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Orientações: A Atividade é Individual e deve


ser manuscrita.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM:

Política Fiscal
 A política econômica pode ser definida como sendo a intervenção do governo na economia com o
objetivo de manter elevados níveis de emprego e elevadas taxas de crescimento econômico com
estabilidade de preços. Existem diversas formas de fazer política econômica, por meio da política fiscal,
da política monetária, cambial, comercial. Agora nós vamos estudar a política fiscal.
 Por política fiscal entende-se a atuação do governo no que diz respeito à arrecadação de tributos
(receitas do governo) e aos gastos.

Receitas do Governo
A tributação é a principal fonte de arrecadação pública. Há três tipos básicos de tributos: taxa,
contribuição e imposto.

Segundo Leite (1994, p. 186):


▲”Taxa é a denominação que se dá ao tributo que tem como fato gerador o exercício, pelo governo, do
poder de polícia e de fiscalização, ou o custeio de determinado serviço público posto à disposição da
comunidade de modo geral.
 Este tipo de tributo implica relação direta de benefício e despesa entre o contribuinte e o poder
público. Ou seja, o contribuinte paga ao poder público um valor em troca de um benefício direto e
imediatamente destinado a ele. São exemplos de taxa: Taxa de Iluminação Pública, Taxa de Coleta de
Lixo, Taxa de Conservação e Limpeza Pública, Taxa de Licenciamento e Alvará Municipal, Taxa de
Combate a Incêndios, etc;

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▲ ”Contribuição é uma denominação aplicada aos tributos destinados a custear serviços públicos
recebidos diretamente pelo contribuinte, seja no passado ou no futuro”. Exemplos: CIDE (Contribuição
de Intervenção no Domínio Econômico), COFINS (Contribuição Social sobre o Faturamento), INSS,
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre
Movimentações Financeiras) etc.

Importante:
A Contribuição difere da Taxa pelo fato de a Taxa referir-se a serviços imediatos prestados pelo setor
público ao contribuinte. Já a contribuição refere-se a serviços que serão prestados no futuro ou como
pagamento de serviços já prestados no passado.

▲ ”Imposto é a denominação que se dá ao tributo que tem como fato gerador um fenômeno
independente de qualquer atividade estatal”.
A idéia do imposto é cobrar das transações econômicas uma parcela a ser destinada ao setor público para
custear a produção de bens e serviços oferecidos a toda a coletividade.
Os impostos são classificados em diretos e indiretos.

 Os impostos diretos são aqueles pagos sobre a renda e patrimônio de cada cidadão. Os três
mais conhecidos pelos contribuintes são:
 1. IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física): incide sobre a renda tributável declarada pelo
cidadão. A alíquota é calculada proporcionalmente de acordo com o valor declarado, variando entre 7,5
a 27,5%.
 2. IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores): cobrado anualmente a todos os
proprietários de veículos, o percentual é diferenciado em cada estado. A taxa pode variar entre 1% e
4% do valor do veículo.
 3. IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana): taxa anual, devida por todos
os proprietários de imóvel. O valor, que pode ser pago à vista ou parcelado, é calculado com base no
valor venal do imóvel (estimativa de valor fixada pelo Poder Público).

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 Os impostos indiretos são os que mais pesam no orçamento doméstico. Embutidos nos valores
finais dos produtos e serviços, é quase impossível se livrar das cobranças:
 1. ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): é cobrado sobre a
movimentação de mercadorias ou outros serviços. A alíquota do tributo é aplicada por cada estado
variando, inclusive, de acordo com o nível de essencialidade do serviço ou mercadoria. A média
aplicada é de 17%.
 A tarifa média de MG, Paraná e SP é de 18% e RJ de 19%.
 2. IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados): o IPI tornou-se mais conhecido do grande
público devido às várias campanhas do Governo Federal e das empresas privadas, visando a redução do
imposto, principalmente em produtos da linha branca (fogões, geladeiras etc) e automóveis. O valor do
imposto depende do produto. Pelo site da Receita Federal é possível consultar a tabela de alíquotas.
 3.  ISS (Imposto Sobre Serviços): este imposto incide sob a prestação de serviços, independendo
do tipo de mercado. Cobrado pelo município, o valor geralmente corresponde a 5% do serviço.
 4. IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras): a taxa de IOF incide em todas as operações
financeiras, sejam elas realizadas por administradoras de cartão de crédito e instituições financeiras.

 A principal fonte de arrecadação pública é a cobrança de impostos. De acordo com o IBPT os


impostos representam 50,90%, as contribuições 47,56% e as taxas 1,54% do total arrecadado de tributos
no Brasil.

Distribuição das receitas do governo:
▲68,47% : União,
▲25,35 %: 27 Estados e DF, e
▲6,19%: 5.565Municípios.
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário

Distribuição da arrecadação pelas regiões do país :


 Sudeste: 64,23%,
 Sul: 13,47%,
 Centro Oeste: 10,06%,

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 Nordeste: 9,09% e
 Norte: 3,26%.
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.

 São Paulo é o estado de maior arrecadação tributária, concentrando quase 40% da arrecadação. Já
Roraima é o estado com menor arrecadação, menos de 1% do total.
 A maior arrecadação per capita/ano, de acordo com a última pesquisa realizada pelo IBPT, foi
Distrito Federal, com R$ 26.028,74 por habitante e a menor no estado do Maranhão com R$ 1.103,23 por
habitante.
 Individualmente, o tributo de maior arrecadação é o ICMS (19,96%), seguido da contribuição ao
INSS (19,18%), do IR (15,62%) e da COFINS (10,13%).
 Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.

Carga Tributária no Brasil


Nenhuma variável econômica no Brasil aumentou tanto nos últimos anos como a carga tributária: em
1947, o governo arrecadava o equivalente a 14% do PIB. Desde então, a carga tributária não parou mais
de crescer, ultrapassando a marca de 30% do PIB, recorde absoluto entre os países emergentes. Em 2014
foi 32,42% do PIB, em 2015 de 32,66% do PIB, em 2018 foi de 33,58% do PIB.
É importante destacar que a carga tributária é a relação entre o que o governo arrecada em tributos e a
quantidade de riqueza produzida no país.
 Nos anos 40 um tributo era criado a cada 2 anos,
 Nos anos 50 um tributo a cada 5 anos,
 Nos anos 60, um tributo era criado a cada 1 ano;
 Nos anos 70, um tributo novo a cada 3 anos;
 Nos anos 80, um tributo a cada 5 meses;
 Nos anos 90, um tributo novo a cada 6 meses; e
 Desde o ano 2000, um novo tributo a cada 4 meses.

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 Um levantamento realizado pelo IBPT revela que em 15 anos, a carga tributária brasileira saltou
de R$ 0,35 trilhão, em 2000, para R$ 1,85 trilhão até dezembro de 2014, um aumento de 423% no
período, que corresponde a um crescimento na arrecadação efetiva de 11,7% por ano. Isso quer dizer que
cada cidadão pagou R$ 2.085,04 em impostos no ano 2000 – ou R$ 6 por dia. Esse valor aumentou para
R$ 9.342,45 em 2014, resultando em R$ 26/dia.

Porcentagem de tributos sobre o preço final:


 Carne de Boi (18,7%);
 Leite (19,2%);
 Macarrão (35,2%);
 Óleo (37,2%);
 Energia Elétrica (45,8%);
 Telefonia (46,6%);
 Refrigerante (47%);
 Gasolina (53%);
 Chope: (62,2%);
 Cerveja (56%).
 Vinho: (54,73%);
 Cosméticos: (54,88%);

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 Jogos de Video Game: (72,18%);


 Cachaça: (80%);
 Cigarro: (80,42%).
 Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.

 O Brasil está entre os 30 países com maior carga tributária no mundo, de acordo com o IBPT.
 Cada cidadão trabalhou 153 dias apenas para pagar tributos, valor superior ao de países como
Argentina (97 dias) e Estados Unidos (102 dias).

 Nos USA a carga tributária é de 26%, Canadá 30,8%, Chile 19,8%, inferior ao do Brasil que foi
de 33,58% em 2018. Já a Suécia é de 42,7%, França 45,2% e Itália, por exemplo 43,6%

Gastos do Governo
Os gastos do governo compõem-se de gastos correntes e de investimento.

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 Os gastos correntes ou de custeio incluem: consumo do governo (pagamento dos funcionários e


despesas com energia elétrica, materiais, telefone); previdência social e juros (pagamento de juros tanto
da dívida interna como da externa).
 No caso brasileiro, há basicamente três grandes componentes dos gastos correntes do governo:
▲Juros da dívida pública (interna mais externa): em 2005 chegaram a R$157,146 bilhões; em 2009
foram de R$ 169,14 bilhões, em 2012 R$195 bilhões, em 2014, R$ 243 bilhões. Em 2015 foram de
R$367,6 bilhões, um crescimento expressivo em relação ao montante gasto em 2014. Em 2017 esses
gastos totalizaram R$ 328,14 bi, diminuindo em função da redução da taxa Selic. Em 2018 esses gastos
totalizaram R$ 342,67 bilhões.

Dívida Pública
A dívida pública, que inclui tudo o que o governo deve a credores dentro e fora do país, subiu 8,15% em
2014; de R$ 2,12 trilhões para R$ 2,29 trilhões em 2014. Em 2015 fechou em R$2,79 trilhões, um
aumento de 21,3% em relação a 2014. Em 2017 a dívida pública cresceu 14,3% em relação a 2016,
fechando em R$ 3,55 trilhões. Em 2018 a dívida pública fechou em R$ 3,87 trilhões, uma alta de 8,9%
em relação a 2017 e o maior patamar da série histórica, que começou em 2004.
.

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 Segundo os dados do Tesouro Nacional, nos últimos dez anos a dívida pública mais que dobrou:
em 2007, o estoque de dívida estava em R$ 1,33 trilhão, subindo para R$ 3,55 trilhões em 2017. Em
2015 a dívida fechou em R$2,79 trilhões, em 2016 R$ 3,11 trilhões, um aumento de 11,42%. Em 2017
fechou em R$ 3,55 trilhões, um aumento de 14,3% em relação a 2016.
 No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional em 2014 foi registrado um
aumento, de 7,32%, totalizando R$ 2,18 trilhões. Em 2015, o aumento foi de 21,3%, totalizando R$2,65
trilhões. Em 2017 houve um aumento de 14,43% em relação a 2016, totalizando R$ 3,43 trilhões.
 Já no caso da dívida externa brasileira, resultado da emissão de títulos da dívida no mercado
internacional e de contratos firmados no passado, o governo contabilizou uma queda de 0,09% em 2017,
para R$ 123,78 bilhões. A redução da dívida externa foi de R$2,73 bilhões.
 Ressaltando que a dívida pública é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit
orçamentário do governo. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é

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chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é
classificada como externa.

Gastos do Governo
▲ Gastos com funcionários públicos: entre 1995 e 2016, o número de servidores públicos ativos nas
três esferas administrativas cresceu 82,4% passando de 6,26 milhões para 11,5 milhões. Isso fez com que
o gasto anual com funcionalismo ultrapassasse 10% do PIB. Em 2017, o pagamento desses salários
consumiu R$ 725bilhões, uma alta de 48% em dez anos.

▲ A Previdência Social:
Os gastos públicos com a Previdência só aumentam. Com uma população, em média, mais jovem, o
Brasil tem gasto semelhante ao da Espanha e superior a Suíça, a Austrália e Reino Unido com a
previdência.
Além disso, é muito baixa a procura por planos de aposentadoria privada, que atendem a apenas 1,7% da
população em idade de trabalho, ante 57,7% no México e 73,7% no Chile.
O Regime Geral de Previdência Social fechou 2017 com um déficit nominal de R$ 182,4 bilhões. Já em
2018, o déficit foi de R$ 195,2 bilhões, um aumento de 7% em relação a 2017.

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 Quanto aos gastos com investimentos, que dizem respeito aos gastos do governo brasileiro com o
objetivo de aumentar a capacidade de geração de bens e serviços no país, tais como: construção de
estradas, rodovias, escolas, hospitais, hidrelétricas diminuíram nos últimos anos, conforme mostra a
figura abaixo:

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Em 2018 o governo gastou com investimento, o montante de R$ 27,877 bilhões, o equivalente a 0,4%
do PIB.

Analisando a evolução dos gastos públicos no Brasil, chega-se a seguinte situação:


▲ Os gastos correntes, que se situavam ao redor de 20% do PIB na década de 70, passaram a ser
superiores a 30% do PIB;
▲ Já os gastos com investimentos diminuíram de 3,5% do PIB, na década de 70, para níveis um pouco
superior a 1% do PIB nos dias de hoje.
Entre 2000 e 2017, a média anual do investimento público no Brasil foi de apenas 1,92% do PIB, a
segunda mais baixa entre um grupo de 42 países, de acordo com levantamento do Observatório de
Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). No período,
apenas na Costa Rica o governo investiu menos - 1,87% do PIB.

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Evolução das Contas Públicas:

Superávit x Déficit Público


 O déficit está associado à necessidade de financiamento do setor público.
 Há déficit público quando os gastos do governo superam a sua arrecadação, já quando a
arrecadação supera os gastos, temos superávit público.
 Há dois conceitos de déficit (ou superávit): Conceito Primário e Conceito Nominal.

Conceito Primário: nas despesas, não considerada o pagamento de juros.


Conceito Nominal: considera o pagamento de juros.

O governo central registrou déficit primário de R$ 124,401 bilhões em 2017, um rombo menor que o
saldo negativo de R$ 161,276 bilhões de 2016. O déficit de 2017 correspondeu a 1,9% do PIB. Em 2018

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o déficit foi de R$120,3 bilhões. Foi o cinco ano consecutivo de resultado negativo nas contas públicas.
Já o déficit nominal do setor público somou R$ 511,408 bi  em 2017, correspondendo a 9% do PIB. Já em 2018 o
déficit nominal foi de R$ 493,081% ou 7,49% do PIB.

Déficit Público
Numa situação de déficit público, o governo procura financia-lo das seguintes maneiras:
1). Aumento de tributos, criando novos tributos e aumentando a alíquota dos já existentes,
2). Cortes nos gastos previstos no orçamento federal,
3). Emissão de Moeda,
4). Lançamento de títulos públicos.

Depois da leitura do material acima, responda as questões abaixo:


1). O que é Política Fiscal?
2). Quais são os três tipos básicos de tributos? Diferencie-os.
3). O que é um imposto direto? Explique e cite dois exemplos.
4). O que é um imposto indireto? Explique e cite dois exemplos.
5). Como fica a distribuição da receita entre as três esferas do setor público? Qual é o
estado que mais arrecada tributos?
6). Quais são os principais gastos correntes do governo brasileiro? Explique.
7). O que são os gastos de investimentos? Explique e exemplifique.
8). Analise e comente a evolução dos gastos públicos no Brasil.
9). O que é superávit público? E o déficit público? Explique.
10). O que é o conceito primário e o que é o que conceito nominal? Explique.

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