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Albertina, uma mulher de 39 anos bem aparente, dirige-se a casa de José

Alberto, um homem idoso, que vive sozinho numa aérea pouco habitada,
assumindo-se como Fernanda, uma vendedora da marca CALCICIN, com foco
na aérea da suplementação que manterá o visível animo e força de viver de
José Alberto, garantindo-lhe o melhor preço do mercado para uns comprimidos
“milagrosos” que este não consegue obter de qualquer outra forma sendo, no
entanto, necessário um pagamento multibanco na maquina que a mesma
transportava. O idoso cede à proposta de Albertina dando-lhe o seu cartão,
acabando no fim da compra por a apelidar de “anjo da guarda” pois vinha a sentir
algumas dores nas articulações ultimamente, no entanto, esta aproveita-se da
posse do cartão para o copiar e usufruir do mesmo sem autorização.

Passado duas semanas do ocorrido, José Alberto nota exorbitantes montantes


debitados da sua conta em várias lojas de luxo, as quais o mesmo nunca sequer
visitou. Face a isto, contactou o seu banco e acabou por se aperceber que tudo
começou após a compra dos referidos comprimidos decidindo então falar com o
seu filho Vicente que, por sua vez, apresenta queixa contra Fernanda acusando-
a de burla (artigo 207º nº1 a) e 217º CP).

No decorrer do julgamento, Vicente reconhece Albertina, que se tinha assumido


anteriormente como Fernanda, sendo esta uma ex-companheira sua, que tinha
total conhecimento da angústia e solidão que o seu pai sentia desde que se
tornara viúvo recentemente sabendo, por sua vez, que face a estas condições
débeis este teria uma maior predisposição a ceder à proposta da mesma. Poderá
nestes termos Albertina ser acusada de burla qualificada? Quid iuris.

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