Vimos, por meio desta, manifestar indignação pelo tratamento
dispensado à colega no Posto de Saúde do Lago Sul/DF, quando um enfermeiro se recusou a utilizar as sobras das vacinas de COVID19, afirmando que somente as aplicaria aos policiais militares do 5º Batalhão, em desacordo com o plano divulgado pela Secretaria de Saúde do DF, que prevê a utilização dessas doses para todos os servidores da segurança pública.
Esse triste episódio reflete o pouco caso com que a Secretaria de
Saúde vêm dispensando aos servidores da segurança pública que, não obstante estejam na linha de frente do combate ao coronavírus, submetidos à condições de exposição que determinam o contágio 4 vezes maior do que a população em geral, somente na semana passada receberam a notícia do início de sua imunização, que, até agora não se concretizou.
É lamentável ver profissionais da segurança pública lutando pelas
sobras de vacinas diárias, vulgarmente chamadas ‘xepas’, enquanto profissionais de outras áreas, também incluídos no plano de vacinação, apenas precisam comprovar a condição por meio de seus registros nos respectivos conselhos profissionais, sem a necessidade de comprovarem que estão na linha de frente do combate ao COVID19 ou exercendo a profissão.
Vale ressaltar que o governo sempre reconheceu a importância da
segurança ao dar-lhe tratamento distinto das demais carreiras nos decretos de combate ao COVID19, como o que estabeleceu o teletrabalho no serviço público, no qual as forças de segurança foram excepcionados, todavia não há o mesmo reconhecimento para vacinar e proteger nossos profissionais. Nesse cenário, é lamentável que o GDF não tenha iniciado a vacinação dos servidores da segurança ou mesmo estabelecido, até a presente data, um calendário e critérios claros de vacinação desses servidores, submetendo-os a receber apenas as sobras e permitindo que permaneçam expostos a alto grau de contaminação em suas atividades diárias, sem o receber o respectivo respaldo do Estado.