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edicoesbaratas.wordpress.com
ÍNDICE
Apresentação 07
Sob Qualquer Ponto de Vista 11
Primeiro Círculo 19
Segundo Círculo 27
Terceiro Círculo 37
Quarto Círculo 51
Quinto Círculo 65
Sexto Círculo 77
Sétimo Círculo 91
A Caminho 105
Encontrar-se 111
Organizar-se 119
A Insurreição 137
Posfácio: Ponto de Situação 161
Este livro que você tem em mãos não é fruto de
uma tradução pro�ssional. Somos mais uma das
muitas comunas que há por aí. Acreditamos que
um movimento revolucionário se espalha por
ressonância e trazer o texto em uma edição brasileira
é apostar no impulsionar de diálogos e construções.
O que nos motiva é a possibilidade de multiplicar
focos de resistência, suas potencialidades de
organização e seus estímulos à criatividade. Nosso
desejo, a insurreição.
7
desse livro. As acusações não se sustentaram, mas
foram uma boa campanha publicitária para a
“Insurreição”.
O pósfacio presente nesta edição é um texto
também publicado pelo Comitê invisível, em
2009, e contribui para uma melhor compreensão
do controle social na Europa.
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COMITÊ INVISÍVEL
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Sob qualquer ponto de vista, o presente é um beco
sem saída. Não é essa a menor das suas virtudes.
Aqueles que desejariam acima de tudo esperar,
vêem ser-lhes retirado qualquer tipo de sustentação.
Os que pretendem ter soluções são imediatamente
desmentidos. Todo mundo sabe que as coisas só
podem ir de mal a pior. “O futuro já não tem futuro”
constitui a sabedoria de uma época que atingiu, sob
a sua aparência de extrema normalidade, o nível de
consciência dos primeiros punks.
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A Insurreição que Vem
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Sob qualquer ponto de vista...
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A Insurreição que Vem
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Sob qualquer ponto de vista...
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A Insurreição que Vem
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Sob qualquer ponto de vista...
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A Insurreição que Vem
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P RIMEIRO CÍRCULO
“I am what I am”
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A Insurreição que Vem
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Primeiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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Primeiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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Primeiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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S EGUNDO CÍR CULO
“A diversão é uma necessidade vital”
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A Insurreição que Vem
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Segundo Círculo
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A Insurreição que Vem
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Segundo Círculo
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A Insurreição que Vem
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Segundo Círculo
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A Insurreição que Vem
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Segundo Círculo
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A Insurreição que Vem
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T ERCEIRO CÍRCU LO
“A vida, a saúde e o amor são precários, por que
o trabalho escaparia a esta lei?”
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A Insurreição que Vem
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Terceiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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Terceiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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Terceiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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Terceiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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Terceiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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Terceiro Círculo
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A Insurreição que Vem
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QUARTO CÍRCULO
“Mais simples, mais divertido, mais móvel,
mais seguro!”
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A Insurreição que Vem
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Quarto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Quarto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Quarto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Quarto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Quarto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Quarto Círculo
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A Insurreição que Vem
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QUINTO CÍRCULO
“menos bens, mais laços”
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A Insurreição que Vem
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Quinto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Quinto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Quinto Círculo
71
A Insurreição que Vem
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Quinto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Quinto Círculo
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A Insurreição que Vem
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SEXTO CÍRCU LO
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A Insurreição que Vem
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Sexto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sexto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sexto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sexto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sexto Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sexto Círculo
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A Insurreição que Vem
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SÉTIMO CÍRCU LO
“Aqui construímos um espaço civilizado”
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A Insurreição que Vem
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Sétimo Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sétimo Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sétimo Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sétimo Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sétimo Círculo
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A Insurreição que Vem
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Sétimo Círculo
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A Insurreição que Vem
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A CAM I N H O
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A Insurreição que Vem
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Uma insurreição, já nem sequer somos capazes
de ver onde é que isso começa. Sessenta anos de
paci�cação, de suspensão das convulsões históricas,
sessenta anos de uma anestesia democrática e de
gestão dos acontecimentos enfraqueceram em nós
uma certa percepção abrupta do real, o sentido
guerrilheiro da guerra em curso. É esta percepção
que é preciso recuperar, para começar.
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A Insurreição que Vem
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Não mais esperar é, de uma maneira ou de outra,
entrar na lógica insurrecional. É escutar de
novo, nas vozes dos nossos governantes, o ligeiro
tremer de terror que nunca os abandona. Porque
governar nunca foi outra coisa senão repelir por
mil subterfúgios o momento em que a multidão se
revoltará e todo ato de governo nada mais é que
uma forma de não perder o controle da população.
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A Insurreição que Vem
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ENCONTR AR-SE
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A Insurreição que Vem
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Encontrar-se
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A Insurreição que Vem
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Encontrar-se
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A Insurreição que Vem
Constituir-se em comunas
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Encontrar-se
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A Insurreição que Vem
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ORG ARNIZAR-S E
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A Insurreição que Vem
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Organizar-se
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A Insurreição que Vem
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Organizar-se
Formar e se formar
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A Insurreição que Vem
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Organizar-se
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A Insurreição que Vem
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Organizar-se
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A Insurreição que Vem
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Organizar-se
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A Insurreição que Vem
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Organizar-se
131
A Insurreição que Vem
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Organizar-se
Organizar a autodefesa
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A Insurreição que Vem
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Organizar-se
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A Insurreição que Vem
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A INSUR REIÇÃO
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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A Insurreição
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A Insurreição que Vem
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Todo o poder às comunas!
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A Insurreição que Vem
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No metrô, já não encontramos vestígios da tela
de embaraço que retrai habitualmente os gestos dos
passageiros. Os desconhecidos falam-se, já não se
abordam mais. Um grupo sussurra na esquina de
uma rua. Agrupamentos mais vastos nas avenidas
discutem seriamente. Os ataques sucedem-se de
uma cidade para a outra, de um dia para o outro.
Uma nova caserna foi pilhada e imediatamente
incendiada. Os habitantes expulsos de uma casa
deixaram de negociar com a prefeitura: passaram a
habitá-la. Num acesso de lucidez, um gestor acaba de
esfriar um punhado de colegas em plena reunião. Os
arquivos que continham a morada pessoal de todos
os policiais e militares, tal como dos empregados da
administração penitenciária, acabam de desaparecer,
desencadeando uma onda sem precedente de mudanças
precipitadas. Para a antiga mercearia-bar da vila,
traz-se o excedente que se produz e procura-se aquilo
que faz falta. Ali nos reunimos também para discutir
acerca da situação geral e do material necessário para
a of icina mecânica. A rádio mantém os insurgentes
informados do recuo das forças governamentais.
Um míssil acaba de derrubar o muro da prisão de
Clairvaux. Impossível dizer se terá sido um mês
ou anos que se passaram desde que começaram os
“acontecimentos”. O Primeiro- Ministro tem um ar
bastante solitário com os seus apelos à calma.
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A Insurreição que Vem
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POSFÁCIO:
PONTO DE SITUAÇÃO.
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A Insurreição que Vem
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* *
162
Aqueles que, por todos os lugares, são este perigo,
terão que levantar questões menos estéreis, como
essas das causas e probabilidades de movimentos
e confrontos que, de qualquer das maneiras, irão
acontecer. Entre as quais, a seguinte: de que modo
o caos grego ressoa na situação francesa? Um
levante aqui não pode ser pensado como a simples
transposição do que lá se produziu. A guerra civil
mundial tem ainda especi�cidades locais e uma
situação de revoltas generalizadas provocaria, na
França, uma de�agração de um outro teor.
163
A Insurreição que Vem
164
Desnecessário será dizer que o apego dos franceses
ao Estado – última garantia dos valores universais,
última barreira contra o desastre – é uma patologia
da qual é complicado desfazermo-nos. É sobretudo
uma �cção incapaz de prosseguir. Até os nossos
governantes a consideram uma obstrução cada dia
mais inútil, já que, pelo menos, assumem o con�ito,
militarmente. Não têm nenhum pudor em enviar
unidades de elite antiterrorista para dominar as
revoltas dos subúrbios ou mesmo um centro de
reciclagem ocupado pelos seus funcionários. À
medida que o Estado-providência se desmorona o
enfrentamento bruto entre os que desejam a Ordem
e os que a rejeitam torna-se a principal questão.
Tudo o que a política francesa tem vindo a desativar
está em vias de se libertar violentamente. De tudo o
que reprimiu não se poderá mais levantar. Podemos
contar com o movimento que vem para que
encontre, neste nível de decomposição avançada
da sociedade, o sopro niilista necessário. O que não
impedirá que não encontre outros tantos limites.
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A Insurreição que Vem
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*
* *
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A Insurreição que Vem
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Neste sentido, não há o que ESCOLHER:
agir OU esperar
desesperadamente desesperadamente
agora mais tarde
A escolha do embaraço.
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A Insurreição que Vem
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revolucionária da época. Os tumultos cada vez mais
frequentes têm isso de formidável, pois constituem
em cada momento a ocasião de cumplicidades
deste gênero, por vezes efêmeras mas também por
vezes inabaláveis. Existem aqui seguramente uma
espécie de processo acumulativo. No momento em
que milhares de jovens se dedicam à deserção e à
sabotagem deste mundo, é preciso ser estúpido como
um policial para procurar uma célula �nanceira, um
chefe ou uma insensatez.
*
* *
171
A Insurreição que Vem
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que devemos usar com precaução. Não pelo fato de,
no grande des�le das palavras, já não estar na moda.
Mas porque os nossos piores inimigos a usaram
e continuam a usar. Insistimos. Certas palavras
são como campos de batalha, cujo signi�cado
é uma vitória, revolucionária ou reacionária,
necessariamente arrancado com muita luta.
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A Insurreição que Vem
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* *
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A Insurreição que Vem
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polícia tenha sido derrotada de forma duradoura?
Os parlamentos merecem ainda ser tomados de
assalto? O que quer dizer na prática depor o poder
localmente? Como decidir? Como subsistir?
COMO SE REENCONTRAR?
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Este livro é assinado com o nome de um coletivo imaginá-
rio. Os seus redatores não são os seus autores. Limitaram-
se a pôr um pouco de ordem nos lugares-comuns da épo-
ca, naquilo que se sussurra nas mesas dos bares, por detrás
das portas fechadas dos quartos. Não �zeram mais do que
�xar as verdades necessárias, cujo recalcamento universal
enche os hospitais psiquiátricos e os olhares de mágoa.
Fizeram-se escribas da situação. É um privilégio das cir-
cunstâncias radicais que o rigor conduza logicamente à
revolução. Basta falar daquilo que temos à frente dos olhos
e não nos esquivarmos às conclusões.