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Eficiência Energética em Processos Produtivos

Trabalho da disciplina de Eficiência Energética em Processos Produtivos

Objetivo

Realizar uma auditoria energética em uma empresa para exercitar o conteúdo


teórico da disciplina, para conhecer onde, como e quando a energia é utilizada, qual a
eficiência dos equipamentos, identificar desperdícios de energia, etc, com o objetivo
principal de prover soluções para as anomalias diagnosticadas.

Finalidade

A auditoria permite fornecer informações pontuais e identificar as possibilidades


reais de economias de energia, consistindo basicamente num exame crítico da forma
como é utilizada a energia com base em registros de consumo e custos. Este
procedimento visa melhorar a eficiência energética da instalação, sem afetar a
produção, mas sim aumentando a produtividade final do sistema produtivo.

O desenvolvimento de uma auditoria energética pauta-se em: (i) Quantificar os


consumos e custos por tipo de energia; (ii) Avaliar o uso da energia; (iii); Identificar os
consumos de energia por setor, processo e equipamento; (iv) Identificar e detalhar a
utilização de energia; (v) Estabelecer um indicador energético (relação entre consumo
de energia e produção); (vi) Verificar desperdícios; (vii) Propor medidas corretivas; (viii)
Avaliar a aplicação de um sistema de Gestão Energética.

Para um bom resultado final é importante a definição da sequência de ações que


permitam um profundo conhecimento da instalação analisada para detectar, quantificar
e corrigir as perdas de energia. Neste sentido deve-se considerar o desenvolvimento
de quatro fases elementares: Planejamento, Levantamento e coleta de informações no
chão de fábrica, Análise dos dados obtidos e a Apresentação do relatório.

Procedimentos para a realização do trabalho

1. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA: setor produtivo; dados


comerciais; histórico; processo produtivo; fluxograma e descrição do processo
produtivo; matérias primas; insumos energéticos e não energéticos; resíduos do
processo; logística de transporte.

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2. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO ENERGÉTICA: histórico de consumo


tão detalhado quanto possível (geral e por processos) dos últimos dois anos;
histórico de faturas; consumos e custos; produtos finais; consumos específicos
de energia.
3. DEFINIÇÃO DE CONSUMOS ESPECÍFICOS DE ENERGIA: definição dos
consumos por tipo de energia; estabelecer relacionamento entre consumo de
energia e a produção, definição de índices físicos de comparação para análise
de desempenho energético.
4. ALOCAR OS CONSUMOS DE ENERGIA POR UNIDADE PRODUTIVA E
SERVIÇOS AUXILIARES: estabelecer o consumo de energia em função das
atividades produtivas desenvolvidas, como por exemplo: alimentação e
distribuição de energia elétrica; iluminação; ar comprimido; ar condicionado de
conforto e refrigeração; produção e distribuição de vapor; etc.
5. AVALIAR A INSTALAÇÃO, USOS E DADOS IDENTIFCADOS PARA PROPOR
A GESTÃO DE ENERGIA.
6. ELABORAR TABELAS/RELATÓRIOS/GRÁFICOS INFORMANDO OS
POTENCIAIS DE REDUÇÃO E ECONOMIA NO USO DE ENERGIA: identificar o
potencial de melhoria das instalações e operação dos sistemas, por meio de
ações de eficiência energética (modificações em equipamentos, substituições,
atualizações, automação, etc.)
7. IDENTIFICAR E RELACIONAR OS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A
MELHORIA DO SISTEMA DE GESTÃO DE ENERGIA INFORMANDO O
RETORNO DE INVESTIMENTO. Há o investimento financeiro que possui
caráter tangível e os intangíveis, coo os relacionados com a melhoria dos
sistemas de manutenção e a imagem da empresa no contexto de
sustentabilidade e relacionamento com o meio ambiente.
8. REUNIR TODAS AS INFORMAÇÕES. PREPARAR O RELATÓRIO FINAL. O
relatório contém o detalhamento de todas as fases descritas com as conclusões
sobre o sistema avaliado e as possíveis melhorias a serem implementadas e os
ganhos possíveis. Detalhamento de investimentos e retornos financeiros
possíveis e reais.

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Especificidades do trabalho

Com base no relatório inicial da auditoria energética e análise preliminar de todo


o sistema, deverá ser definido um equipamento/subsistema específico para avaliação
completa para uma proposição de Eficiência Energética. Etapas sugeridas:

1 – Coletar dados da fatura de energia para identificar valores contratados como


demanda, o consumo de energia e demanda fora de ponta e em ponta, fator de
potência da instalação e, se possível, acessar os valores de consumo da memória de
massa da medição da concessionária para verificar o regime de operação (curva de
carga) do sistema.

2 - Análise da operação existente com: a identificação do local, equipamento,


potência nominal, regime de operação, número de horas de operação (fora de ponta e
ponta), produto ou função específica realizada.

3 - Identificar por meio de entrevista ou observação do processo produtivo (ou


similar), quais são as variáveis que interferem no consumo de energia (tipo de matéria
prima, temperatura, número de pessoas, ordenamento de operação, etc.), identificando
sempre que possível o histórico de consumo de energia em função das variáveis
correlatas (se possível um ano).

4 – Identificar o padrão de consumo e a demanda total do equipamento/


subsistema com a utilização de Analisador de Energia. Para medição e aquisição de
dados deve-se definir as fronteiras de medição (estabelecer o que, como e quando
medir).

5 - Verificar se as variáveis correlatas à energia elétrica como correntes,


tensões, harmônicas de tensão e corrente e fator de potência atendem as prescrições
de norma e da concessionária local de energia.

6 – Estabelecer um índice físico (coeficiente energético) que correlacione as


variáveis estabelecidas no item 3 ou o volume de produção com o consumo de energia
correspondente, por exemplo kWh/ton produzida, kWH/ton movimentada (kWh/variável
definida para comparação).

7 - Com base nas observações efetuadas e nos dados iniciais obtidos, elaborar
projeto de Eficientização do equipamento/subsistema, descrevendo a solução a ser
adotada a qual pode contemplar quais atividades podem ser modificadas,
equipamentos substituídos, os controles as serem estabelecidos, gerenciamento de
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energia, etc. Para subsidiar a definição das alternativas de solução indica-se como
leituras complementares o texto do Plano Nacional de Energia 2030 com link
disponibilizado no site, bem como do livro: Eficiência energética em edifícios - Série
Sustentabilidade dos autores Marcelo de Andrade Roméro, Lineu Belico dos Reis,
editora Manole, 2012.

8 – Identificada a solução de eficientização a ser adotada, descrever os novos


consumos energéticos esperados com base em valores de catálogos de fabricantes, ou
por meio de modelos matemáticos definidos por correlação entre variáveis de produção
e o consumo de energia estabelecida em função de histórico de produção X consumo
(item 3).

9 – Definir os custos de implantação (material e mão de obra), vida útil esperada,


etc., de modo a efetuar o Cálculo do retorno de investimento considerando a redução
no consumo e custos com energia.

10 – Cronograma de execução.

11 – Definir procedimentos para verificação de performance (auditoria) da


solução adotada (Medição e Verificação) com contemplação dos procedimentos e
custos relacionados com esta atividade. Consultar o texto do Protocolo Internacional de
Medição e Verificação de Performance – PIMVP (EVO – Efficiency Valuation
Organization - http://www.evo-world.org/index.php?option=com_form&form_id=77&Itemid=574) ver
link para texto no site.

O item 11 poderá ser mais bem definido e executado após as aulas da disciplina
de Medição e Verificação.

Para subsidiar a análise da solução adotada e procedimentos propostos,


consultar o Manual do Programa de Eficiência Energética ANEEL –
http://www.aneel.gov.br/cedoc/aren2008300_2.pdf , e verificar compatibilidade com os
requisitos apresentados no mesmo.

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