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PITÁGORAS

(582 a.C – 497 a.C)


ABORDAGEM HISTÓRICA DO ASSUNTO

PRIMEIRO QUESTIONAMENTO:

QUEM FOI PITÁGORAS?

Embora a existência histórica de Pitágoras seja por muitos posta em


dúvida, parece haver exagero em tal posição. Não obstante, importa
reconhecer que sua figura e suas atividades se viram, desde logo envolvidos
por um véu de lendas. Em razão disso, é aconselhável remontar às fontes mais
antigas para obter notícias menos discutíveis acerca de Pitágoras, Platão e
Aristóteles, aparentemente desconheceram uma doutrina filosófica atribuível à
pessoa de Pitágoras, fazendo referência tão somente aos chamados
“pitagóricos”.
É de se crer não haja Pitágoras deixado qualquer obra escrita,
admitindo-se que os primeiros trabalhos de exposição das doutrinas da escola
se deveram a Fililau, que foi contemporâneo de Platão.

Afirma-se, comumente, haver Pitágoras nascido na ilha de Samos


(Grécia), no ano de 572 a. C. Aristocrata, filho de opulento comerciante, teria
deixado a região natal por aversão à tirania de Polivates, visitando santuários
gregos e estendendo viagem de estudos ao Egito, pois já se interessava por
ciência e filosofia.

A resposta mais certa e generalizadora a este questionamento é:


Pitágoras foi um grande filósofo grego, responsável por grandes
desenvolvimentos na Matemática, Astronomia e na teoria da música.
CURIOSIDADES SOBRE PITÁGORAS

ƒPITÁGORAS E A MÚSICA
Pitágoras descobriu que a altura de um som tem relação com o
comprimento da corda que, ao vibrar, o produz. Ex.: Se dobrarmos o tamanho
de uma corda que produz a nota dó, obteremos a mesma nota, mais grave. Ele
identificou, ainda, as subdivisões necessárias para se obter as demais notas. A
ele é atribuído a descoberta doas intervalos musicais.

ƒPITÁGORAS E A ASTRONOMIA
Pitágoras pensava que a Terra era uma esfera no centro do Universo.
Para ele, o Sol, a Lua e os planetas apresentavam órbitas próprias. Isso lhe
permitia concluir que esses astros não se situavam a mesma distância que as
estrelas, mas que todos eles estavam situados numa camada esférica mais
próxima.

ƒPITÁGORAS E A RELIGIÃO
Sob o aspecto religioso, o pitagorismo assentava-se, fundamentalmente
na crença da imortalidade da alma, cuja purificação ocorreria através de
sucessivas reencarnações em corpos vivos, até que ela viesse a ter condições
de libertar-se de invólucros mortais para confundir-se com o espírito divino.
Essa tese, de clara feição ética, foi desenvolvida com deliberada cautela, para
que não se provocasse rompimento com a religião popular e politeísta, muito
ao contrário, foi desenvolvida a partir dos mitos e cultos vigentes.

Em virtude desses crenças, os pitagóricos pregavam o vegetarianismo,


pois acreditavam eles que na transmigração das almas, as mesmas poderiam
ocupar o corpo de um animal, o qual mais tarde poderia ser morto para servir
de alimento.
Por causa disso, Pitágoras é também conhecido como o “pai de
vegetarianismo”. Dizem que até o final do século XIX. Quem se alimentasse de
uma dieta sem carne, era chamado de Pitagórico.

ƒOS “PITAGÓRICOS”

Foi em Crotona, importante cidade da Magna Grécia, que Pitágoras


fundou a Escola ou Sociedade de Estudiosos, a qual se tornou conhecida em
todo o mundo civilizado como o centro de erudição na Europa. Foi ali que,
secretamente, Pitágoras ensinou a sabedoria culta que havia coligido dos
ginosofistas e brâmanes da Índia, dos hierofantes do Egito, do Oráculo de
Delfos, da Caverna de Ida e da Cabala dos rabinos hebreus e magos caldeus.

Cada membro da Escola de Pitágoras, era obrigado a passar um


período de cinco anos de contemplação, guardando perfeito silêncio; os
membros tinham tudo em comum e algumas de suas características são as
seguintes:

- obstinham-se de alimentos de origem animal;


- acreditavam na doutrina da metempsicose;
- tinham uma fé ardente e absoluta no seu mestre e fundador da
Escola;
- a ninguém era permitido registrar por escrito qualquer princípio ou
doutrina secreta, e, pelo que se sabe, nenhum discípulo jamais violou
a regra até depois da morte de Pitágoras e da dispersão da Escola;
- seu símbolo, era o que usa chamar-se a Estrela de Itália ou Estrelas
de Cinco Pontas.

ƒO PITAGÓRISMO E OS NÚMEROS

O pressuposto filosófico de que os números são o modelo das coisas


dominou a escola pitagórica. Assim, a determinados números, principalmente
os dez primeiros, eram atribuídas virtudes especiais. Isso levou o pitagorismo a
concentrar suas atenções nos números inteiros, em detrimento dos fracionários
e irracionais. Estes últimos, cuja descoberta se deve aos próprios pitagóricos,
eram sistematicamente desprezados nos cálculos aritméticos.

Para os pitagóricos, os princípios que governam os “números” eram,


supunha-se os princípios de todas as “Existências Reais”. Como os “números”
são os componentes primários das Grandezas Matemáticas e ao mesmo
tempo, apresentaram muitas analogias com várias realidades, deduzia-se que
os elementos dos “números eram os elementos das “realidades”.

Eis, aqui, alguns exemplos:

Número 1 – representava a razão, pois era inalterável;

Número 2 – representava o masculino;

Número 3 – representava o feminino;

Número 4 – representava a justiça, pois era o primeiro produto de dois


números iguais ( 2 x 2 = 4 );

Número 5 – representava o casamento, a união do primeiro número


masculino com o primeiro número feminino ( 2 + 3 = 5).

COMO SURGIU O CONCEITO

Visto historicamente, o famoso Teorema de Pitágoras, o mesmo


conhecido pelos jovens italianos como “el puente del asno”, falado pelos
escritores em seus contos, usado pelos geômetras em suas medições e os
artistas em seus desenhos. Em alguns países, os estudantes de Engenharia o
levam como símbolo em seus gorros escolares.

Mas por que é tão importante este teorema?

Será que algum de nós saberia descobrir esta curiosa propriedade do


triângulo retângulo?
É bastante estranho que a área do quadrado construído sobre a
hipotenusa seja precisamente igual a soma das áreas dos quadrados
construídos sobre os catetos.

Dois ou três mil anos antes de Jesus Cristo, usava-se a corda para
medições em terrenos. Esta utilização se verificava de diversas maneiras.

Uma das mais notáveis aplicações desta corda era na construção de


duas retas perpendiculares, procedimento que se tem conservado até os
nossos dias.

Pega-se uma corda que tenha 12 unidades de comprimento (na


Antiguidade não se conhecia o metro como unidade de comprimento), com
“nós” que a dividam em partes de comprimento 3, 4 e 5 respectivamente.
Finca-se no solo “estacas” A e B, distantes 4 “nós”. Entre A e B temos a parte
central da corda, cujos comprimentos são 3 e 5 “nós”, basta que se encontrem
em um ponto C, constataremos, então, que o triângulo ABC é um triângulo
retângulo.
Vemos que, se um triângulo tem os lados 3, 4 e 5, é um triângulo
retângulo. Mas é fácil ver também que é um triângulo retângulo aqueles que
possuem os lados 6, 8 e 10 ou que tenham os lados 9, 12 e 15, isto quer dizer
que os triângulos que tenham os lados equi-múltiplos de 3, 4 e 5 são triângulos
retângulos.

Observando, em todos os casos resulta: 52 = 42 + 32 ; 102 = 82 + 62 ;


152 = 122 + 92.

Ou seja: o quadrado construído sobre a hipotenusa de um triângulo


retângulo, é equivalente a soma dos quadrados construídos sobre os catetos.

Segundo parece, os egípcios recorreram a este método da corda para


orientar os templos e pirâmides conforme os quatro pontos cardeais (norte,
sul, leste e oeste). Ao triângulo de lados 3, 4 e 5 que gozava destes privilégios,
os egípcios atribuíam poderes sagrados.

Outra aplicação histórica do Teorema de Pitágoras, se encontra em uma


tábua de argila descoberta durante escavações realizadas em terrenos da
antiga Babilônia. A tábua, que é datada de 1.800 a.C., se conserva atualmente
no Museu Britânico de Londres.

Eis o que diz o escrito na tábua: “Um pau de 30 unidades de


comprimento está apoiado em um muro. Porém, na parte alta do muro, ainda
sobram 6 unidades. Qual a medida que vai do pé do pau até a base do muro?”
Aplicando o que hoje se chama de Teorema de Pitágoras, se encontra que o
pé do pau se separa 18 unidades da base do muro.

6m 302 = 242 + x2
900 = 576 + x2
324 = x2
30m 24m x = 18

x
Mas estas observações de caráter empírico, não eram certamente fáceis
passar para uma generalização da propriedade do Teorema, ou seja, se
demonstrar que em todo o triângulo retângulo, a quadrado construído sobre a
hipotenusa é igual a soma dos quadrados construídos sobre os catetos.

É precisamente a Pitágoras a quem se atribui o mérito deste grande


descobrimento.

Os gregos, até os dias de hoje, se orgulham do descobrimento de seu


compatriota. Para comemorá-lo, tanto em sua Pátria, como também no
estrangeiro, em 1955 dedicaram um selo ao famoso teorema em ocasião do
aniversário de fundação da Escola Pitagórica.

CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS SOBRE O ASSUNTO:

A definição clássica do Teorema de Pitágoras é: o quadrado da


hipotenusa é igual a soma dos quadrados dos catetos em um triângulo
retângulo.

Existem diversas formas de provarmos esse importante teorema


matemático. A seguir demonstraremos algumas delas.
Vamos calcular as áreas dos 2 quadrados e dos triângulos:

- área de cada triângulo = b x c


2
- área do quadrado menor = a2

- área do quadrado maior = (b + c)2

A área do quadrado maior é igual à soma das áreas dos quatro


triângulos com a área do quadrado menor. Logo:

(b + c)2 = 4. bxc + a2
2

Agora alguns cálculos algébricos:

(b + c) (b + c) = 2bc + a2

b2 + bc + cb + c2 = 2bc + a2

b2 + 2bc + c2 = 2bc + a2

b2 + c2 = c2
Outra demonstração deste teorema, se dá através do cálculo da área do
trapézio a seguir:

II a c

b I a III

c b

A trapézio = (b + B) h
2

Por essa fórmula e pelo cálculo das áreas dos triângulos temos:

1) A trapézio = (b + c) . b + c = b2 + 2bc + c2
2 2

2) A trapézio = A triângulo I + A triângulo II + A triângulo III

A trapézio = cb + aa + cb = 2bc + a2
2 2 2 2

Igualando os dois resultados, temos:

2bc + a2 = b2 + 2bc + c2 a 2 = b 2 + c2
2 2
ONDE É TRABALHADO NA ESCOLA

O Teorema de Pitágoras, começa a ser trabalhado a partir da 7a. série


do Ensino Fundamental. Na 8a. série e durante as três séries do Ensino Médio,
este importante teorema é abordado na resolução de diversos problemas
dentro da disciplina de Matemática e também na disciplina de Física.
BIBLIOGRAFIA

- CASTELNUOVO, Emma. Geometria Intuitiva. Editorial Labor S. A. Madri,


1966.

- Enciclopédia Mirador Internacional - Enciclopédia Britânica do Brasil.


Publicações Ltda. São Paulo / Rio de Janeiro. 1998.

- SINGH, Simonn. O Último Teorema de Fermat. 8a. ed. Editora Record. Rio
de Janeiro / São Paulo, 2001.

- IMENES & LELLIS. Matemática 7a. série. Editora Scipione.

- Textos cedidos pela professora regente.

- www.math@net

- www.altavista

Trabalho Elaborado pelos Acadêmicos de Matemática:


José Antônio Rich Dias
Cledimar Dantas
Tácito Jesus Valério

4o. SEMESTRE

20/11/ 2002

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