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CAPITULO 14 EsCANDALO ‘QUE TORNAVA perigosa a ligacao entre Paul Langevin ¢ Marie Curie era o fato de nao atender as convengdes da Belle Epoque. Admi se € até se esperava que os homens burgueses tivessem ur aS a amante permanecia nos bastidores, permiti ele podia manter um caso com impunidade. O Codi que endossava o privilégio masculino, era indulgente para com 0 marido, em tais casos!. Mas Marie Cu imilde grata por ser anénima, uma mulher de ori- um homem de recursos. Ela era ira, seus proprios recursos, suas pro- ynava objeto de inveja e ressentimento, alguém que e desacreditar. E, como Marie Curie era ta0 gale 9322 MARIE CURIE: UMA VIDA pecados veniais no confessionério”, observou Edward Berenson, em O julga- ‘mento de Madame Caillaus, "as transgressbes particulares podiam ser pron- ‘tamente perdoadas... Mas, quando vinha a piblico,o pecado se tornava mui- to mais séri, porque agora era mais dificil minimizé-lo como simples aber- xagio”. As mulheres de classe média, em paticul mea esses temores de vergonha pablica, Es- crevendo a Paul sobre seu relacionamento sexual com Jeanne, ea comentou endo seria capaz de suportar, se Jeanne tivesse outro filho, j que isto seria todos aqueles, lamentavelmentejé nu- ‘merosos, que sabem [sobre nds}. Se isto acontecesse,significaria “uma se paracao definitiva entre n6s... porque posso arriscar minha vida e minha ‘Posicao por vocé, mas nao poderia accitar essa desonra diante de mim mes- ma, de voce e de pessoas que estimo’, Acrescentou: “Se sua mulher entendes- se isso, usaria esse método imediatamente, e alguém pode sugeri-loa ela’ “Marie se preocupava com outros métodos que Madame Langevin tam- ‘bém poderia empregar. Ela se preocupava com a possibilidade de que man- ddasse seguir 0 marido. Preven Paul, ao escrever-Ihe no verio de 1910, que cle deveria ser “muito cuidadoso ao ir para nossa casa e também 20 correio, 508 que voce conhece freqiientemente vio” Preocupava-se com a ilidade de um dos filhos dele estar sendo usado para espioné-lo, e de ‘que Jeanne o interrogasse em seguida. Diante dessas preocupages, ¢espantoso que Paul e Marie guardassem as artas que haviam trocado numa gaveta do pequeno apartamento dos dois, em Paris. Talvez as tivessem guardado por motivos sentimentais. Talvez, simplesmente,ndo imaginassem at6 onde iria Madame Langevin, na persegui- ‘fo sua rival. Por volta da Pascoa de 1911, eles descobriram: alguém, aparen- ‘temente contratado por Jeanne Langevin, arrombara.o apartamento eroubara © cuthado de Jeanne Langevin, Henri Bourgeois, 0 editor de jornal, er uma visita a Madame Curie. Informou-Ihe que Madame Langevin tinha as cartase que era tum esctadalo, Foiocomego de um) longo pesadel Jean Perrin. Contou Thea eset das cart "que Madame Langevin pode- contouta ele que achava impossivel nego- car com pessoas que haviam decidido agir por meio de ameagas e chanta- ‘get. Sentia-se “esgotada’, Exatamente como acontecera durante as ameagas, de assassinato, fitas por Jeanne Langevin no verao anterior, Perrin sugeriu ESCANDALO ‘que Marie saisse da cidade, por algum tempo. Desta vez, ela aceitou o conse- Iho, Emile Borel, o matematico, ¢ sua esposa Marguerite, vijariam durante as feria da Péscoa para Génova, onde ele pi cientifica. Marie aceitou o convite deles para conferéncia ¢ escapar de Paris, a0 mesmo tempo. AAté entéo, os Borel haviam visto Marie Curie apenas ocasionalmente. ‘Uma ou duas vezes, como lembrou Marguerite Bore comparecido, “como duas sombras”, as noitadas cientificas pelas quais os Borel eram famosos. Na ocasido,a jovem anfitri achara os Curie intimiidan- tes, Houvera encontros ocasionais, desde en ido oportunidade de se avaliarem também com as filhas de indo raviélis em seu mo. to hotel eplanejando excursbes de barco, os Borel e Marie Curie travaram tuna forte ~e decisiva ~ amizade. Os Borel eram um casal notével, Emile filho de um pastor protestante, fora reconhecido como um prodigio, em sua vila natal, eformara-se em pri- meiro lugar em sua classe na Ecole Normale Supérieure, de elite, em Paris, Na ocasiao da viagem para Génova, ele era vice-diretor da Ecole Normale, posicao que, entre outras coisas, confera residéncia na escola. Matemiti talentoso, também ocupava.a cadeira, recentemente criada para ele, de teoria das funeBes, na nascera na data, decano da acldade de “om apenas dezessete an intelectual com méritos proprios; com 0 marido, fundou a Revue du Mois ue safa mensalmente e publicava ensaios de peso dos maiores pensadores da Franca. As homenagens a Pierre Curie, tanto de Paul Langevin quanto de Marie Curie, foram publicadas i te na Revue du Mois entre escritos sobre educagao, literatura, teatro, cigncia e politica contempordneos. Os Borel nao tinham fil i notdveis energias podiam ser dedicadasas suas animadasatividades soca, tlectuais. Além ddemanter um amplo circulo de amigos nai ‘Marie, caminhando juntos a beira d’agua, par to da pequena cidade onde nascera. Marguerite Bor do 0 pseudénimo Camille Marbo, publicou mais de trinta romances. O mais 324 importante, do ponto de vista de Marie Curie, era 0 fato de os Borel serem pessoas fis aos seus amigos e também aos seus principios. iva Borel/Curie ocupou um hotelzinho a beira da praia, cm Santa Margherita como Marguerite Borel lembrou mais tarde, & sua maneira de romans cles logo se tornaram amigos’. Irene, inicialmente timida e arredia, conversa ica. Hla “faz perguntas @ respeito de tudo, com sua vo reflex”, De manha, eles caminham juntos pela praia, dio passeios de barco até Portofino, que Madame Curie acha “elegante de- sais” e Rapallo. Eve “saltta de um lado para outro, quer tentar remar”. De tarde, um carro alugado leva Marie Curie e Emile Borel para a conferéncia em Génova. Depois de dois dias, Marie Curie, que tem o habito de ir para seu quarto pede a Marguerite Borel para i visité-la, Assim é estabeleci- ante:"Como poderia evesquecer aquele quarto, aquela cama de ferto trabalhado, om um crucifi xo acima, e a mulher recostada falando comigo”, Marguerite se mantém em dade de Paul Langevin. “Descubro, noite apés noite, sob a austera cient mulher terna e animada, capaz de caminhar em cima de fogo por aqueles a «quem ama.” Marie tem medo de que Langevin ceda as pressbes e“renuncie pura ciéncia’, ou mergulhe no desespero. “E ele é um genial.” “Bla agita suas maos estreitas, agarra as minhas. "Marguerite, é preciso salvéclo de si mesmo. Ele éfraco. Voct e eu, nés somos duras. Ee precisa de compreensio, de afeto gentil..” | "enquanto isso, em Pars a vida no lar dos Langevin ia de ma a pot Quando as cartas foram roubadas, Paul Langevin sai de casa efoiparaolar dos Pertin, como protesto, voltando apenas durante o dia. Mas, apés duas semanas, le voltou para casa “por cansa 25”, Mais uma vez, de acordo com Perrin, “um eq icangado’, a vida, desta vez, estava ainda mais dificil para Paul Langevin, porque ‘o ameacavam interminavelmente com a publicacdo das cartas rouba- as” Quando a filha dos Langevin adoeceu, naquel verdo, Jeanne Langevin disse a seu marido que aquilo era apenas 0 inicio do seu castigo. Em 26 de julho, ocorren afinal uma ruptura. Segundo Jeanne Langevin, seu marido bateu-lhe no rosto, por causa de uma compota malcozida’. Se- ‘gundo Paul, sua esposa atirou-lhe insultos vulgares, na frente das criangas, perturbando-o e também aos filhos. Fosse qual fosse o motivo, quando Jean- ne correu para o quarto, Paul deixou a casa, com os dois meninos mais velhos EscANoato. ‘a reboque, eapareceu, mais uma ver, na soleira dos Perrin. Agora, em ver dk voltar para casa, decidiu que levaria os d Depois de consultar um advogado, certficando-se de que nao prejudicari Seu proceso, no caso de uma separacio e divércio, Langevin escreveu par: seu cunhado, informando-Ihe que ia partir com os meninos,¢ pediu a Perrir ‘que mandasse quinhentos francos para sua mulher. aul Langevin explicou, mais tarde, sua repentina partida com os doit ‘meninos, argumentando que planejava, de qualquer jeito, sai de férias com «familie fo, simplesmente, “um pouco mais répido”. Mas Jeanne Langevin 5 para se preocupar, quando nada soube do seu marido até o die seguinte. A partida dele instigou-a a entrar com um processo. Apesar do con. selho em contririo do seu advogado, Madame Langevin podia acusar Paul Langevin de “abandonar” seu lar ¢ pro de voltar. A.essa altura, Henri Bourgeois, cunhado maquinador, que causot boa parte dos pr , escreveu para informar a Jean Perrin que haveria um julgamento, Isto significava, como todos sabiam, que as cartas Curie/Lange- vin poderiam ser tornadas puiblica. “Eles viram nisso’, escreveu depois Per- in, “o meio de fazer [Langevin] ceder, ncessantemente, com relagao a todas para nao ver Madame Curie desonrada. A odiosa chantagem revoltou-me profundamente”, Embora Perrin nio diga, parece provavel que, de fato, tena sido feita chantagem durante esse perfodo. Em 17 de agosto, Marie Curie emprestou a Paul Langevin dois mil francos, “para pagar um seguro de vida", cinco dias depois, emprestou-lhe mais mil. Em outubro, houve outro empréstimo, de dois mil francos, no elevado total de cinco mil francos. Era uma soma considerévek; representava, de fto, mais de dez por cento do ganho anual de Marie Curie. Mais tarde, Paul Langevin ira queixar-se de nao ter sido pago, Por seu cunhado Henri Bourgeois, pelos empréstimos dos quais nao havia qualquer registro escrito, Talvez as somas tenham permitido que ganhassem tempo. Durante oito ‘meses, aps 0 roubo das cartas, Madame Langevin e aqueles que a apoiavam ‘do foram a piblico com elas. Os filhos de Paul Langevin voltaram para a ‘companhia de sua mie, em casa, enquanto ele mantinha sua distancia, ‘meio viajando de ferias com os Borel, depois participando de uma téncia cientifica na Alemanha, Marie Curie, enquanto iss, estava profunda- ‘mente empenhada em seu trabalho. Em julho, ela vigjou para Holanda, para unir-se a Heike Kamerlingh Onnes, em seu laboratério crio- Bénico, estudando o comportamento dos corpos radioativos em temperatu- ‘menos provisoriamente, 326 MARIE CURIE: UMA VIDA = ir yeu a Rutherford, a tentar esta~ \s muito ‘+, Ela continuou, como escreve ‘Suede ented polio também prepara ori pada internacional do ioc planer seu novo Ibori ra,"Ela nao perde muito [sangue] ¢ quase nada sofre” No verd, as alta do que sua mae. “O desenvolvimento fisico de Irene é mu {lo notom sua mie. “Ela crese, torna-se mas forte, at mesmo um tanto bartiguda... Precisa de muita atividade em prant a essio de sofrimento em , quando 0s outros esto softendo.”(Expressdo de so cer jue com voce “Entdo, voce se preocupa mais com as outras pessoas do q. mesma? orque eu mesma gosto mais quando os outros esto mais felzes (0 tostinho fica tenso. Eve est prestes a irromper em légrimas.) coments Maris gue ninguem he ensinowa ar des and rcupacio de Eve com o sofrimento dos ra! Mas € surpreendente comto a preacupagao de Eve con 7 utes se equipare ao enolvinento de su me ema infdade de Langevin. ‘Oacontecimento significativo daquele verdo de 1911 foi a primeira vi -m das meninas para a Polonia, Elas foram antes de sua mae para Zakopa- fe avila montanhosa na Polina austriaca onde os Di ia su se : jue Marie lembrava de sua pré- brio, e logo foram introduzidas a delicias q ema prninfinei~colher morangoseamoras anda cavalo eer mimada Panes “Tomamos sorvteduasvees por semana" nformou Ire a 7 nde, em Pais, “Quando voct vier para c, exper que imps tia Helen de tentar me fazer comer, comer, comer, porque ndo posso comer tan! Marie estava a co amor de suas tias e tios, que nao pensavam em Marie como ur ther nora ms como uma ma ene, porém, estava com saudades de Ga "h doe om devo eee iene considerde por mibat tias como a. a da irma dela, Chavannes me consideram a Quanto & amada terra “Amo a Pol6nia, os poloneses a lingua polonesa, porque é seus compatriots esua lingua. Mas, quanto a mim, gosto mais Existe um toque subjacente de preocupacdo, na incessantee eloglente saudade que Iréne sente de sua mae, a de todo o meu coragio, em sua bela testa cansadaelaesceve numa carta para cas, “Talvezfaga alum bern" E, em outra: Quando vejo o sol ardendo no céu e fa zendo belosreflexos na égua do riacho, enso que tudo ia mais bonito se uma doce Mé est- ese ali, perto de mim, olhando, Quando chove, penso que esses momentos, em meu quarto, espe- rando a luz de um relampago, seriam mais doces se voce estivesse ‘numa cadeira junto de mim.” Afinal, Mé chegou mesmo e todos partiram em excursbes de vérios dias pelos montes Cérpatos, em torno de Zakopane, Marie, que ia& frente, com Suas botasferradas ¢ uma mochila 3s costs, escreveu orgulhosamente, de, pois, sobre a maneira como Eve, entao com seis anos, se mostrot resistente ‘has montanhas, “Eve muito adorada por todos e muito feliz", la anotou “Ela vai para as montanhas conosco... Suporta bem e caminha bem. Carre f2sua bagagem is cosas ica muito feliz com aexcursdo eo acampamento” Naquele outono, as meninas voltaram com uma prima polonesa,a filha de Helena, Hania, que deveria Acescola i ‘apesar de um, "m um verdadeito talento para a mate- rmética, Ela também comeca a ficar muito interessada nos céleulos” Entao, ho final de outubro, as meninas ja com seu programe para o ano estabelec! do, Marie partiu novamente de Pari ‘da primeira reunio da Conferéncia Solvay, que se tornaria um aconteciments regular e importante da fisica, igen 307« +328 [MARIE CURIE: UMA VIDA no para a realizagdo de uma reuniao sobre o assunto. Deveria ser, como escre- vveu Solvay, “uma troca pessoal de pontos de vista sobre esses problemas, entre 10s pesquisadores preocupados com eles de forma mais ou menos deta” de... outras atividades’ financiow a Conferéncia. P um cientistas europeus ¢ ingleses, ford. O grupo francés incluiu Jean Perr Paul Langevin e Marie C Onze estudos foram apresentados, seguidos por intensos debates. O pre- sidente desta ¢ das Solvays subseqientes, o fisico holandés H. A. Lorentz, “ptecisou de todo seu vasto conhecimento cientifico, mestria nas linguas ¢ assim, permitir que 0s pontos de vista de cada participante ficassem claros”" Einstein, que apresentou o tiltimo relatério e harmonizou muita coisa do ue ocorrera antes, disse a um colega de Genebra que a conferéncia fora “ex- tremamente interessante’, Lorentz é um milagre de inteligéncia etato stil - uma obra de arte viva. Em minha opinio, ele era o mais inteligente de todos os teéri- ‘ma absoluta, quanto 2 teoria da n compreensio da situagdo. Planck ¢ intrativel, a respeito de certas idéias preconcebidas que sio, sem a menor di ninguém realmente sabe. A coisa toda seria uma delicia para os dia- bolicos padres jesuitas.* Marie Curie nao apresentou relatério, mas foi uma animada partici- pante das discussdes, questionando, conjeturando e acrescentando informa- ‘gdes sobre seu préprio trabalho. A certa altura, empenhou-se numa longa discussdo com Rutherford sobre a natureza da decadéncia do raio Beta. Se- gundo Einstein, ela também participou dos encontros socias informais que ocorteram entre as reunides. Paul Langevin e Madame Curie’, ele informou, “e estou simplesmente en- cantado com essas pessoas. A tiltima até me prometeu nos visitar, com suas filhas”". Einstein ficou impressionado com a “veeméncia” de Marie Curie e com sua “cintilante inteligéncia” ‘Como se verificaria,a Conferéncia de Solvay seria a tltima vez, no cur- so de muitos meses, em que Marie Curie poderia funcionar como cientista. Em 4 de novembro, no dia seguinte ao término da Conferéncia, um dos dié- rios de maior circulagao de Paris, Le Journal, publicou uma matéria de pri- ESCANDALO. ‘meira pagina, com uma fotografia de Marie Curie sob a manchete: uma sas- TORIA De AMOR: MADAME CURIEE © PROFESOR LANGEVIN". O cerco comeyara isa abertura da matéria: : As chamas do rédio, que brilbam tio de provocar um incéndio no coragao de u dam tio dedicadamente sua ago; e a esposa e filhos deste ci ¢estdo em prantos... Talver 0 fato de Marie Curie e Paul Langevin participarem juntos de cidade perturbasse Jeanne Langevin, levando-a a is. De qualquer repérter do Le Journal, Femand Hauser, parece ter conseguido a maior parte de suas informagies da parte da mae de Jeanne Langevin, que Ihe forneceu abundantes meias-verda. dese insinuagdes.“Em Fontenay-auux-Roses’ escreve Hauser, no bonito cen. {to da cidadezinha com jardins encantados, bati na porta da casa habiteda, até trés meses, por M, Langevin, professor...do Collage de France” L4, ele éncontrou “uma mulher idosa, com uma crianga muito pequena no Bra.a mie de Mme. Langevin’. Hauser disse que fora até lé ouvir “a verdade inegavel” de que “o professor Langevin deixou seu lar para seguir Mme. Curie” Amiede Mme. Langevin olhou-me por um instante e depois do a crianca que brincava com ela escorregar para fora do seu colo, =O que? E —Evverdade, = Nio se pode nem imaginar uma coisa dessas, nio?...A viiva de Pierre Curie, 0 grande cientista, que colaborou para a descoberta do ridio, professora na Faculdade de Ciencias, e que quase conse- ‘guiu entrar para o Instituto de Franca, celebrada, a uri saben. sdquiriu o habito de fi- ‘at mais tempo em casa de Madame Curie do que na sua propria; ‘muito depressa ~ 0 instinto de uma mulher nunca falha - minha filha suspeitou de alguma coisa entéo, um dia, ela soube de tudo, Ah! Que cenas terriveis! Que dis tersiveis!.. Finalmente, uma ma nha, hd trés meses, M, Langevin foi embora com seus filhos... (0 repérter do Le Journal conclu a frase_} ~Ecom Mme. Curie Mane ‘A sogra responde: no seis mas uma coisa é certa, no mesmo mo- mento em que ele saiu de casa, ela também deixou Pars. (© motivo que levou sua filha & presenca do ju, ela explica, foi o des de, "pelo menos, encontrar seus flhos”. Fes “nao sabem” onde Langevin se fencontra atualmente, alega ela, mas sua filha nao quer iniciar uma agdo de

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