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Planejamento Didático E-learning
e Gestão de Cursos Online
Autoria do Desafio Profissional: Ana Carolina Greef
Leitor Crítico: Tayra Carolina Nascimento Aleixo

Proposta de Resolução

A importância do design instrucional para o sucesso de cursos à distância junto a seus alunos

Resumo

Este artigo apresenta uma discussão fundamentada em revisão bibliográfica, a respeito do papel e
das contribuições do design instrucional para o desenvolvimento de cursos a distância,
notadamente para o sucesso dos mesmos quando aplicados a seu público-alvo, os alunos. Por meio
de estudo exploratório na bibliografia pertinente, são apresentados e discutidos conceitos relativos
a características da educação a distância e ambientes virtuais de aprendizagem, e aspectos do
processo de desenvolvimento de material didático para EAD.

1. Introdução

A educação a distância perpassou momentos de inovação, dúvida, ascensão, e atualmente é parte


do cotidiano de qualquer iniciativa de educação, seja por meio de sistemas de ensino
completamente a distância, seja por meio de ferramentas da EAD utilizadas como apoio ao ensino
presencial. Parte do ciclo de vida de qualquer curso a distância é a aplicação de design instrucional
a um conteúdo que, em sua forma bruta, carece de palatabilidade e até mesmo atratividade ao
aluno. Para compreender o papel e as contribuições do design instrucional nesse processo, é
preciso compreender o que caracteriza a educação a distância, como é desenvolvido material
didático para essa modalidade, o que representam os Ambientes Virtuais de Aprendizagem e, por
fim, como se estabelece o design instrucional nesse meio.

Este artigo relata os resultados de pesquisa bibliográfica exploratória de fontes alinhadas ao tema
de pesquisa, seguido pelas considerações finais buscando responder ao objetivo: “Qual a
importância do design instrucional para o sucesso de cursos à distância?”
2. Revisão bibliográfica

2.1 Conceito e as características da Educação a Distância

A educação a distância é conceituada como o processo educacional no qual são promovidos o


ensino e a aprendizagem, no qual o professor e o aluno estão distantes fisicamente, porém
conectados por meio de recursos didáticos, plataformas de aprendizagem e objetos de
aprendizagem.

Na educação a distância, o planejamento das ações é essencial ao sucesso de um projeto de ensino,


de modo que “[...] todas as situações tenham sido pensadas, estudadas e analisadas antes de o
curso ter início.” (CLEMENTINO, 2015, p. 153).

Neste sentido, estão intrínsecos a todas as iniciativas em EAD os seguintes aspectos, conforme
aponta Clementino (2015):

1. Previsão das dificuldades que podem surgir ao longo do processo.


2. Redução das repetições rotineiras.
3. Adequação do conteúdo às mídias disponíveis.
4. Adequação do conteúdo ao perfil dos alunos.
5. Alinhamento entre objetivos do curso, conteúdos, estratégias pedagógicas e avaliação.
6. Garantia da distribuição adequada de trabalho no tempo previsto para o curso.

2.2 Desenvolvimento do material didático para EAD, seus pontos positivos e negativos

Desenvolver material didático para educação a distância é um desafio que tem seus padrões
alterados constantemente, devido à evolução das tecnologias, aos diferentes perfis de público-alvo,
e à diversidade de conteúdo em si que deve ser formatada para o modelo EAD.

Os materiais instrucionais, na maioria das vezes, são demonstrativos, indutivos e figurativos [...].
Isso pode ser interessante quando queremos “transmitir” uma informação de maneira precisa.
Mas, quando a proposta do curso é desenvolver o pensamento mais elaborado, exigindo que o
aluno faça novas relações, crie conceitos, lance mão de seu repertório e suas vivências, é preciso
usar matrizes mais profundas que façam com que o aluno estabeleça relações éticas e estéticas
mais multifacetadas (CAROLEI, 2015, p. 194).
O processo de desenvolvimento do material didático para EAD, portanto, se inicia na definição de qual a
estrutura de ensino e matriz de aprendizagem se pretende abordar. Na sequência, são realizados o
planejamento pedagógico e didático do curso, a organização de ementas de disciplinas, a seleção e
contratação de conteudistas, capacitados na sequência para o desenvolvimento do material.

O material produzido passa pelas etapas de tratamento por meio de design, revisão de texto, análise
de plágio, revisão do alinhamento em relação ao restante do material do curso e da instituição.

Na fase de publicação, o material é formatado para disponibilização no recurso ou mídia ao qual é


destinado, e inserido na plataforma de ensino utilizada pela instituição.

2.3 Ambientes Virtuais de Aprendizagem e sua estrutura

Como apontam Kuntz et al. (2011), entre as terminologias utilizadas para caracterizar um espaço na
web como suporte ao processo de ensino-aprendizagem, os “ambientes” são denominados
conforme alguns dos termos: eletrônicos de aprendizagem, digitais de aprendizagem, inteligentes
de aprendizagem, virtuais de ensino-aprendizagem e e-learning.

Tais terminologias apresentam, em sua essência, palavras em comum: aprendizagem, ferramentas,


recursos, interação, programas de computador, suporte, apoio, espaço, disponibilização de
informação, controle, mediação tecnológica.

O AVA é utilizado por instituições de ensino como suporte à aprendizagem (à distância ou


presencial), bem como por empresas públicas e privadas, para realização de treinamentos e
capacitações. Em certos casos a situação é adaptada a ambientes existentes e, em outros, os
ambientes são desenvolvidos e adaptados à situação específica. Essa realidade resultou na explosão
e no desenvolvimento contínuos de vários ambientes, alguns livres, outros comerciais. (KUNTZ et
al, 2011, p. 92-93).

O estilo adequado às funcionalidades disponíveis nos AVAs deve ser identificado preferencialmente
mediante conversação, envolvendo o aluno em um diálogo amigável e incentivador, desenvolvendo
o contato entre este e o conteudista. Quanto à relação do estilo com o assunto, devem ser
utilizadas abordagens diferentes para assuntos diferentes, por meio de tabelas, listas, ilustrações
etc. Esses recursos podem ser utilizados com algumas ferramentas essenciais em AVAs:
Quadro 1 – Recursos didáticos disponíveis num AVA

Recursos Exemplos/Descrição
Links para Guia didático, calendário, eventos, avaliações, livro texto, exercícios,
impressão autoavaliações, material de apoio, jornais, informativos e outros links

Vídeo Videoaula ou broadcast


Áudio Link para música, matéria de rádios em linguagem simples e baixo custo
Fonte: Adaptado de Kuntz; Greef; Tsunoda e Freitas, 2011.

2.4 Importância do Design Instrucional na elaboração do conteúdo de um curso a distância


Ao se realizar o design instrucional de um curso, é preciso conhecer o modelo pedagógico da
instituição, o planejamento didático-pedagógico do curso, o público-alvo do mesmo, e até se
haverá a atuação ou não de tutoria no curso.

Todos esses fatores, conforme o que aponta a literatura, influenciam na maneira como o DI será
aplicado ao conteúdo bruto, nos recursos que serão utilizados e na forma como o conteúdo será
inserido no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

O designer instrucional, ao exercer seu papel de acordo com os aspectos que devem ser analisados
para produzir o curso, pode trazer uma abordagem de aprendizagem autodirigida, uma abordagem
de aprendizagem colaborativa, a organização de materiais em rede, até mesmo a criação de cursos
abertos e mídias para grande público (PALANGE, 2015).

Nesse sentido, o papel do design instrucional pode ser sintetizado pelas seguintes atribuições
elencadas por Palange:

1. Planejamento da organização do conteúdo em divisões didáticas.


2. Mapeamento de objetivos e competências a serem desenvolvidas ao longo do curso.
3. Definição de como será a mediação pedagógica.
4. Definição da forma de organização das informações e conteúdos.
5. Definição de atividades, ferramentas e formas de avaliação, bem como os
respectivos instrumentos.
6. Definição de materiais didáticos a serem coletados e/ou produzidos.
A partir desses aspectos, entende-se que o design instrucional exerce importância fundamental na
transformação de um conteúdo desconexo em um recurso para efetivação de uma proposta
pedagógica.

3. Considerações Finais

A partir da pesquisa realizada, é possível considerar que o design instrucional atua como o elo de
conexão entre as peças de conteúdo, os atores da educação a distância e as ferramentas de ensino-
aprendizagem.

Apenas distribuir um conteúdo sem tratamento ou adequação para o estudo a distância, funções
do design instrucional, não atende ao objetivo de uma instituição de ensino que preze pela
qualidade e pela educação em si dos alunos participantes.

Ou seja, não fazendo uso dos recursos utilizados na equipe de Design Instrucional, a instituição
perde em qualidade, consistência e alinhamento às necessidades da educação a distância e,
essencialmente, dos alunos que optam por essa modalidade de estudo.

4. Referências

CAROLEI, Paula. Processo de criação de hipertextos e atividades. In: KENSKI, Vani Moreira (Org.).
Design instrucional para cursos online. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2015.

CLEMENTINO, Adriana. Planejamento pedagógico para cursos EAD. In: KENSKI, Vani Moreira (Org.).
Design instrucional para cursos online. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2015.

KUNTZ, Viviane Helena; GREEF, Ana Carolina; TSUNODA, Denise Fukumi; FREITAS, Maria do Carmo
Duarte. Ambiente Virtual de Aprendizagem. In: ALMEIDA, Marcus Garcia de; FREITAS, Maria do
Carmo Duarte (Org.) A escola no século XXI: atores responsáveis pela educação e seus papéis. Rio
de Janeiro: Brasport, 2011.

PALANGE, Ivete. Produção de design instrucional para EAD: aprendizagem autodirigida,


aprendizagem colaborativa, conectivismo e modelo ADDIE. In: KENSKI, Vani Moreira (Org.). Design
instrucional para cursos online. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2015.

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