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Panambi
2019
ROGER CRISTIAN BRACKMANN
Panambi
2019
A minha noiva Daiane Altmann por sempre estar ao meu lado
em todos os passos do meu desenvolvimento acadêmico e
profissional, sendo minha colega e companheira nos
momentos difíceis. Aos meus pais, minha família, amigos,
colegas que sempre me apoiaram durante o decorrer da
formação e prestaram auxílio para que meus objetivos
fossem alcançados.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por ter guiado meus caminhos, e dado forças, saúde e
garra para superar os obstáculos durante a caminhada acadêmica ao Prof. Cristiano Rafael Lopes
que me orientou durante o desenvolvimento do projeto. Agradeço também aos demais professores
da UNIJUÍ Campus Panambi que oportunizou todo o conhecimento necessário.
Aos meus a meus pais, familiares, amigos, colegas os quais sempre me motivaram nesta
caminhada acadêmica.
E em especial a minha noiva que vem me acompanhando durante toda a formação e vem
me dando apoio nos objetivos de minha formação acadêmica.
À todos, meu Muito Obrigado!
RESUMO
Este trabalho tem como finalidade dimensionar um sistema de freio para um veículo baja fora de
estrada conforme regulamentação descrita pela SAE BRASIL. Para desenvolvimento do trabalho
tomou-se como base projetos já executados em anos anteriores, buscando novas tecnologias, e
produtos disponíveis em mercado. Foram realizados todos os cálculos da dinâmicos e estáticos do
veículo, bem como as forças atuantes, pressão das pinças de freio, sistema hidráulico e
dimensionamento do pedal de freio. Após análise de todos o sistema, foram definidos os
componentes para montagem do veículo.
This work has the purpose of designing a brake system for a low off road vehicle according to the
regulations described by SAE BRASIL. For the development of the work it was based on projects
already executed in previous years, searching for new technologies, and products available in the
market. All dynamic and static calculations of the vehicle were performed, as well as the actuating
forces, brake caliper pressure, hydraulic system and brake pedal sizing. After analysis of all the
system, the components for assembly of the vehicle were defined.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
1.1 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 11
1.3 PROJETO BAJA SAE ............................................................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DE UM SISTEMA DE FREIO ..................... 14
2.1 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO SISTEMA DE FREIO..................................... 14
2.2 CONCEITO DE SISTEMAS DE FREIO .................................................................. 16
2.2.1 Embreagem ............................................................................................................... 16
2.2.2 Freio ........................................................................................................................... 16
2.2.3 Classificação de freios .............................................................................................. 17
2.3 FREIO A DISCO HIDRÁULICO ............................................................................. 18
2.3.1 Componentes ............................................................................................................. 19
2.3.1.1 Disco ............................................................................................................... 19
2.3.1.2 Pinça................................................................................................................ 20
2.3.1.3 Pistão ............................................................................................................... 20
2.3.1.4 Anel de vedação .............................................................................................. 21
2.3.1.5 Pastilhas .......................................................................................................... 21
2.3.1.6 Cilindro mestre ............................................................................................... 22
2.3.1.7 Fluido de freio ................................................................................................. 23
2.3.2 Funcionamento ......................................................................................................... 24
2.3.3 Sistema ABS .............................................................................................................. 24
2.3.4 Fading ........................................................................................................................ 24
2.3.5 Novas tecnologias ...................................................................................................... 25
2.4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................. 26
2.5 DEFINIÇÃO DE ATRITO ........................................................................................ 27
2.6 ACELERAÇÃO ......................................................................................................... 27
2.7 CARREGAMENTO ESTÁTICO .............................................................................. 28
2.8 CARREGAMENTO DINÂMICO ............................................................................. 29
2.9 FORÇA TRANSVERSAL DAS RODAS ................................................................. 30
2.10 PRESSÃO NORMAL................................................................................................ 30
2.11 FORÇA ATUANTE NA PASTILHA ....................................................................... 31
2.12 RAIO EQUIVALENTE E A FORÇA ....................................................................... 31
2.13 PRESSÃO HIDRÁULICA ........................................................................................ 31
2.14 ESFORÇO DO PEDAL ............................................................................................. 32
3 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE FREIO ............................................ 34
3.1 DEFINIÇÃO DAS RODAS ...................................................................................... 34
3.2 ACELERAÇÃO ......................................................................................................... 34
3.3 CARREGAMENTO ESTÁTICO .............................................................................. 35
3.4 CARREGAMENTO DINÂMICO ............................................................................. 36
3.5 FORÇA TRANSVERSAL DAS RODAS ................................................................. 36
3.6 TORQUE NAS RODAS ............................................................................................ 37
3.7 FORÇA TRANSVERSAL NOS DISCOS ................................................................ 37
3.7.1 Raio equivalente dos discos 𝒓𝒆 e força 𝒓. ............................................................... 38
3.8 PINÇA DE FREIO ..................................................................................................... 39
3.8.1 Pressão normal da pinça .......................................................................................... 41
3.8.2 Força da pastilha ...................................................................................................... 41
3.8.3 Pressão hidráulica requerida .................................................................................. 41
3.9 CILINDRO MESTRE................................................................................................ 42
3.10 DEFINIÇÃO LINHAS HIDRÁULICAS .................................................................. 43
3.11 FLUIDO DE FREIO .................................................................................................. 44
3.12 ESFORÇO DO PEDAL ............................................................................................. 44
4 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 46
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
A concepção do projeto Baja SAE tem como objetivo exercitar todos os
conhecimentos adquiridos em sala de aula em uma situação prática preparando o engenheiro
para o mercado de trabalho. A disputa estabelece que o veículo tenha um bom desempenho,
com isso deve-se levar em conta o fator de peso do sistema que poderá impactar negativamente
os testes dinâmicos de velocidade por exemplo.
11
1.2 OBJETIVOS
O presente projeto tem como objetivo geral analisar e dimensionar um sistema de freio
para utilização em um veículo baja, atendendo todas as normas e requisitos específicos da
competição, apresentando toda a base de cálculos, definido conceitos do projeto para garantia
do funcionamento e eficiência do conjunto, utilizando padrões de mercado com menor custo e
oferecendo maior segurança ao piloto e arredores.
12
água e sujeira e necessitava muita força sobre o acionamento. Também era de grande
dificuldade efetuar a frenagem em velocidades mais altas.
Com o passar do tempo os motores a combustão começaram a ganhar espaço no
mercado e consequentemente dando maior velocidade aos veículos. Este avanço na tecnologia
trouxe melhorias nos sistemas de freio: em 1902 o francês Lois Renault criou o primeiro
conceito de freio tambor (Drum Brake). Este sistema se destacou no mercado por ser um sistema
fechado sem grande impacto de contaminantes, porém mais sujeito a ação da temperatura,
sendo operado através de hastes, alavancas e cabos. Posteriormente passou-se a um sistema de
acionamento hidráulico.
Este sistema passou a ser utilizado em um ícone do mercado automobilístico, o Modelo
T desenvolvido por Henry Ford em 1908. Ele foi equipado com este sistema de freios apenas
nas rodas traseiras pois na época os engenheiros acreditavam que os freios nas rodas dianteiras
causariam instabilidade e fariam o carro capotar.
Por volta de 1890 já começou a ser utilizado na Inglaterra um sistema de freios a disco
(Figura 2). Porém foi o inventor Frederick Lanchester que patenteou o projeto aplicando em
seu primeiro veículo na fábrica de Birmingham do Reino Unido utilizar um conjunto de pinça
adaptada a um disco de aço como elemento principal de um sistema de freio
(DIULGHEROGLO, 2019).
No entanto, os recursos limitados de metais fizeram com que fossem utilizados como
meio de travamento do disco o cobre e o aço. A precariedade das estradas fez com que os
materiais apresentassem grande desgaste e alto ruído não tornando o sistema viável e também
deixando a desejar no quesito custo-benefício frente aos tambores.
16
Com o passar do tempo e a vinda da segunda guerra mundial, se acentuou a busca por
tecnologia. Com isso surgiram materiais mais eficientes que tornavam o sistema mais confiável.
Alguns aviões cargueiros precisavam pousar em pistas curtas da Europa e o sistema a tambor
não era eficiente, daí a opção pelos freios a disco que possuíam uma capacidade maior de
dissipar calor (PUHN, 1985).
2.2.1 Embreagem
É um sistema que funciona a base do atrito, permitindo a fácil conexão e desconexão
entre as árvores. A embreagem (Figura 3) destina-se a desligar o motor das rodas motrizes
quando se efetua uma mudança de velocidade ou quando se arranca. Torna-se assim possível
engatar suavemente uma nova engrenagem antes da transmissão voltar a ser ligada, ou quando
houver um novo arranque, permitindo que o motor atinja as rotações suficientes para deslocar
o automóvel (NORTON, 2004).
Figura 3 - Embreagem
2.2.2 Freio
Os sistemas de freios (Figura 4) são órgãos de máquinas que absorvem tanta energia
cinética quanto energia potencial onde a energia absorvida é dissipada sob forma de calor. A
capacidade de um freio irá depender da pressão unitária entre as superfícies de frenagem, do
coeficiente de atrito e da maior ou menor facilidade de dissipar calor gerado pelo atrito
(NORTON, 2004).
17
Freio Mecânico: projeto em que apenas dispositivos mecânicos são utilizados para
transferir energia ao freio das rodas tais como barras, mecanismos e cabos, geralmente
encontrados em sistema de freio estacionário.
Freio Hidráulico: utilizar um fluido como transmissão de energia para o freio das
rodas;
Freio a ar: o ar pressurizado é utilizado como fluido para transmitir a energia ao freio
em caso de sistema automotivo, já para trens o freio é a vácuo;
Freio elétrico: o acionamento é através de corrente elétrica;
Por meio de atuação pode-se encontrar os seguintes sistemas:
Freio de atrito: este sistema tem por característica o contato entre superfícies como
meio de conversão de energia cinética em calor. É considerado o mecanismo mais
utilizado no mercado atual;
Freio eletromagnético: a força resistiva do campo magnético introduzido inibe o
movimento desejado, sistema também conhecidos como regenerativos onde
transferem a energia cinética em elétrica podendo ser armazenada ou dissipada em
forma de calor por resistências elétricas;
Freio de Bombeamento: converte a energia de movimento em energia potencial, sob
forma de ar, óleo pressurizado ou volante rotativo, pode ser lembrado pelo freio motor
do automóvel onde o combustível é interrompido no motor a combustão interno, que
passa a se comportar como um compressor causando um efeito de frenagem;
O modo de acoplamento pode ser de diferentes formas baseado no método de
transferência de energia, pode-se citar os mais convencionais como atrito o acoplamento axial
radia ou cônico, sistema magnético através de partículas eletromagnéticas acionadas por
corrente elétrica e dinâmico por meio de partículas ou fluidos (LIMPERT, 1999).
Atualmente um dos sistemas mais conhecidos no mercado aplicado aos veículos leves
são os sistemas de freios a disco hidráulicos, pois possuem alta eficiência, baixo peso, baixo
custo, melhora significativa na dirigibilidade do veículo e estão disponíveis e de fácil acesso
em diversas configurações no mercado.
No sistema de freio a disco flutuante, a pinça de freio dispõe de um ou mais pistões aciona uma
pastilha, normalmente a interna, que comprime a pastilha contra o disco, a força de reação puxa
o lado oposto no qual a outra pastilha está acoplada comprimindo no disco e realizando o
travamento, este movimento é realizado por meio de pinos deslizantes que possibilitam o
deslocamento da pinça de freio.
Já no sistema de freio a disco fixo a pinça não exerce movimento algum para realizar a
frenagem, apenas os pistões se deslocam e empurram as pastilhas contra o disco realizado a
frenagem. Este sistema é considerado mais preciso e seguro pois não depende de nenhum outro
componente, no entanto necessita de no mínimo de dois pistões e dependendo o projeto até
quatro (SHAH, R. et al, 2017).
2.3.1 Componentes
2.3.1.1 Disco
É o principal componente do sistema, também chamado de rotor (em algumas
literaturas), é parafusado no cubo de roda e a roda fixada ao disco. Dessa forma o disco gira de
acordo com o cubo, logo a roda gira solidária a ambos.
O disco é fortemente comprimido pelas pastilhas de freio, portanto este deve ser forte
para resistir a isso e suportar a alta temperatura atingida durante seu funcionamento. Motivo
pelo qual geralmente é fabricado em ferro fundido, material forte e capaz de suportar altas
temperaturas sem alterar suas características fundamentais.
Para arrefecer-se, o disco de freio se vale da condução, troca de calor por contato com
o ar envolta do mesmo. Para melhorar sua refrigeração, alguns discos são fabricados em duas
partes. A união destas é feita sobre ranhuras que auxiliam a passagem de ar por dentro do disco,
melhorando então o arrefecimento. Este tipo de disco é chamado disco ventilado (Figura 6),
enquanto discos simples são chamados de disco sólido (LIMPERT, 1999).
2.3.1.2 Pinça
Também chamada de Caliper de Freio (Figura 7), que origina do termo inglês Caliper.
É montada sobre o disco, onde geralmente aparafusada a um suporte fixo na manga de eixo.
Aloja todos os componentes do freio a disco, exceto o próprio disco. Na pinça existe um ou
mais cilindros, por dentro destes se deslocam os pistões, o atrito do pistão com o cilindro é
evitado pelo fluído de freio. No cilindro, pode estar montado um anel de borracha (o-ring) que
garante a estanqueidade do pistão. Além disso, o cilindro da pinça é protegido por uma capa de
borracha chamada coifa, ou contra pó, que impede a entrada de partículas para dentro do
cilindro, o que acarretaria em ranhuras, podendo até perder parte da pressão de frenagem.
A pinça é, geralmente, fabricada em ferro fundido, pode ter diversos pistões e, em
alguns casos, pode ter mais de um pistão em cada roda. No caso de a pinça possuir apenas um
pistão, esta dispõe de um mecanismo para acionar as duas pastilhas de freio, este tipo de pinça
é chamado de flutuante ou deslizante. Quando a pinça possui mais de um pistão, esta terá pelo
menos um pistão para cada pastilha e é chamada de pinça do tipo fixo.
Próximo ao cilindro da pinça e dentro deste há um pequeno orifício que desemboca
fora da pinça, neste é aparafusado um parafuso sangrador. Este trata-se de um parafuso com um
furo central calibrado através do qual é realizado o procedimento de troca do fluído de freio e
a sangria. Neste último, o parafuso é utilizado para retirar possíveis bolhas de ar do sistema
(LIMPERT, 1999).
2.3.1.3 Pistão
Encontra-se dentro do cilindro da pinça de freio, sua função é empurrar a pastilha
contra o disco reduzindo sua velocidade. O pistão (Figura 8) recebe a pastilha através de um
encaixe metálico contido nesta que trava na cabeça do pistão. Para vedação do cilindro, o pistão
pode conter um anel de borracha, ou este pode vir no cilindro da pinça, depende do projeto. O
anel de vedação, em ambos os casos, exerce função de vedação e de auxílio no retorno do pistão
21
quando é cessada a pressão de fluído de freio sobre este. Feito de ligas leves, o pistão não pode
ser exposto a partículas, pois estas podem arranha-lo e em casos extremos, prejudicar sua
estanqueidade (PUHN, 1985).
2.3.1.5 Pastilhas
É um dos componentes de atrito do sistema de freio, estas são fabricadas com limalhas
metálicas e amianto fundidos em uma pequena placa que serve de apoio. São montadas na
cabeça do pistão da pinça, logo se movimentam solidárias a este. Dessa forma, as pastilhas
mantêm uma distância muito pequena do disco (0,20 a 0,25 mm), o que a torna rápida na ação
de frenagem. Como os discos de freio possuem material mais resistente e caro, as pastilhas
passam a ser o componente de desgaste do sistema, concentram todo o esforço gerado no ato
da frenagem, neste caso o calor (PUHN, 1985; LIMPERT,1999).
22
Figura 9 – Pastilhas.
2.3.2 Funcionamento
No momento em que o piloto exerce uma força sobre o pedal de acionamento do freio,
o fluido é pressurizado através das linhas hidráulicas até o pistão das pinças de freio. Os pistões
se deslocam e pressionam as pastilhas de freio contra o disco gerando o atrito e calor reduzindo
a velocidade do veículo. Esta energia em forma de calor é dissipada através do das pastilhas
juntamente com o resíduo preto característico do desgaste das pastilhas. Tanto estes resíduos
como outros contaminante conseguem infiltrar no sistema devido a estanqueidade do cilindro
que ocorre por um conjunto de anéis de vedação, onde também tem a função de se deformar de
acordo com o movimento do pistão impedindo que o fluido escape entre o conjunto.
Quando a pressão no pedal é cessada o pistão retorna a posição inicial com o auxílio
do anel de vedação que está sob uma força cisalhante e se sobrepõe a pressão do fluido
empurrando o pistão no sentido contrário (PUHN, 1985).
2.3.4 Fading
Derivado do inglês fading representa o sumiço lento correspondente a perda de
eficiência, parcial ou total dos freios por efeito do superaquecimento do sistema. Quando o
sistema de freio é acionado a energia cinética se transforma em calor aquecendo o disco (figura
25
12), que por sua vez irradia para os demais componentes do sistema conforme figura 3 abaixo,
causando pequenas oscilações na eficiência do sistema. Na parte hidráulica este efeito aumenta
a temperatura do fluido e nas pastilhas diminui o coeficiente de atrito. Este processo pode
ocorrer normalmente nos sistemas atuais de freio a disco em casos de regimes severos de uso,
mesmo que com algumas técnicas já utilizadas de disco de freio com ranhuras, com furos e
ventilado, também com rodas mais abertas que permitem maior fluxo de ar do sistema.
(SHARP, 2011).
corrida, alguns problemas foram surgindo durante o tempo, pois os discos que transmitem
pouco calor por condução apresentavam uma radiação muito elevada danificando os demais
equipamentos do sistema.
Na F-1, os discos de carbono (figura 13) são usados por todos. Os atuais sistemas de
freio da F-1 são tão eficientes que os carros podem vir a mais de 300 km/h e frear a 50 metros
de uma curva fechada, pois quanto mais dentro da curva se freia, mais difícil é de se ultrapassar
o carro à frente.
O Bugatti Veyron possui um dos mais potentes freios em um carro de passeio. É
equipado com discos dianteiros de carbono de 400 mm de diâmetro e traseiros de 380 mm,
capazes de parar o carro de 100 km/h a zero em meros 31 metros e 2,3 segundos. Acima dos
200 km/h, o freio aerodinâmico ajuda a reduzir a velocidade, e o Veyron freia de 400 km/h a
zero em menos de dez segundos e 540 metros. A Bugatti afirma que é praticamente impossível
ocorrer fading no freio do Veyron, graças aos discos de carbono.
Atualmente está sendo testado uma nova geração de câmeras de vídeo que vai equipar
diversos modelos na Europa, América do Norte e Ásia para frenagens de emergências. Com
maior potência de processamento, a tecnologia detecta semáforos, animais grandes e objetos
diversos. E frenagem automática de emergência para pedestres à noite. E pode ser combinada
com outros sensores e atuadores para oferecer base sólida de segurança ativa (BELLI, 2015).
𝐹𝐴
𝜇= (01)
𝐹𝑁
Na qual:
𝐹𝐴 = Força de Atrito (N);
𝐹𝑁 = Força Normal (N);
𝜇 = Coeficiente de Atrito;
2.6 ACELERAÇÃO
𝑉 2 = 𝑉02 + 2 . 𝑎𝑐 . ∆𝑆 (02)
na qual:
28
Figura 14 – Carregamentos.
𝑊 = 𝑚. 𝑔 (03)
na qual:
𝑊 = Peso do Veículo (N)
𝑚 = Massa total do veículo (Kg)
𝑔 = Aceleração da Gravidade (m/s²)
na qual:
𝑊𝑓𝑠 = Peso estático sobre o eixo dianteiro (N);
𝑐 = Distância entre o CG e o eixo traseiro (m).
𝐿 = Distância entre o eixo traseiro e eixo dianteiro.
Da mesma forma, o carregamento estático sobre o eixo traseiro pode ser considerado
através do somatório de torque relacionados ao ponto de contato com o solo do eixo dianteiro,
eq. 05, ou subtraindo a carga dianteira da carga total, eq. 06:
ou também,
𝑏
𝑊𝑟𝑠 = 𝑊. (06)
𝐿
na qual:
𝑊𝑟𝑠 = Peso estático sobre o eixo traseiro (N);
𝑏 = Distância entre o CG e o eixo dianteiro (m);
𝑐 𝑎𝑥 ℎ
𝑊𝑓 = 𝑊 . ( − . ) (07.1)
𝐿 𝑔 𝐿
𝑎𝑥 ℎ
𝑊𝑓 = 𝑊𝑓𝑠 − 𝑊 . . (07.2)
𝑔 𝐿
na qual:
𝑊𝑓 = Peso dinâmico no eixo dianteiro do veículo durante a frenagem (N)
𝑐 = Distância do CG ao eixo traseiro (m);
𝐿 = Distância entre eixos (m);
ℎ = Altura CG (m);
30
𝑏 𝑎𝑥 ℎ
𝑊𝑟 = 𝑊 . ( + . ) (08.1)
𝐿 𝑔 𝐿
𝑎𝑥 ℎ
𝑊𝑟 = 𝑊𝑟𝑠 + 𝑊 . . (08.2)
𝑔 𝐿
na qual:
𝑊𝑟 = Peso dinâmico no eixo traseiro do veículo na frenagem (N);
𝑏 = Distância do CG ao eixo dianteiro (m);
𝐹𝑝𝑓 = 𝑊𝑓 . 𝜇 (09)
na qual:
𝐹𝑝𝑓 = Força transversal na roda mais carregada (N);
𝜇 = Coeficiente de atrito pneu/solo;
2𝑇
𝑝𝑎 = (10)
(𝜃2 − 𝜃1 ) 𝑓𝑟𝑖 (𝑟𝑜2 − 𝑟𝑖2 )
31
na qual:
𝑝𝑎 = Pressão Normal (Pa);
𝑇 = Torque (N.m);
𝜃1 = Ângulo de início da pastilha;
𝜃2 = Ângulo final da pastilha;
𝑓 = Coeficiente de fricção;
𝑟𝑖 = Raio interno (m);
𝑟𝑜 = Raio externo (m);
𝑝𝑎 𝑟𝑖 ∫𝑟𝑜 𝑟 𝑑𝑟
𝑟𝑖 𝑟𝑜 ² + 𝑟𝑖 ² 1 𝑟𝑜 + 𝑟𝑖
𝑟𝑒 = = . = (12)
𝑝𝑎 𝑟𝑖 ∫𝑟𝑜 𝑑𝑟 2 𝑟𝑜 − 𝑟𝑖 2
𝑟𝑖
Assim, também pode-se definir o raio 𝑟, onde será aplicada a força 𝐹, conforme
equação 13:
𝑐𝑜𝑠𝜃1 − 𝑐𝑜𝑠𝜃2 𝑟𝑜 + 𝑟𝑖
𝑟̅ = . (13)
𝜃2 − 𝜃1 2
Conforme equação 14, pode-se definir uma relação entre a força e a área. (WALKER,
2009):
∆𝑝1 = ∆𝑝2 (14.1)
na qual:
∆𝑝 = Variação de Pressão (Pa);
32
𝐹1 𝐹2
= (14.2)
𝐴1 𝐴2
na qual:
𝐹 = Força (N);
𝐴 = Área (m);
𝐹
𝑃= (15)
𝐴 . 𝑛°
na qual:
𝑛 = número de êmbolos;
Também é possível decompor os valores aplicando-os na equação de torque 16 abaixo:
𝑡⃗ = 𝐹⃗ . 𝑟⃗ (16)
na qual:
𝑡⃗ = Torque (N.m);
𝐹⃗ = Vetor Força (N);
𝑟⃗ = Vetor Posição (m);
O pedal de freio é o elemento que fica em contato direto com o acionador. Consiste em
uma haste articulada, que tem a função de transmitir e ampliar a força exercida pelo motorista.
Esta força é multiplicada pelo ganho, ou razão de pedal, e transmitida aos cilindros mestre.
Segundo Puhn (1985), o esforço aplicado no pedal de freio para desaceleração,
considerando alto desempenho, é de 75lb (34kg) á 100lb (45,35Kg). Esta carga é considerada
de fácil aplicação para uma pessoa de médio porte. A máxima força de projeto aplicada a um
pedal, pode chegar a 600lb (272 kg), isso, considerando uma pessoa grande. É definido o
coeficiente de segurança 3 para a razão entre a força máxima necessária para quebrar uma peça
e a carga máxima aplicada. Para validar o coeficiente de segurança do projeto, recomenda-se
aplicar uma força de 1800lb (816 Kg).
33
na qual:
𝐹𝑝 = Relação de esforço do pedal;
𝐹𝑐 = Força no cilindro mestre (N);
𝐹𝑎 = Força de acionamento (N);
Figura 17 – Rodas.
De acordo com Lopes (2016), o ensaio para definição do coeficiente de atrito consiste
em tracionar o veículo baja através de uma célula de carga (figura 17), onde se obteve resultados
de força máxima 𝐹𝐴 para início de deslocamento de 1765N, considerando massa do veículo e
do piloto, 𝐹𝑁 de 250 Kg, resultando em um coeficiente de atrito conforme equação 18:
1765 𝑁
𝜇𝑒 = (18.1)
250 𝐾𝑔 . 9,81
𝜇𝑒 = 0,72 (18.2)
3.2 ACELERAÇÃO
Através dos testes de desempenho do veículo, foi encontrado a velocidade final,
considerado como velocidade inicial para a frenagem conforme equações 19:
35
𝐾𝑚
40
𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = ℎ (19.1)
3,6
𝑚
𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 11,11 (19.2)
𝑠
Verificado que durante teste práticos que o veículo necessita de 8 metros para realizar
a frenagem total, assim pode-se definir a aceleração conforme equação 20:
𝑉 2 − 𝑉02
𝑎𝑐 = (20.1)
2 . ∆𝑆
02 − 11,11²
𝑎𝑐 = (20.2)
2 . (8 − 0)
𝑚
𝑎𝑐 = −7,716 (20.3)
𝑠²
𝑊 = (𝑚𝑝 + 𝑚𝑣 ). 𝑔 (21.1)
𝑊 = (65 𝐾𝑔 + 185 𝐾𝑔 ) .9,81 (21.2)
𝑊 = 2452,50 𝑁 (21.3)
0,76𝑚
𝑊𝑟𝑠 = 2452,50𝑁. (22.1)
1,35𝑚
𝑊𝑟𝑠 = 1242,60 𝑁 (22.2)
0,59𝑚
𝑊𝑓𝑠 = 2452,50𝑁. (23.1)
1,35𝑚
𝑊𝑓𝑠 = 1209,90 𝑁 (23.2)
36
𝑎𝑥 ℎ
𝑊𝑓 = 𝑊𝑓𝑠 − 𝑊 . . (24.1)
𝑔 𝐿
𝑚
−7,716
𝑊𝑓 = 1209,90𝑁 − 2452,50𝑁 . 𝑠² . 0,38𝑚 (24.2)
9,81 1,5𝑚
𝑊𝑓 = 1698,58 𝑁 (24.3)
𝑎𝑥 ℎ
𝑊𝑟 = 𝑊𝑟𝑠 + 𝑊 . . (25.1)
𝑔 𝐿
𝑚
−7,716
𝑊𝑟 = 1242,60 + 2452,50 . 𝑠² . 0,38𝑚 (25.2)
9,81 1,5𝑚
𝑊𝑟 = 753,91 𝑁 (25.3)
𝐹𝐴
𝐹𝑝𝑓 = 𝑊𝑓 . (26.1)
𝐹𝑁
1698,58𝑁
𝐹𝑝𝑓 = . 0,72 (26.2)
2 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠
𝐹𝑝𝑓 = 611,48 𝑁 (26.3)
753,91 𝑁
𝐹𝑝𝑟 = . 0,72 (27.2)
1 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜
𝐹𝑝𝑟 = 542,82 𝑁 (27.3)
37
0,100𝑚 + 0,055𝑚
𝑟𝑒𝑓 = (30.1)
2
𝑟𝑒𝑓 = 0,0775 𝑚 (30.2)
0,160𝑚 + 0,120𝑚
𝑟𝑒𝑟 = (31.1)
2
𝑟𝑒𝑟 = 0,140𝑚 (31.2)
𝑐𝑜𝑠𝜃1 − 𝑐𝑜𝑠𝜃2
𝑟̅ = . 𝑟𝑒 (32)
𝜃2 − 𝜃1
𝑇𝑓
𝐹𝑡𝑑𝑓 = (35.1)
𝑅𝑑𝑓
39
177,33 𝑁. 𝑚
𝐹𝑡𝑑𝑓 = (35.2)
0,074𝑚
𝐹𝑡𝑑𝑓 = 2396156,80 𝑁 (35.3)
𝑇𝑟
𝐹𝑡𝑑𝑟 = (36.1)
𝑅𝑑𝑟
157,41 𝑁. 𝑚
𝐹𝑡𝑑𝑟 = (36.2)
0,13717𝑚
𝐹𝑡𝑑𝑟 = 1147579,06 𝑁 (36.3)
Na roda direita foi considerado a pinça de freio HONDA 45150KPE731 (figura 20),
onde também considera dois pistões diâmetro externo 26,91 mm, conforme código de compra
43107MAJG41 e conjunto de pastilhas código 45105KAS405.
Já para o disco de freio traseiro foi utilizado apenas uma pinça de freio, de acordo com
a concepção do projeto, então optou-se em utilizar a pinça de freio código 45250KGA941
(figura 21), com pistão de 30,19 mm, conforme código de compra 45107166006 e conjunto de
pastilhas traseira código 06455KGA941, sendo que neste caso, também é necessária a anilha
de afinação 45116GE33601 de acordo com o catálogo de peças HONDA.
157,4178 𝑁. 𝑚
2.
𝑝𝑎𝑟 = 2 (38.1)
3,14
(110 − 70) (0,160²𝑚 − 0,120²𝑚)
180 . 0,37 .0,120𝑚
𝑝𝑎𝑟 = 453434,53 𝑝𝑎 (38.2)
Da mesa forma, pode-se definir as forças necessárias sobre as pastilhas de freio, para
a roda dianteira conforme equação 39 e traseira, equação 40:
3,14
𝐹𝑓 = (120 − 60) . 1193023,62 𝑝𝑎. 0,055𝑚. (0,1𝑚 − 0,055𝑚) (39.1)
180
𝐹𝑓 = 3092,10 𝑁 (39.2)
3,14
𝐹𝑟 = (110 − 70) . 453434,53𝑝𝑎. 0,12𝑚 . (0,16𝑚 − 0,12𝑚) (40.1)
180
𝐹𝑟 = 1519,47 𝑁 (40.2)
3092,10 𝑁
𝑃ℎ𝑖𝑑 𝑓𝑒 =
0,02536𝑚 2 (41.1)
3,14 . ( ) . 2𝑝𝑖𝑠𝑡õ𝑒𝑠
2
42
Da mesma forma pode-se determinar a pressão nos pistões da pinça direita diâmetro
26,91 mm conforme equação 42:
3092,10 𝑁
𝑃ℎ𝑖𝑑 𝑓𝑑 =
0,02691𝑚 2 (42.1)
3,14 . ( ) . 2𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜
2
𝑃ℎ𝑖𝑑 𝑓𝑑 = 2718351,38 𝑝𝑎 (42.2)
1519,47 𝑁
𝑃ℎ𝑖𝑑 𝑟 =
0,03019𝑚 2 (43.1)
3,14 ( )
2
𝑃ℎ𝑖𝑑 𝑟 = 2122643,59 𝑝𝑎 (43.2)
𝐹1
𝑝1 = (45.1)
𝐴1
𝐹 = 𝑝1 . 𝐴1 (45.2)
0,01905𝑚 2
𝐹𝑓𝑒 = 3060796,74 𝑝𝑎 . ( ) (46.1)
2
𝐹𝑓𝑒 = 872,39 𝑁 (46.2)
0,01905𝑚 2
𝐹𝑓𝑑 = 2718351,38 𝑝𝑎 . ( ) (47.1)
2
𝐹𝑓𝑑 = 774,79 𝑁 (47.2)
0,01905𝑚 2
𝐹𝑓𝑟 = 1061321,79 𝑝𝑎 . ( ) (48.1)
2
𝐹𝑓𝑟 = 302,50 𝑁 (48.2)
𝐹1 . 𝐵 = 𝐹2 . 𝐴 (50.1)
(34 . 9,81). 0,2𝑚
𝐵= (50.2)
1949,69 𝑁
𝐵 = 0,034𝑚 (50.3)
45
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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BELLI, Milton. Disco de Freio de Carbono nas Ruas e nas Pistas, 2015. Disponível em:
<https://www.autoentusiastas.com.br/2014/07/discos-de-freio-de-carbono-nas-ruas-e-nas-
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BOSCH. Pastilhas de Freio. Cartilha Saiba Mais, 2009. Disponível em: <http://br.bosch-
automotive.com/media/parts/download_2/freios/SaibaMais_Pastilhas_de_Freio.pdf>.
BOSCH. Fluido de Freio Bosch. Cartilha, 2015. Disponível em: < http://br.bosch-
automotive.com/media/parts/download_2/freios/5025-Folder_Fluidos_Freiosv3.pdf>.
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MTB BRASÍLIA, Conheça a Tecnologia para Freios a Disco ICE-Tech da Shimano, 2013.
Disponível em: <http://mtbbrasilia.com.br/2013/11/11/conheca-a-tecnologia-para-freios-a-
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48
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2. 2018, 137p. Disponível em: <http://portal.saebrasil.org.br/programas-estudantis/baja-sae-
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YOUNG, Hugh D. FREEDMAN, Roger A. (2016). Física 1 Mecânica. 12ª Edição. São Paulo
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