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Hudson Goto
Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Maringá. Possui MBA em Gerenciamento de Pro-
jetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/ISAE) e especialização em Patologia das Construções pela Univer-
sidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Construção Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR). É integrante do grupo de pesquisa em Patologia
e Reabilitação das Construções. Atualmente, é engenheiro civil de manutenção de usinas da Companhia Para-
naense de Energia (COPEL), atuando, principalmente, nos seguintes temas: segurança de barragens, análise de
instrumentação civil e manutenção de barragens de usinas hidrelétricas. Possui experiência em construções civis
residenciais, comerciais e de saneamento, participando das etapas de elaboração de orçamentos, planejamen-
to, controle e execução de obras.
Design Instrucional
Rodolfo Rodrigues Projeto Gráfico
Vinícius Abreu NT Editora
Revisão Capa
Ricardo Moura NT Editora
Mariana Carvalho
Ilustração
Editoração Eletrônica Rodrigo Souza
Nathália Nunes
Goto, Hudson.
Instalações prediais de esgoto e águas pluviais. / Hudson Goto
– 1. ed. – Brasília: NT Editora, 2018.
88 p. il. ; 21,0 X 29,7 cm.
ISBN 978-85-8416-272-7
ÍCONES
Prezado(a) aluno(a),
Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do material
didático. A presença desses ícones o ajudará a compreender melhor o conteúdo abor-
dado e a fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:
Saiba mais
Esse ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que
você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-
ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.
Importante
O conteúdo indicado com esse ícone tem bastante importância para seus es-
tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.
Dicas
Esse ícone apresenta dicas de estudo.
Exercícios
Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.
Exercícios
Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.
Bons estudos!
Sumário
1 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO – PARTE I����������������������� 7
1.1 Projetos de instalações prediais de esgoto sanitário�������������������������������������������������� 7
1.2 Norma técnica e sistemas de coleta e transporte de esgoto sanitário���������������12
1.3 Sistemas de ventilação���������������������������������������������������������������������������������������������������������23
GLOSSÁRIO�������������������������������������������������������������������������������������������������������� 86
BIBLIOGRAFIA��������������������������������������������������������������������������������������������������� 87
4 NT Editora
APRESENTAÇÃO
Caro(a) estudante,
Uma edificação pode ser formada por diversas partes, que devem relacionar-se entre si, atin-
gindo o seu bom funcionamento. Uma dessas partes são as instalações hidrossanitárias, que devem
ser estudadas desde o seu funcionamento básico até a sua execução. Por isso, é muito importante que
este conhecimento seja adquirido, para que o profissional possa tomar as decisões necessárias para o
bom andamento dos trabalhos.
Assim, neste material você terá a oportunidade de adquirir os conhecimentos necessários para
a sua vida profissional, que farão com que você desenvolva bons trabalhos no futuro. Na parte inicial,
serão apresentados alguns conceitos básicos de hidráulica que servirão de base para o entendimento
da sequência do conteúdo. Cada lição apresentará a referência normativa adotada no Brasil e os pro-
cedimentos básicos para o desenvolvimento de projetos de cada etapa, oferecendo condições de um
completo aprendizado.
Ao final deste curso, você estará apto a conhecer os fundamentos básicos de hidráulica, os sis-
temas de abastecimento de água fria, de esgotamento sanitário, de águas pluviais, de proteção contra
incêndio e de gás, desenvolvendo uma visão integrada dessas instalações em edificações, dimensio-
nando-os de acordo com as normas técnicas brasileiras (NBRs), podendo aplicá-los em obra civis. Da
mesma forma, você irá adquirir conhecimento para especificar e quantificar os materiais para a exe-
cução dessas instalações, bem como o supervisionamento e o controle de qualidade de execução de
instalações hidrossanitárias, o que diminuirá as manutenções corretivas.
Não perca tempo! Aproveite esta oportunidade de aprendizado! Este material é o início de uma
nova jornada em seu desenvolvimento e crescimento profissional, sendo apenas um marco inicial
para a sua carreira!
Bons estudos!
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Hudson Goto
Assim como as demais instalações, o sistema de esgoto sanitário predial também deve ser cui-
dadosamente elaborado e executado. Esse sistema garantirá o escoamento das águas utilizadas e dos
efluentes gerados, proporcionando bem-estar aos usuários. Agora vamos começar nossos estudos
com foco em etapas de concepção, projetos e seus documentos complementares. Estudaremos, ain-
da, as partes que constituem o sistema de coleta e transporte dos esgotos sanitários, bem como o seu
funcionamento e os cuidados que devem ser observados. Esses tópicos também servirão de base para
assuntos que apresentaremos mais adiante.
Objetivos
Ao finalizar esta lição, você deverá ser capaz de:
• conhecer os requisitos mínimos que as instalações prediais de esgotos sanitários devem pos-
suir, segundo a NBR 8160/1999;
• reconhecer os diferentes tipos de efluentes existentes no interior dos sistemas de esgoto,
bem como sua divisão de funcionamento;
• escolher os componentes e gerenciar as etapas de um projeto de instalação predial de esgo-
tos sanitários;
• compreender as diferenças entre os sistemas de coleta e transporte de esgotos sanitários pri-
mários e secundários de uma edificação;
• entender o princípio de funcionamento em instalações prediais de esgoto.
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Importante
Um problema que pode ocorrer com essas instalações é a contaminação da água consumida
pelos usuários, o que deve ser evitado com proteção no interior dos sistemas de suprimento,
como os ambientes receptores.
Portanto os fechos hídricos exercem a função de evitar que os gases no interior das tubulações
retornem para o ambiente, caso não se identifiquem eventuais rompimentos. Isso será garantido se as
variações das pressões no interior das instalações forem respeitadas, como será visto adiante.
• águas imundas: são aquelas que contêm dejetos (matéria fecal) e grande quantidade de
matéria orgânica instável, que pode entrar em processo de putrefação;
• águas servidas: são resultantes dos processos comuns de limpeza e lavagem de cozinhas,
banheiros e tanques.
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• águas residuárias industriais: podem ser orgânicas, tóxicas ou agressivas e inertes, depen-
dendo da atividade desenvolvida por cada indústria;
• águas de infiltração: são a parcela das águas do subsolo que penetra nas canalizações de es-
goto quando as juntas entre tubulações não possuem uma boa estanqueidade. Pode ser considerada,
em alguns casos, uma infiltração da ordem de 0,0002 a 0,0008 ℓ/s por metro de coletor.
Já quanto ao interior das instalações prediais de esgoto sanitário, a divisão apresenta, basica-
mente, os seguintes subsistemas:
Saiba mais
Você sabe como funciona uma estação de tratamento de esgotos (ETEs)? A finalidade desse
sistema é remover as impurezas físicas, químicas, biológicas e organismos patogênicos dos
efluentes gerados nas instalações prediais de esgoto, com o objetivo de adequá-los a uma
qualidade aceitável para que possam ser novamente lançados ao meio ambiente.
Podem ser divididos em três etapas: tratamento preliminar, tratamento secundário e tratamento
terciário. No tratamento preliminar, é feita a re-
moção de sólidos grosseiros e areia, passando
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Sobre a elaboração de projetos de instalações prediais de esgoto sanitário, esse processo de-
pende de uma série de exigências, que podem variar de um município para o outro. Apesar de, basica-
mente, o projeto ser fundamentado na NBR 8160/1999, as dimensões dos desenhos, escalas, plantas
baixas, diagramas e demais detalhes podem variar bastante.
Assim como nas demais instalações prediais vistas nas lições anteriores, podem-se considerar
as seguintes etapas para a elaboração de projetos de instalações de esgoto:
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• definição e localização das tubulações necessárias à ventilação das tubulações primárias;
• determinação, para cada trecho de tubulação, do número de unidades Hunter de contribuição;
• especificação dos materiais, dispositivos e equipamentos que serão utilizados;
• definição dos testes de recebimento;
• apresentação do projeto.
Canalizando o conhecimento
O conjunto de aparelhos sanitários, tubulações, conexões e acessórios tem qual função
dentro de uma instalação de esgoto sanitário?
Comentário: se você pensou na letra “c”, está correto! O aparelho sanitário é o primeiro
contato com o usuário, que depois conduzirá os efluentes para conexões e tubulações
subsequentes até o seu destino final, ou seja, o sistema de tratamento de esgoto privado
ou público.
Assim como apresentado anteriormente, a norma técnica que fornece diretrizes para as instala-
ções de esgoto sanitário é a NBR 8160/1999.
Termo Definição
Profundidade da camada líquida, medida entre
o nível de saída e o ponto mais baixo da parede
Altura do fecho hídrico ou colo inferior do desconector, que separa os
compartimentos ou ramos de entrada e saída
desse dispositivo.
Aparelho ligado à instalação predial e destinado
Aparelho sanitário ao uso de água para fins higiênicos ou a receber
dejetos ou águas servidas.
12 NT Editora
Caixa provida de desconector, destinada a rece-
Caixa sifonada
ber efluentes da instalação secundária de esgoto.
Trecho da tubulação compreendido entre a
última inserção de subcoletor, ramal de esgoto
Coletor predial
ou de descarga, ou caixa de inspeção geral, e o
coletor público ou sistema particular.
Tubulação da rede coletora que recebe contribui-
Coletor público ção de esgoto dos coletores prediais em qual-
quer ponto ao longo do seu comprimento.
Tubo ventilador vertical que se prolonga atra-
vés de um ou mais andares e cuja extremidade
Coluna de ventilação
superior é aberta à atmosfera, ou ligada a tubo
ventilador ou a barrilete de ventilação.
Dispositivo provido de fecho hídrico, destinado a
Desconector vedar a passagem de gases no sentido oposto ao
deslocamento do esgoto.
Simples número que serve como designação
para projeto e para classificar, em dimensões, os
Diâmetro nominal (DN) elementos das tubulações, e que corresponde,
aproximadamente, ao diâmetro interno da tubu-
lação em milímetros.
Despejo proveniente do uso da água para fins
Esgoto sanitário
higiênicos.
Conjunto de tubulações e dispositivos onde há
Instalação primária de esgoto acesso para os gases provenientes do coletor
público ou dos dispositivos de tratamento.
Conjunto de tubulações e dispositivos onde não
Instalação secundária de esgoto há acesso para os gases provenientes do coletor
público ou dos dispositivos de tratamento.
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Em relação ao sistema de coleta e transporte do esgoto sanitário, existem dois tipos: o primário
e o secundário.
O esgoto sanitário primário desenvolve-se do trecho entre o ponto no qual se localiza o des-
conector (fecho hídrico) até o coletor público, compreendendo o seguinte:
Os aparelhos sanitários, basicamente, são responsáveis por coletar os dejetos, propiciando uma
utilização confortável e higiênica para o usuário. Entre esses aparelhos, podemos citar, por exemplo,
Segundo a NBR 8160 (ABNT 1999), os aparelhos sanitários devem possuir algumas característi-
cas, como:
• impedir a contaminação da água potável, por meio de retrossifonagem ou conexão cruzada;
• permitir o acesso e a manutenção adequados;
• oferecer ao usuário um conforto adequado à sua finalidade.
As bacias ou vasos sanitários, que recebem os dejetos humanos, são dotados de fecho hídrico
próprio, podendo ser divididos em dois tipos:
• comuns ou não aspirantes: nesse tipo, a ação da água de lavagem é responsável por provo-
car o arrastamento dos despejos. Podem ser de sifão externo ou sifão interno;
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• autoaspirantes ou autossifonados: nessas situações, o arraste dos despejos, além de ser
provocado pelas descargas da água de lavagem, é reforçado por uma aspiração ocasionada pela dis-
posição dos canais internos ao vaso. Não possuem abertura para ligação do tubo ventilador. Podem,
ainda, ser de dois tipos: com canal dianteiro e com canal posterior.
Saiba mais
Você sabe como e quando surgiram as bacias sanitárias? Na Roma Antiga, há registros da existên-
cia de banheiros públicos, e, normalmente, as bacias sanitárias eram separadas dos locais de ba-
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nho. Muitas vezes, esses locais eram usados para realizar debates, combinar banquetes e discutir
política. Esses banheiros públicos eram chamados de latrinae. A latrina pública era composta de
uma bancada de pedra com vários buracos, onde as pessoas faziam suas necessidades básicas.
Como exemplo, podemos citar os ralos e as caixas sifonadas, os vasos sanitários (que possuem
seu próprio fecho hídrico), os sifões e as caixas retentoras. Logo, os desconectores separam os esgotos
primários dos esgotos secundários. Esta figura explicita essas tipificações:
Exemplo de diferentes tipos de desconectores e seus fechos hídricos: a) ralo sifonado, b) vaso
sanitário e c) sifão para pia de cozinha
Como recomendação da NBR 8160 (ABNT, 1999), todo os aparelhos sanitários devem ser prote-
gidos por desconectores, podendo atender a um único aparelho isolado ou a um conjunto de apare-
lhos de uma mesma unidade autônoma, como é mostrado na figura a seguir.
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Instalação de esgoto sanitário de um banheiro, com a bacia sanitária (em azul) protegida por
desconector embutido na própria peça. Em vermelho, pia e ralo protegidos pelo desconector
do ralo sifonado
Os ralos e as caixas sifonados possuem um “septo” que resulta na formação de um fecho hídrico.
A desobstrução deles é feita por uma tampa removível no interior do ralo. Esses dispositivos recebem
águas de limpeza do piso e efluentes dos ramais de esgoto secundário dos aparelhos (exceto o vaso
sanitário), de um mesmo pavimento. Assim, eles são encaminhados aos tubos de queda pelos ramais
de esgoto primário. Em instalações prediais de esgoto, são normalmente fabricados em PVC. O con-
junto de figuras a seguir exemplifica cada um desses materiais.
A própria NBR 8160 (ABNT, 1999) cita que as caixas ou ralos sifonados podem ser utilizados para
a coleta de despejos de conjuntos de aparelhos sanitários como lavatórios, bidês, banheiras e chuvei-
ros de uma mesma unidade autônoma. Nos casos de coletas de águas de limpeza dos pisos, devem
ser providas de grelhas. Já para o caso das caixas sifonadas que coletam despejos de mictórios, es-
tas devem possuir tampas cegas, não podendo receber contribuições de outros aparelhos sanitários,
mesmo que providos de desconector próprio.
Esquema geral de uma instalação de esgoto sanitário, com destaque para os ramais de descarga,
esgoto, subcoletores e coletor predial
Ainda de acordo com a NBR 8160 (ABNT, 1999), é vedada a ligação de ramais de descargas ou
de esgoto através de inspeção existente em joelho ou curva ao ramal de descarga de bacia sanitária.
Importante
Os tubos de queda devem, sempre que possível, ser executados em um único alinhamento,
podendo ser feitos desvios com peças formando ângulo central igual ou inferior a 90º, mas,
preferencialmente, com curvas de raio longo, ou duas curvas de 45º. O referido processo está
detalhado na figura a seguir.
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Tubos de queda – diferentes tipos de desvios da direção vertical para a horizontal: a) ângulo
central igual ou inferior a 90º, b) curva de raio longo e c) duas curvas de 45º
Em relação ao coletor predial e aos subcoletores, estes devem, preferencialmente, ser sempre
retilíneos. Caso necessário, os desvios devem ser feitos sempre com peças com ângulo central igual ou
inferior a 45º, seguidos de peças que permitam a sua inspeção, prevendo situações de obstrução do
fluxo nessas regiões. No tocante às declividades dos trechos horizontais, estas devem ser as mesmas
citadas anteriormente, respeitando o valor máximo de 5% (ABNT, 1999).
As tubulações de esgoto podem sofrer desvios, na horizontal, somente por meio de peças com
ângulo central igual ou inferior a 45º. Desvios na horizontal com ângulos de 90º devem ser executados
mediante o emprego de dispositivos de inspeção (caixas de inspeção ou poços de visita). Quanto às
mudanças de direção da horizontal para a vertical e vice-versa, estas podem ser feitas com peças com
ângulo central igual ou inferior a 90º (ABNT, 1999), tal qual se observa nesta figura:
As caixas de gordura, com a finalidade de reter os materiais gordurosos presentes nos efluentes
do esgoto sanitário, possuem um “septo” para proteção da saída da caixa, que retém, a montante e
na sua superfície, o material gorduroso. Posteriormente, esse material é recolhido, periodicamente,
através da abertura do tampão, conforme se demonstra na figura.
Dica
Em relação à vedação, esta deve ser adequada para evitar a penetração de insetos, pequenos
animais, águas de lavagem de pisos ou águas pluviais, conforme recomenda a NBR 8160 (ABNT,
1999).
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Caixa de inspeção em concreto (a) com detalhamento interno (b). Caixa de inspeção em PVC (c)
Segundo a NBR 8160 (ABNT, 1999), para garantir o acesso adequado ao sistema de esgoto sani-
tário, devem-se respeitar algumas condições básicas, como:
• a distância entre dois dispositivos de inspeção não deve ser superior a 25,0 m;
• a distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de inspeção mais
próximo não deve ser superior a 15,0 m;
• os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga e de esgoto de bacias sanitárias, caixas
de gordura e caixas sifonadas, medidos entre eles mesmos e os dispositivos de inspeção, não devem
ser superiores a 10,0 m.
Importante
Conforme citado anteriormente, e ainda de acordo com a NBR 8160 (ABNT, 1999), os desvios,
as mudanças de declividade e a junção de tubulações enterradas devem ser feitos mediante o
emprego de caixas de inspeção ou de poços de visita.
No interior das tubulações, a forma de escoamento dos efluentes pode variar, dependendo do
trecho a ser analisado. Nos trechos horizontais, como os ramais de descarga e de esgoto, subcoletores
e coletores, considera-se que o escoamento ocorre como em canais livres. Já nos trechos verticais,
como nos tubos de queda, o escoamento é do tipo anular, ou seja, uma lâmina de água escoa pelas
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paredes da tubulação em forma de anel e, no seu interior, tem-se escoamento de ar, conforme de-
monstrado na figura seguinte.
Tubulação horizontal — escoamento em canal livre (a). Tubulação vertical —escoamento anular (b)
Canalizando o conhecimento
De acordo com a planta baixa de um banheiro, mostrada na figura abaixo, identifique os
trechos e os componentes indicados como A, B, C e D.
Comentário: se você pensou na letra “b”, está correto! O trecho A corresponde ao ramal
de descarga ou secundário proveniente da pia do banheiro. O ponto B refere-se ao ralo
sifonado, que possui o desconector que protege a pia contra o retorno de gases da tubu-
lação. O ponto C é o tubo de queda, proveniente exclusivamente do ramal de esgoto do
vaso sanitário. E, por fim, o ponto D é o tubo de ventilação, que tem a função de equilibrar
a pressão interna da tubulação, fazendo a ligação com a pressão atmosférica.
22 NT Editora
1.3 Sistemas de ventilação
A ventilação em uma tubulação de esgoto sanitário é importante para a manutenção do fecho
hídrico dos aparelhos sanitários, evitando que ele se rompa. Esse fenômeno pode ocorrer pelo arraste
da água, em virtude da diferença entre a pressão atmosférica (Patm) e a pressão interna (Pinterna) que
ocorre durante esse movimento. Se a pressão interna na tubulação for menor do que a pressão atmos-
férica, o escoamento deixa de ser do tipo canal livre, como apresentado na próxima figura, passando
a escoar de forma forçada (conduto forçado). Isso provocará a formação de uma região de sucção a
montante do escoamento, provocando a quebra ou perda do fecho hídrico do desconector, permitin-
do, assim, a entrada dos gases formados a jusante da tubulação, como demonstrado a seguir.
Para evitar que eses fenômenos ocorram nas tubulações de esgoto, deve-se instalar um ramal
de ventilação, logo a jusante dos desconectores, ligando-o a um tubo vertical aberto à atmosfera (co-
luna de ventilação). Assim, a pressão interna será igual à pressão atmosférica, evitando a formação da
região de sucção e a perda do fecho hídrico, permitindo que o escoamento a jusante se desenvolva de
forma livre, o que é elucidado na figura seguinte.
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24 NT Editora
A figura seguinte detalha uma estrutura de sistema de ventilação.
Na tubulação de ventilação, considera-se que o escoamento dos gases ocorre sob regime per-
manente e forçado. Assim, o projeto do sistema de ventilação deve ser feito de modo a impedir o
acesso do esgoto sanitário ao seu interior.
De acordo com a NBR 8160 (ABNT, 1999), a extremidade aberta do tubo ou coluna de ventila-
ção deve respeitar alguns requisitos, como:
• não deve estar situado a menos de 4,0 m de qualquer janela, porta ou vão de ventilação, salvo
se elevado pelo menos 1,0 m das vergas dos respectivos vãos;
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• deve situar-se a uma altura mínima igual a 2,0 m acima da cobertura, no caso de laje utilizada
para outros fins além da cobertura; caso contrário, essa altura deve ser no mínimo igual a 0,30 m;
• deve ser devidamente protegida nos trechos aparentes contra choques ou acidentes que
possam danificá-la;
• deve ser provida de terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça a entrada das
águas pluviais ao tubo de ventilação.
Prumada:
direção
vertical,
determinada
pela linha de
prumo.
Importante
O tubo ou coluna de ventilação deve ser vertical, preferencialmente em uma única prumada. As
mudanças de direção devem ser feitas com curvas com ângulos centrais não maiores do que 90º
e aclive mínimo de 1%.
Canalizando o conhecimento
Sobre as definições para o sistema de ventilação, assinale a alternativa incorreta.
Comentário: se você pensou na letra “b”, está correto! Pois, na definição de barrilete de
ventilação, a tubulação horizontal aberta para a atmosfera é o local onde são conectadas
as colunas de ventilação.
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Resumindo
Nesta parte do estudo, vimos como funcionam as instalações prediais de esgoto sanitário, que
são padronizadas pelas recomendações descritas na NBR 8160 – Sistemas prediais de esgoto sani-
tário – Projeto e execução (ABNT, 1999). Aprendemos que um bom sistema deve permitir o rápido
escoamento dos efluentes gerados em direção à rede de esgoto urbana para seu posterior tratamen-
to, evitando desconforto aos usuários da edificação. Sendo assim, é imprescindível uma elaboração
cuidadosa do projeto e das demais documentações necessárias para o funcionamento adequado do
sistema de esgoto predial.
De todos os cuidados que devem ser tomados durante a execução desse tipo de instalação,
pode-se destacar a questão da manutenção dos fechos hídricos, como forma de evitar que os gases
formados ao longo das tubulações retornem para os ambientes de origem, causando mau cheiro. Por
isso, o sistema de ventilação deve ser planejado e executado cuidadosamente, evitando tal situação.
Parabéns,
você fina-
lizou esta
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lição!
Agora
responda
às questões
ao lado.
III. Impedir que os gases formados retornem para os aparelhos sanitários e as áreas de
utilização.
a) I e II estão corretas.
d) I, II e IV estão corretas.
Questão 2 – Águas residuárias domésticas, que contêm dejetos (material fecal) e gran-
de quantidade de matéria orgânica instável, com possibilidade de sofrer processos de pu-
trefação, são de qual tipo de água?
a) Água percolada.
b) Água de infiltração.
d) Água de chorume.
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Questão 3 – De acordo com os tipos de águas que podem ser lançadas nas instalações
de esgoto sanitário, analise os itens seguintes.
III. Parcela de águas do subsolo que penetra nas canalizações de esgoto pelas juntas das
tubulações.
a) Caixa de gordura.
b) Caixa de inspeção.
c) Caixa sifonada.
d) Caixa coletora.
a) válvula de retenção.
b) válvula de Hunter.
c) fecho hídrico.
d) registro de descarga.
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Questão 9 – O desconector destinado a receber os efluentes do sistema predial de es-
goto sanitário provenientes de cozinhas é denominado:
a) caixa de gordura.
b) caixa de passagem.
c) ralo.
d) subcoletor.
a) a extremidade aberta de um tubo ventilador primário deve estar a uma altura mínima
de 2,0 m acima da laje utilizada para outros fins além de cobertura.
c) a mudança de direção no tubo de ventilação primária deve ser feita por meio de cur-
vas de ângulo central não maior do que 90º, e com aclive mínimo de 0,5%.
d) a extremidade aberta de um tubo ventilador primário não deve estar a menos de 4,0
m de qualquer janela, exceto se elevada em pelo menos 6,0 m em relação às vergas dos
respectivos vãos.
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