabilidade representa um movimento sinergético e
progressista entre pessoas e organização que desenvolve e valoriza o capital humano,
transformando colaboradores em parceiros capacitados e comprometidos com o sucesso
organizacional.
O Brasil, assim como vários países da América Latina, não é uma nação dotada de um
segundo idioma, e ainda que algumas línguas estrangeiras sejam, oficialmente ou
facultativamente, incorporadas na grade curricular das instituições de ensino por todo o país, é
pouco provável que a inserção de qualquer uma delas resulte numa capacitação bilíngue
voltada exclusivamente para atender a demanda de um domínio específico no mundo
empresarial, principalmente porque o ensino bilíngue almeja propósitos mais acadêmicos do
que técnicos ou corporativos, os quais são fundamentais para as relações com o mercado
internacional, em outras palavras, o ensino de linguagem específica está timidamente
presente, porém sem absoluta abrangência. Este é um cenário que se perpetua já na entrada
deste novo século caracterizado pela aceleração tecnológica e informacional dependente de
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pessoas verdadeiramente aptas a disseminar novos conhecimentos e para que isso aconteça a
língua estrangeira de domínio específico é peça fundamental.
Atualmente, o falante de um segundo idioma no Brasil enfrenta um dilema: ele possui
todo o aparato necessário para adquirir conhecimento bilíngue em qualquer área, mas falta-lhe
controle e direcionamento para instrumentá-lo. Ao longo de uma carreira pedagógica bilíngue
vivenciam-se inúmeras experiências de profissionais altamente capacitados em suas áreas, em
grande parte já habilitados e certificados num segundo idioma, mas, em alguns momentos,
desorientados e incapazes de manter uma comunicação bilíngue mais acurada, situacional,
específica para determinados produtos ou serviços. Em certos contextos, na prática, não há
espaço para improviso, embora seja esta a versão no cotidiano. Durante um processo
decisório, que depende de pormenores jurídicos, financeiros ou contábeis, por exemplo, a
comunicação tem que ser precisa e infalível. Vivemos num mundo sem fronteiras e muitas
organizações possuem parceiros, têm filiais em outros países ou estão se internacionalizando e
ampliando seus mercados. Portanto é fundamental difundir a utilização de um segundo idioma
dentro da própria organização para potencializar a sua vantagem competitiva e desenvolver a
capacidade de seus recursos intelectuais. Mesmo que a comunicação bilíngue tenha evoluído
para um patamar mais interativo e tecnológico do que acurado, não há lugar para linguagem
evasiva nos arredores da nova aldeia global. É inegável que em determinados contextos o
falante de um segundo idioma precise dominar um repertório próprio, voltado para a sua área
de atuação, composto por termos, expressões e estruturas específicas, que não podem ficar
inertes nas páginas de um livro ou nas pastas de um software, e que carecem de uma
abordagem prática e continuada até que se tornem imediatas e precisas nos momentos cruciais
que fazem parte dos acordos e das relações internacionais internas e externas da organização.
Tal contexto evidencia a necessidade de instrumentalização e aplicação da Educação
Corporativa como um processo de capacitação bilíngue de domínio específico. Através de
métodos e procedimentos desenvolvidos internamente e alinhados com os objetivos
organizacionais os colaboradores podem alcançar proficiência comunicativa bilíngue em
diversos segmentos alcançando níveis altíssimos de satisfação e êxito na execução de suas
tarefas.
intercâmbios. Ambos são responsáveis pela maior fatia de seu faturamento, compostos por um
público, na sua grande maioria, jovem, com objetivos educacionais ou turísticos. Isso faz com
que tais instituições mantenham um escopo definido sob tais parâmetros no intuito de
preservar sua hegemonia e garantir o seu equilíbrio financeiro. Os programas bilíngues
especificamente desenvolvidos para áreas técnicas e profissionais fazem parte do portfólio de
muitas escolas bilíngues, porém, em pequena proporção e baixa representatividade, incapazes
de fortalecer as suas metas financeiras, apresentam-se como coadjuvantes, projetos
contingenciais, com o propósito de equiparar a estrutura organizacional perante a
concorrência, desempenhando, meramente, um papel complementar, que quando finalmente
cogitados, revelam-se onerosos em tempos normais, e complemente inviáveis em épocas de
instabilidade econômica.
As editoras internacionais, por outro lado, produzem livros e mídia que contemplam
diversas áreas, tais como: Direito, Finanças, Marketing, entre outras, todavia o conteúdo tende
a ser abrangente, e em alguns casos, impreciso, especialmente se a organização necessita de
um programa voltado exclusivamente, por exemplo, para um setor de lentes de contato. Além
disso, o valor para aquisição desse material torna-se inviável se considerarmos aspectos
quantitativos, pois seguindo o rito da proteção aos direitos autorais, sua reprodução é
proibida, e uma empresa com, digamos, 1.000 colaboradores, teria que adquirir a mesma
quantidade de exemplares para o desenvolvimento de um projeto específico, gerando um
acúmulo bibliotecário propenso ao desuso e a desatualização.
Sob tal perspectiva, profissionais autônomos e instituições de ensino bilíngue menos
expressiva veem neste contexto uma demanda reprimida e torpedeiam os sítios das empresas
com propostas e pacotes promocionais na tentativa de abocanhar esta fatia de mercado na
intenção de fidelizar contratos permanentes com as organizações. Estamos falando em
parcerias que exigem, no mínimo, instrutores bilíngues com domínio de vocabulário técnico
específico, o que não necessariamente representa a realidade do corpo docente da maioria das
instituições de ensino bilíngue, fazendo com que o programa se torne desvantajoso e
improdutivo, isso sem contar com possíveis rupturas, caso o projeto não se consolide, que
geralmente acabam nos tribunais e resultam em prejuízos de caráter rescisório, contratual e
trabalhista.
Resta ao RH, portanto, esperar que, ao longo de seus processos seletivos, surjam
profissionais dotados tanto de conhecimento técnico como competência linguística específica
autodidata, que, ainda que existente, pode ainda não atender por completo as necessidades da
organização, o que nos leva a um impasse: por um lado as instituições de ensino bilíngue não
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Estruturação
Realização Instrumentalização
Figura 2
3.1 Estruturação
Uma vez que toda a organização esteja consciente da relevância que consiste em
aperfeiçoar suas relações internacionais através de uma comunicação bilíngue mais específica
e setorial, é preciso vislumbrar e especificar o produto a ser desenvolvido através de um
planejamento estratégico voltado para os clientes internos. Cada setor verbaliza um léxico
específico no seu cotidiano, que vai de encontro com peças, instrumentos, produtos,
derivações, especificidades, jargões, expressões, instruções, além de várias minúcias que
podem não estar particularmente contextualizadas no catálogo atual de impressos voltados
para E.S.P (English for Specific Purposes). Apesar dos esforços dos autores em universalizar
contextos e vocábulos na intenção de abarcar o ensinamento setorial de modo abrangente,
somente os diretamente envolvidos nos processos de cada organização podem especificar a
linguagem que precisam aprender e se atualizar de acordo com o caminhar das suas funções.
Deste modo, a fase de estruturação compreende o envolvimento dos colaboradores de cada
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3.2 Instrumentalização
3.3 Realização
4. Considerações finais
Organizações que atuam em áreas sui generis e que demandam uma comunicação
bilíngue de domínio específico dependem de colaboradores com alto nível de conhecimento
lexical e estrutural na sua área de negócio no intuito de promover relações internacionais
efetivas e permanentes. Esse é um panorama que se intensifica a cada instante e vence quem
está na frente. Não há de se pensar em permanecer estático à espera de instituições de ensino
bilíngue dispostas a empreender complemente e exclusivamente em prol dos interesses
exclusivos e pormenorizados das organizações. É preciso se antecipar a essas expectativas e
concretizar novas ideias e atitudes que farão a diferença perante a concorrência acirrada que o
mercado globalizado tem apresentado nos últimos tempos.
A realização de projetos internos não é a única solução para os desafios da
comunicação bilíngue nas relações internacionais, mas certamente é uma iniciativa que
beneficia a organização sob um ponto de vista macroeconômico, além de representar uma
mudança de paradigma perante os métodos tradicionais de disseminação do ensino de
conteúdo de domínio específico.
Desde que haja o envolvimento da liderança e de todas as outras esferas da
organização; uma elaboração de conteúdo bem distribuída e totalmente alinhada com os
objetivos organizacionais; a participação ativa e contínua dos desenvolvedores na criação de
ferramentas específicas; e o engajamento da equipe na realização e nos ajustes do programa,
as chances de sucesso são enormes, e ainda existe a possibilidade de transformar o programa
em um produto que pode ser comercializado para organizações que operem no mesmo
segmento, representado assim, retorno também no âmbito financeiro e patrimonial através de
consultorias, coaching e treinamentos.
Alguns constraints podem surgir ao longo de um ou de todos os estágios do processo,
entretanto, a realimentação propiciará o engajamento dos envolvidos em busca do
aperfeiçoamento gerando assim um movimento participativo, interativo e cíclico que definirá
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o desenho ideal para cada projeto de modo que qualquer adaptação ou alteração possa ser
facilmente executada com procedimentos básicos predefinidos durante a fase de
instrumentalização.
Ainda que haja uma evolução tecnológica capaz de solucionar os mais variados
problemas em questão de segundos, o fato é que, profissionais bilíngues e capacitados em
diversas áreas estão à procura de instrumentos que possam minimizar ou eliminar as barreiras
da comunicação em língua estrangeira quando se deparam com situações críticas de
negociação voltada para produtos, serviços, ou assuntos específicos, e embora existentes, a
abrangência e a ambiguidade das mais variadas obras textuais e informatizadas nem sempre
satisfazem as suas necessidades gerando assim uma inflexibilidade comunicativa, muitas
vezes improvisada, distante daquilo que realmente almejam, e que, de acordo com o objeto
deste estudo, pode estar na mão, e na mente, do capital intelectual operante no interior de sua
própria organização.
O aprendizado tem se tornado cada vez mais independente e interativo. Qualquer
ferramenta, quando devidamente programada, é capaz de transmitir conhecimento através de
recursos auditivos, textuais e visuais quase que de modo involuntário. A tecnologia nos
tornou capaz de imaginar, planejar, desenvolver, utilizar e comercializar praticamente
qualquer sistema que pretendamos operacionalizar. Sendo assim, no que tange os
profissionais que necessitam de aprendizado bilíngue para linguagem de domínio específico,
não há mais o que esperar, mas sim, planejar e desenvolver seu próprio produto visando o
sucesso organizacional e a sua realização profissional.
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Referências