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Técnicas de meditação versus oração cristã.

Tem sido recorrente ouvir as mais variadas opiniões e


interpretações sobre a eventual conexão entre cursos de
espiritualidade zen, budismo, yoga, reiki e mindfulness com a
tradição cristã de oração ou meditação.

Desde os que separam estas tradições considerando-as opostas,


aos que as ousam conciliar como forma de complemento,
enriquecimento ou eventual preparação para uma mais tranquila
relaxação na busca da paz e tranquilidade, desde o ser praticada
em locais diferentes, ginásios, espaços abertos com paisagens
verdejantes, salas do hotel ou anexos de igrejas católicas.
Se é defendido que o silêncio, a concentração e um estado de
espirito tranquilo são essenciais para propiciar um tempo de
oração, também é afirmado e reconhecido haver alguns pontos
incompatíveis entre o cristianismo e a essência das outras
religiões orientais, cujo sincretismo e concepção de adoração às
suas divindades é radicalmente oposta e contrária aos
ensinamentos do Catecismo da Igreja Católica.
1. A oração cristã procura o encontro com Deus, conhecer a Sua
vontade, e não um mergulhar no seu próprio interior e
encontrar-se consigo mesmo;

2. A oração cristã não busca só um estado de bem-estar


emocional ou físico, nem auto ajuda ou equilíbrio pessoal, mas
sim a presença amiga de Deus Pai que sempre espera o regresso
do filho pródigo;

3. A oração cristã não recorre a mestres ou gurus, na vida


contemplativa orante cristã só Jesus Cristo é o Caminho, a
Verdade e a Vida, é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o
Filho de Deus encarnado que veio ao mundo para nos salvar.
Ninguém vai ao Pai a não ser por Ele;
4. Na oração cristã procura-se a identificação com Deus criador e
salvador, há todo um envolvimento sobrenatural, que plasma a
criatura e a leva a identificar-se com a transcendência, Alfa e
Ómega, princípio e fim, que dá sentido à caminhada da vida
rumo à eternidade ou pátria celeste.

Caminhos tão diferentes quanto opostos, não podemos


confundir ou tão pouco equiparar nem os meios, nem os fins.
Com todo o respeito pelos gostos, crenças e objectivos a atingir,
há que saber distinguir para pode optar com clareza de ideias e
de ideais, sem nunca esquecer que a liberdade implica
responsabilidade e em matéria religiosa ser e não ser, acreditar e
não praticar, relativizar ou improvisar pode colocar em perigo a
salvação da alma ou a santidade, ambições frequentes na vida
dum cristão que sabe estar chamado à santidade, um privilégio
de quem acredita nos ensinamentos da Santa Madre Igreja e nas
palavras do Santo Padre, nomeadamente na sua Exortação
Apostólica sobre a chamada à Santidade no mundo actual -
Gaudete et exsultate – Alegrai-vos e exultai.

Balthazar Vilanueva

Sociólogo e Investigador

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