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De duas, uma:

"Se o dirigente ensina, acaba se tornando intransigente, insuportável por cobrar e exigir o
aprendizado!
Tudo é muito difícil e pesado, dizem.
Alguns saem ou permanecem nas Casas de Umbanda reclamando disto.
Se ele não ensina, é porque não quer nada com nada, não sabe, não passa conhecimento,
não promove a evolução.
O que estou fazendo no terreiro? Indagam
Alguns saem ou permanecem nas casas de Umbanda reclamando disto."
Enfim...
Reflita e questione o papel que a Umbanda ocupa em sua vida antes de ficar pilhando o
dirigente do Terreiro.
A Umbanda é uma Mãe Bondosa e concede a cada um o que o filho busca e merece.
Ensina o Mestre Jesus:
"Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta.
Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será
aberta."
Mateus 7:7,8
Uma coisa é fato: Umbanda tem fundamento e é uma aprendizado constante. Valorize
aquele que te passa conhecimento, em um mundo onde os líderes religiosos mantém as
pessoas por medo, por alienação ou por ensinos a distância, valorizando o ganho financeiro,
passando conhecimentos inventados recentemente.
Umbanda se aprende no dia-a-dia do terreiro, no trabalho árduo e incessante
QUATRO ASPECTOS DA MEDIUNIDADE SEM
INSTRUÇÃO
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O estudo contínuo dos assuntos relacionados à mediunidade na Umbanda remove dentre


seus seguidores dezenas, quiçá centenas, de crendices, costumes e hábitos que têm se
mostrado nocivos à própria Religião. Muitos umbandistas têm uma visão deturpada do que
significa o dom mediúnico em suas vidas e dentro dos terreiros. Centenas de adeptos
desenvolvem uma mediunidade repleta de entendimento errôneo, suposições equivocadas e
vícios comuns a pessoas que pouco, ou quase nenhum, acesso têm à informação. Muitos
desses equívocos são provocados justamente pelo desconhecimento. Os maus hábitos
acumulam-se ao longo do tempo e transformam-se em vícios que necessitam de tratamento
imediato. Os erros acontecem aos montes causando muito desconforto aos Caboclos de
Aruanda, que vez por outra precisam intervir para remediar a situação. A culpa de tais
problemas poderia ser atribuída a muita gente: Chefes de Terreiro despreparados, médiuns
afoitos ou de pouca instrução, seguidores pouco compromissados com a religião, dirigentes
desinteressados e até mesmo Espíritos desencarnados causadores de demandas. A realidade
mostra, porém, que a maior causa de todos os problemas que afetam a missão do
umbandista é unicamente a falta de estudo. Sem o mínimo conhecimento de tudo o que
envolve o mecanismo da mediunidade, assim como em muitos outros aspectos da vida
comum, os erros grosseiros e infantis acontecem em profusão. A mediunidade, a partir de
uma prática sem base teórica, tende a ser conduzida como um brinquedo nas mãos de
infantes.
A mediunidade não é superstição. Partindo da premissa de que deve ser exercitado numa
perfeita união entre a Fé e a Sabedoria, o dom mediúnico transforma-se em valioso
instrumento de propagação das verdades espirituais. De outra forma, a mediunidade
equivocada é conduzida do mesmo jeito como o adivinho faz com as entranhas de um
animal. Não há verdades. Tudo é subjetivo e enganoso. Falta ciência e sabedoria.
A mediunidade supersticiosa transforma os Guias Espirituais em oráculos domésticos, onde
os mais ínfimos problemas de ordem inferior são levados em conta. Assim, o Preto Velho
passa a ser o informante da traição de um marido ou do futuro econômico de um filho
carnal. O Caboclo, por sua vez, transforma-se em ajudante fiel dos negócios ou aquele que
vai vencer um inimigo de desafeto. Na mesma proporção, o Exu abandona a condição de
Guardião e assume o papel de vingador ferrenho, ou um escravo à disposição do médium. A
Pomba Gira, sob a mesma ótica, é tida como uma prostituta arrependida e por isso mesmo
obrigada a arranjar parceiros para pessoas de moral duvidosa.
A mediunidade não é show pirotécnico onde o que se vê são rápidos e ilusórios lampejos de
brilhos multicoloridos. O médium sem instrução transforma o dom em ótimo artifício na
exibição de espetaculares manobras que mais chamam a atenção dos curiosos e dos seres
trevosos do que dos Espíritos de Luz. Assim, tudo é espantoso e deslumbrante. Todos os
gestos do médium em transe são inchados de exageros. Todas as receitas de oferendas são
idênticas às listas de um estranho guisado. Os pontos riscados transformam-se numa
mandala confusa de desenhos e rabiscos infantis sem fundamento. As brancas vestes
sacerdotais assumem a aparência de fantasias carnavalescas em que imperam o luxo, a
vaidade e o exibicionismo.
Na mediunidade pirotécnica, vale mais a grosseira presença física do médium do que a suave
e discreta participação dos Guias de Luz. O Preto Velho se esconde, o Caboclo se afasta, o
Exu ri do fanfarrão e o médium se exibe. Neste tipo de condução da mediunidade há uma
completa falta de força espiritual, pois a carne assume todas as funções do medianeiro e o
animismo, a mistificação e a charlatanice estão em primeira linha.
Entre tantas formas de se exercitar a mediunidade há também a que leva em conta a
ascensão social do médium. É a mediunidade interesseira.
A mediunidade interesseira é aquela em que as reais intenções do indivíduo são quase
desconhecidas. Há muitos interesses em jogo, e o principal é o de “subir” na vida. O médium
intenciona ser aplaudido, então usa a mediunidade para chamar a atenção da platéia. O
médium quer obter dinheiro de forma menos trabalhosa, então comercializa o dom. Se tem
interesse em reconhecimento público, então transforma a mediunidade em degrau para a
subida aos palanques políticos, aos palcos da mídia e aos púlpitos das câmaras e
agremiações. Tal como o médium pirotécnico, o médium interesseiro quer aparecer, mas
com o fim certo de obter algum rendimento financeiro.
Nesse tipo de mediunidade, o indivíduo não se envergonha ao “pedir” o pagamento pelo
serviço prestado. Seu rosto não enrubesce quando dita o valor daquilo que vergonhosamente
chama de caridade. Se precisar usar uma máscara, certamente o fará. Mas, em seu tempo,
lançará por terra a fantasia e mostrará sua verdadeira e tenebrosa face. Como o lobo entre
os cordeiros.
A mediunidade ignorante é exercida pelos que verdadeiramente têm grande aversão ao
estudo e à meditação. Nessa modalidade, o médium conscientemente classifica o estudo
contínuo como algo desnecessário. Acredita que somente as instruções dos Caboclos já são
suficientes para que ele seja um grande instrumento da Comunidade Espiritual. A leitura, a
pesquisa e o conhecimento dos mecanismos mediúnicos são coisas sem importância na visão
dos ignorantes.
Neste caso, o médium não se importa em cometer diversos absurdos em nome de Deus, pois
não há o conhecimento do que realmente é a vontade divina. Fala, mesmo usando
conversações aparentemente profundas, do mesmo jeito como discursa um simples
camponês acerca do universo astronômico. Age sempre de forma impensada, ainda que com
a maior boa vontade. Suas ações são completamente sem método, critério ou planejamento.
Tem uma visão do mundo espiritual como seus antepassados que outrora atribuíam ao
relâmpago um castigo dos deuses ou aos abalos sísmicos uma demonstração da ira divina.
Na mediunidade ignorante quanto menos se estuda, mais se erra.
Ser instrumento da Espiritualidade Maior é uma benção recebida por muitos. Porém, como
qualquer instrumento necessita de um aprimoramento e de ajustes constantes, assim é o
médium de Umbanda a serviço dos Caboclos e Pretos Velhos.
Não basta ter mediunidade. Mas, é importante que esta seja útil aos interesses do Criador,
pois todo médium é um depositário da confiança de Deus. Para ser útil, a mediunidade tem
que estar firmada nas instruções que vêm do Alto.
Bom seria se todos os médiuns aplicassem a sabedoria e o conhecimento no
aperfeiçoamento da mediunidade e se o estudo continuado fosse uma prerrogativa para um
perfeito ministério mediú

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