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LEI DE BASES DO SECTOR EMPRESARIAL PÚBLICO

CAPÍTULO I Disposições Gerais [arts. 1.º a 6.º] CAPÍTULO I Disposições Gerais [arts. 1.º
a 6.º]
Artigo 1.º Objecto Artigo 1.º Objecto A presente Lei estabelece o regime jurídico do
Sector Empresarial Público.
Artigo 2.º Âmbito do Sector Empresarial Público Artigo 2.º Âmbito do Sector
Empresarial Público O Sector Empresarial Público integra:
a) As empresas públicas;
b) As empresas com domínio público;
c) As participações públicas minoritárias.
Artigo 3.º Empresas Públicas
1. As empresas públicas são aquelas que, por diploma legal, assim são expressamente
qualificadas.
2. O capital das empresas públicas é integralmente detido pelo Estado.
4.º Empresas com domínio público Empresas com domínio público são as sociedades
comerciais criadas ao abrigo da Lei das Sociedades Comerciais, em que o Estado
directamente, ou através de outras entidades públicas, exerce isolada ou
conjuntamente uma influência dominante em virtude de alguma das seguintes
circunstâncias:
a) Detenção da totalidade ou da maioria do capital ou dos direitos de voto;
b) Direito de designar ou de destituir a maioria dos membros dos órgãos de
administração ou de fiscalização

Artigo 14.º Proposta de criação.


1. A proposta de criação de uma empresa pública ou com domínio público deve incluir
um estudo de viabilidade técnica, económica e financeira.
2. No estudo a que se refere o número anterior deve, designadamente, constar:
a) Caracterização completa do provecto;
b) Período de instalação e arranque;
c) Planos de investimento, exploração e financiamento, incluindo a demonstração da
rentabilidade esperada do projecto;
d) Projecções de procura e de mercado expectável;
e) Justificação económica e social, numa óptica de custo-benefício;
f) Quadro inicial de pessoal e plano de formação profissional;
g) Outros elementos necessários a uma correcta apreciação da proposta.
3. A proposta de criação de uma empresa deve ainda ser acompanhada de um
projecto de estatuto, o qual deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
a) Denominação;
b) Classificação;
c) Sede;
d) Objecto social;
e) Capital social ou estatutário, consoante o caso;
f) Composição, competências e funcionamento dos órgãos sociais;
g) Regras especiais de gestão, caso se trate de Empresas a que se refere o n.º 2 do
artigo 8.º
4. O disposto nos números anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações, a
qualquer operação que conduza à passagem de uma sociedade já constituída para
uma situação de empresa com domínio público.
SECÇÃO IV Sobre a Contabilidade, Património, os Lucros e o Registo [arts. 51.º a 55.º]
Artigo 51.º Contabilidade
Artigo 51.º Contabilidade A contabilidade das empresas públicas rege-se pelas regras
do Plano Geral de Contas aplicável às sociedades comerciais e respectivas instruções.
Artigo 52.º Património das empresas
1. O património das empresas públicas integra os meios colocados à sua disposição
pelo Estado e ou por outras entidades públicas a título de capital estatutário, bem
como os demais bens, direitos e obrigações produzidos ou adquiridos para ou no
exercício da sua actividade.
2. As empresas públicas a que se refere o número anterior podem administrar e dispor
do seu património, nos termos estabelecidos na lei e nos seus estatutos.
Artigo 53.º Exercício de direitos Artigo 53.º Exercício de direitos Os direitos do Estado
podem ser exercidos pelo Ministro responsável pelo Sector Empresarial Público, em
conformidade com as orientações estratégicas previamente definidas pelo Titular do
Poder Executivo. Artigo 54.º Regime especial de gestão Artigo 54.º Regime especial de
gestão 1. Em circunstâncias excepcionais devidamente justificadas, as empresas
públicas podem ser sujeitas a um regime especial de gestão, por prazo determinado,
em condições a fixar por Decreto Presidencial. 2. O Decreto previsto no número
anterior pode determinar a cessação imediata de funções dos titulares dos órgãos de
administração em exercício. Artigo 55.º Registo comercial Artigo 55.º Registo comercial
As empresas públicas estão sujeitas a registo comercial nos termos gerais, com as
adaptações que se revelem necessárias. SECÇÃO V Transformação, Reorganização e
Extinção de Empresas [arts. 56.º a 64.º]

O Tribunal de Contas da União, através da IN 27/98, nos diz:


Art. 1º Ao Tribunal de Contas da União compete acompanhar, fiscalizar e avaliar os
processos de desestatização realizados pela Administração Pública Federal,
compreendendo as privatizações de empresas, inclusive instituições financeiras, e as
concessões, permissões e autorizações de serviço público, nos termos do art. 175 da
Constituição Federal e das normas legais pertinentes.
1º Para os fins do disposto nesta Instrução Normativa, considera-se:
I – desestatização: a transferência para a iniciativa privada, de participações societárias
e da execução dos serviços públicos explorados pela União por intermédio das
entidades da Administração Pública Federal;
II – privatização: a alienação pela União de direitos que lhe assegurem, diretamente ou
por meio de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e poder de
eleger a maioria dos administradores da sociedade;
III – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
IV – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante
licitação, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a
sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária
seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo
determinado;
V – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
VI – autorização: ato administrativo discricionário e precário pelo qual o poder
concedente torna possível ao postulante a realização de certa atividade, serviço, ou a
utilização de determinados bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou
predominante interesse, condicionada à aquiescência prévia da Administração.
2º Aplicam-se os dispositivos desta Instrução Normativa, no que couber, aos processos
de desestatização a serem realizados com procedimentos simplificados nos termos do
art. 33 do Decreto nº 2.594, de 15 de maio de 1998, bem como dos processos de
concessão de uso de bem público associados a serviços públicos.

Analisando a legislação acima exposta, dá para extrais as seguintes diretrizes


Nas Concessões dos serviços públicos a licitação deverá ser na modalidade de
Concorrência, porém quando a mesma for de “direito real de uso” será
obrigatoriamente na modalidade Concorrência (§ 3º do Art. 23 da Lei 8666/93).
Já a Lei 89897/95 enfatiza que a modalidade de Concorrência é obrigatória quando for
concessão de serviço público e concessão de serviço público precedida da execução de
obra pública, porém não é mencionado esta obrigação para “Permissão de Serviços
Públicos”.
É bom lembrar que, quando a Lei 8666/93 e a Lei 8987/95, foram publicadas, ainda
não existia a Modalidade de Licitação denominada de Pregão (Lei 10520/02), que foi
introduzida em 2002. Esta lei foi originada da Medida Provisória 2182-18 de 2001.
Atualmente existe entendimento até do próprio TCU sobre a utilização da Modalidade
de licitação denominada Pregão, conforme acórdãos abaixo descritos:
Acórdão 2844/2010 – Plenário | Relator Walton Alencar Rodrigues
É cabível a utilização do pregão para concessões de uso de áreas comerciais em
aeroportos, sendo considerada indevida a aplicação da lei de concessões, uma vez que
o objeto licitado não é delegação de serviço público.
Acórdão 2050/2014 – Plenário | Relator Walton Alencar Rodrigues
É recomendável a utilização de pregão para a concessão remunerada de uso de bens
públicos.
Acórdão 478/2016 – Plenário | Relator Marcos Bemquerer
Em regra, o pregão é a modalidade de licitação adequada para a concessão
remunerada de uso de bens públicos, com critério de julgamento pela maior oferta em
lances sucessivos.
Neste Acórdão, o Relator Marcos Bemquerer, foi bem taxativo a respeito da
Modalidade de licitação, vejamos um resumo deste acórdão:
… observou o relator que, no tocante ao novo certame a ser realizado para cessão de
uso de imóvel para funcionamento de lanchonete, “a jurisprudência deste Tribunal é
no sentido de que a modalidade de licitação que melhor se coaduna à situação em tela
é a realização de pregão, não devendo o órgão se valer, indevidamente, de certames
na modalidade convite para aquisição de bens e serviços comuns, por se tratar de um
meio que permite viabilizar o direcionamento dos resultados nesses certames
licitatórios”.
Nessa linha, citou o Acórdão 2.050/2014 Plenário, que reproduzira exaustivo exame da
matéria procedido no Acórdão 2.844/2010 Plenário, destacando serem conhecidas “as
inúmeras vantagens comparativas da modalidade pregão para a Administração Pública
em termos de proporcionar maior eficiência, transparência e competitividade” e a
existência de “inúmeros precedentes, na utilização do pregão para a concessão de
áreas públicas, por parte de diversos órgãos da Administração, como os Tribunais
Regionais Federais (Pregão 07/2008, TRF da 1ª Região) , o Ministério Público Federal
(Pregão 41/2007) e a Procuradoria da República no Distrito Federal (Pregão 01/2008)”.
Acórdão 919/2016 – Plenário | Relator Vital do Rêgo
A cessão das áreas comerciais de centrais públicas de abastecimento de gêneros
alimentícios deve observar as normas atinentes à concessão remunerada de uso de
bem público, utilizando-se na licitação, preferencialmente, a modalidade pregão
eletrônico.
Neste Acórdão o Relator Vital do Rêgo, observou que no voto condutor do Acórdão
2.050/2014 Plenário foram realizadas “detidas análises a respeito dos regramentos
que se aplicariam à matéria: concessão, permissão ou outro”.
CONCLUSÃO:
É muito confuso a interpretação de “Concessão e Permissão”, apesar de constar
textualmente nos Incisos II, III e IV do Art. 2º da Lei 8987/95, pois se fizermos uma
análise mais detalhada nos Acórdãos acima descrito, a palavra Concessão (ou Cessão)
soa mais no sentido de “Permissão”, ou seja, locação de determinado espaço público,
como lanchonete, sorveteria, café, souvenir, restaurante, bar e outras infinidades de
opções.
Ao pé da letra, entendo que a Concessão de Direito real de uso é obrigatoriamente
licitado através de concorrências, nos demais casos poderá ser outra modalidade de
licitação, porém como o próprio TCU recomenda, nas locações de espaço público, seja
por concessão ou permissão a modalidade recomendada é Pregão, preferencialmente
o Eletrônico.
Art. 2º para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I – poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja
competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra
pública, objeto de concessão ou permissão;
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco e por prazo determinado;
III – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas
que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o
investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração
do serviço ou da obra por prazo determinado;
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco
Art. 1º Ao Tribunal de Contas da União compete acompanhar, fiscalizar e avaliar os
processos de desestatização realizados pela Administração Pública Federal,
compreendendo as privatizações de empresas, inclusive instituições financeiras, e as
concessões, permissões e autorizações de serviço público, nos termos do art. 175 da
Constituição Federal e das normas legais pertinentes.
o 1º Para os fins do disposto nesta Instrução Normativa, considera-se:

I – desestatização: a transferência para a iniciativa privada, de participações societárias


e da execução dos serviços públicos explorados pela União por intermédio das
entidades da Administração Pública Federal;
II – privatização: a alienação pela União de direitos que lhe assegurem, diretamente ou
por meio de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e poder de
eleger a maioria dos administradores da sociedade;
III – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
IV – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante
licitação, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária
seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo
determinado;
CAPÍTULO II Disposições Comuns às Empresas Públicas e às Empresas com Domínio
Público [arts. 7.º a 39.º] Domínio Público [arts. 7.º a 39.º]
SECÇÃO I Disposições Gerais [arts. 7.º a 9.º] SECÇÃO I Disposições Gerais [arts. 7.º a
9.º]
Artigo 7.º Natureza e capacidade Artigo 7.º Natureza e capacidade 1. As empresas
públicas e as empresas com domínio público são pessoas colectivas dotadas de
personalidade jurídica e com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. 2. A
capacidade jurídica das empresas públicas e das empresas com domínio público
abrange todos os direitos e obrigações necessários à prossecução do seu objecto
social, tal como definido nos respectivos estatutos. 3. As empresas públicas e as
empresas com domínio público podem associar-se nos termos da lei. Artigo 8.º Direito
aplicável Artigo 8.º Direito aplicável 1. As empresas públicas e as empresas com
domínio público regem-se pela presente Lei, pelos diplomas que aprovam os
respectivos estatutos e, no que não estiver especialmente regulado, pelo direito
privado, salvo quando o fim não seja contrário ao interesse público, nos termos da
probidade pública. 2. Os privilégios especiais ou as prerrogativas de autoridade devem
ser atribuídos às empresas a que se refere o número anterior mediante diploma legal
ou devem constar de contrato de concessão quando a lei o autorize. 3. As empresas
públicas e as empresas com domínio público estão sujeitas às regras fiscais e ao
pagamento de impostos fixados na lei. 4. Os estatutos das empresas públicas e das
empresas com domínio público não devem ter regras que contrariem o regime
previsto na presente lei e em leis que lhes sejam aplicáveis, sendo nulas as disposições
em que essa observância não se verifique.

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