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Tubarão
2019
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
NATHANAEL GÜNTER PRANGE
Tubarão
2019
NATHANAEL GÜNTER PRANGE
______________________________________________________
Professor e orientador Luis Fernando Ferreira de Campos, Me. Eng.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Marcos Tonon Alcantra, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Adriana Salvador Zanini, Me
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico este trabalho de conclusão de curso aos
meus familiares que sempre estiveram e
sempre estarão ao meu lado nos momentos
bons e ruins que a vida nos proporciona.
AGRADECIMENTOS
Circuitos retificadores fazem parte do dia a dia das pessoas, presentes nos principais
equipamentos do cotidiano. Por esse motivo, é muito importante o estudo desse tipo de
circuito para o acadêmico em engenheira elétrica. Melhor que somente estudar esses circuitos,
é ter uma ferramenta em mãos que possa mostrar seus comportamentos. Desta maneira,
realizou-se o desenvolvimento de bancada didática de eletrônica de potência baseada nos
circuitos retificadores a diodo e tiristor. Tendo o objetivo de utilizá-la como uma ferramenta
para auxiliar as aulas de eletrônica de potência ministradas na Unisul, campus Tubarão, visto
a necessidade do desenvolvimento de um material de apoio. Para a realização desse projeto
foi feita uma pesquisa de caráter teórico, a fim de obter os dados necessários para o
desenvolvimento da bancada. Com a escolha dos componentes, foram montados os circuitos
retificadores a diodo, meia onda e onda completa, e o circuito retificador a tiristor, meia onda;
além do desenvolvimento de um circuito de disparo, que controla o ângulo do tiristor. Os
cálculos apresentados, juntamente com as simulações e testes práticos, basearam-se na forma
em que a matéria é apresentada aos alunos no período de 2018/1. Resultados obtidos foram
bons de acordo com o objetivo da bancada, pois os valores calculados, simulados e na prática,
foram muito próximos. Mostrando, desta forma, o comportamento dos circuitos ao serem
submetidos a diferentes tipos de cargas.
Rectifying circuits are part of the daily life of people, present in the main equipment of daily
life. For this reason, it is very important to study this type of circuit for the electrical engineer.
Better than just studying these circuits, is having a tool at hand that can show your behaviors.
In this way, the development of didactic workbench of power electronics based on diode and
thyristor rectifier circuits was carried out. With the objective of using it as a tool to support
the power electronics classes taught at Unisul, Tubarão college, considering the need to
develop a support material. For the accomplishment of this project a research of theoretical
character was made, in order to obtain the necessary data for the development of the
workbench. With the choice of components, the diode, half wave and full wave rectifier
circuits were mounted, and the thyristor rectifier circuit, half wave; in addition to the
development of a trip circuit, which controls the thyristor angle. The calculations presented,
together with the simulations and practical tests, were based on the form in which the material
is presented to the students. Results obtained were good according to the purpose of the
bench, since the values calculated, simulated and in practice, were very close. Thus, the
behavior of the circuits when subjected to different types of loads is shown.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 17
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 18
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................................... 18
1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 19
1.3.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 19
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 19
1.4 DELIMITAÇÕES ............................................................................................................ 19
1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 19
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 21
2.1 MATERIAIS SEMICONDUTORES .............................................................................. 21
2.1.1 Germânio...................................................................................................................... 21
2.1.2 Silício ............................................................................................................................ 22
2.1.3 Semicondutor intrínseco ............................................................................................. 23
2.1.4 Semicondutor tipo (n) ................................................................................................. 23
2.1.5 Semicondutor tipo (p).................................................................................................. 23
2.2 ÁBACO DE PUSCHLOWSKI ........................................................................................ 23
2.3 DIODO SEMICONDUTOR ............................................................................................ 26
2.3.1 Introdução ao diodo .................................................................................................... 26
2.3.2 Características dos diodos .......................................................................................... 27
2.3.3 Circuitos retificadores a diodo ................................................................................... 30
2.3.3.1 Retificadores monofásicos de meia onda ................................................................... 30
2.3.3.1.1 Carga R .................................................................................................................... 30
2.3.3.1.2 Carga RE ................................................................................................................. 34
2.3.3.1.3 Carga RL ................................................................................................................. 37
2.3.3.1.4 Carga RLE ............................................................................................................... 40
2.3.3.2 Retificadores monofásicos de onda completa em ponte............................................. 42
2.3.3.2.1 Carga R .................................................................................................................... 43
2.3.3.2.2 Carga RE ................................................................................................................. 46
2.3.3.2.3 Carga RL ................................................................................................................. 49
2.3.3.2.4 Carga RLE ............................................................................................................... 51
2.4 CIRCUITOS DE COMANDO ........................................................................................ 54
2.4.1 Comando vertical e horizontal ................................................................................... 54
2.5 TIRISTOR (SCR) ............................................................................................................. 55
2.5.1 Características dos tiristores ....................................................................................... 55
2.5.2 Circuitos retificadores meia onda a tiristor ............................................................... 57
2.5.2.1 Carga R ....................................................................................................................... 57
2.5.2.2 Carga RE .................................................................................................................... 60
2.5.2.3 Carga RL .................................................................................................................... 63
2.5.2.4 Carga RLE .................................................................................................................. 65
3 DESENVOLVIMENTO PRÁTICO ............................................................................... 69
3.1 CAIXAS DE COMANDO ............................................................................................... 69
3.2 CONECTORES ............................................................................................................... 70
3.3 CIRCUITOS A DIODO ................................................................................................... 70
3.3.1 Aspectos físicos e elétricos .......................................................................................... 70
3.3.2 Meia onda ..................................................................................................................... 72
3.3.2.1 Cálculos ...................................................................................................................... 72
3.3.2.2 Simulação ................................................................................................................... 73
3.3.2.3 Prática ......................................................................................................................... 79
3.3.3 Onda completa ............................................................................................................. 86
3.3.3.1 Cálculo ........................................................................................................................ 86
3.3.3.2 Simulação ................................................................................................................... 87
3.3.3.3 Prática ......................................................................................................................... 93
3.4 CIRCUITO A TIRISTOR ................................................................................................. 99
3.4.1 Meia onda ................................................................................................................... 104
3.4.1.1 Cálculos .................................................................................................................... 105
3.4.1.2 Simulação ................................................................................................................. 105
3.4.1.3 Prática ....................................................................................................................... 113
3.5 ANÁLISE DOS TESTES .............................................................................................. 121
4 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 124
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 125
17
1 INTRODUÇÃO
O tempo vai passando e com os afazeres diários não se repara no universo a nossa
volta. Apesar da maioria das pessoas estarem muito conectados à tecnologia, normalmente
não refletem sobre o que compõe os diversos aparelhos eletrônicos que utilizam. Porém,
quando fazem isso, ficam maravilhados com o avanço tecnológico, pensando até que ponto as
inovações podem alcançar.
Obviamente, toda essa tecnologia não surgiu de um dia para o outro, foi um
processo que começou há mais de 50 anos, em um período em que o conhecimento era mais
difícil de obter, comparando-se aos dias atuais. Ao longo dos anos, novos conhecimentos
foram sendo adquiridos e a tecnologia foi se aprimorando e melhorando, tornando-se cada vez
mais útil para o ser humano.
Dentro desse vasto universo da elétrica, existe um campo que veio para contribuir
e desempenhar um importante papel, este se denomina “eletrônica de potência”, que combina
eletrônica, potência e controle. A eletrônica tem o papel de tratar os dispositivos e circuitos de
estadossólidos, processando os sinais e assim tendo o controle desejado. Já a potência,
desempenha o papel nos equipamentos rotativos e estáticos para a geração, transmissão e
distribuição da energia. Por último, mas não menos importante, o controle trata das
características dinâmicas e de regime permanente das malhas fechadas (RASHID, 1999).
A história da eletrônica de potência inicia-se no ano de 1900 com o retificador a
arco de mercúrio. Mais tarde foi sendo introduzido gradualmente até a década de 50, o
retificador em tubo a vácuo de grade controlada, o ignitron e por último o tiratron. Em 1948,
na Bell TelephoneLaboratories, o primeiro transitor de silício foi inventado por Bardeen,
Brattain e Schocley; a partir de então a maioria da tecnologia existente, mais avançada, tem o
mesmo princípio que o original. Com o avanço dos semicondutores de silício, a
microeletrônica evoluiu significantemente. Após a descoberta em 1948, considerada a
primeira revolução da eletrônica, em 1956, também na Bell Laboratories, foi inventado o
transitor deparável PNPN, sendo nomeado como tiristor ou retificador controlado de silício,
que vem do inglês silicon-controlledrectifier – SCR (RASHID, 1999).
Uma aplicação de retificação CA (Corrente Alternada)/CC (Corrente Contínua) é
a linha de ±600 (kV) (kilo Volts) em CC, que interliga as subestações de Foz do Iguaçu (PR)
e Ibínuna (SP), com uma extensão de 810 km. A conversão (CA/CC) é feita por oito
conversores em cada subestação, cada dois formando um pólo, compondo dois
18
bipólosem±600 kV e a transmissão é feita por quatro linhas. Este sistema começou a operar
em 1984 (ITAIPU, 2018).
1.1 JUSTIFICATIVA
1.3 OBJETIVOS
1.4 DELIMITAÇÕES
1.5 METODOLOGIA
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.1 Germânio
2.1.2 Silício
Um material do tipo (n), surge ao misturar uma base de silício ou germânio com
elementos de impureza que tem 5 elétrons na camada de valência; tais como antimônio,
arsênio e fósforo, também conhecidos como pentavalentes. Onde (n) está relacionado com o
negativo (BOYLESTA & NASHELSKY, 2013).
Um material do tipo (p) é formado ao misturar uma base cristal pura de silício ou
germânio, com átomos de impureza que tem 3 elétrons na camada de valência; tais como:
boro, gálio e índio, também conhecidos como trivalentes. Onde (p) está relacionado com o
positivo (BOYLESTA & NASHELSKY, 2013).
E
a=
VP (1)
Onde:
• a = Relação entre fontes, valores entre 0 e 1;
• E = Fonte CC;
• 𝑉𝑃 = Tensão de pico da fonte CA.
26
R
cos( ) =
R + ( L) 2
2
(2)
Onde:
• cos( ) = Relação entre resistência e reatância, valores entre 0 e 1;
• R = Resistência;
• ( )= Velocidade angular;
• L = Indutância.
Com esses valores calculados, pode-se calcular, como já mencionado, dois tipos
de circuitos retificadores a tiristor, podendo ser aplicado a todos os tipos de carga, tanto em
circuitos a diodo, quanto a tiristor.
Deve-se levar em conta o ângulo de extinção crítica da corrente, que seria o
ângulo 360°+(α). Este ângulo determina o modo de condução, sendo ela descontínua ou
contínua. Para a determinação desse modo calcula-se o ângulo (Bc), através da equação (3):
360
c = +
n (3)
O diodo ideal, para uma tensão maior que zero, possui uma resistência nula. Já
para tensões menores que zero, a sua resistência passa a ser infinita, ou seja, o sentido
depolarização do diodo, se o mesmo está diretamente ou reversamente polarizado (BARBI,
2006).
28
Essa tensão máxima reversa bloqueada é limitada, sendo que valores superiores
são destrutivos, pois mesmo estando em região de bloqueio, com tensão elevada, como
consequência, calor vai ser gerado em sua junção.
30
2.3.3.1.1 Carga R
n c
Vlmed =
2 2V0 sen( )d + Ed
(5)
Onde:
• n – Número de ciclos de retificação;
• (α) – Ângulo de disparo;
• (β) – Ângulo de extinção da corrente;
• (𝛽c) − Ângulo de extinção crítico da corrente;
• (𝑉0 )- Valor de tensão da fonte de entrada;
• E – Fonte de tensão CC.
Como a fonte de tensão não existe nessa configuração, utiliza-se a equação (6):
1
Vlmed = 2V0 (cos − cos ) (6)
2
n 2V0 − E
I lmed =
2 R
sen( )d ( ) (8)
1 1
I lmed = 2V0 sen ( ) d ( ) (9)
R 2 0
Onde:
• R – Valor do resistor.
0, 45V0 Vlmed
I lmed = ou (10)
R R
n
( )
2V0 sen ( ) d ( ) + E 2 d ( )
2 c
2
Vlef = (11)
n 2V0 sen ( ) − E 2
I lef = d ( ) (14)
2 R
2V0 2
I lef = sen ( ) d ( )
2
(15)
2 R 2
V0 V Vlef
I lef = 0, 707 0 ou (16)
2R R R
Por ser um circuito do tipo meia onda, o valor da tensão média e eficaz, e a
corrente média e eficaz no diodo, possuem valores iguais aos de tensão e corrente média e
eficaz na carga; conforme observado nas equações (17) e (18):
34
2.3.3.1.2 Carga RE
As formas de onda exemplos de tensão, geradas por esse circuito podem ser
observadas na Figura 14.
35
estado crítico quando a fonte CC possui maior nível de tensão que a CA, desta forma, o diodo
não entra em condução.
Calcula-se a tensão média na carga de acordo com a equação (19):
1
Vlmed = 2V0 ( cos − cos ) + E ( c − ) (19)
2
1 1
I lmed = 2V0 ( cos − cos ) − E ( − ) (20)
R 2
Vlmed − E
I lmed = (21)
R
Tensão eficaz nesse circuito pode ser calculada resolvendo-se a equação (11), o
que resulta na equação (22):
)
(23)
37
2.3.3.1.3 Carga RL
Por causa da presença do indutor, o diodo não bloqueia quando (𝜔𝑡 = 𝜋),
somente quando ultrapassar o ângulo (ß), que é o ângulo de extinção da corrente, sendo
superior a (𝜋) - PI. O diodo permanece em condução enquanto a corrente não se anula,
fazendo com que a tensão na carga torne-se instantaneamente negativa (BARBI, 2006).
As formas de onda resultantes desse circuito podem ser observadas na Figura 17.
Posteriormente apresentam-se as equações que caracterizam o comportamento de cada forma.
38
2V0
− cos 0
Vlmed = (24)
2
2V 0
Vlmed = (1 − cos ) ouVlmed 0, 225V0 (1 − cos ) (25)
2
Porém, a tensão média no indutor é nula, mostrando assim que (𝑆1 = 𝑆2 ); então
estes valores representam o fluxo produzido no indutor, demostrando que esse valor nulo
significa que o indutor é desmagnetizado a cada ciclo (BARBI, 2006).
Ou seja:
E pela Lei de Ohm, a corrente média na carga pode ser calculada de acordo com a
equação (28):
0, 225V0 V
I lmed = (1 − cos ) ou lmed (28)
R R
2
1 2V0
I lef = sen (t − ) + sen ( ) e−t / d (t ) (29)
2 0
Z
Assim como nos exemplos anteriores, a corrente média e eficaz no diodo são iguais
às correntes na carga.
40
O último circuito das configurações de retificadores a diodo meia onda pode ser
observado na Figura 19.
no ângulo (α), ou seja, não é 0° como no exemplo anterior. E como apresentado na carga RE,
caso o valor de tensão da fonte CC for maior que a fonte CA, o diodo não entra em condução.
Utilizando o ábaco para a resolução desse circuito e resolvendo as equações (1) e
(2), de acordo com as considerações apresentadas na carga RL, a tensão média na carga é
determinada pela equação (30):
1
Vlmed = 2V0 ( cos − cos ) + E ( c − )
2 (30)
1 1
I lmed = 2V0 ( cos − cos ) − E ( − ) (31)
R 2
Vlmed − E
I lmed = (32)
R
2.3.3.2.1 Carga R
1
2V0 sen ( ) d ( )
180
Vlmed =
0
(34)
Vlmed
I lmed = (36)
R
Tendo como base a equação (11), a tensão eficaz do circuito pode ser obtida pela
equação (37):
Pelo fato de serem dois diodos que conduzem ao mesmo tempo, ou seja, cada
semiciclo é conduzido por um diodo a cada 180°, o valor médio em cada diodo será a metade
do valor médio da corrente da carga, como apresentado na equação (39):
0,9V0
I Dmed = (39)
2R
46
V0
I Def = (40)
2R
2.3.3.2.2 Carga RE
1
Vlmed = 2V0 ( cos − cos ) + E ( c − ) (41)
1 1
I lmed = 2V0 ( cos − cos ) − E ( − ) (42)
R
Vlmed − E
I lmed = (43)
R
Resolvendo a equação (11), a tensão eficaz do circuito pode ser obtida pela
seguinte equação (44):
)
(44)
Pelo fato de serem dois diodos que conduzem ao mesmo tempo, ou seja, cada
semiciclo é conduzido por um diodo a cada 180°, o valor médio em cada diodo será a metade
do valor médio da corrente da carga, como apresentado na equação (46):
0,9V0 I
I Dmed = ou lmed (46)
2R 2
V0 I lef
I Def = = (47)
2R 2
49
2.3.3.2.3 Carga RL
1
Vlmed = 2V0 (cos − cos ) (48)
8V0 2 16V0 2
I lef = + (51)
2 R 2 9 2 Z 0 2
Onde:
Z 0 = R 2 + n 2 + 2 L2 (52)
O diodo possui uma corrente média igual à metade do valor médio calculado na
carga, podendo ser observada na equação (53):
0, 45V0 I lmed
I Dmed = = (53)
R 2
1
I Def =
2 0
( I lmed ) 2 d (t ) (54)
Assim:
I 2 I
I Def = lmed t = lmed = 0, 707 I lmed (55)
2 2
A forma de analisar esse circuito se baseia nas cargas RL e RE. Sendo assim,
utiliza-se o ábaco para facilitar a resolução, podendo-se calcular a tensão média na carga
baseada na equação (5); obtendo-se a equação (56):
1
Vlmed = 2V0 ( cos − cos ) + E ( c − ) (56)
Vlmed − E
I lmed = (57)
R
Basicamente ele funciona da seguinte maneira: recebe a tensão da rede, uma onda
senoidal, que gera uma onda dente de serra; esse sinal gerado é comparado com uma tensão
fixa, resultando em uma onda quadrada, que é conectada a uma porta lógica. Nesta porta
também está conectado um oscilador, que gera uma onda quadrada pulsante; no momento em
55
que o sinal de saída do comparador e do oscilador são verdadeiros, na porta lógica é mandado
um sinal para o último bloco, que dá o pulso no gatilho do tiristor, disparando-o no ângulo
desejado.
Quando uma tensão é aplicada no ânodo e esta for maior em relação ao lado do
cátodo, diz–se que as junções (J1 e J3) estão polarizadas diretamente. Sendo assim, a junção
56
(J2) está bloqueada e apenas uma pequena parcela de corrente de fuga circula do ânodo ao
cátodo. Deixando o tiristor em estado de bloqueio, esta corrente de fuga é conhecida como
corrente de estado desligado, (𝐼𝐷 ). Se caso aumentar a tensão entre ânodo e cátodo, e for
aplicada uma grande tensão, (J2) irá romper, ocorrendo a chamada ruptura por avalanche e a
tensão será nomeada de tensão de ruptura direta. As junções (𝐽1 𝑒 𝐽3 ) estão diretamente
polarizadas, fazendo com que haja um movimento livre dos portadores através das três
junções, resultando em uma grande corrente no sentido do ânodo. Desta forma, o tiristor está
em estado de condução, sendo que sua queda de tensão se deve à queda ôhmica, um valor
pequeno em torno de 1 V. Quando encontra-se neste estado, a corrente presente no ânodo
possui uma limitação por uma impedância chamada de(𝑅𝐿 ). Esta corrente precisa estar acima
de um valor conhecido como corrente de travamento, (𝐼𝐿 ), para poder manter o fluxo de
portadores na junção, ou seja, esta corrente (𝐼𝐿 ) é a mínima necessária para manter o tiristor
conduzindo, logo após que este foi ligado e o sinal de disparo no gatilho já tenha sido
removido; caso contrário, o tiristor volta a bloquear quando a tensão entre ânodo e cátodo for
reduzida (RASHID, 1999).
Uma vez que o tiristor conduz, ele se comporta como um diodo em condução e não
há controle sobre o dispositivo. Ele continuará a conduzir porque não há camada de
depleção devido ao movimento livre dos portadores na junção 𝐽2 . Entretanto, se a
corrente direta de ânodo for reduzida abaixo de um nível conhecido como corrente
de manutenção (do inglês holding current - 𝐼𝐻 ), uma região de depleção se
desenvolverá em torno da junção 𝐽2 , devido ao reduzido número de portadores, e o
tiristor estará no estado de bloqueio. A corrente de manutenção está na ordem de
miliampères e é menor que a corrente de travamento 𝐼𝐿 . Isto é, 𝐼𝐿 > 𝐼𝐻 . A corrente
de travamento𝐼𝐻 é a mínima corrente de ânodo para manter o tiristor no estado de
condução. A corrente de manutenção é menor que a corrente de travamento
(RASHID, 1999, p. 121).
2.5.2.1 Carga R
1
Vlmed = 2V0 sen ( ) d ( ) (59)
2
2V0
Vlmed = − cos ( ) (60)
2
Então:
Por essa razão, ao variar o ângulo de disparo, a tensão de saída também varia;
possuindo duas tensões extremas:
a) a=0, Vlmed = 0,45Vo
b) a = π, Vlmed = 0
Vlmed
I lmed = (62)
R
O cálculo da corrente eficaz na carga pode ser expresso pela equação (63):
2
1 2V0
= sen ( ) d ( )
2
I lef (63)
2 R
Então:
V0 1 sen2
I lef = − + (64)
R 2 2 4
2.5.2.2 Carga RE
utilização do ábaco não serve apenas para facilitar, mas para determinar qual o correto valor
correto do ângulo (α) para efetuar os cálculos. Pois pode apresentar duas situações extremas,
se o ângulo (α) escolhido for menor que (α) da relação de fontes, o ângulo de disparo será o
da relação; e se o ângulo escolhido for muito próximo de π, dependendo do valor de tensão da
fonte CC, a tensão não será suficiente para disparar o tiristor, e o mesmo ficará bloqueado
(BARBI, 2006).
Utilizando os dados coletados no ábaco, através das equações (1) e (2), e
determinando-se os ângulos (α) e (β), pode-se calcular a tensão média na carga pela equação
(67):
1
Vlmed = 2V0 ( cos − cos ) + E ( c − ) (67)
2
1 1 sen2 sen2
I lmed = 2V0 ( − ) − − − ( E ( − ) ) (68)
2 R 2 2 2
A tensão eficaz pode ser calculada pela seguinte equação (69):
2 1 sen2 sen2
Vlef =
1
2
2V0 ( − ) −
2 2
−
2
− 2 2(
V0 E ( cos − cos ) + ()E ( c − ) )
(69)
2 1 sen2 sen2
I lef =
1
2 R 2
2V0 ( − ) −
2 2
−
2
( )
− 2 2V0 E ( cos − cos ) + ( E ( − ) )
2
(70)
63
2.5.2.3 Carga RL
1
Vlmed = 2V0 ( cos a − cos ) = 0, 225V0 (cos − cos ) (71)
2
Portanto, pode-se verificar que o ângulo de extinção, (𝛽), fica com seu valor entre
(𝜋) e (2𝜋). Quando a carga for puramente resistiva, esse valor de (𝛽) será igual a (𝜋), já o seu
cosseno será igual a -1. Resumindo, a tensão média na carga para valores já definidos em (𝑉0 )
e (𝛼) ficam dependentes do ângulo de extinção; que por sua vez, depende da constante de
tempo da carga, ou seja, variando os valores da carga, a tensão sofrerá mudança também
(BARBI, 2006).
Sabendo que o indutor possui tensão média nula, assim toda a tensão média da
carga fica no resistor, através da Lei de Ohm pode-se calcular a corrente média na carga pela
equação (72):
Vlmed
I lmed = (72)
R
1 2 1 sen2 sen2
Vlef = 2V0 ( − ) − −
2
(73)
2 2 2
1
I lef =
2 i (t ) ²d (t )
L (74)
Assim:
2
1
2V0 R
(t − )
= ( − ) − ( − ) d ( t )
l
I lef sen t sen e (75)
2 ( L)² + R ²
A configuração do tipo RLE funciona de forma parecida à carga RL, porém com
uma regra a seguir: o ângulo (α) caracterizado pela relação entre as fontes. Neste caso a
utilização do ábaco não serve apenas para facilitar, mas para determinar qual o valor correto
do ângulo (α) para efetuar os cálculos. Pois pode apresentar duas situações extremas: se o
ângulo (α) escolhido for menor que (α) da relação de fontes, o ângulo de disparo será o da
relação; e se o ângulo escolhido for muito próximo de (π), dependendo do valor de tensão da
fonte CC, a tensão não será suficiente para disparar o tiristor e o mesmo ficará bloqueado
(BARBI, 2006).
Utilizando os dados coletados no ábaco, e através das equações (1) e (2) para
determinação dos ângulos (α) e (β), pode-se calcular a tensão média na carga pela equação
(76):
1
Vlmed = 2V0 ( cos − cos ) + E ( c − ) (76)
2
1 1 sen2 sen2
I lmed = 2V0 ( − ) − − − ( E ( − ) )
2 R 2 2 2 (77)
68
2 1 sen2 sen2
Vlef =
1
2
2V0 ( − ) −
2 2
−
2
− 2 (
2V0 E ( cos − cos ) + ()E ( c − ) )
(78)
69
3 DESENVOLVIMENTO PRÁTICO
3.2 CONECTORES
Para a conexão externa com a parte interna, com os circuitos retificadores, foram
utilizados conectores fêmeas do tipo banana, que são práticos e rápidos para a conexão em
ensaios laboratoriais. Na Figura 51 pode ser observado um exemplo desse tipo de conector.
3.3.2.1 Cálculos
3.3.2.2 Simulação
∅ = ∆𝑡 ∗ 𝑓 ∗ 360° (79)
O resultado do ângulo está expresso em graus. Neste caso, como não há uma fonte
conectada ao circuito, mesmo sendo uma condução do tipo descontínua, o valor do ângulo de
disparo na tensão da carga estará em fase com a tensão fonte, ou seja, a partir do momento em
que o valor de tensão ultrapassa a tensão mínima de condução do diodo, o mesmo permitirá a
passagem de corrente por ele, e assim que esse valor diminuir e for menor, o diodo bloqueia,
ou seja, para de conduzir. Na Figura 57, pode-se observar que as formas de onda da fonte, em
azul, e da carga, em vermelho, estão entrando em condução e em extinção no mesmo ângulo,
ou seja, estão em fase.
O (Δt) dos ângulos (α) e (β), simulados, podem ser observados na Figura 60.
76
Figura 60 - (Δt) dos ângulos (α) e (β) – meia onda a diodo carga RE - simulação
O ângulo (α) desse circuito, por não haver uma fonte de tensão, fará com que seja
0°, ou seja, as tensões da carga e da fonte estão em fase, porém o ângulo (β) será maior que
180°, conforme apresentado na Figura 62.
77
Na Figura 63, pode-se observar o (Δt) entre o ângulo (β) na carga e da fonte CA.
Figura 64 - Formas de tensão e corrente - diodo meia onda carga RLE - simulação
Figura 66 - (Δt) do ângulo (α) – meia onda a diodo carga RLE - simulação
Figura 68 - (Δt) do ângulo (β) – meia onda a diodo carga RLE - simulação
3.3.2.3 Prática
A forma de onda de tensão no diodo, na prática, pode ser vista na Figura 70.
A forma de onda de tensão no diodo, na prática, pode ser observada na Figura 76.
Figura 78 - Forma de onda de tensão na carga – meia onda carga RLE – osciloscópio
A forma de onda de tensão no diodo, na prática, pode ser observada na Figura 79.
85
Figura 79 - Forma de onda de tensão no diodo – meia onda carga RLE – osciloscópio
O ângulo e o (Δt) do ângulo (α), na prática, podem ser observados na Figura 80.
Como pode ser observado, no caso de uma configuração RL, o diodo para
somente de conduzir quando for cessada a corrente do circuito, fazendo com que o ângulo de
extinção seja maior que 180°, conforme apresentado na Figura 81.
86
3.3.3.1 Cálculo
3.3.3.2 Simulação
O ângulo de (α) e (β), por ser um circuito puro R, a forma de onda na carga estará
em fase com a fonte CA, como pode ser observado na Figura 83.
Nesse circuito pode-se observar que mesmo sendo do tipo onda completa, o
comportamento se assemelha ao do tipo meia onda, pelo fato do (β) ser menor que o (βc),
caracterizando um tipo de condução descontínua; conforme apresentado na Figura 84.
Figura 84 - Forma de onda de tensão na carga e diodo – onda completa carga RE - simulação
O ângulo (α) e (β), por ser um circuito RE,terá o mesmo valor de ângulo de
diferença entre o início e o fim do meio ciclo da fonte CA, como pode ser observado na
Figura 85.
Figura 86 - (Δt) dos ângulos (α) e (β) – onda completa a diodo carga RE - simulação
O ângulo (α) e (β), simulado, podem ser observados na Figura 88. Sendo que os
ângulos e a forma de onda resultante na carga estão em fase com a fonte CA.
Figura 89 - Forma de onda de tensão na carga e no diodo - Onda completa RLE - simulação
Figura 91 - (Δt) do ângulo (α) – onda completa a diodo carga RLE - simulação
92
Figura 93 - (Δt) do ângulo (β) – onda completa a diodo carga RLE – simulação
3.3.3.3 Prática
A forma de onda gerada pelo circuito pode ser observada na Figura 100.
A forma de onda na carga gerada pelo circuito pode ser observada na Figura 103.
98
Figura 103 - Forma de onda de tensão na carga – onda completa RLE – osciloscópio
Figura 104 - Forma de onda de tensão no diodo - onda completa RLE - osciloscópio
Figura 105 - Ângulo (α) e (Δt) - onda completa a diodo carga RLE – osciloscópio
Para isso, foi feito um circuito de detecção de zero, sendo que o esquemático da
primeira parte pode ser observado na Figura 109.
101
Utilizou-se uma ponte retificadora de onda completa a diodo (1N4007) que recebe
o sinal da fonte (CA). A onda retificada vai para um opto acoplador (4N25) gerando pulsos de
onda quadrada, e criando uma sincronização de acordo com o sinal recebido na entrada do
opto. Por fim, com um amplificador operacional recebendo esse sinal do opto, faz-se uma
comparação com uma tensão fixa, mandando um sinal de onda quadrada pulsante na porta do
Arduino. Conforme apresentado na Figura 110, em azul, é a onda senoidal retificada, e em
amarelo, é o pulso gerado quando a onda da fonte passa por zero.
na prática, primeiro foram realizados os testes práticos. Desta forma, observou-se que a
bancada possui algumas limitações no controle do ângulo de disparo. Por fim, visto o padrão
de comportamento, os ângulos escolhidos foram apresentados a seguir.
3.4.1.1 Cálculos
3.4.1.2 Simulação
Os valores simulados podem ser observados na tabela 8.
Tabela 8 - Meia onda a tiristor - Simulação
Grandeza R RE RL RLE
A 0 0,5 0 0,5
(α) - calculado (°) 0 30 0 30
(α) - escolhido (°) 44,064 66,528 87,696 130,464
φ (°) 0 0 12,74 12,74
cos(φ) 1 1 0,97 0,97
(β) (°) 180 150,84 192,57 159,907
(β)c (°) 404,064 426,528 447,696 490,464
Vlmed (V) 6,49 13,76 3,82 11,8
Ilmed (mA) 12,98 4,12 7,86 0,282
Vlef (V) 11,35 14,36 8,62 11,84
Ilef (mA) 22,70 9,19 15,70 1,09
Itmed (mA) 12,98 4,12 7,68 0,282
Itef (mA) 22,70 9,19 15,70 1,09
Fonte: Elaboração do autor, (2019).
106
Figura 116 - Forma de onda de tensão na carga e no tiristor – meia onda R - simulação
Figura 117 - Ângulos (α) e (β) – meia onda a tiristor carga R - simulação
Como poder ser observado, o ângulo de disparo está de acordo com o escolhido,
apresentado na tabela 8. Na Figura 118 pode-se verificar a diferença de tempo entre a carga e
a fonte CA.
107
Figura 119 - Forma de onda de tensão na carga e no tiristor – meia onda RE - simulação
Figura 123 - (Δt) do ângulo (β) – meia onda a tiristor carga RE – simulação
Figura 124 - Forma de onda de tensão na carga e no tiristor – meia onda RL – simulação
Figura 126 - (Δt) do ângulo (α) – meia onda a tiristor carga RL - simulação
Figura 128 - (Δt) do ângulo (β) – meia onda a tiristor carga RL – simulação
Figura 129 - Forma de onda de tensão na carga e no tiristor – meia onda RLE - simulação
Figura 130 - Ângulo (α) – meia onda a tiristor carga RLE - simulação
Figura 131 - (Δt) do ângulo (α) – meia onda a tiristor carga RLE – simulação
Figura 133 - (Δt) do ângulo (β) – meia onda a tiristor carga RLE – simulação
3.4.1.3 Prática
A forma de onda de tensão na carga, na prática, pode ser observada na Figura 137.
Figura 139 - Ângulo (α) e (Δt) – meia onda a tiristor carga RE – osciloscópio
A forma de onda de tensão na carga, na prática, pode ser observada na Figura 141.
Figura 144 - Ângulo (β) e o (Δt) – meia onda a tiristor carga RL – osciloscópio
A forma de onda de tensão na carga, na prática, pode ser observada na Figura 145.
Figura 145 - Forma de onda de tensão na carga – meia onda RLE – osciloscópio
Figura 146 - Forma de onda de tensão no tiristor – meia onda RLE - osciloscópio
Figura 147 - Ângulo (α) e o (Δt) – meia onda a tiristor carga RLE – osciloscópio
Figura 148 - Ângulo (β) e o (Δt) – meia onda a tiristor carga RLE – osciloscópio
Os testes realizados com a bancada mostraram ser uma ferramenta com uma boa
precisão em relação aos cálculos e simulações. Através de tabelas, foram feitas as
comparações de tensão e corrente dos valores simulados e medidos com os cálculos que são
os valores esperados, assim mostrando o erro em percentual. A comparação do circuito meia
onda a diodo, R e RE, pode ser observada na tabela 10.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Assef, P. A. (2019). Aula 12 - Retificador meia onda controlado a tiristor RL. Curitiba.
Boylesta, R. L., & Nashelsky, L. (2013). Dispositivos Eletrônicos e teoria de circuitos. São
Paulo: Pearson Education do Brasil.