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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PÓS-GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL


Análise e comportamento de sistemas estruturais em concreto / Pavimentos de edifícios - Jasson R. Figueiredo Filho / Roberto Chust Cavalho

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS EM CONCRETO

ÍNDICE
1. CONSIDERAÇÕES PEELIMINARES................................................................................................................................ 2
2. TIPOS USUAIS DE LAJES DE EDIFÍCIOS......................................................................................................................... 3
3. PROJETO DE LAJES.................................................................................................................................................... 3
3.1. Cálculo dos esforços solicitantes e das armaduras................................................................................................... 3
3.2. Estados limites de serviço: deslocamentos e fissuração........................................................................................... 3
3.2.1. Verificação do estado limite de deformação............................................................................................................ 3
3.2.2. Verificação do estados limite de fissuração............................................................................................................ 4
4. SISTEMAS DE LAJES COMPOSTAS DE ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS.................................................................................. 5
4.1. Vantagens e desvantagens das lajes com nervuras pré-moldadas............................................................................. 6
4.2. Parâmetros geométricos que definem a laje e as nervuras....................................................................................... 7
4.3. Materiais e elementos constituintes das lajes com nervuras pré-moldadas............................................................... 8
4.4. Comportamento estrutural das lajes com nervuras pré-moldadas............................................................................. 11
4.4.1. Ação da laje com nervuras pré-moldadas nas vigas do pavimento........................................................................... 11
4.4.2. Dimensionamento à flexão de lajes pré-moldadas simplesmente apoiadas............................................................... 12
4.4.3. Dimensionamento à flexão das lajes com nervuras pré-moldadas contínuas............................................................ 13
4.5. Verificação ao cisalhamento das lajes com nervuras pré-moldadas.......................................................................... 14
4.6. CÁLCULO E VERIFICAÇÃO DE FLECHAS NAS LAJES COM NERVURAS PRÉ-MOLDADAS.......................................................... 14
4.7. DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS.................................................................................................................................... 15
4.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................ 15
5. PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS COM LAJAS MACIÇAS DE CONCRETO ARMADO....................................................................... 15
5.1. Métodos de cálculo................................................................................................................................................ 16
5.2. Método elástico...................................................................................................................................................... 16
5.2.1. Hipóteses de cálculo.............................................................................................................................................. 17
5.2.2. Equação fundamental............................................................................................................................................. 18
5.2.3. Processos de resolução........................................................................................................................................... 18
5.2.4. Cálculo por diferenças finitas................................................................................................................................. 19
5.2.5. Processo dos elementos finitos............................................................................................................................... 19
5.2.6. Processo da grelha equivalente............................................................................................................................... 19
5.2.7. Determinação de esforços e deslocamentos por meio de séries................................................................................ 20
5.3. Roteiro para o cálculo de lajes de concreto armado................................................................................................. 21
5.3.1 Discretização do pavimento.................................................................................................................................... 22
5.3.2. Pré-dimensionamento da altura das lajes................................................................................................................ 22
5.3.3. Cálculo das cargas atuantes.................................................................................................................................... 23
5.3.4. Verificação das flechas.......................................................................................................................................... 23
5.3.5. Cálculo dos momentos........................................................................................................................................... 24
5.3.6. Determinação das armaduras longitudinais............................................................................................................. 24
5.3.7. Reação das lajes nas vigas...................................................................................................................................... 24
5.3.8. Verificação de lajes ao cisalhamento...................................................................................................................... 25
5.3.9. Detalhamento das armaduras.................................................................................................................................. 25
6. PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS COM LAJAS NERVURADAS DE CONCRETO ARMADO................................................................. 26
6.1. Lajes nervuradas de concreto armado moldadas no local......................................................................................... 26
6.2. Lajes nervuradas em uma direção........................................................................................................................... 27
6.3. Prescrições da NB1/80 (NBR 6118/80) ................................................................................................................. 28
6.3.1. Cálculo à flexão..................................................................................................................................................... 28
6.3.2. Verificação ao cisalhamento................................................................................................................................... 29
6.3.3. Verificação das flechas.......................................................................................................................................... 29
6.3.4. Dimensões e recomendações construtivas............................................................................................................... 29
6.4. Prescrições da NB1/2001 (NBR 6118/2001) .......................................................................................................... 20
6.5. Lajes nervuradas em duas direções......................................................................................................................... 30
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................... 30

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Análise e comportamento de sistemas estruturais em concreto / Pavimentos de edifícios - Jasson R. Figueiredo Filho / Roberto Chust Cavalho

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS EM CONCRETO

1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Para se projetar uma estrutura composta de lajes, vigas e pilares é necessário,
inicialmente, definir o tipo de pavimento ou de forro que será usado para, então, determinar as
cargas e, a partir delas, calcular e detalhar as lajes, as vigas e, finalmente, os pilares.
Dependendo da finalidade da edificação projetada há um grau de exigência de
funcionalidade e dimensões mínimas (vão livre) a serem atendidos. As ações a considerar na
estrutura também dependem da utilização que será dada à edificação. Dessa forma, a escolha do
tipo de sistema estrutural a ser adotado para determinado pavimento deve estar baseada em
estudos de racionalidade, otimização de tempo, custo e dos meios técnicos disponíveis.
Os pavimentos são estruturas de superfície plana compostos de um ou mais elementos.
Esses elementos são usualmente chamadas de lajes, principalmente se executadas com concreto
armado ou protendido. Sob o ponto de vista estrutural são placas de concreto, com ações
preponderantemente perpendiculares ao seu plano médio, em que a dimensão perpendicular à
superfície, usualmente chamada espessura, é relativamente pequena frente às demais (largura e
comprimento).
O pavimento de um edifício pode ser composto por uma única laje, sem vigas, ou por um
conjunto de lajes, maciças ou nervuradas, apoiadas em vigas. Estas três possibilidades estão
mostradas na figura 1.
A concretagem de vigas e pilares costuma ser realizada de uma única vez, definindo um
único elemento laje-viga embora, por questão de simplificação, para efeito de cálculo,
geralmente não se considere esta ligação monolítica, admitindo-se a laje simplesmente apoiada
nas vigas de contorno.

FIGURA 1. Esquemas estruturais de pavimentos de concreto


2. TIPOS USUAIS DE LAJES DE EDIFÍCIOS
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Pode-se dividir as lajes de edifícios em dois grandes grupos: as lajes moldadas no local e
as executadas com elementos pré-moldados. Podem também ser de concreto armado ou de
concreto protendido, independentemente se pré-moldadas ou moldadas no local em que serão
utilizadas.
As lajes moldadas no local podem, por sua vez, ser subdivididas em lajes com vigas
(sistema chamado de tradicional) e lajes sem vigas (lajes lisas, planas ou cogumelo) e, ainda,
cada uma delas podendo ser maciça ou nervurada.
As lajes pré-moldadas podem ser executadas em placas, geralmente protendidas, em
concreto comum ou celular, em forma de π (ou duplo Tê) e alveolares, mostradas na figura 2 a e
2 b. Podem ainda ser compostas por vigotas unidirecionais do tipo trilho ou com armadura em
treliça, protendidas ou apenas com armadura passiva.

FIGURA 2. Seções transversais de lajes pré-moldadas: a) tipo π; b) alveolar

Na sequência serão abordados aspectos do projeto e cálculo de lajes em geral e em


seguida serão enfocadas com mais detalhes as lajes com nervuras pré-moldadas, as lajes maciças
e as lajes nervuradas. As lajes sem vigas serão abordadas em capítulo à parte.

3. PROJETO DE LAJES
De uma maneira geral, o projeto de lajes, assim como qualquer elemento estrutural,
consiste basicamente em determinar o carregamento, o cálculo dos esforços solicitantes
(momentos fletores e esforços cortantes), efetuar as verificações do estado limite de serviço
(deslocamentos e fissuração), calcular as reações de apoio (geralmente vigas) e efetuar o
detalhamento das armaduras.

3.1. Cálculo dos esforços solicitantes e das armaduras


O cálculo dos esforços solicitantes pode ser feito através de diversos métodos, uns mais
precisos que outros ou que são mais adequados que outros para uma determinada situação.
Alguns desses métodos, e as hipóteses que devem ser feitas, estão apresentados em itens
seguintes.
O dimensionamento das armaduras é feito de acordo com as hipóteses de cálculo para o
estado limite último de elementos estruturais fletidos, garantindo segurança à ruptura da
estrutura. O detalhamento dessas armaduras e os cuidados na execução devem ser tais que
garantam de forma inequívoca a segurança requerida.
Segundo o item 17.2.1 da NB1/2001, o dimensionamento das armaduras longitudinais
deve conduzir a um conjunto de esforços resistentes que constituam envoltória dos esforços
solicitantes determinados na análise estrutural. A armadura deve ser calculada de modo a garantir
a ductilidade da estrutura, impondo-se que a linha neutra esteja nos domínios 2 ou 3, mesmo que
seja necessário o emprego de armadura de compressão (item 17.2.3 da NB1/2001).
3.2. Estados limites de serviço: deslocamentos e fissuração
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O estado limite de deformação deve considerar o efeito da fissuração da peça, ou seja, as


característica geométricas devem ser feitas para seções não totalmente íntegras, assim como deve
ser levado em conta a presença das armaduras e as deformações ao longo do tempo.
A verificação dos estados limites de serviço para lajes segundo a NB1/2001 (item 19.3)
deve ser feita como em elementos estruturais lineares, analisados isoladamente e submetidos à
combinação de ações de serviço dadas no capítulo 11.
A verificação do estado limite de deformação (19.3.1) deve ser efetuada segundo os
critérios do item 17.3.2, considerando a possibilidade de fissuração (estádio II) e os efeitos da
fluência do concreto, e a verificação do estado limite de fissuração conforme o item 19.3.2, de
acordo com os critérios dos itens 17.3.3.

3.2.1. Verificação do estado limite de deformação


Conforme o item 17.3.2 a verificação deve ser realizada através de modelos que
considerem a rigidez efetiva das seções do elemento estrutural, o que significa considerar a
presença da armadura, a existência de fissuras no concreto ao longo dessa armadura e as
deformações diferidas no tempo. Os valores encontrados devem ser limitados aos valores de
deslocamentos dados em 13.3.
Os deslocamentos limites são valores práticos e classificados em quatro grupos básicos:
a) aceitabilidade sensorial: caracterizado por vibrações indesejáveis ou efeito visual
desagradável;
b) efeitos específicos: deslocamentos que podem impedir a utilização adequada da construção
(situação de serviço);
c) efeitos em elementos não estruturais: deslocamentos estruturais podem causar o mau
funcionamento de elementos que, apesar de não fazerem parte da estrutura, estão a ela
ligados;
d) efeitos em elementos estruturais: os deslocamentos podem afetar o comportamento do
elemento estrutural, provocando afastamento em relação às hipóteses de cálculo adotadas.

Ainda segundo 17.3.2, a deformação real da estrutura depende também do processo


construtivo e das propriedades dos materiais (principalmente do módulo de elasticidade e da
resistência à tração) no momento de sua efetiva solicitação. Em face da grande variabilidade
desses parâmetros, existe uma grande variabilidade das deformações reais, não se podendo
portanto esperar grande precisão nas previsões de deslocamentos por processos analíticos.
O efeito da fissuração no cálculo da flecha imediata é dado no item 17.3.2.1.1, e o cálculo
da flecha adicional diferida no tempo, decorrentes das cargas de longa duração em função da
fluência é dado no item 17.3.2.1.2.

3.2.2. Verificação do estados limite de fissuração


A fissuração em elementos estruturais de concreto armado é inevitável, devido
principalmente à baixa resistência do concreto à tração, e mesmo sob ações de serviço valores
críticos de tensões de tração são atingidos. O controle da abertura de fissuras visa principalmente
proteger as armaduras quanto à corrosão, de modo a não comprometer o bom desempenho e
durabilidade da estrutura.

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A fissuração deve ser verificada de acordo com os critérios dados no item 17.3.3, com os
limites estabelecidos em 13.4.2. De maneira geral, fissuração que respeite esses limites (da
ordem de 0,3 mm a 0,4 mm) não denota perda de durabilidade ou de segurança quanto aos
estados limites últimos.
Por outro lado, conforme o item 17.3.3.2, o valor da abertura de fissuras pode sofrer
influência de restrições às variações volumétricas da estrutura difíceis de serem avaliadas de
forma suficientemente precisa. Além disso, essa abertura sofre também a influência das
condições de execução da estrutura. Por essas razões os critérios para estimar a abertura de
fissuras devem ser encarados como avaliações aceitáveis do comportamento geral do elemento,
mas não garantem avaliação precisa da abertura de uma fissura específica.

4. SISTEMAS DE LAJES COMPOSTAS DE ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS


Nas edificações residenciais e comerciais usuais (casas, sobrados, pequenos edifícios),
que normalmente apresentam vãos de pequenos a médios, as lajes dos pavimentos podem ser
bastante simples, desde que resultem em soluções que sejam econômicas, seguras, de simples
execução e que se comportem de maneira satisfatória. Nos projetos desses tipos de edificações
têm sido empregados cada vez mais os sistemas de lajes com nervuras pré-moldadas, compostas
geralmente de trilhos e treliças.
Com base em um sistema de lajes nervuradas desenvolvido no século 19 pelo francês
François Coignet (1812-1895), começou a ser desenvolvido na Alemanha o sistema com vigotas
pré-moldadas de concreto armado, utilizando blocos de alvenaria como enchimento e uma capa
feita em cimento a areia. No brasil, segundo BORGES (1997), provavelmente as lajes pré-
moldadas tiveram início na década de 1940, no Rio de Janeiro.
As armaduras pré-fabricadas soldadas por eletrofusão, para utilização na construção civil,
começaram a ser produzidas, em escala industrial, na década de 1960 na Europa (DROPPA,
1999). A produção dessas treliças, no Brasil, teve início em meados da década de 1970, mas
passaram a ser mais difundidas e ter um uso intenso a partir de 1990.
As lajes com nervuras pré-moldadas são, na verdade, lajes nervuradas construídas com o
emprego de elementos pré-moldados (treliça ou trilho). Elas são formadas por nervuras
principais resistentes, por elementos leves de enchimento (cerâmicas ou EPS - “isopor”) que são
colocados entre as nervuras e por uma capa superior de concreto, onde recomenda-se colocar
uma armadura em tela soldada; a capa, juntamente com as nervuras, compõe a seção da laje
resistente à flexão (figura 3 a e 3 b).
A armadura do elemento tipo trilho é composta de barras retas colocadas na parte inferior
do mesmo. O elemento tipo treliça é composto de uma sapata de concreto e, como armadura,
uma treliça espacial de aço, composta por três banzos paralelos e diagonais laterais de forma
senoidal, soldadas eletronicamente aos banzos (figura 3 c).

a) Laje tipo trilho b) Laje tipo treliça c) Armação – laje treliça


FIGURA 3. Seções transversais de lajes pré-moldadas e amadura da laje tipo treliça
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Para se executar um pavimento com essas lajes, não é necessário o emprego de formas,
pois as nervuras e os elementos de enchimento fazem esse papel para a concretagem da capa, e o
escoramento utilizado é bastante reduzido, apenas para auxiliar na resistência de uma pequena
carga acidental. Para vencer grandes vãos, ou suportar grandes cargas, este tipo de sistema se
mostra menos vantajoso, devido ao aumento da taxa de armadura e da altura final da laje.
Dependendo das dimensões do vão, são colocadas nervuras na direção transversal, com a
função apenas de travamento das principais (figura 4); isso é possível apenas quando as vigotas
principais são treliçadas, pois caso contrário seria grande a dificuldade em colocar a armadura
das nervuras transversais. Dessa maneira, é possível obter lajes com comportamento similar ao
daquelas armadas em duas direções, e um adequado travamento transversal entre as nervuras.

Elemento de Enchimento

Barras de Aço

Treliça
Nervura Transversal
Nervura Principal

FIGURA 4. Laje com nervura transversal

4.1. Vantagens e desvantagens das lajes com nervuras pré-moldadas


Em comparação com os sistemas de lajes maciças e lajes nervuradas, as lajes com
nervuras pré-moldadas apresentam diversas vantagens:
Versatilidade - possibilitam uma ampla gama de aplicações, tais como como edifícios de
apartamentos, comerciais, escolares, residências, núcleos habitacionais, galpões, etc. e
proporcionam uma grande agilidade na construção.
Distribuição direta de tubulações - a colocação das tubulações elétricas e hidráulicas é
facilitada, pois podem ser embutidas diretamente na laje, distribuídas entre as treliças antes da
concretagem, evitando o uso das lajes rebaixadas ou o artifício do forro falso.
Diminuição de fôrmas e escoramentos - dependendo da sua altura, as nervuras pré-moldadas
têm rigidez que permite vencer vãos da ordem de 1 m a 2 m, de modo que a quantidade de
escoras necessárias para sua execução é bem menor do que seria em lajes maciças similares. Os
elementos de enchimento apoiam-se sobre as nervuras, formando um plano que serve de fôrma
para a concretagem da capa, dispensando o uso das tradicionais de madeira.
Redução de custos da estrutura - pelo fato de trabalhar com vários materiais industrializados
(nervuras, elementos de enchimento e até mesmo o concreto), este sistema proporciona uma
baixa de perda de materiais durante a montagem, e além disso, é o que apresenta menor volume
de concreto e armaduras, e a quantidade de mão-de-obra necessária para a execução é
substancialmente reduzida. Em razão desses aspectos há uma evidente redução no custo da
estrutura.

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Como principais desvantagens apresentadas pelos sistemas de lajes com nervuras pré-
moldadas, podem ser destacadas a dificuldade na execução das instalações prediais nas lajes com
nervuras tipo trilho, e os valores dos deslocamentos transversais, que são bem maiores que os
apresentados pelas lajes maciças.

4.2. Parâmetros geométricos que definem a laje e as nervuras


Algumas recomendações da NB1/80, e da sua revisão de 2001 (aqui referida como
NB1/01) e da EF-96 referentes às lajes nervuradas moldadas no local, principalmente quanto às
dimensões e cálculo ao cisalhamento, podem ser adotadas. Os principais parâmetros geométricos
que definem a laje e as nervuras e estão indicados na figura 5 estão relacionados a seguir.

intereixo

a) distância entre nervuras – intereixo b) seção transversal


FIGURA 5. Parâmetros geométricos das lajes com nervuras pré-moldadas

a) Intereixo – distância entre o centro das nervuras pré-moldadas (figura 5 a), normalmente na
faixa de 40 a 50 cm, sendo raros os casos em que ultrapassa 60 cm; deve ser observado o
seguinte em relação a distância livre entre as nervuras (na NB1/01, item 13.2.4.2, os limites de
50 cm e 100 cm passaram a 60 cm e 110 cm respectivamente):
• se maior que 100 cm, o cálculo à flexão e cisalhamento será como o de um piso composto de
lajes maciças e vigas (nervuras);
• se entre 50 e 100 cm, o cálculo à flexão será como laje (placa) e o de cisalhamento como em
vigas; exige-se a verificação da flexão da mesa;
• se menor ou igual a 50 cm, o cálculo à flexão e cisalhamento poderá ser efetuado como em
lajes, e fica dispensada a verificação da flexão da mesa.
b) Altura total da laje – a altura total da laje, na figura 5b indicada com o valor de 12 cm, é
resultado da soma da altura dos blocos com a espessura da mesa. Está relacionada principalmente
com as flechas que podem ocorrer na laje, de modo a atender a limites impostos pelas normas;
são indicadas, normalmente, pela letra grega β, seguida de um número, indicando sua altura em
centímetros.
c) Altura da mesa – a altura da mesa (mesa de compressão para momentos positivos), que na
verdade é a espessura da capa (hf na figura 5 b), segundo o item 6.1.1.3 da NB1/80, não deve ser
menor que 4 cm e nem que 1/15 da distância livre entre nervuras. Na NB1/01, item 13.2.4.2, o
limite de 4 cm pode passar a 3 cm se não existir tubulação de diâmetro maior que 12,5 mm.
d)Largura da mesa – a largura da mesa (bf na figura 5 b) é função do intereixo adotado, e
deverá ser verificado, no dimensionamento da nervura, se toda ela colabora na resistência às
tensões de compressão no concreto.
e) Dimensões da sapata das nervuras treliçadas – a sapata das nervuras treliçadas, onde se
alojam as barras inferiores da treliça, têm largura em torno de 12 cm, e altura da ordem de 3 cm.

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f) Espessura das nervuras – a espessura (largura) das nervuras (bw), de acordo com o item
6.1.1.3 da NB1/80, não deve ser inferior a 4 cm. Segundo a NB1/01, item 13.2.4.2, a espessura
das nervuras não deve ser inferior a 5 cm. Nenhuma das duas versões da norma permite o uso de
armadura de compressão em nervuras de espessura inferior a 8 cm.
g) Altura da treliça – a definição da altura da treliça depende principalmente da necessidade ou
não de armadura de cisalhamento na laje; caso ela seja necessária, a própria armadura lateral da
treliça desempenhará essa função, e em caso contrário será apenas construtiva.

4.3. Materiais e elementos constituintes das lajes com nervuras pré-moldadas


Os principais elementos que compõem as lajes pré-moldadas e possibilitam que elas
atendam às necessidades de vãos, carregamentos, condições estáticas (simplesmente apoiadas,
em balanço, contínuas), etc., estão resumidamente descritos a seguir.

a) Elementos pré-moldados
O elemento pré-moldado (linear) tem função resistente, obtida da associação do concreto
com armaduras; esses elementos são feitos de concreto com fck 20MPa ou mais, têm formato e
dimensões constantes é são produzidos em mesas vibratórias com fôrmas metálicas. O elemento
pré-moldado e a capa trabalham como uma só peça, formando a seção resistente da laje, que para
efeito de cálculo é admitida como tendo a forma de um T. Os elementos podem ser de três tipos:
• vigotas de concreto armado com seção transversal na forma aproximada de um T invertido
(trilho), com armadura passiva envolvida totalmente pelo concreto (figura 6 a);
• vigotas com armadura treliçada, constituídas por uma treliça espacial de aço composta por
três banzos paralelos, e diagonais de forma sinusoidal soldadas aos banzos, e uma placa de
concreto envolvendo as barras inferiores da treliça que irão compor a armadura da face
tracionada (figura 6 b);
• vigotas de concreto protendido com seção transversal em forma aproximada de um T
invertido (trilho), com armadura de protensão pré-tracionada envolvida totalmente pelo
concreto (figura 6 c).

Bloco de Enchimento Bloco de Enchimento Concreto de Capeamento


Concreto de Capeamento

Armadura Principal Placa de Concreto Armadura Treliçada

a) Vigotas de concreto armado (trilho) b) Vigotas com armadura treliçada

Bloco de Enchimento Concreto de Capeamento

Armadura Pré-Tracionada

c) Vigotas de concreto protendido (trilho)


FIGURA 6. Tipos de vigotas pré-moldadas (nervuras)

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b) Painéis treliçados
Os painéis treliçados são placas de concreto moduladas e pré-fabricadas (figuras 7 a e
7 b). Eles podem ser entendidos como uma extensão das vigotas pré-moldadas. A vantagem deste
tipo de elemento em relação ao anterior é o de ter grandes dimensões, mas de peso controlado.
Ele permite formar lajes com superfície inferior contínua de concreto armado, semelhante às
lajes maciças. Esses painéis podem também ser utilizados como fôrmas para lajes maciças de
maior espessura, e neste caso são usualmente denominados de pré-laje.

Armadura Treliçada
Concreto

S
3S

PAINEL PRÉ-MOLDADO

a) Seção transversal b) Painéis com armadura na outra direção


FIGURA 7. Painéis pré-moldados treliçados

c) Armadura das vigotas


As armaduras dos elementos tipo trilho são simplesmente barras longitudinais colocadas
na parte inferior para resistir aos esforços de tração e, eventualmente, uma barra superior
construtiva.
A armadura das vigotas treliçadas (figura 3 c) é constituída por duas barras de aço
inferiores (espaçadas entre si normalmente de 8 cm), necessárias para resistir aos momentos
fletores positivos, e uma superior que não é considerada nos cálculos das lajes, sendo apenas
empregada por facilidade de fabricação e, também, para ajudar a evitar fissuras no transporte do
elemento. Conforme a vigota seja mais exigida, deve-se aumentar a quantidade da armadura
inferior. O aço utilizado é do tipo CA-50 e CA-60 ranhurado.
Ligando as barras dos banzos inferior e superior existem diagonais a eles soldadas
igualmente espaçadas (passo de 20 cm), formando a treliça. As treliças têm uma altura (H) que
varia de 70 a 250 mm e comprimento (L) praticamente limitado por questões de transporte. As
barras do banzo superior têm diâmetros que variam de 6,0 a 12,5 mm e as do banzo inferior de
3,4 a 6,0 mm-.
As diagonais das treliças podem funcionar como armadura de cisalhamento, e
proporcionam uma excelente ligação entre o concreto pré-moldado das vigotas e o concreto
moldado no local.

d) Armadura negativa e armadura construtiva


A armadura negativa, quando necessária, é constituída principalmente por barras, mas
também é possível ser executada em tela soldada; é colocada na parte superior da laje, sobre os
apoios, com a função de resistir aos momentos negativos que aí ocorrem.
Deve também ser prevista uma armadura construtiva a ser colocada na parte superior da
laje nas duas direções. Essa armadura tem a função essencial de distribuição transversal de cargas
localizadas, e por isso é denominada de distribuição. Ela pode ser executada com barras
distribuídas uniformemente entre os elementos de enchimento e a capa, e também com telas
soldadas.
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e) Elementos de enchimento
O material de enchimento não é um material estrutural, e em princípio qualquer produto
inerte pode ser utilizado. O elemento de enchimento (figura 6), que na maioria das vezes fica
incorporado na laje, pode ser de blocos cerâmicos (lajota), blocos de concreto comum, blocos de
concreto celular, blocos de EPS ou outros suficientemente rígidos que não produzam danos ao
concreto nem às armaduras.
Esses elementos têm a função de aumentar a altura da laje, afastando o concreto da capa
(comprimido) da linha neutra e aumentando o braço de alavanca entre a zona comprimida e
tracionada, e de criar vazios, economizando concreto. São desconsiderados como elementos
resistentes, mas devem suportar o peso do concreto fresco moldado no local e as ações devidas à
execução.
O bloco cerâmico tem peso próprio não muito elevado (peso específico em torno de
13 kN/m3 – 1300 kgf/m3). Ele deve possuir o mínimo de resistência necessária para não quebrar
ao ser transportado até a laje, e para sofrer flexões durante a colocação do concreto ainda plástico
da capa e durante a vida útil da laje.
Os blocos de EPS (poliestireno expandido, matéria plástica derivada do petróleo - isopor)
podem ter as mais variadas formas, sendo obtidos a partir de grandes peças. No Brasil são
produzidos normalmente com as dimensões de 100 cm x 100 cm x 400 cm. São bastante leves
(peso específico entre 0,13 kN/m3 a 0,25 kN/m3 – 13 kgf/m3 a 25 kgf/m3), proporcionam um bom
isolamento térmico e acústico e são facilmente posicionados entre as nervuras (figura 8).

a) Bloco de EPS b) Colocação dos blocos entre as nervuras


FIGURA 8. Elementos de enchimento com isopor (EPS)

Os blocos de enchimento fabricados com concreto celular são também bastante leves. O
concreto celular é um composto formado de uma mistura de areia média, cimento, fibras de
polipropileno, água e bolhas de ar incorporadas uniformemente na massa, por meio de uma
espuma com uma densidade em torno de 80 g/l. É um material homogêneo, resistente e tem
medidas uniformes (figura 9 a), facilitando a execução (figura 9 b). O concreto celular tem
elevada fluidez e baixa condutividade térmica, e possui excelentes índices de isolamento térmico
e acústico. Sua massa específica pode variar entre 500 kg/m3 a 1200 kg/m3; quanto maior sua
massa específica, maior sua resistência.

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a) Dimensões homogêneas b) Resistentes, facilitam a execução


FIGURA 9. Blocos de concreto celular: homegeneidade de dimensões e resistentes

f) Concreto da capa e das vigotas


O concreto da capa, colocado na obra, deve se ligar ao concreto da nervura formando uma
estrutura de concreto única e sem planos de deslocamento. Esse concreto tem importância
fundamental, pois dará a forma final da seção e será um dos elementos básicos de sustentação da
estrutura, formando a região comprimida da laje (mesa de compressão). Ele deverá possuir
resistência característica de no mínimo 20 MPa (200 kgf/cm2).
O concreto empregado para a confecção das vigotas não tem a mesma importância do
concreto da capa, pois estará na região tracionada, e sua resistência não é considerada no
dimensionamento da nervura. Entretanto, ele deve ter qualidade tal que não comprometa sua
principal função que é a de posicionar e proteger a armadura longitudinal de tração, responsável
principal pela resistência.

4.4. Comportamento estrutural das lajes com nervuras pré-moldadas


As lajes com nervuras pré-moldadas tem um comportamento estrutural diferente do
comportamento de placas, pois em princípio elas podem ser entendidas como a associação de
diversas vigas, arranjadas em uma direção (uma ao lado da outra) ou em duas direções.
Por essa razão, o comportamento estrutural da laje pré-moldada unidirecional, que é a
mais usual, aproxima-se mais do comportamento de vigas (simplesmente apoiadas ou, em
algumas situações, contínuas), do que das lajes, embora a capa possa proporcionar um pequeno
efeito de placa a esse conjunto; essas lajes, então, trabalham preferencialmente em uma única
direção e transmitem, em princípio, as cargas apenas para as vigas em que se apoiam.
Conforme as dimensões do vão, nas lajes treliçadas, são colocadas nervuras na direção
transversal com a função de travar as nervuras principais; nas lajes tipo trilho isso não é
construtivamente viável. Quando as nervuras transversais tem também função resistente, o
comportamento é semelhante ao de uma grelha.

4.4.1. Ação da laje com nervuras pré-moldadas nas vigas do pavimento


Conforma já destacado, as lajes pré-moldadas usuais têm os elementos estruturais (trilhos
ou treliças) dispostos segundo uma só direção, geralmente a do menor vão, e simplesmente
apoiados nas extremidades. Dessa forma, as vigas em que esses elementos se apoiam é que
recebem a maior parte da carga; e usualmente admite-se que a ação das lajes pré-moldadas ocorre
apenas nessas vigas, não considerando qualquer ação das lajes nas vigas paralelas aos elementos.
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Entretanto, será que a capa de concreto não confere rigidez, mesmo que pequena, ao
pavimento na outra direção, propiciando que também as vigas laterais recebam uma parcela da
carga proveniente da laje? Através de um estudo foi verificado que de fato essas vigas também
recebem uma parcela do carregamento atuante no pavimento; em função dos diversos valores
obtidos para vários casos estudados, recomenda-se, em princípio, que de 25% a 30% da carga
total seja transmitida a essas vigas. Os valores recomendados são limites, o que pode resultar em
vigas superdimensionadas para particulares situações.
É importante destacar que quando se considera uma fração da ação para uma direção, o
valor para a outra direção automaticamente fica fixado, pois a soma das ações deve resultar na
ação total sobre o pavimento. Assim ao se optar, por exemplo, em usar 80% da ação total nas
vigas da direção x e este valor estiver a favor da segurança (for maior que o real) na outra direção
estará sendo considerada ação menor que a real. Dessa maneira, a favor da segurança,
recomenda-se ainda que nas vigas perpendiculares aos elementos seja admitido que atue toda a
carga proveniente da laje, e nas vigas paralelas 25% a 30% dessa ação, ou seja, nos cálculos de
todas as vigas de apoio será empregada uma carga maior que a total atuante.

4.4.2. Dimensionamento à flexão de lajes pré-moldadas simplesmente apoiadas


Para o dimensionamento das armaduras longitudinais, positiva e negativa, em uma
nervura pré-moldada, é necessário a determinação do momento fletor atuante nas nervuras, e para
isso é preciso analisar separadamente as situações de nervuras simplesmente apoiadas nas
extremidades, daquelas de nervuras com apoios intermediários (contínuas) ou com balanços.
Inicialmente, é interessante observar a figura 10, onde estão os diagramas de momentos
da região central de um pavimento quadrado para três situações: a) nervuras isoladas; b) nervuras
e capa de concreto; c) laje maciça.

0,05

0
momrnto fletor (tf.m)

1 3 5 7 9 11
-0,05

-0,1 placa

-0,15 nervura

-0,2

-0,25 elemento
isolado

FIGURA 10. Diagrama de momento fletor na região central da placa para os três casos

Observa-se que a placa apresenta os menores valores e os resultados da laje pré-moldada


(indicada na figura 10 como nervura) e dos elementos isolados são relativamente próximos. Isto
permite recomendar que o momento máximo de uma nervura de laje pré-moldada, simplesmente
apoiada ou contínua, seja calculado, a favor da segurança, como o de um elemento isolado, sem
qualquer contribuição da capa na rigidez do conjunto. Admite-se que a capa apenas contribui
para aumentar a região comprimida de cada nervura, aumentando sua resistência.

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Dessa maneira, o modelo para o cálculo da laje pode ser admitido como o de um conjunto
de “vigas” paralelas que trabalham praticamente independentes, podendo ser adotada seção
transversal em forma de “ T ” (figura 11), sem qualquer contribuição do material de enchimento
na resistência do conjunto.

FIGURA 11. Esquema da seção transversal da laje e o respectivo modelo adotado

Pelo modelo de empregado, é possível perceber que a seção transversal resiste melhor aos
momentos “positivos” que aos “negativos”, pois a região de concreto disponível junto à borda
inferior da laje (região comprimida para momento negativo) é bem menor que a região junto à
face superior. Assim, em lajes contínuas, nem sempre é possível obter junto aos apoios
intermediários o momento negativo total indicado pelo cálculo. Por este motivo e também
porque em obras de pequeno porte é difícil garantir o posicionamento da armadura negativa
(durante a movimentação dos operários pode-se deslocar essa armadura), recomenda-se nessas
situações o emprego de lajes em que as nervuras sejam simplesmente apoiadas.
Com base no modelo descrito é possível dimensionar a altura e a armadura longitudinal
necessárias. Na prática costuma-se tabelar os resultados obtidos por este procedimento para que o
engenheiro possa usar determinada laje pré-moldada sem efetuar todo o cálculo. A maioria das
tabelas existentes não leva em conta os efeitos da fissuração e deformação lenta do concreto, o
que pode levar a grandes erros.

4.4.3. Dimensionamento à flexão das lajes com nervuras pré-moldadas contínuas


Como visto, em lajes contínuas, nem sempre é possível obter junto aos apoios
intermediários o momento negativo total encontrado pelo cálculo elástico (admite os materiais,
no caso o concreto armado, como sendo homogêneo e com comportamento linear), pois há a
plastificação do concreto. Por este motivo, tem sido usual admitir que os elementos pré-
moldados sejam sempre simplesmente apoiados, o que resulta em momentos positivos maiores
que em elementos contínuos; para uma mesma solicitação, isso resulta em seções maiores ou em
limitação do vão a ser vencido.
Por essa razão, é muito mais racional aproveitar as vantagens da continuidade, pois há
uma melhor distribuição de momentos, com a redução dos positivos, possibilitando vencer vãos
maiores. Assim, em pavimentos compostos de diversos painéis de lajes pré-moldadas, sempre
que a geometria permitir os trilhos devem ser dispostos numa mesma direção, de modo a
aproveitar o efeito vantajoso da continuidade, com o esquema estático das nervuras
aproximando-se ao de uma viga contínua hiperestática.
A questão a ser respondida é: qual o momento negativo a considerar em lajes contínuas, e
qual a conseqüência disso? Obter essa resposta não é simples, pois a hipótese de comportamento
linear é imprecisa e não corresponde à situação real. Caso, mesmo assim, se decida dimensionar
o pavimento para os valores do momento negativo obtidos do cálculo linear (sempre maiores que
o momento positivo nas vigas contínuas hiperestáticas), este procedimento será antieconômico,
ou impossível, ou ainda, levar a valores de momentos positivos menores que os realmente
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atuantes.
Uma solução apontada para esse problema é a adoção de seção maciça de concreto na
região onde a seção nervurada não resiste ao momento negativo. Outra possibilidade é considerar
que o esforço solicitante no apoio diminua até um valor correspondente à resistência da seção
nesse apoio (ou uma parcela deste valor, ou ainda, um valor obtido experimentalmente) e, em
seguida, considerar a redistribuição dos esforços ao longo da nervura, para verificar se o máximo
momento fletor positivo solicitante não ultrapassa o máximo resistido na seção de momento
positivo.

4.5. Verificação ao cisalhamento das lajes com nervuras pré-moldadas


A verificação ao cisalhamento e o cálculo da armadura transversal nas nervuras pode ser
feito como em vigas, pois elas são na verdade, como visto, vigas simplesmente apoiadas ou vigas
contínuas. Entretanto, pelas dificuldades de se colocar essa armadura em elementos de pequena
altura, como são as nervuras, não é comum o seu emprego. Isso é possível e permitido pelas
normas se essas lajes forem consideradas como lajes nervuradas moldadas no local, o que não
deixa de ser correto, pois pode-se admitir que as características de concreto pré-moldado, nesses
casos, são apenas transitórias, antes da concretagem da capa.
No caso das nervuras com armadura treliçada, embora as diagonais laterais, de forma
senoidal, possam contribuir na resistência ao cisalhamento, não é usual contar com essa
colaboração.
Nas lajes maciças e nervuradas, e pode-se admitir as com nervuras pré-moldadas
semelhantes a estas últimas, as normas (NB1/80, NB1/01, EF/86) permitem prescindir da
armadura transversal, verificando-se apenas o esmagamento do concreto das bielas comprimidas.
Os procedimentos de cálculo se aplicam às lajes armadas em uma ou em duas direções. Por ser o
cálculo o usual de verificação ao cisalhamento em lajes, o processo não será aqui apresentado.

4.6. CÁLCULO E VERIFICAÇÃO DE FLECHAS NAS LAJES COM NERVURAS PRÉ-MOLDADAS


No projeto de estruturas de concreto busca-se, geralmente, a redução de custos, e isso se
dá, principalmente, diminuindo ao máximo as dimensões da seção transversal dos diversos
elementos. Essas diminuições, porém, não podem conduzir a estados de deformação excessivos
conforme condições estabelecidas por norma. Não basta, portanto, empregar modelos de cálculo,
mesmo sofisticados, que visem apenas o estado limite de ruína e as combinações de ações que
nele ocorrem. É preciso empregar modelos mais elaborados que os usuais, que permitam
determinar os deslocamentos de diversos pontos, em diversas épocas, e com valores próximos
dos reais.
A análise do estado de deformação excessivo procura, principalmente, evitar, que sob a
ação das cargas de serviço, ocorram flechas excessivas e fissuras nos elementos estruturais e de
vedação. Isso é importante pois, caso ocorram, para que sejam corrigidas levam, geralmente, a
transtornos aos usuários da edificação, custos adicionais não previstos e, por vezes, à interdição
de trechos do pavimento. Para evitar estas situações é preciso verificar, cuidadosamente, os
deslocamentos para diversas situações de carga, em diversos pontos e em diferentes épocas da
vida da estrutura.
Dessa maneira sugere-se que o cálculo das flechas (deslocamento máximo) em lajes pré-
moldadas seja feito, a favor da segurança, adotando para as mesmas comportamento de
elementos isolados, mas com a consideração da não linearidade do concreto, ou seja, com os

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efeitos da fissuração e fluência (deformação lenta) do concreto.


A avaliação de deformação, considerando a fissuração, no caso de sistemas estruturais
mais simples, como, por exemplo, os compostos por elementos pré-moldados, pode ser feita
através da análise isolada dos mesmos e utilizando as expressões empíricas de BRANSON
(1968), do EURO CODE (1992) ou do CEB (1990) que fornecem valores de inércia médios
para todo o elemento (a partir de seções parcialmente e totalmente fissuradas).
A fluência do concreto (deformação ao longo do tempo sob ações permanentes) pode ser
considerada através de uma relação entre as curvaturas, do elemento estrutural, no tempo infinito
e zero, com coeficiente de fluência de acordo com as normas.

4.7. DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS


Como no Brasil ainda não de dispõe de norma específica sobre lajes com nervuras pré-
moldadas, as indicações de projeto e disposições construtivas estão baseadas na experiência de
projetistas e construtores, em catálogos de fabricantes e em normas internacionais. Entretanto, na
falta de indicações e de estudos e resultados experimentais, devem, em princípio, ser atendidas as
indicações das correspondentes estruturas de concreto moldadas no local.
Já foi enfatizado que é preferível que as lajes com nervuras pré-moldadas sejam
simplesmente apoiadas, mas elas podem ser contínuas ou engastadas, desde que sejam adotadas
medidas como as relacionadas no item 4.4.3.

4.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Pode-se concluir afirmando que, mesmo sem usar ferramentas muito sofisticadas, como
programas de computadores, pode-se montar um procedimento de cálculo simples e rápido para
as lajes pré-moldadas nervuradas.
A simplificação decorrente da consideração da laje pré-moldada como um conjunto de
vigas isoladas pode ser adotada, já que é a favor da segurança, ao menos no que tange à analise
dos deslocamentos e do comportamento resistente da laje. Nas ações da laje nas vigas de
contorno, deve-se tomar o cuidado de considerar a ação total nas vigas de apoio das nervuras e
em torno de 25% a 30% para as outras.
No cálculo da flecha, pela teoria de vigas, deve ser adotada a inércia média da nervura
fissurada e o efeito da fluência, conforme já preconiza a NB1/99.
Ao se considerar o modelo de viga isolada e simplesmente apoiada para o cálculo do
momento fletor nas nervuras obtém-se um valor sempre superior ao real, e a armadura
longitudinal deve ser determinada admitindo a seção transversal funcionando como “T”.

5. PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS COM LAJAS MACIÇAS DE CONCRETO ARMADO


As lajes maciças de concreto armado são, de fato, placas que se vinculam nas vigas
existentes no seu contorno, apresentam rigidez e momentos fletores em duas direções e
distribuem, diferentemente das pré-moldadas, suas reações em todas as vigas. Com isso, há um
melhor aproveitamento dessas vigas, pois todas elas, dependendo apenas dos vãos da laje, podem
ter cargas da mesma ordem de grandeza.
Outra vantagem, em relação às pré-moldadas, está na facilidade em colocar, antes da
concretagem, tubulações elétricas ou de outros tipos de instalações. O custo de pavimentos com

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lajes maciças diminui consideravelmente quando o pavimento se repete, pois pode ser utilizado o
mesmo jogo de fôrmas e escoramentos várias vezes.
A relação entre altura (espessura) e vão da laje de pavimentos de edifícios costuma variar
de 1/40 a 1/60. Considera-se que a laje cuja relação se encaixa dentro desses limites, tem uma
altura considerada, para efeito de cálculo, pequena (aplica-se a teoria das placas delgadas).
A concretagem de vigas e pilares costuma ser realizada de uma única vez, definindo um
único elemento laje-viga embora, por questão de simplificação, para efeito de cálculo,
geralmente não se considere esta ligação monolítica, admitindo-se a laje simplesmente apoiada
nas vigas existentes em seu contorno; situações de engastamento ocorrem apenas quando há lajes
de rigidez equivalente justapostas, podendo assim admitir que há continuidade.

5.1. Métodos de cálculo


Existem basicamente dois métodos de cálculo para as lajes maciças: o elástico e o de
ruptura. O primeiro baseia-se na análise do comportamento do elemento sob cargas de serviço e
concreto íntegro (que não está fissurado), ou seja, admite-se comportamento elástico-linear para
os materiais. O segundo procedimento baseia-se nos mecanismos de ruptura das lajes. Cada um
dos procedimentos anteriores têm virtudes e deficiências.
No método elástico subestima-se os deslocamentos, pois não se leva em conta a
fissuração do concreto; também não se pode dizer que os esforços na situação de ruptura, usados
no cálculo da armadura, são proporcionais aos obtidos em serviço. De acordo com o item 14.5.2
da NB1/01, os resultados de uma análise linear são usualmente empregados para a verificação de
estados limites de serviço, mas é possível estende-los para verificações de estado limite último,
mesmo com tensões elevadas, desde que se garanta a ductilidade dos elementos estruturais.
O método de ruptura é baseado no mecanismo de ruptura da laje, ou seja, procura-se
identificar qual a configuração de ruína da laje e, para esta situação, são calculados os esforços
pela chamada teoria das charneiras plásticas; a configuração de ruína (colapso) é definida pelas
fissuras surgidas nessa situação (linhas de ruptura), geralmente comprovada em análises
experimentais.
Nessas linhas de ruptura os momentos, tanto os positivos quanto os negativos, são
constantes máximos, e iguais aos momentos de ruptura da laje; a armadura atinge seu patamar de
escoamento.
Normalmente é difícil, neste caso, determinar os deslocamentos, não sendo possível,
assim, precisar informações sobre o comportamento da estrutura em serviço. Na NB1/80 as
recomendações sobre o método estão no item 3.3.2.2, e na NB1/01 no item 14.7.4. Esse método
não será aqui apresentado; maiores informações podem ser encontradas em JOHANSEN (1962,
1972), LANGENDONCK (1970) e MONTOYA (1978).
Apesar das diferenças, em ambos os métodos são utilizados os conceitos da ruptura no
cálculo e detalhamento da armadura, e os conceitos do método elástico na verificação do
comportamento da estrutura em serviço.

5.2. Método elástico


O método elástico, ou clássico, pode ser também designado por teoria das placas
delgadas, ou ainda de Kirchhoff, e está detalhado em TIMOSHENKO (1959), MARTINELLI
(1986) e BARES (1972). Baseia-se nas equações de equilíbrio de um elemento infinitesimal de
placa e nas relações de compatibilidade das deformações do mesmo. Como já explanado, as lajes

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maciças são placas delgadas de concreto e, portanto, a elas se aplicam todos os conceitos e
teorias desenvolvidas para as placas delgadas.
Segundo a NB1/01, item 14.7.3, os métodos baseados na teoria da elasticidade podem ser
utilizados nas estruturas de placas, com coeficiente de Poisson ν (relação entre as deformações
transversal e longitudinal de um elemento submetido a uma determinada força) igual a 0,2. Já na
NB1/80, o cálculo elástico é previsto no item 3.3.2.1, com o mesmo coeficiente de Poisson.

5.2.1. Hipóteses de cálculo


Considera-se que as placas são constituídas de material homogêneo, elástico, isótropo,
linear fisicamente e têm pequenos deslocamentos. O concreto armado não é um material
homogêneo, pois é constituído de aço e concreto, porém, para fins práticos e simplificação de
cálculo, será assim admitido.
A propriedade da elasticidade refere-se ao fato de que o elemento feito desse material
volta à sua forma inicial quando é retirada a carga que nele atua.
Material isótropo é aquele que tem as mesmas propriedades qualquer que seja a direção
observada, ao contrário do material ortótropo, que tem propriedades diferentes em duas direções
ortogonais.
Diz-se que um material é linear fisicamente quando a relação entre tensões e
deformações se mantém linear, não se levando em conta, portanto, a plastificação (fissuração) do
concreto.
A consideração de pequenos deslocamentos permite efetuar os cálculos usando o
princípio da superposição de efeitos, ou seja, admite-se a linearidade geométrica, que é
verificada, na prática, na maioria dos casos.
Admite-se também a manutenção da seção plana após a deformação, e a representação
dos elementos por seu plano médio.
Essas simplificações estão de acordo com a NB1/01, onde no item 14.3.1 estabelece que
as equações de equilíbrio podem ser determinadas com base na geometria indeformada da
estrutura (teoria de 1a ordem), exceto nos casos em que os deslocamentos alterem
significativamente os esforços internos.
Para facilitar o emprego das condições de contorno na resolução do problema de
determinação de esforços, faz-se, na maioria das vezes, outras considerações, tais como:
a) a ação das placas nas vigas de contorno se faz somente através de forças verticais, não
havendo transmissão de momentos de torção para as vigas;
b) as ações das placas nas vigas são uniformemente distribuídas e não há transmissão de carga
diretamente para os pilares; a carga nas placas vai para as vigas e daí para os pilares;
c) as vigas de contorno são indeslocáveis na direção vertical;
d) a rotação das placas no contorno é livre (apoio simples) ou totalmente impedida (engastada).

Na bibliografia citada, existem algumas soluções em que a rigidez vertical da viga é


considerada, assim como existem processos que possibilitam utilizar uma rigidez à rotação
intermediária entre a livre e a engastada. Estas soluções são difíceis de se empregar na prática, e
acabam servindo mais como parâmetro de controle para outros processos.

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5.2.2. Equação fundamental


A equação diferencial fundamental das placas delgadas (obtida por equilíbrio e
compatibilidade de deslocamentos de um elemento infinitesimal, relacionando momentos
fletores com curvatura) submetidas a uma carga p (x,y) é:

∂4w ∂4w ∂4w p


+ 2⋅ + =−
∂x 4 ∂x 2 ∂ y 2 ∂y 4 D
onde:
w – deslocamento vertical;
x, y – coordenadas de um ponto genérico da placa;
p – intensidade da carga atuante;
E ⋅ h3
D= – é a rigidez à flexão da placa;
12 ⋅ (1 − ν 2 )
E – módulo de deformação longitudinal do concreto;
ν – coeficiente de Poisson.

Resolvendo a equação fundamental obtém-se a expressão para a superfície elástica


w = w( x, y ) , e com suas derivadas os momentos mx e my :

mx ∂ 2 w ∂2w
= + ν ⋅
D ∂x 2 ∂y 2

my ∂2w ∂2w
= +ν⋅
D ∂y 2 ∂x 2

A equação das placas delgadas resolve por completo o problema da placa de forma
qualquer, carregada com carga qualquer e repousando num contorno de apoio qualquer.
Praticamente a resolução é possível mais ou menos facilmente em alguns poucos casos, e não
conhecida em outros.

5.2.3. Processos de resolução


A determinação dos esforços e deslocamentos de placas pode ser feito considerando-se as
cargas em serviço a partir da equação fundamental ou, simplesmente, montando outro tipo de
modelo, visto que essa equação tem solução analítica apenas para algumas situações. Desta
forma, tem-se os seguintes processos para o cálculo de esforços e deslocamentos em lajes:
a) diferenças finitas;
b) elementos finitos;
c) grelha equivalente;

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d) utilização de séries para a representação do valor de p (x,y).

5.2.4. Cálculo por diferenças finitas


Consiste na integração numérica da equação diferencial, que é substituída por outra, de
diferenças finitas. No cálculo a placa é dividida em uma malha que se adapte ao seu contorno, e
substitui-se as derivadas por expressões aproximadas, determinadas empregando convenientes
polinômios de interpolação.
As derivadas do polinômio são consideradas como aproximadamente iguais às da função
incógnita, cujas derivadas parciais se pretende substituir pelas diferenças finitas, como por
exemplo
dy ∆y y 2 − y1
≅ ≅
dx ∆x x 2 − x1
Estas expressões são aplicadas para diversos pontos permitindo que a solução do
problema se dê através da solução de um sistema de equações lineares [MARTINELI (1986)].

5.2.5. Processo dos elementos finitos


No processo de Elementos Finitos subdivide-se a placa em elementos de dimensão finita
conectados por pontos nodais, impondo-se nestes pontos a compatibilidade dos esforços e
deslocamentos. É usada, para tanto, a equação fundamental, exprimindo-se os deslocamentos w
com polinômios cujos coeficientes devem ser determinados. Estas condições aplicadas aos
diversos pontos nodais dos elementos conduz a um sistema de equações lineares cuja solução
não apresenta dificuldades.

5.2.6. Processo da grelha equivalente


O processo da Grelha Equivalente ou Analogia de Grelha foi usado inicialmente por
Marcus [TIMOSHENKO (1959)] para calcular esforços de placas com bordas indeslocáveis
verticalmente. O procedimento consiste em substituir a placa (laje) por uma malha equivalente de
vigas (grelha equivalente). No caso de pavimentos de edifícios compostos por lajes e vigas,
pode-se usar o mesmo procedimento. Os pilares são considerados, nesta situação, como
indeformáveis na direção vertical.
As cargas distribuídas se dividem entre os elementos da grelha equivalente de acordo
com a área de influência de cada elemento. Podem ser consideradas uniformemente distribuídas
ao longo dos elementos ou mesmo, dentro de certa aproximação, concentradas nos nós. As
cargas concentradas atuantes na estrutura devem ser aplicadas nos nós da malha.
A rigidez (deslocamento para um esforço unitário de um certo elemento) à torção e à
flexão são tratadas como concentradas nos elementos correspondentes da grelha equivalente.
Devem ter valores tais que ao se carregar a estrutura real e a da grelha equivalente, obtenha-se o
mesmo estado de deformação e os mesmos esforços nas duas estruturas.
A utilização de programas de computadores para a resolução da grelha, foi empregada
inicialmente por LIGHTFOOT (1959). Usando a analogia de grelha e um programa de
computador é possível resolver pavimentos de edifícios com grandes dimensões em planta, com

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contornos não regulares, com vazios internos (poços de elevadores), lajes com vigas e lajes sem
vigas.

5.2.7. Determinação de esforços e deslocamentos por meio de séries


Serão apresentadas resumidamente, sem o desenvolvimento teórico, as soluções de placas
retangulares isoladas e submetidas a carga uniformemente distribuída.
No cálculo por séries substitui-se o valor de p (x,y) por uma série, normalmente
composta por funções trigonométricas, obtendo-se uma solução para a integração da equação
fundamental dada no item 5.2.2.
Uma das formas de obter uma solução, dada por Navier, [TIMOSHENKO (1959)], é
representar a carga p (x,y) por uma série de Fourier dupla (superposição de carregamentos com a
forma bi-senoidal) do tipo:
m⋅π⋅x n⋅π⋅y
p = p( x, y) = ∑∑ p mn ⋅ sen ⋅ sen
m n a b
onde:
a e b – dimensões da placa;
m e n – número de retângulos em que se divide a placa, cada um com lados a/m e b/n;
pmn – valor máximo do carregamento no centro de cada retângulo.

A linha elástica w (x,y) (forma da superfície da placa após sua deformação) afim ao
carregamento (tem a mesma forma do carregamento, ou seja é uma função do mesmo tipo) será
dada por uma série dupla, e é obtida a partir das derivadas da equação fundamental e das
condições de contorno para a placa, apoiada ao longo das bordas (deslocamentos verticais
impedidos) e com rotação livre, resultando:
p mn m⋅π⋅x n⋅π⋅y
w= 2
⋅ sen ⋅ sen
 m2 n2  a b
π4 ⋅ D ⋅  2 + 2 
a b 

Os valores de p m n são dados por:


b a
4 m⋅π⋅x n⋅π⋅y
p mn = ⋅ ∫ ∫ p ( x , y) ⋅ sen ⋅ sen ⋅ dx ⋅ dy
a⋅b 0 0 a b

Com m e n ímpares (1,3,5,...), pois valores pares de m e n levam a p m n = 0 , e com


p ( x, y) = p = carga uniformemente distribuída, pmn torna-se:
16 ⋅ p
p mn =
π ⋅m⋅n
2

Superpondo os efeitos, e colocando pmn da equação 7.7 na da linha elástica, tem-se


finalmente a função w (x,y) para carga uniforme:

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m⋅π⋅x n ⋅π⋅x
sen ⋅ sen
16 ⋅ p
w= ⋅∑∑ a b
π6 ⋅ D m 2
n 
2
m ⋅n ⋅ 2 + 2 
m n
a b 

Os momentos mx e my , por faixa de comprimento unitário, nas direções x e y (direções
de colocação da armadura) são obtidos a partir das derivadas da superfície elástica w (x,y), ou
seja:
mx ∂ 2 w ∂2w my ∂2w ∂2w
= + ν e = +ν
D ∂x 2 ∂y 2 D ∂y 2 ∂x 2

Resultando, finalmente, nas expressões para mx e my:


 m2 n2 
 + ν ⋅ 
 a2 b2 
16 ⋅ p   m⋅π⋅x n ⋅π⋅ y
mx = ⋅ ∑∑ ⋅ sen ⋅ sen
π4 m n  m2 n2 
2 a b
m⋅n ⋅ 2 + 2 
a b 

 n2 m2 
 + ν ⋅ 
 b2 a2 
16 ⋅ p   m⋅π⋅x n ⋅π⋅ y
my = ⋅ ∑∑ ⋅ sen ⋅ sen
π4 m n  m2 n2 
2 a b
m⋅n ⋅ 2 + 2 
a b 

O processo de cálculo de placas por séries é bastante adequado para a confecção de


tabelas que, facilmente, permitem determinar momentos fletores máximos e deslocamentos
máximos (flechas) a partir da geometria e condições de vinculação da placa. Para isso o
pavimento deve ser discretizado, ou seja, cada laje deve ser tratada individualmente, e verificado
como cada uma está vinculada às demais (só é possível bordas - contorno - simplesmente
apoiadas ou engastadas). Um exemplo são as tabelas baseadas nas soluções desenvolvidas por
BARES (1972) e que podem ser adaptadas para o coeficiente de Poisson que se desejar. Não
serão apresentadas aqui essas tabelas, que podem ser encontradas em CARVALHO e
FIGUEIREDO (2001).
As flechas encontradas com o emprego de tabelas são flechas elásticas, ou seja,
considera-se o concreto um material linear, não sendo considerados os fenômenos de fissuração e
fluência, que devem ser posteriormente considerados.
Para verificação do estado de deformação excessiva, na NB1/01, item 14.7.3.1, permite-
se utilizar valores de rigidez do estádio I, com módulo de elasticidade secante do concreto. Os
efeitos de fissuração e deformação lenta devem ser considerados de acordo com o exposto no
capítulo 17. Na NB1/80 o assunto é tratado no item 4.2.3.

5.3. Roteiro para o cálculo de lajes de concreto armado

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O cálculo por séries de um pavimento constituído por várias lajes, classicamente é feito
admitindo cada uma trabalhando isoladamente (discretização do pavimento), e isso é
fundamental para utilização de tabelas. Ressalta-se, porém, que com processos como o de grelha
equivalente ou elementos finitos, os pavimento podem ser analisados como um todo.
Para projetar um pavimento em lajes maciças, então, primeiramente é preciso separar o
pavimento em lajes isoladas; em seguida deve ser pré-dimensionada a espessura (altura) de cada
laje, determinar os carregamentos atuantes, verificar as flechas, calcular os esforços e
redimensionar a espessura se necessário. São então determinados os esforços solicitantes finais,
calculadas as reações nas vigas de apoio, feita a verificação do cisalhamento, dimensionadas e
detalhadas as armaduras positivas e negativas. Em seguida, resumidamente, é comentado cada
uma dessas etapas.

5.3.1 Discretização do pavimento


O critério utilizado para discretizar um pavimento (separá-lo em seus elementos
componentes) é considerar cada região contida entre 4 vigas como sendo uma laje (em alguns
casos particulares três vigas definem uma laje). O contorno de uma laje será considerado
engastado caso haja uma laje vizinha com rigidez suficiente (dependendo de seu vão ou
espessura) para impedir a rotação no contorno comum. Quando isto não ocorre, ou simplesmente
a laje em estudo não faz vizinhança com outra laje, a borda é considerada como livre (sem
qualquer apoio) ou simplesmente apoiada.

5.3.2. Pré-dimensionamento da altura das lajes


No item 4.2.3.1 C da NB1/80 é admitido que para vigas de seção retangular ou “T” e
lajes maciças retangulares de edifícios, as condições de deformações limites (dadas nas alíneas
a e b do parágrafo C, e aqui em 5.3.4) estarão atendidas quando o valor da altura útil atender à
seguinte condição:
l
d≥
ψ 2 ⋅ ψ3
onde:
ψ2 – coeficiente dependente das condições de vinculação e dimensões da laje (tabela 7.4);
ψ3 – coeficiente que depende do tipo de aço, dado aqui na tabela 7.5;
l – menor dos dois vãos das laje.

Com isso, o valor da altura h da laje poderá ser determinado (figura 12), somando-se ao
valor de d, o cobrimento c a ser considerado mais uma vez e meia o diâmetro φ da armadura
φ
empregada  h = d + c + φ + 2  .

FIGURA 12. Altura total e altura útil da laje

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Ainda, no item 6.1.1.1 da NB1/80, está estipulado que a espessura das lajes não deve ser
menor que:

a) 5 cm em lajes de cobertura não em balanço;


b) 7 cm em lajes de piso e lajes em balanço;
c) 12 cm em lajes destinadas à passagem de veículos.
Na NB1/01 não há altura útil a partir da qual podem ser consideradas atendidas as
condições de deformações limites, e os valores de espessuras mínimas em lajes maciças estão no
item 13.2.4.1 conforme se segue, não havendo recomendação sobre lajes lisas ou cogumelo:
a) 5 cm para lajes de cobertura não em balanço;
b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
c) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
e) 15 cm para lajes com protensão.

5.3.3. Cálculo das cargas atuantes


As cargas atuantes (por metro quadrado) em uma laje maciça são as seguintes (usuais):
peso próprio; carga acidental; revestimento inferior; contra-piso; piso ou revestimento.

5.3.4. Verificação das flechas


Os deslocamentos são calculados considerando o concreto como material elástico-linear e
sem os efeitos da fluência, a partir da equação das placas resolvida por meio de séries, com o
emprego de tabelas.
De acordo com a NB1/80, nas alíneas a e b do parágrafo C do item 4.2.3.1, os
deslocamentos transversais nas vigas e nas lajes de estruturas de edifícios devem respeitar os
seguintes limites, sendo l o menor vão das lajes em duas direções ou o comprimento dos
balanços e das vigas:
a) flechas medidas a partir do plano que contém os apoios, quando atuarem todas as ações:
 l / 300
f ≤
l / 150 (balancos)
b) flechas causadas apenas pelas cargas acidentais:
 l / 500
f ≤
l / 250 (balancos)

Os deslocamentos não poderão atingir valores que possam resultar em danos a elementos
da construção apoiados na estrutura ou situados sob elementos da mesma, prevendo-se, nestes
casos, quando necessário, dispositivos adequados para evitar as conseqüências indesejáveis.
A verificação dos deslocamentos se faz no estado limite de utilização, de acordo com o
item 13.3 da NB1/01, e de acordo com o item 5.4.2.2 da NB1/80, que fornece a seguinte
combinação para o caso de edifícios (substituindo-se as solicitações pelas ações, o que é possível
quando o cálculo é feito por processo linear):
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Fd = Fg k + 0,7 ⋅ Fq k
onde:
Fd – ação de cálculo;
Fgk – ação permanente característica;
Fqk – ação acidental característica.
5.3.5. Cálculo dos momentos
Os momentos positivos e negativos das lajes, nas direções x e y, podem ser calculados
por séries, com o uso de tabelas. É importante destacar novamente que os momentos são
determinados para uma faixa unitária de laje, e para lajes isoladas. Também é interessante
observar que os coeficientes indicados nas tabelas levam a valores extremos dos momentos e,
portanto, não expressam a variação de esforços ao longo da placa.
No caso de momentos negativos em face comum à duas lajes, é usual considerar o maior
valor entre a média e 80% do maior; entretanto, a favor da segurança, recomenda-se tomar para
cálculo das armaduras negativas, o maior dos dois momentos nessa face.

5.3.6. Determinação das armaduras longitudinais


O cálculo da armadura das lajes, nas direções x e y, se faz como no caso de vigas,
observando-se que para a largura da seção é tomada uma faixa unitária (usualmente uma faixa de
um metro) e, portanto, a armadura encontrada deve ser distribuída ao longo dessa largura.
Recomenda-se, ainda, que seja tomada como altura útil da laje a distância entre a borda
comprimida superior e o centro das barras da camada superior da armadura positiva (figura 12),
pois isto acarreta um valor menor para a mesma (altura útil menor resulta área de aço maior), e a
camada junto à face inferior da laje estará com uma área pouco maior que a necessária; isso
garante o posicionamento correto das barras, pois na obra não é possível garantir se a armadura
de cada direção será colocada na camada correta, respeitando o cálculo.

5.3.7. Reação das lajes nas vigas


A reação das lajes nas vigas de apoio é possível de ser obtida usando-se a expressão
fundamental de equilíbrio e o processo, por exemplo, de séries. Entretanto, não existem
referências bibliográficas onde possa ser encontrado um modo prático de calcular essas reações
de forma correta, conforme pode ser verificado em MAZILLI (1988).
A ação das lajes nas vigas, no estado elástico, se faz através de um carregamento com
intensidade variável ao longo do seu comprimento (depende principalmente das condições de
apoio e da relação entre os vãos), e não uniforme, o que não é simples de determinar, além de,
também, dificultar o cálculo dos esforços nas vigas.
Entretanto, de modo simplificado, é possível e usual considerar que a ação das lajes nas
vigas se faça de maneira uniforme. A NB1/80, no item 3.3.2.9 estabelece:
“Permite-se calcular as reações de apoio de lajes retangulares com cargas uniformemente
distribuídas considerando-se para cada apoio carga correspondente aos triângulos ou trapézios
obtidos traçando-se, a partir dos vértices, na planta da laje, retas inclinadas de:

• 45°° entre dois apoios do mesmo tipo;


• 60°° a partir do apoio engastado quando o outro for livremente apoiado;

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• 90°° a partir do apoio quando a borda vizinha for livre.”

Este critério é baseado no procedimento de cálculo de lajes na ruptura, e os triângulos e


trapézios correspondem, de maneira simplificada, à configuração de ruína de lajes retangulares
com determinadas condições de vinculação, ou seja, na ruptura elas apresentarão linhas de
plastificação (concreto e aço) que as dividirão em regiões.
Como conseqüência, cada uma dessas regiões carregará a viga correspondente com um
carregamento uniformemente distribuído, de acordo com sua área de influência. A figura 13
mostra dois casos de lajes com as respectivas áreas de contribuição para as vigas.

FIGURA 13. Regiões da laje para o cálculo das reações nas vigas

Não houve mudanças a respeito das reações de apoio nas lajes maciças na NB1/01,
conforme se depreende da leitura do item 14.7.6.1.

5.3.8. Verificação de lajes ao cisalhamento


As placas de maneira geral, e as lajes (placas de concreto armado) em particular, fazem
parte de um grupo de elementos estruturais (blocos, sapatas, consolos curtos, vigas-parede, etc.)
cujo comportamento, em relação aos esforços cortantes, difere substancialmente do apresentado
pelas vigas. As lajes conseguem mobilizar um esquema de resistência ao esforço cortante,
fazendo com que seu efeito não seja crítico, e geralmente apenas o concreto é suficiente para
resisti-lo; armaduras transversais só são necessárias em situações especiais.
A verificação ao cisalhamento em lajes, que são aplicados às lajes armadas em uma ou
em duas direções, pode ser feita de acordo com os procedimentos da NB1/80 dados no item
4.1.4.1, e conforme o texto de revisão de 2001 (NB1/01), item 19.4. Esses procedimentos não
serão aqui apresentados.

5.3.9. Detalhamento das armaduras


Para o detalhamento das armaduras podem ser utilizadas as recomendações da NB1/80,
da NB1/01 e outras pertinentes. As armaduras positivas são colocadas em duas direções, e as
negativas sobre os apoios. O detalhamento diz respeito principalmente aos seguintes aspectos,
aqui apenas relacionados:
• Espaçamento entre barras;
• Diâmetro máximo das barras;
• Armadura mínima;
• Armadura máxima;

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• Armadura de distribuição e secundária de flexão;


• Armadura de tração sobre os apoios;
• Armadura nos cantos de lajes retangulares;
• Arranjo das barras;
• Armadura em aberturas e bordas livres.

6. PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS COM LAJES NERVURADAS DE CONCRETO ARMADO

6.1. Lajes nervuradas de concreto armado moldadas no local


Quando o vão livre de uma laje é grande pode ser anti-econômico o emprego de lajes
maciças, pois nesse caso a altura necessária da laje também será grande, ao passo que a
profundidade da linha neutra provavelmente resulte pequena; como o concreto abaixo da linha
neutra não trabalha, por estar submetido à tensões de tração devidas à flexão, para as quais não
oferece resistência, resulta uma estrutura com uma grande quantidade de material inerte e,
consequentemente, com grande peso próprio. Esse concreto serve apenas para proteger e manter
a armadura tracionada em sua posição, garantindo a altura útil necessária da laje.
Dessa maneira, é interessante utilizar um sistema estrutural que tenha esforços
semelhantes aos das placas (lajes maciças) porém com a eficiência das vigas na flexão, ou seja,
grande inércia e peso próprio relativamente pequeno.
Assim, a laje nervurada pode ser entendida como uma evolução natural da laje maciça,
resultante da eliminação da maior parte do concreto (tracionado) abaixo da linha neutra, o que
permite o aumento econômico da espessura total das lajes pela criação de vazios em um padrão
rítmico de arranjo. A eliminação não pode ser total, devendo-se ter uma parte de concreto
(nervura) onde se aloja a armadura de tração, ligando-a com a zona de concreto comprimida.
Por apresentar um braço de alavanca maior (distância entre as resultantes das tensões de
tração na armadura e compressão no concreto) do que as lajes maciças, as lajes nervuradas têm
uma maior rigidez e resistem a maiores esforços (ou vencem vãos maiores), com um
aproveitamento mais eficiente do aço e do concreto.
Nesses vazios criados com a retirada do concreto, é aconselhável a colocação de materiais
de enchimento, pois caso contrário haverá um aumento de consumo de forma, maior até que no
caso das lajes maciças, comprometendo a economia conseguida com a redução da quantidade de
concreto; o ideal é que esses vazios sejam criados com elementos que possam ser reutilizados
(caixões de madeira ou outro material) ou mais leves que permaneçam no local (tijolos
cerâmicos, de concreto ou de concreto celular) diminuindo dessa forma o custo.
Resulta na verdade em famílias de vigas, em uma ou duas direções, solidarizadas pela
mesa, com comportamento intermediário entre grelha e laje maciça. As nervuras podem estar em
uma ou nas duas direções da laje, devendo ter espessuras adequadas, e o espaço livre entre
nervuras deve ser limitado de modo a resistir com maior eficiência aos esforços de cisalhamento.
Na figura 14 está representada uma laje nervurada em uma direção e as possibilidades de
enchimento dos seus vazios.
Da mesma forma que nos pavimentos de lajes maciças, o piso de um prédio pode ser
analisado através da discretização dos seus elementos (lajes) ou com o uso de processos de
cálculo mais sofisticados que tratam o pavimento como um todo.

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Dessa forma, para efeito de cálculo considera-se que cada laje nervurada seja
simplesmente apoiada em seu contorno, e no caso de lajes vizinhas, na região da face comum,
deve ser colocada apenas uma armadura construtiva, negativa, para evitar fissuração exagerada
da mesa de concreto.

Planta de laje nervurada em uma direção com uma nervura intermediária

FIGURA 14. Laje nervurada e seções transversais com materiais de enchimento: a) forma
reutilizável; b) blocos de concreto; c) blocos de concreto celular; d) tijolos cerâmicos furados

Para que uma laje nervurada possa ser admitida engastada no contorno é necessário criar
uma mesa de compressão inferior, porém nesse caso será necessário realizar a concretagem em
pelo menos duas etapas. Outra solução é, simplesmente, eliminar, nas regiões do contorno
engastadas, o material de enchimento, criando uma região maciça. Na figura 15 estão indicadas
essas duas situações.

FIGURA 15. Seções transversais junto ao apoio de lajes nervuradas engastadas

As nervuras, juntamente com as mesas têm, na seção transversal, a forma de T, sendo


portanto bastante eficientes para resistir aos momentos fletores positivos (que tracionam a região
inferior que tem área pequena – nervura – e comprimem a superior que tem área maior – mesa) o
que já não ocorre para os momentos fletores negativos, pois a situação é exatamente inversa
(compressão da nervura e tração da mesa).
A colocação de tubulação elétrica embutida nas lajes nervuradas é mais difícil que nas
maciças. Como conseqüência é usual, nesses casos, a opção por sistemas de instalação que
eliminem este tipo de tubulação.

6.2. Lajes nervuradas em uma direção

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Existem basicamente dois tipos de lajes nervuradas: as armadas em uma direção e as


armadas em duas direções. As armadas em uma direção apresentam normalmente nervuras na
direção do menor vão, e nas armadas em duas direções as nervuras formam uma malha, quase
sempre retangular. Nas armadas em uma direção, as nervuras têm comportamento estrutural de
vigas simplesmente apoiadas.
O modelo de cálculo empregado para lajes nervuradas em uma direção para flexão e
verificação de flecha deve ser o de viga T trabalhando independentemente, e de lajes ou vigas
para o cisalhamento, conforme seja o espaçamento entre as nervuras.
As lajes em uma direção são usadas quando se deseja executar um pavimento de concreto
em que uma das direções é bem maior que a outra, mas a menor direção também é de valor
elevado ou mesmo se a carga é de grande intensidade. Um exemplo típico pode ser observado na
figura 16.

FIGURA 16. a) pavimento a ser executado; b) solução em laje nervurada em uma direção

6.3. Prescrições da NB1/80 (NBR 6118/80)


Para o correto projeto e execução das lajes nervuradas, devem ser atendidas uma série de
recomendações prescritas pelas normas vigentes. As prescrições que são transcritas nos próximos
itens se aplicam às lajes nervuradas armadas em uma ou duas direções.

6.3.1. Cálculo à flexão


A norma brasileira em vigor dispõe, no seu item 3.3.2.10 o seguinte: “as lajes nervuradas,
assim consideradas as lajes cuja zona de tração é constituída por nevuras entre as quais podem
ser postos materiais inertes, de modo a tornar plana a superfície externa, poderão ser calculadas
de acordo com o estabelecido nos itens 3.3.2.1 e 3.3.2.3 a 3.3.2.8, desde que se observem as
prescrições do item 6.1.1.3.” O item 6.1.1.3 trata das disposições construtivas.
Ainda neste item a norma prescreve que a mesa da laje deverá ser verificada à flexão
quando a distância livre entre as nervuras ultrapassar a 50 cm ou houver cargas concentradas no
painel entre as nervuras. Acrescenta que as nervuras deverão ser verificadas ao cisalhamento
como vigas se a distância livre entre elas for superior a 50 cm, e como lajes no caso contrário.

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O item 3.3.2.1 da norma estabelece que as lajes podem ser calculadas como placa em
regime elástico, e os itens 3.3.2.3 a 3.3.2.8 referem-se às seguintes situações de placas,
aplicáveis também às maciças: vãos livres, distribuição de cargas, largura útil e condições de
apoio, lajes contínuas armadas em uma direção, armadura de tração sobre os apoios e armaduras
nos cantos das lajes retangulares livremente apoiadas nas quatro bordas.

6.3.2. Verificação ao cisalhamento


Os procedimentos para a verificação ao cisalhamento se aplicam às lajes armadas em uma
ou em duas direções, e admitindo-se, nas lajes nervuradas, que o espaçamento entre nervuras seja
no máximo 50 cm, a verificação deve ser feita como nas lajes maciças, segundo prescreve o item
3.3.2.10.

6.3.3. Verificação das flechas


Os deslocamentos transversais nas vigas e nas lajes nervuradas de estruturas de edifícios
são os mesmos para as lajes maciças, devendo ser respeitados os mesmos limites, de acordo com
as alíneas a e b do parágrafo C do item 4.2.3.1.

6.3.4. Dimensões e recomendações construtivas


No item 6.1.1.3 estão dimensões e recomendações que devem ser observadas:
a) a distância livre entre nervuras não deve ultrapassar 100 cm;
b) a espessura das nervuras não deve ser inferior a 4 cm e a da mesa não deve ser menor que
4 cm e nem que 1/15 da distância livre entre nervuras;
c) apoio das lajes deve ser feito ao longo de uma nervura;
d) nas lajes armadas em uma só direção, são necessárias nervuras transversais sempre que haja
cargas concentradas a distribuir ou quando o vão teórico for superior a 4 m, exigindo-se duas
nervuras no mínimo se esse vão ultrapassar a 6 m;
e) nas nervuras com espessura inferior a 8 cm não é permitido colocar armadura de compressão
no lado oposto à mesa.
Na figura 17 estão representadas algumas dessas indicações.

FIGURA 17. Dimensões a observar na seção transversal de lajes nervuradas

Fica claro, a partir dessas recomendações, que um piso, cuja sistema estrutural seja
composto de “nervuras” espaçadas a uma distância superior a 1 m deve ser considerado, para
efeito de cálculo, como um pano de lajes e vigas.

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6.4. Prescrições da NB1/2001 (NBR 6118/2001)


As recomendações da NB1/2001 para lajes nervuradas, também aqui sem distinção se
armadas em uma ou duas direções, encontram-se nos itens 13.2.4.2, que trata das dimensões
limites, e no item 14.7.7, que a define e aborda aspectos da análise estrutural. No capítulo 19 são
enfocados aspectos relativos ao dimensionamento e verificação das lajes, tanto maciças quanto
nervuradas.
6.5. Lajes nervuradas em duas direções
As lajes nervuradas em duas direções devem ser usadas quando a relação entre os dois
lados não é superior a 2. Com isso há uma diminuição dos esforços, deformações e uma
distribuição das ações em todas as quatro vigas de contorno. Costuma-se dispor as nervuras
(longarinas) paralelas às direções das vigas de contorno, e geralmente ortogonais entre si. Alguns
casos em que não se segue esta regra são encontrados na bibliografia mais antiga, embora
certamente as vantagens estruturais obtidas não compensem as dificuldades encontradas na
execução deste tipo de estrutura.
Um modelo de cálculo que pode ser empregado para as lajes nervuradas em duas direções
é o de grelha. As nervuras fazem o papel das barras, e pode-se considerar as vigas de contorno
deformáveis verticalmente ou não. De qualquer maneira para o cálculo dos esforços e
deslocamentos como grelha, devido ao grande número de nervuras, é necessário o emprego de
um programa de computador. Nesse caso é necessário fornecer as características geométricas dos
elementos e conhecer também as cargas atuantes. Em resumo deve-se ter uma estimativa dos
esforços para pré-dimensionar a estrutura antes do cálculo computacional.
A NB1/80 permite o cálculo como laje maciça (itens 3.3.2.10 e 3.3.2.1) se a distância
entre nervuras não ultrapassar 100 cm (item 6.1.1.3 a).
Os esforços solicitantes obtidos através de laje maciça são, em geral, menores que os
obtidos com o processo de grelha. Para corrigir esta imprecisão HAHN ( ) recomenda que os
esforços encontrados considerando a laje como maciça (placa) devem ser multiplicados pelo
coeficiente δ dado por:
1
δ=
 5 ε2 
1−  ⋅ 
 6 1 + ε4 
 
lx 1
sendo ε = = , com lx o menor vão da laje e ly o maior.
ly λ

Este valor geralmente é muito a favor da segurança. Desta forma, recomenda-se que a laje
nervurada seja calculada, para efeito de pré-dimensionamento, como maciça e, para efeito de
detalhamento, como grelha.

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1980). NBR-6120. Cargas para o


cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 1980.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1980). NBR-6118/80 (NB1/80).
Projeto e execução de estruturas de concreto armado. Rio de Janeiro, 1980.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2001). NBR 6118/01 (NB1/01).


Projeto de estruturas de concreto – procedimento. Texto base do projeto de revisão da NBR-
6118 e NBR-7197. Rio de Janeiro, 2001.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PÓS-GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
Análise e comportamento de sistemas estruturais em concreto / Pavimentos de edifícios - Jasson R. Figueiredo Filho / Roberto Chust Cavalho

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