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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM:
Política Fiscal
A política econômica pode ser definida como sendo a intervenção do governo na economia com o
objetivo de manter elevados níveis de emprego e elevadas taxas de crescimento econômico com
estabilidade de preços. Existem diversas formas de fazer política econômica, por meio da política fiscal,
da política monetária, cambial, comercial. Agora nós vamos estudar a política fiscal.
Por política fiscal entende-se a atuação do governo no que diz respeito à arrecadação de tributos
(receitas do governo) e aos gastos.
Receitas do Governo
A tributação é a principal fonte de arrecadação pública. Há três tipos básicos de tributos: taxa,
contribuição e imposto.
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▲ ”Contribuição é uma denominação aplicada aos tributos destinados a custear serviços públicos
recebidos diretamente pelo contribuinte, seja no passado ou no futuro”. Exemplos: CIDE (Contribuição
de Intervenção no Domínio Econômico), COFINS (Contribuição Social sobre o Faturamento), INSS,
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre
Movimentações Financeiras) etc.
Importante:
A Contribuição difere da Taxa pelo fato de a Taxa referir-se a serviços imediatos prestados pelo setor
público ao contribuinte. Já a contribuição refere-se a serviços que serão prestados no futuro ou como
pagamento de serviços já prestados no passado.
▲ ”Imposto é a denominação que se dá ao tributo que tem como fato gerador um fenômeno
independente de qualquer atividade estatal”.
A idéia do imposto é cobrar das transações econômicas uma parcela a ser destinada ao setor público para
custear a produção de bens e serviços oferecidos a toda a coletividade.
Os impostos são classificados em diretos e indiretos.
Os impostos diretos são aqueles pagos sobre a renda e patrimônio de cada cidadão. Os três
mais conhecidos pelos contribuintes são:
1. IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física): incide sobre a renda tributável declarada pelo
cidadão. A alíquota é calculada proporcionalmente de acordo com o valor declarado, variando entre 7,5
a 27,5%.
2. IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores): cobrado anualmente a todos os
proprietários de veículos, o percentual é diferenciado em cada estado. A taxa pode variar entre 1% e
4% do valor do veículo.
3. IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana): taxa anual, devida por todos
os proprietários de imóvel. O valor, que pode ser pago à vista ou parcelado, é calculado com base no
valor venal do imóvel (estimativa de valor fixada pelo Poder Público).
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Os impostos indiretos são os que mais pesam no orçamento doméstico. Embutidos nos valores
finais dos produtos e serviços, é quase impossível se livrar das cobranças:
1. ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): é cobrado sobre a
movimentação de mercadorias ou outros serviços. A alíquota do tributo é aplicada por cada estado
variando, inclusive, de acordo com o nível de essencialidade do serviço ou mercadoria. A média
aplicada é de 17%.
A tarifa média de MG, Paraná e SP é de 18% e RJ de 19%.
2. IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados): o IPI tornou-se mais conhecido do grande
público devido às várias campanhas do Governo Federal e das empresas privadas, visando a redução do
imposto, principalmente em produtos da linha branca (fogões, geladeiras etc) e automóveis. O valor do
imposto depende do produto. Pelo site da Receita Federal é possível consultar a tabela de alíquotas.
3. ISS (Imposto Sobre Serviços): este imposto incide sob a prestação de serviços, independendo
do tipo de mercado. Cobrado pelo município, o valor geralmente corresponde a 5% do serviço.
4. IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras): a taxa de IOF incide em todas as operações
financeiras, sejam elas realizadas por administradoras de cartão de crédito e instituições financeiras.
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Nordeste: 9,09% e
Norte: 3,26%.
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.
São Paulo é o estado de maior arrecadação tributária, concentrando quase 40% da arrecadação. Já
Roraima é o estado com menor arrecadação, menos de 1% do total.
A maior arrecadação per capita/ano, de acordo com a última pesquisa realizada pelo IBPT, foi
Distrito Federal, com R$ 26.028,74 por habitante e a menor no estado do Maranhão com R$ 1.103,23 por
habitante.
Individualmente, o tributo de maior arrecadação é o ICMS (19,96%), seguido da contribuição ao
INSS (19,18%), do IR (15,62%) e da COFINS (10,13%).
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.
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Um levantamento realizado pelo IBPT revela que em 15 anos, a carga tributária brasileira saltou
de R$ 0,35 trilhão, em 2000, para R$ 1,85 trilhão até dezembro de 2014, um aumento de 423% no
período, que corresponde a um crescimento na arrecadação efetiva de 11,7% por ano. Isso quer dizer que
cada cidadão pagou R$ 2.085,04 em impostos no ano 2000 – ou R$ 6 por dia. Esse valor aumentou para
R$ 9.342,45 em 2014, resultando em R$ 26/dia.
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O Brasil está entre os 30 países com maior carga tributária no mundo, de acordo com o IBPT.
Cada cidadão trabalhou 153 dias apenas para pagar tributos, valor superior ao de países como
Argentina (97 dias) e Estados Unidos (102 dias).
Nos USA a carga tributária é de 26%, Canadá 30,8%, Chile 19,8%, inferior ao do Brasil que foi
de 33,58% em 2018. Já a Suécia é de 42,7%, França 45,2% e Itália, por exemplo 43,6%
Gastos do Governo
Os gastos do governo compõem-se de gastos correntes e de investimento.
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Dívida Pública
A dívida pública, que inclui tudo o que o governo deve a credores dentro e fora do país, subiu 8,15% em
2014; de R$ 2,12 trilhões para R$ 2,29 trilhões em 2014. Em 2015 fechou em R$2,79 trilhões, um
aumento de 21,3% em relação a 2014. Em 2017 a dívida pública cresceu 14,3% em relação a 2016,
fechando em R$ 3,55 trilhões. Em 2018 a dívida pública fechou em R$ 3,87 trilhões, uma alta de 8,9%
em relação a 2017 e o maior patamar da série histórica, que começou em 2004.
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Segundo os dados do Tesouro Nacional, nos últimos dez anos a dívida pública mais que dobrou:
em 2007, o estoque de dívida estava em R$ 1,33 trilhão, subindo para R$ 3,55 trilhões em 2017. Em
2015 a dívida fechou em R$2,79 trilhões, em 2016 R$ 3,11 trilhões, um aumento de 11,42%. Em 2017
fechou em R$ 3,55 trilhões, um aumento de 14,3% em relação a 2016.
No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional em 2014 foi registrado um
aumento, de 7,32%, totalizando R$ 2,18 trilhões. Em 2015, o aumento foi de 21,3%, totalizando R$2,65
trilhões. Em 2017 houve um aumento de 14,43% em relação a 2016, totalizando R$ 3,43 trilhões.
Já no caso da dívida externa brasileira, resultado da emissão de títulos da dívida no mercado
internacional e de contratos firmados no passado, o governo contabilizou uma queda de 0,09% em 2017,
para R$ 123,78 bilhões. A redução da dívida externa foi de R$2,73 bilhões.
Ressaltando que a dívida pública é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit
orçamentário do governo. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é
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chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é
classificada como externa.
Gastos do Governo
▲ Gastos com funcionários públicos: entre 1995 e 2016, o número de servidores públicos ativos nas
três esferas administrativas cresceu 82,4% passando de 6,26 milhões para 11,5 milhões. Isso fez com que
o gasto anual com funcionalismo ultrapassasse 10% do PIB. Em 2017, o pagamento desses salários
consumiu R$ 725bilhões, uma alta de 48% em dez anos.
▲ A Previdência Social:
Os gastos públicos com a Previdência só aumentam. Com uma população, em média, mais jovem, o
Brasil tem gasto semelhante ao da Espanha e superior a Suíça, a Austrália e Reino Unido com a
previdência.
Além disso, é muito baixa a procura por planos de aposentadoria privada, que atendem a apenas 1,7% da
população em idade de trabalho, ante 57,7% no México e 73,7% no Chile.
O Regime Geral de Previdência Social fechou 2017 com um déficit nominal de R$ 182,4 bilhões. Já em
2018, o déficit foi de R$ 195,2 bilhões, um aumento de 7% em relação a 2017.
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Quanto aos gastos com investimentos, que dizem respeito aos gastos do governo brasileiro com o
objetivo de aumentar a capacidade de geração de bens e serviços no país, tais como: construção de
estradas, rodovias, escolas, hospitais, hidrelétricas diminuíram nos últimos anos, conforme mostra a
figura abaixo:
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Em 2018 o governo gastou com investimento, o montante de R$ 27,877 bilhões, o equivalente a 0,4%
do PIB.
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O governo central registrou déficit primário de R$ 124,401 bilhões em 2017, um rombo menor que o
saldo negativo de R$ 161,276 bilhões de 2016. O déficit de 2017 correspondeu a 1,9% do PIB. Em 2018
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o déficit foi de R$120,3 bilhões. Foi o cinco ano consecutivo de resultado negativo nas contas públicas.
Já o déficit nominal do setor público somou R$ 511,408 bi em 2017, correspondendo a 9% do PIB. Já em 2018 o
déficit nominal foi de R$ 493,081% ou 7,49% do PIB.
Déficit Público
Numa situação de déficit público, o governo procura financia-lo das seguintes maneiras:
1). Aumento de tributos, criando novos tributos e aumentando a alíquota dos já existentes,
2). Cortes nos gastos previstos no orçamento federal,
3). Emissão de Moeda,
4). Lançamento de títulos públicos.
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