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WI-FI: DEFINIÇÃO E TÉCNICAS DE MODULAÇÃO

Antonio José Portela de Jesus Santos – antoniojoseportela@yahoo.com.br


Universidade Federal do Maranhão
Fabrício Pereira Moraes – fabriciomoraes.eng@hotmail.com
Universidade Federal do Maranhão
Paulo Henrique Cardoso da Cunha – henriquec1314@gmail.com
Universidade Federal do Maranhão

Resumo: Este trabalho aborda o tema Wi-Fi, trazendo as definições e as técnicas de


modulação utilizadas para a transmissão de dados via wireless, além dos esquemas de
transmissores e receptores utilizados em cada uma das técnicas.

Palavras-chave: Wi-Fi, Modulação, Dados, Transmissores, Receptores.

1. INTRODUÇÃO

Com o passar das décadas desde o surgimento dos primeiros computadores digitais,
houve muitas mudanças. Mudanças que vão desde a tecnologia empregada até a forma
de interconectar os computadores. A conexão predominante antigamente era a via cabo,
porém este tipo de conexão conta com algumas limitações como a restrição de
movimentação do computador até o limite do tamanho do cabo além de que quanto
maior o cabo, maior é a atenuação do sinal.
Também são observadas limitações para passagem de cabos em prédios e
residências. Além de que os cabos podem se romper causando transtornos e gastos
excessivos com manutenção. Com o surgimento das redes sem fio (wireless) Wi-Fi,
muitas limitações puderam ser contornadas. Este trabalho busca explicar como funciona
este tipo de conexão que é de grande importância para as conexões móveis da
atualidade.

2. DEFINIÇÃO

Wi-Fi é um conjunto de especificações para redes locais sem fio (WLAN


- Wireless Local Area Network) baseada no padrão IEEE 802.11. O nome "Wi-Fi" é tido
como uma abreviatura do termo inglês "Wireless Fidelity", embora a Wi-Fi Alliance,
entidade responsável principalmente pelo licenciamento de produtos baseados na
tecnologia, nunca tenha afirmado tal conclusão. É comum encontrar o nome Wi-Fi
escrito como WiFi, Wi-fi ou até mesmo wifi. Todas estas denominações se referem à
mesma tecnologia.
A flexibilidade do Wi-Fi é tão grande que se tornou viável a implementação de
redes que fazem uso desta tecnologia nos mais variados lugares, principalmente pelo
fato de as vantagens citadas no parágrafo anterior muitas vezes resultarem em
diminuição de custos. Assim sendo, é comum encontrar redes Wi-Fi disponíveis em
hotéis, aeroportos, rodoviárias, bares, restaurantes, shoppings, escolas, universidades,

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escritórios, hospitais, etc. Para utilizar estas redes, basta ao usuário ter um laptop,
smartphone ou qualquer dispositivo compatível com Wi-Fi.

3. TÉCNICAS DE MODULAÇÃO

O principio das técnicas de modulação utilizado em redes Wi-Fi é baseada no


espalhamento espectral, cujo objetivo é aumentar a quantidade de bits utilizados para
transmitir uma mesma informação, de modo espalhar o espectro de frequência do sinal.
Desta forma, aumenta-se a banda de frequência na qual o sinal é transmitido.
Normalmente, utiliza-se um código de espalhamento que é multiplicado pelos bits de
informação. O fato de espalhar o sinal na frequência proporciona uma série de
vantagens que melhoram consideravelmente o desempenho de transmissão, listadas a
seguir:
➢ Imunidade a ruídos e interferências;
➢ Imunidade a distorções devido à multipercursos;
➢ Imunidade a interferências e de desvanecimentos de banda estreita;
➢ Diversos usuários podem compartilhar a mesma banda de frequência,
com baixa interferência;
➢ Podem ser usados para a criptografia dos sinais;
A seguir, suas técnicas de espalhamento espectral serão mais detalhadamente
analisadas.

3.1 – Espalhamento espectral por sequência direta – (DSSS – Direct Sequency


Spread Spectrum)

De acordo com esta técnica de espalhamento, os bits de informação são


multiplicados por uma sequência de espalhamento chamada de sequência de Barker de
11 chips que é dada por (1 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0). Desta forma, por exemplo, em um dos
modos de DSSS utilizados, tem-se que cada bit do sinal original passa a ser
representado no sinal a ser transmitido por 11 chips. Esta modulação aumenta a banda
de frequência ocupada pelo sinal, o que significa o espalhamento deste sinal na
frequência.
A Figura 1 mostra o como é feito o espalhamento do sinal no tempo.
Posteriormente, a Figura 2 mostra os espectros de frequência do sinal antes e depois do
espalhamento.
Após ser espalhado, o sinal é modulado em uma portadora. Normalmente, são
usados dois esquemas de modulação para DSSS, que são o DBPSK (Differential Binary
Phase Shift Keying) que permite uma taxa de 1Mbps e o uso de DQPSK (Differential
Quadrature Phase Shift Keying) que permite uma taxa de 2Mbps.

Figura 1 – Espalhamento do sinal no tempo.

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Figura 2 – Espalhamento do sinal do ponto de vista do espectro de frequência.

3.1.1 – Transmissor DSSS

No transmissor, há duas etapas de processamento. A primeira é formada pelo bloco


do modulador-produto, que recebe dois sinais: a sequencia de dados da mensagem b(t)
e o código PN c(t) . Já a segunda etapa é constituída pelo bloco modulador
binário PSK, cujos sinais de entrada são o sinal gerado do modulador m(t) e a
portadora. A saída do modulador é o sinal a ser transmitido x(t) , cuja largura de
banda é maior que o sinal original. A Figura 3 mostra o diagrama de blocos do
transmissor DSSS.

Figura 3 – Diagrama de blocos do transmissor DSSS.

3.1.2 – Receptor DSSS

O receptor DSSS tem o objetivo de recuperar o sinal enviado, eliminando a


codificação existente sobre o sinal de entrada do receptor. Para isso, o sinal recebido
y(t) é submetido a um modulador-produto em conjunto com o código PN gerado
localmente c(t) . O sinal resultante é inserido em um detector coerente, juntamente
com uma portadora. O sinal obtido é próximo à mensagem desejada b(t). A Figura 4
mostra o diagrama de blocos do receptor DSSS.

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Figura 4 – Diagrama de blocos do receptor DSSS.

3.2 – Multiplexação ortogonal por divisão de frequência (OFDM - Orthogonal


Frequency Division Multiplexing)

A técnica OFDM consiste na transmissão paralela de dados em diversas


subportadoras com modulação QAM ou PSK e taxas de transmissão por subportadora
tão baixas quanto maior o número destas empregadas.
A redução na taxa de transmissão (aumento na duração dos símbolos transmitidos
em cada subportadora) implica uma diminuição da sensibilidade à seletividade em
frequência (dispersão no tempo) causada por multipercurso. Além disso, a utilização de
símbolos ciclicamente estendidos torna a técnica de modulação OFDM ainda mais
eficaz no combate a desvanecimentos desta natureza.
Em princípio, a geração direta e a demodulação do sinal OFDM requerem
conjuntos de osciladores coerentes, resultando numa implementação complexa e cara,
particularmente quando o número de subportadoras é elevado. Entretanto, esses
processos de modulação e demodulação podem ser executados de forma mais simples
utilizando-se respectivamente algoritmos IFFT (Inverse Fast Fourier Transform) e FFT
(Fast Fourier Transform).

3.2.1 – Transmissor OFDM

O princípio básico da OFDM é a conversão de um fluxo de dados serial de taxa de


transmissão elevada em múltiplos sub-fluxos paralelos de taxa de transmissão baixa. Por
exemplo, um conjunto de símbolos seriais é transformado em um símbolo OFDM,
representando dados em paralelo. Após a conversão serial-paralelo, cada sub-fluxo de
dados é modulado em uma subportadora. A Figura 5 ilustra o diagrama de blocos do
transmissor OFDM.

Figura 5 – Diagrama de blocos do transmissor OFDM.

3.2.2 – Receptor OFDM

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O processo de recepção do sinal OFDM é essencialmente o inverso do processo de
transmissão. Inicialmente, o sinal r(t) é submetido a uma demodulação em função
de ondas de seno e cosseno; o resultado será um sinal tal que, possui componentes cuja
frequência é o dobro da portadora. Então, será submetido a um filtro passa-baixa para
eliminar essas componentes. Posteriormente, os sinais são submetidos a um conversor
analógico-digital para obter as partes real e imaginária do sinal. Ao inserí-los em uma
operação de transformada rápida de Fourier, gera-se uma sequência de bits, cada uma
com subportadoras que passarão em um detector de símbolo para, enfim, gerar o sinal
desejado. A Figura 6 ilustra o diagrama de blocos do receptor OFDM.

Figura 6 – Diagrama de blocos do receptor OFDM.

4. CONCLUSÕES

Dado o exposto, vemos que as redes sem fio trazem bastante facilidade e
praticidade para as conexões de rede domésticas e corporativas, devido à flexibilidade,
já que pode agregar em rede dispositivos de várias naturezas, além do baixo custo de
instalação, operação e manutenção. Porém a segurança é um ponto de fraqueza, mas que
recebe bastante atenção por parte dos fabricantes dos dispositivos que operam esse tipo
de sistema.

O aumento da segurança contribui para a complexidade dos transmissores e


receptores e consequentemente dos processos de modulação e demodulação. Sendo
assim, entender esses processos é importante para melhorar cada vez mais os
transmissores e receptores sem depreciar a segurança e as características que
contribuem para a utilização do Wi-Fi nos dias atuais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PINTO, E. L.; ALBUQUERQUE, C. P. A TÉCNICA DE TRANSMISSÃO OFDM.


Revista Científica Periódica – Telecomunicações. 2002.
KUROSE, J. F. Redes de computadores e a internet: Uma abordagem tod-down. 5ª Ed.
Pearson Prentice Hall, 2010.
Wi-Fi e WiMAX I: CARACTERÍSTICAS DO WI-FI. Disponível em
<http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialww1/pagina_4.asp>. Acesso em 10 dez.
2019.

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