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_________________________________________________________23 de Maio de 2009

Imagine como deve ser

Judith LeBlanc

Imagine que as pessoas nunca falam directamente consigo mas


conversam sobre si na sua presença

Imagine que as crianças se riem de si na rua e que os adultos o


olham e falam sobre si em voz baixa e nas suas costas

Imagine que as pessoas o levam de braço dado pela rua sem nunca
lhe dizerem exactamente aonde vão

Imagine que não lhe é permitido ir sozinho a nenhum lugar

Imagine que os professores só lhe fazem perguntas do género -


“Que cor é esta?” ou “Mostra-me o teu nariz” – mesmo quando você
já tem mais de 18 anos

Imagine que as suas tentativas de fazer algo acabam sempre por ser
interrompidas por alguém que as faz por si

Imagine que está doente e que ninguém se dá conta disso

Imagine que ouve constantemente as pessoas a discutirem entre si


sobre o que você pode ou não pode fazer

Imagine que é um adulto mas que todos se referem a si como se


fosse uma criança

Imagine que as pessoas lhe dizem constantemente o que fazer, sem


nunca conversarem consigo sobre isso

Imagine que as pessoas só esperam de si comportamentos


desadequados

Imagine que não lhe é permitido tomar qualquer decisão pessoal

Este é o mundo em que vivem muitas das pessoas com PEA,


nomeadamente as que, duma forma recorrente, se manifestam
através de comportamentos desadequados!

Se você fosse tratado assim, como é que reagiria?

Eu, provavelmente, reagiria duma forma desadequada…

C.F.N. Herculano Castro 1


Natália Correia

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