Você está na página 1de 33

MÓDULO II - LICITAÇÕES, CONTRATOS E CONVÊNIOS: LEI Nº

8.666/93

Ao final deste Módulo, você será capaz de:

. Indicar a modalidade de licitação de acordo com o limite definido;

. Identificar os tipos de licitação utilizados como critérios de seleção para a


proposta mais vantajosa;

. Enumerar as fases do procedimento de licitação;

. Analisar os aspectos pertinentes a contratos e convênios.


Unidade 1 - Aspectos Pertinentes à Licitação

Que a licitação é um procedimento formal da Administração Pública e por isso


necessita obedecer a uma série de princípios, você já sabe. Mas, talvez o que
ainda não saiba é que, como todo procedimento formal da Administração
Pública, a licitação possui uma série de especificidades e ritos dispostos em
Lei.

Indo mais fundo na análise da Lei nº. 8.666/93, nesta aula você estudará sobre
as modalidades, os tipos e as fases da licitação e sobre aquilo que é uma das
finalidades da licitação: a execução de contratos. Estudará também sobre
convênios.
Pág. 2

Modalidades

As modalidades de licitação referem-se às formas de condução do


procedimento de licitação, ou seja, como a licitação vai ocorrer.

O artigo 22 da Lei nº. 8.666/93 estabeleceu cinco modalidades de licitação:

tomada de
concorrência; convite; concurso; e leilão.
preços;

A Lei nº 8.666/93 só trata dessas 5 modalidades, mas há uma sexta, que é o


PREGÃO. O pregão foi instituído como modalidade de licitação aplicável no
âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios pela Medida Provisória
nº 2026/2000 e consagrada, mais tarde, pela Lei nº 10520/2002. Em 8 de
agosto de 2000, o Poder Executivo editou o Decreto nº 3555/2000, aprovando
o regulamento para a modalidade pregão, instituída pela Medida Provisória
2026/2000. Esse Decreto foi recepcionado pela lei 10520/2002 e continua em
pleno vigor. A princípio, a regra atual é licitar pela modalidade de pregão.
Pág. 3

Veja cada uma das modalidades de licitação:

Concorrência

Lei nº 8.666/93
Art. 22 § 1º - Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir
os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu
objeto.

Tomada de preços

Lei nº 8.666/93
Art. 22 § 2º - Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.

Convite

Lei nº 8.666/93
Art. 22 § 3º - Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse
com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.

É importante destacar que na modalidade convite é possível a participação de


interessados que não tenham sido convidados formalmente, mas desde que
sejam do ramo do objeto licitado e estejam cadastrados no órgão ou entidade
licitadora, ou, ainda, no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores
– SICAF. Contudo, os interessados deverão fazer a solicitação do convite com
antecedência de até 24 horas da apresentação da proposta.
Pág. 4

Concurso

Lei nº 8.666/93
Art. 22 § 4º - Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante
a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima
de 45 (quarenta e cinco) dias.

Leilão

Lei nº 8.666/93
Art.22 § 5º - Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor
da avaliação.

Pregão

É a modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou


serviços comuns é feita em sessão pública.

Lei 10520/02
Art. 1° - Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a
licitação na modalidade de pregão... Parágrafo único. Consideram-se bens e
serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações usuais no mercado.

O principal fator de escolha entre as modalidades de concorrência, tomada de


preços e convite é o valor estimado para a contratação, conforme define o art.
23 da Lei 8.666/93. Contudo, no âmbito da União, de acordo com o art. 4º do
Decreto nº 5.450/05, a licitação para contratação de bens ou serviços comuns
deverá ser realizada sob a modalidade de Pregão, preferencialmente na forma
eletrônica: "Art. 4° Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns
será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua
forma eletrônica. § 1o O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo
nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade
competente.”

Pág. 5

Dispõe o artigo 23, da Lei nº 8.666/93:


Art. 23 As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo
anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o
valor estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia:

a) convite: até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);

b) tomada de preços: até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais).

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

1. convite: até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

2. tomada de preços: até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais);

3. concorrência: acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais).


Unidade 2 - Critérios, tipos e fases da licitação

Tipos de licitação

Tipo de licitação não é o mesmo que modalidade. Os tipos de licitação estão


relacionados aos critérios que serão utilizados para avaliar e classificar as
propostas apresentadas pelos licitantes, para seleção da proposta mais
vantajosa. O quadro a seguir foi elaborado de acordo com § 1º do art. 45 da Lei
8.666/93. Além dos tipos, você encontrará os critérios e a orientação de
quando utilizá-los:

Lei nº 8.666/93
Art. 45 O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de
licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os
tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a
possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

Orientação para o uso dos tipos de licitação

Tipo

O que é considerado

Quando é utilizado

Menor Preço

Critério que considera como vencedora - após verificar se a proposta atende às


especificações do edital - aquela que apresentar o menor preço.

Nas compras e serviços de modo geral e nas aquisições de bens e serviços de


informática realizadas na modalidade de pregão eletrônico ou presencial e no
caso de obras e serviços de engenharia, alienações e locações imobiliárias na
modalidade de convite.

Melhor Técnica
Critério que considera como vencedora a proposta mais vantajosa, escolhida
com base em aspectos de ordem técnica.

Exclusivamente para serviços predominantemente de natureza intelectual. Ex:


elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos
técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.

Técnica e preço

Critério em que considera como vencedora a proposta mais vantajosa,


escolhida com base na maior média ponderada, considerando-se as notas
obtidas nos aspectos de preço e técnica.

Pode ser utilizada na contratação de bens e serviços de informática e nas


modalidades de tomada de preço e concorrência.

Maior lance ou oferta

A proposta que oferecer melhor lance ou oferta.

Nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

O Decreto nº 7174, de 12 de maio de 2010, que regulamenta a contratação de


bens e serviços de informática e automação pela administração pública federal,
estabelece no § 4º do art. 9º que "A licitação do tipo técnica e preço será
utilizada exclusivamente para bens e serviços de informática e automação de
natureza predominantemente intelectual, justificadamente, assim considerados
quando a especificação do objeto evidenciar que os bens ou serviços
demandados requerem individualização ou inovação tecnológica, e possam
apresentar diferentes metodologias, tecnologias e níveis de qualidade e
desempenho, sendo necessário avaliar as vantagens e desvantagens de cada
solução."
Pág. 2

Os parágrafos e incisos do artigo 46 da Lei 8.666/93 explicam os


procedimentos adotados nas licitações do tipo 'melhor técnica' e 'técnica e
preço'. Leia-os antes de prosseguir seus estudos. Observe que os aspectos a
serem cobrados na avaliação e classificação das propostas deverão ser
definidos com clareza e objetividade no ato convocatório. Assim, merecerá
especial atenção a fase interna ou preparatória da licitação, como você poderá
constatar a seguir.

Fases da Licitação

O procedimento de licitação compreende as seguintes fases:

Fase interna ou preparatória- Esta fase delimita e determina as condições do


ato convocatório, antes de divulgá-lo aos interessados. Esta fase é trabalhosa
e requer o máximo de atenção, pois dela dependerá o sucesso da execução da
fase externa.

Fase externa ou executória – A fase externa poderá ser subdivida


considerando a modalidade de licitação. Esta fase tem início com a publicação
do edital ou a entrega do convite e só termina com a contratação do licitante
para o fornecimento do bem, da execução da obra ou da prestação do serviço.

Vale ressaltar que na fase externa não poderá haver nenhuma alteração.
Qualquer falha ou irregularidade constatada ocasionará a anulação do
procedimento de licitação.

Os procedimentos a seguir ilustram os passos da fase interna e da fase externa


de um procedimento de licitação nas modalidades que não sejam o Pregão.
Pág. 3

Passos da fase Interna

1º Verificação da necessidade pública a ser atendida:

A necessidade deve ser definida por meio de solicitação justificada do setor


requisitante, por meio de documento próprio que comporá o processo,
configurando assim o passo um do procedimento licitatório. Exemplo: Obras a
serem executados, bens a serem adquiridos etc.

2º Aprovação da autoridade competente:

A aprovação da autoridade competente deverá estar devidamente motivada e


compreender a autorização para a autuação do processo correspondente, o
qual deverá estar protocolizado e numerado. O ato autorizativo, quando não
vinculado diretamente à lei, porque esta é omissa ou obscura, deverá levar em
consideração os aspectos de oportunidade, conveniência e relevância do
interesse público, e nesta hipótese o administrador deve justificar (motivar) de
forma ainda mais completa.

3º Elaboração da especificação do objeto da licitação:

A redação da especificação deve ser clara, objetiva e sucinta. Não deve deixar
dúvidas sobre o que se espera como resultado do processo licitatório. Quando
o processo envolver critérios técnicos, estes devem ser descritos utilizando o
vocabulário adequado. No caso de Pregão esta elaboração das especificações
do objeto e sinalização de contratação será denominada de Termo de
Referência. Nas demais modalidades chama-se Projeto Básico, e deverá
conter no caso de obras soluções técnicas suficientemente detalhadas, de
forma a serem utilizadas na elaboração do projeto executivo.

4º Estimativa do valor da contratação:


Deve ser feita uma ampla pesquisa no mercado relevante para a melhor
avaliação do valor esperado.

5º Indicação dos recursos:

Indicação dos recursos orçamentários que cobrirão as despesas. Aqui deve ser
verificada a adequação orçamentária e financeira, bem como a Lei de
Responsabilidade Fiscal, caso seja necessário.

Pág. 4

6º Escolha da modalidade e do tipo de licitação:

Verificar de acordo com o objeto e se for o caso (não sendo a hipótese de


pregão) o valor da licitação e, então definir, quais as melhores modalidades e
tipos da licitação.

7º Elaboração do edital:

O edital deve ser claro, preciso, objetivo e ainda contemplar os seguintes


aspectos: a descrição do objeto, os requisitos de habilitação, os critérios de
julgamento, de aceitabilidade dos preços, as condições de pagamento, os
prazos de execução, prazos e condições para assinatura de contratos, local de
realização do certame, bem como horários e prazos para esclarecimentos,
impugnações e publicações, critérios de participação, reajustes, sanções e
outras indicações especificas ou peculiares à licitação. A redação do edital
deverá considerar ainda o princípio da isonomia e os demais princípios que
orientam o processo licitatório.
Antes de continuar seus estudos, veja exemplos de editais consultando o site
www.mj.gov.br/licitacao, www.agu.gov.br e www.tcu.gov.br. (Acessados em 10
de março de 2014).

Pág. 5

Passos da Fase Externa

Os procedimentos da fase externa sofrerão alterações de acordo com o objeto,


da modalidade e do tipo de licitação. Os procedimentos a seguir, apresentam
apenas os passos principais, executados na maioria das modalidades.

1º Início da publicação do aviso:

O objetivo desta fase é divulgar o processo licitatório, atendendo assim o


princípio de divulgação (publicidade/transparência).

2º Habilitação das licitantes:

Quando pertinente, deverá haver a habilitação dos licitantes. A habilitação


poderá ser realizada considerando: aspectos jurídicos, regularidade fiscal,
qualificação técnica e qualificação econômico-financeira.

3º Classificação das propostas:

A classificação das propostas deverá atender as especificidades contidas na


Lei de acordo com a modalidade adotada.

4º Contratação e Execução do Objeto:

Após a classificação, e não havendo recursos e/ou decisão judicial


suspendendo qualquer ato administrativo, cabe então a contratação e a
posterior execução do objeto de licitação.
Pág. 6

O prazo de divulgação da publicação do aviso da licitação dependerá da


modalidade que venha a ser adotada. Assim temos:

Modalidades Prazos

45 dias: quando a licitação for do


tipo melhor técnica ou técnica e
Concorrência preço, ou o regime de execução
do objeto for empreitada
integral; 30 dias: para os demais
casos

30 dias: no caso de licitação do


Tomada de Preços tipo melhor técnica ou técnica e
preço; 15 dias: para demais
casos;

Convite
05 dias úteis: qualquer caso

A Fase Externa do Pregão é diferente das demais modalidades e é


principalmente isto que dá mais celeridade, transparência e agilidade nas
contratações da Administração. Nesta hipótese, o prazo de publicação é de 08
dias úteis. Trataremos sobre pregão à frente.

Obras e serviços merecem atenção especial, principalmente, no que se refere


as fases da licitação. Leia atentamente a Seção III (art. 7º e seguintes) da Lei
nº. 8.666/93. Veremos agora sobre Contratos, Convênios e Consórcios.
Unidade 3 - Contratos

Como já sabemos todo contrato é precedido de licitação. Portanto, concluído o


procedimento licitatório ou os procedimentos de dispensa ou inexigibilidade
(arts. 24 e 25 da Lei 8.666/93) é hora de celebrar o contrato. Nesta
oportunidade toda atenção é recomendável, pois as cláusulas, direitos,
obrigações e responsabilidades da Administração e do licitado deverão ser
claras e precisas. Nesta lição você estudará sobre esta questão.

Definição

A Lei 8.666/93 define contrato como:


Art. 2º Parágrafo único - Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo
e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada.

Os contratos administrativos têm características distintas daquelas dos


contratos entre particulares. O artigo 54, da Lei nº 8.666/93 deixa ver isso muito
claramente. E o artigo 55, desta mesma Lei diz quais são as cláusulas
necessárias em todos os contratos.

Os contratos administrativos são regulados por cláusulas, normas da Lei


8.666/93 conforme o Art. 54 da lei 8.666/93.

Lei nº 8.666/93
Art. 54 Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas
suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de
direito privado.
§ 1º - Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições
para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos,
obrigações e responsabilidades das Unidades, em conformidade com os
termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2º - Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação
devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

Apesar da denominação de contrato, nos contratos administrativos não


prevalece o princípio da autonomia das vontades dos contratos em geral.
Pág. 2

Regulação de contratos

1. De acordo com os preceitos da Administração Pública, deverá prevalecer o


interesse da coletividade sobre o particular. Entretanto, deve ser observado
pela Administração o direito dos particulares, zelando pela justiça.

2. Há diferença entre os contratos celebrados entre a Administração Pública e


o particular comparados àqueles firmados entre particulares. Isso está
relacionado à natureza e aos preceitos de ordem pública que regem a
Administração para a qual deve prevalecer o interesse público.

3. O contrato só poderá ser celebrado com o licitante que venceu a licitação ou


com aquele que tenha cumprido os procedimentos de dispensa ou de
inexigibilidade. Caso contrário poderá ser declarada a nulidade do
procedimento licitatório e, consequentemente, a do contrato.

Elaboração de Contratos

Um contrato é formado por cláusulas enumeradas e que especificam as


condições para sua execução.

As cláusulas que compõem o contrato deverão estar em consonância com o


ato convocatório da licitação. Em caso de dispensa ou inexigibilidade de
licitação a redação do contrato deverá considerar a proposta do contratado e o
ato de autorização da contratação sem licitação.

Com relação às cláusulas, na elaboração dos contratos celebrados deverá ser


observado o comando do art. 55, da Lei 8.666/93.
Pág. 3

Lei nº 8.666/93
Art. 55 - São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e


periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de


observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação


funcional programática e da categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando


exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das Unidades, as penalidades cabíveis


e os valores das multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão


administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão,


quando for o caso;

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a


inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos


omissos;

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do


contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
Pág. 4

Além das cláusulas descritas no art. 55 da Lei de Licitação, nos contratos


elaborados pela Administração Pública deverão constar as seguintes
informações:

Nome do órgão ou entidade da Administração Pública e do seu representante;

Nome do responsável da empresa contratada e do seu representante;

Finalidade e objetivo do contrato;

Ato que autorizou a regulação do contrato;

Número do procedimento de licitação, da dispensa ou da inexigibilidade;

Sujeição dos contratantes às normas da Lei 8.666/93;

Submissão dos contratantes às cláusulas contratuais.

Cabe ressaltar ainda que outros dados ou informações que sejam


consideradas como importantes, principalmente, em razão da peculiaridade do
objeto, devem constar do contrato com o objetivo de garantir a perfeita
execução do objeto e resguardar direitos e deveres de ambas as Unidades.
Pág. 5

A Gestão Contratual

A gestão dos contratos deve ser organizada de modo que sejam designados,
formalmente, servidores públicos qualificados como responsáveis pela
execução de atividades e/ou pela vigilância e garantia da regularidade e
adequação dos serviços e produtos elaborados e aceitos.

Após o inicio da execução do contrato a Administração deve acompanhar para


saber se a contratada está cumprindo com o pactuado, o que será feito pelos
servidores prévia e formalmente designados para exercerem tais atribuições.

E este controle e fiscalização da execução contratual, principalmente com


relação às obrigações da contratada, é de responsabilidade do fiscal do
contrato, lembrando que o fiscal do contrato tem responsabilidade solidária
com a contratada por possíveis danos causados pela execução irregular do
contrato, conforme o art. 16, § 2º, da Lei nº. 8.443, de 16 de julho de 1992, que
estabelece a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União.

Pág. 6

Contratos Especiais

Apesar da maioria dos contratos serem regidos pelas normas de Direito


Público, há contratos celebrados pela Administração pública que têm suas
cláusulas regulamentadas por normas do Direito Privado, observadas as regras
dos artigos 55 e 58 a 61 da Lei 8.666/93.

Exemplos de contratos especiais: contratos de seguro, de financiamento, de


locação (nos quais a Administração Pública seja a locatária) e aqueles em que
a Administração Pública é usuária de serviço público.

Muitas pessoas utilizam o termo convênio como sinônimo de contrato, mas


além de conceitos distintos existem outras diferenças.
Pág. 7

Lei nº 8.443/92
Art. 15. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são regulares,
regulares com ressalva, ou irregulares.

Lei nº 8.443/92

Art. 16. As contas serão julgadas:

I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos


demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos
atos de gestão do responsável;

II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer


outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário;

III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências:

a. omissão no dever de prestar contas;

b. prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à


norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional ou patrimonial;

c. dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico;

d. desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos.

§ 1° O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de reincidência no


descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido ciência,
feita em processo de tomada ou prestação de contas.

§ 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d deste artigo, o Tribunal, ao julgar


irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária:

1. do agente público que praticou o ato irregular, e

2. do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo


ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado.

§ 3° Verificada a ocorrência prevista no parágrafo anterior deste artigo, o


Tribunal providenciará a imediata remessa de cópia da documentação
pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis e
penais cabíveis.
Pág. 8

Principais pontos a serem observados com relação a regulação de


contratos.

Vale ressaltar que um dos primeiros passos na execução contratual é designar


um representante (ou mesmo colegiado, no caso de objeto contratual
complexo) para cada contrato celebrado. Dessa forma, a autoridade
competente deverá eleger representante que melhor atenda as necessidades
do contrato. Isto pode ser feito mediante cláusula contratual ou ato
administrativo específico, importando aqui que se cumpra o previsto no artigo
67, da lei 8.666/93.

"Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um


representante da Administração especialmente designado, permitida a
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes
a essa atribuição."

O gestor ou fiscal do contrato deve conhecer bem o contrato que está sob
responsabilidade dele. Ele deve deter boa organização quanto a todos os atos
que se relacionem ao contrato. Nos contratos de prestação de serviços, por
exemplo, é imprescindível que verifique a frequência, se a quantidade de
empregados na prestação daquele serviço está de acordo com o pactuado,
verificar se a folha de pagamento está de acordo com a planilha de formação
de custos e preços pactuada, e, no caso de fornecimento de material, se
aquele objeto é o contratado e se não há nenhuma variação em relação ao
efetivamente comprado.

Nos pagamentos de contratos continuados que envolvam mão-de-obra, o


gestor dos contratos, ou em alguns casos a área responsável pelos
pagamentos, deverão estar atentos à regularidade fiscal, bem como a
previdenciária dos empregados da contratada que prestaram os respectivos
serviços, pois, apesar de o contratado ser responsável diretamente pelos
encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da
execução do contrato, a Administração Pública responde solidariamente com o
contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do
contrato, nos termos do art. 31, da Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991.
Para que os contratos sejam fielmente cumpridos, em todas as cláusulas, sem
exceção, o gestor do contrato precisa atuar de forma adequada e imediata.
Com esse fim deve comunicar, por escrito, a necessidade de o contratado
sanar falhas, e vícios redibitórios verificados durante a execução dos contratos.
E não só isso, deve ele, ainda, comunicar, também por escrito, à chefia
imediata de situações que firam ao que foi pactuado, sugerindo, inclusive,
sanções e até a própria rescisão contratual. E quando no caso de renovação
contratual, precisa compor o processo de aditamento contratual com
manifestação favorável e motivada.

Pág. 9

O Papel do Gestor de Contratos

Gestor de contratos ou fiscal de contratos é o termo designativo para função


exercida por servidor que irá acompanhar e fiscalizar a execução contratual,
desde o início da contratação até o termino do contrato.

Existem várias nomenclaturas atribuídas ao servidor designado como


representante da Administração que irá agir no acompanhamento, fiscalização
e atestação da execução contratual. A Lei nº 8.666/93, no artigo 67 estabelece
as atribuições, do servidor denominado representante:

Lei nº 8.666/93

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um


representante da Administração especialmente designado, permitida a
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as


ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do


representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a
adoção das medidas convenientes.
Pág. 10

Já o Decreto nº 2.271 de 7 de julho de 1997, no artigo 6°, traz a nomenclatura


de Gestor.

Decreto nº 2.271
Art. 6º A administração indicará um gestor do contrato, que será responsável
pelo acompanhamento e fiscalização da sua execução, procedendo ao
registro das ocorrências e adotando as providências necessárias ao seu fiel
cumprimento, tendo por parâmetro os resultados previstos no contrato.

Independentemente da terminologia atribuída ao servidor, seja fiscal de


contrato, gestor de contrato, fiscalizador de contrato, executor de contrato,
agente fiscalizador, dentre outras, a atribuição é a mesma.

Na Administração Pública normalmente existe um grande envolvimento dos


setores de compras durante o certame licitatório, comissão de licitação,
pregoeiro, equipe de apoio dentre outros e para muitos dos envolvidos sua
participação no processo termina ali, mas o processo continua e é na fase de
execução do contrato que entra em cena a figura do fiscal do contrato ou
gestor do contrato, nomeado para acompanhar, fiscalizar, certificar e atestar o
objeto contratado.
Pág. 11

Características do Gestor de Contratos

O gestor de contratos precisa conhecer o processo licitatório, o projeto básico


ou termo de referência, precisa saber fiscalizar e gerenciar o contrato,
contratos de cunho mais técnico precisam ser acompanhados por fiscais que
tenham conhecimento ou formação na área, como nos casos de obras, por
exemplo, o ideal é que seja alguém com formação na área de engenharia. Mas
também precisa conhecer as fases da despesa pública como o empenho, a
liquidação e o pagamento (Artigo 58 da Lei 4.320 de 17 de março de 1964) e
conhecer os instrumentos de planejamento orçamentário (PPA, LOA, LDO),
porque assim como o ordenador, como já vimos, ele também pode responder
ao Tribunal de Contas da União, até mesmo com o patrimônio pessoal em
ações regressivas nos casos considerados lesivos ao Erário, sem prejuízo das
demais ações passíveis. Daí ser primordial sempre fundamentar todas as
decisões e fazê-las por escrito, inclusive juntando os documentos que o
convenceram da decisão tomada.

Destarte, o gestor de contratos é peça fundamental na Administração Pública,


pois representa a causa pública. Nas situações nas quais o servidor designado
não se sinta capaz de desempenhar a contento as funções delegadas e não
podendo negar-se em desempenhá-la, deverá solicitar à chefia imediata curso
de capacitação, conforme preconiza o Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de
2006. Disciplina o artigo 3° desta norma (próxima página):
Pág. 12

Decreto nº 5.707

Art. 3º São diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal:

I - incentivar e apoiar o servidor público em suas iniciativas de capacitação


voltadas para o desenvolvimento das competências institucionais e individuais;

II - assegurar o acesso dos servidores a eventos de capacitação interna ou


externamente ao seu local de trabalho;

III - promover a capacitação gerencial do servidor e sua qualificação para o


exercício de atividades de direção e assessoramento;

IV - incentivar e apoiar as iniciativas de capacitação promovidas pelas próprias


instituições, mediante o aproveitamento de habilidades e conhecimentos de
servidores de seu próprio quadro de pessoal;

V - estimular a participação do servidor em ações de educação continuada,


entendida como a oferta regular de cursos para o aprimoramento profissional,
ao longo de sua vida funcional;

VI - incentivar a inclusão das atividades de capacitação como requisito para a


promoção funcional do servidor nas carreiras da administração pública federal
direta, autárquica e fundacional, e assegurar a ele a participação nessas
atividades;

VII - considerar o resultado das ações de capacitação e a mensuração do


desempenho do servidor complementares entre si;

VIII - oferecer oportunidades de requalificação aos servidores redistribuídos;

IX - oferecer e garantir cursos introdutórios ou de formação, respeitadas as


normas específicas aplicáveis a cada carreira ou cargo, aos servidores que
ingressarem no setor público, inclusive àqueles sem vínculo efetivo com a
administração pública;

X - avaliar permanentemente os resultados das ações de capacitação;


Pág. 13

XI - elaborar o plano anual de capacitação da instituição, compreendendo as


definições dos temas e as metodologias de capacitação a serem
implementadas;

XII - promover entre os servidores ampla divulgação das oportunidades de


capacitação; e

XIII - priorizar, no caso de eventos externos de aprendizagem, os cursos


ofertados pelas escolas de governo, favorecendo a articulação entre elas e
visando à construção de sistema de escolas de governo da União, a ser
coordenado pela Escola Nacional de Administração Pública - ENAP.

Parágrafo único. As instituições federais de ensino poderão ofertar cursos de


capacitação, previstos neste Decreto, mediante convênio com escolas de
governo ou desde que reconhecidas, para tanto, em ato conjunto dos Ministros
de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação.

Logo para que o gestor participe em todas as etapas do processo


administrativo, ele precisa estar envolvido da elaboração do projeto básico ou
do termo de referência até o termino da vigência do contrato, de forma a
aumentar a eficiência das contratações permitindo assim procedimentos de
fiscalização e gerenciamento do contrato precisos e eficazes.
Pág. 14

O Processo de Execução do Contrato

Você estudou a definição do gestor do contrato, as atribuições e características


deste e os pontos a serem observados. Agora, verá o acompanhamento da
execução contratual.

O Passo a Passo da Execução Contratual:

O contrato também é acompanhado do processo de pagamento, e este por sua


vez precisa cumprir todos os ritos previstos na legislação, como o da
regularidade fiscal, para que seja cumprido, liquidado, ou seja, pago, o serviço
ou o objeto adquirido, é necessária a expressão da execução do contrato por
meio do atesto que foi expedido pelo gestor do contrato ou pelo substituto
eventual formalmente nomeado pela autoridade competente como o titular.

É importante que o gestor do contrato tenha um processo montado, paginado e


rubricado com todos os documentos relativos à execução contratual, uma
organização que permita e facilite:

arquivar todos os documentos relevantes, relativos à execução;

registrar por meio de ata no processo todos os fatos ocorridos;

estar atento quanto aos despachos emitidos dentro dos prazos;

manter cópia do contrato, da planilha de formação de preços, do ato


convocatório (edital) para consulta em caso de esclarecimentos;

manter cópia de todas as comunicações escritas à chefia imediata, contendo


as decisões ou solicitação de providências que fujam à competência dele e
careçam de decisão superior.
Unidade 4 - Convênios e Contratos de Repasse

Os recursos constantes do orçamento da União podem ser executados pelo


próprio Governo Federal ou por meio de transferência de recursos para os
Estados e Municípios. Os repasses de recursos federais a Estados e
Municípios são efetuados por meio de três formas distintas de transferências, a
saber:

• Transferências Constitucionais – são as parcelas de recursos arrecadados


pelo Governo Federal e repassados automaticamente aos Estados e
Municípios, de acordo com a Constituição Federal (ver arts. 157 a 162). Como
exemplos temos o FPE (Fundo de Participação dos Estados), FPM (Fundo de
Participação dos Municípios); FPEX (Fundo de Compensação pela Exportação
de Produtos Industrializados); FUNDEB (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de
Educação); Imposto sobre Operações Financeiras – IOF Ouro; e Imposto sobre
a Propriedade Territorial Rural – ITR.

• Transferências Legais – são regulamentadas em leis específicas. Exemplo:


Lei 9.478/97 (art. 49), que disciplina o repasse dos royalties do petróleo aos
municípios.

• Transferências Voluntárias – são repasses de recursos da União a Estados,


Municípios e Entidades Privadas Sem Fins Lucrativos, que não decorrem de
determinação constitucional ou legal, mas do desejo da União de imprimir
agilidade e efetividade ao gasto público. Essa é a modalidade que interessa ao
nosso curso.
Pág. 2

Há três formas de se efetivar as Transferências Voluntárias, são elas:

• Convênios - acordo ou ajuste que disciplina a transferência de recursos


financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade
Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da
administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou
entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou
indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando à execução
de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade,
serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de
mútua cooperação.

• Contratos de Repasse - instrumento administrativo por meio do qual a


transferência dos recursos financeiros se processa por intermédio de instituição
ou agente financeiro público federal, destinada à execução de programas
governamentais. Assemelha-se ao convênio, no entanto as agências
financeiras oficiais – especialmente a Caixa Econômica Federal – atuam como
mandatárias do Governo Federal. Para operacionalizar o contrato de repasse,
o Ministério concedente firma o chamado Termo de Cooperação com a
instituição financeira escolhida.

• Termo de Parceria - instrumento jurídico para transferência de recursos a


entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público – OSCIP, para o fomento e a execução de atividades consideradas de
interesse público, tais como assistência social, cultural, saúde, educação etc.

Portanto, no caso das transferências a Estados e Municípios, será utilizado o


Convênio, o Contrato de Repasse ou o Termo de Cooperação, dependendo de
que órgão será o repassador dos recursos. Esses instrumentos estão
disciplinados pela Portaria Interministerial nº 507, de 24 de novembro de 2011,
publicada no DOU de 28 de novembro de 2011, alterada pela Portaria
Interministerial nº 205, de 14 de maio de 2012, publicada no DOU de 15 de
maio de 2012. São signatários dessas Portarias os Ministros de Estado do
Planejamento Orçamento e Gestão, Fazenda e Controladoria-Geral da União.
Nos termos da citada portaria, os atos e os procedimentos relativos à
formalização, execução, acompanhamento, prestação de contas e informações
acerca de tomada de contas especial dos convênios, contratos de repasse e
termos de parceria serão realizados no Sistema de Gestão de Convênios e
Contratos de Repasse - SICONV, aberto à consulta pública, por meio do Portal
dos Convênios do Governo Federal https://www.convenios.gov.br/siconv/
(acessado em 21 de junho de 2013).

Sendo assim, o Estado ou Município que desejar celebrar Convênio ou


Contrato de Repasse com a União deverá apresentar proposta de trabalho no
SICONV, em conformidade com o programa e com as diretrizes disponíveis no
sistema, que conterá, no mínimo:

• descrição do objeto a ser executado;

• justificativa contendo a caracterização dos interesses recíprocos, a relação


entre a proposta apresentada e os objetivos e diretrizes do programa federal e
a indicação do público alvo, do problema a ser resolvido e dos resultados
esperados;

• estimativa dos recursos financeiros, discriminando o repasse a ser realizado


pelo concedente ou contratante e a contrapartida prevista para o proponente;

• previsão de prazo para a execução; e

• informações relativas à capacidade técnica e gerencial do proponente para


execução do objeto.
Pág. 3

Por fim, para encerrar este estudo introdutório acerca dos Convênios e
Contratos de Repasse, relacionamos abaixo algumas cláusulas necessárias
que devem estar contidas nos citados instrumentos:

• o objeto e seus elementos característicos, em consonância com o Plano de


Trabalho;

• as obrigações de cada um dos partícipes;

• a contrapartida, quando couber, e a forma de sua aferição quando atendida


por meio de bens e serviços;

• as obrigações do interveniente, quando houver;

• a vigência, fixada de acordo com o prazo previsto para a consecução do


objeto e em função das metas estabelecidas;

• a obrigação de o concedente ou contratante prorrogar "de ofício" a vigência


do instrumento antes do seu término, quando der causa a atraso na liberação
dos recursos, limitada a prorrogação ao exato período do atraso verificado;

• a prerrogativa do órgão ou entidade transferidor dos recursos financeiros


assumir ou transferir a responsabilidade pela execução do objeto, no caso de
paralisação ou da ocorrência de fato relevante, de modo a evitar sua
descontinuidade;

• a classificação orçamentária da despesa, mencionando-se o número e data


da Nota de Empenho ou Nota de Movimentação de Crédito e declaração de
que, em termos aditivos, indicar-se-ão os créditos e empenhos para sua
cobertura, de cada parcela da despesa a ser transferida em exercício futuro;

• o cronograma de desembolso conforme o Plano de Trabalho, incluindo os


recursos da contrapartida pactuada, quando houver;

• a obrigatoriedade de o convenente ou contratado incluir regularmente no


SICONV as informações e os documentos exigidos por esta Portaria,
mantendo-o atualizado;

• a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos pela Portaria


Interministerial;

• no caso de órgão ou entidade pública, a informação de que os recursos para


atender às despesas em exercícios futuros, no caso de investimento, estão
consignados no plano plurianual ou em prévia lei que os autorize;

• a obrigação do convenente de manter e movimentar os recursos da conta


bancária específica do convênio ou contrato de repasse em instituição
financeira controlada pela União, quando não integrante da conta única do
Governo Federal;

• a definição, se for o caso, do direito de propriedade dos bens remanescentes


na data da conclusão ou extinção do instrumento, que, em razão deste, tenham
sido adquiridos, produzidos, transformados ou construídos, respeitado o
disposto na legislação pertinente;

• a forma pela qual a execução física do objeto será acompanhada pelo


concedente ou contratante, inclusive com a indicação dos recursos humanos e
tecnológicos que serão empregados na atividade;

• o livre acesso dos servidores dos órgãos ou entidades públicas concedentes


ou contratantes e os do controle interno do Poder Executivo Federal, bem
como do Tribunal de Contas da União aos processos, documentos,
informações referentes aos instrumentos de transferências regulamentados por
esta Portaria, bem como aos locais de execução do objeto;

• a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo;

• a previsão de extinção obrigatória do instrumento em caso de o Projeto


Básico não ter sido aprovado ou apresentado no prazo estabelecido, quando
for o caso;

• a indicação do foro para dirimir as dúvidas;

• a obrigação de o convenente ou o contratado inserir cláusula nos contratos


celebrados para execução do convênio ou contrato de repasse que permitam o
livre acesso dos servidores dos órgãos ou entidades públicas concedentes ou
contratantes, bem como dos órgãos de controle, aos documentos e registros
contábeis das empresas contratadas;

• a forma de liberação dos recursos ou desbloqueio, quando se tratar de


contrato de repasse;

• a obrigação de prestar contas dos recursos recebidos no SICONV;

• a responsabilidade solidária dos entes consorciados, nos instrumentos que


envolvam consórcio público; e

• o prazo para apresentação da prestação de contas.


Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II de estudo do curso Modalidades,
Tipos e Fases da Licitação.

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma


releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu
domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a
correção imediata das suas respostas!

Você também pode gostar