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ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - UFBA – DEE – 2006.

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PROF. KLEBER FREIRE DA SILVA
PARTE – 3C
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Acionamentos Elétricos
UFBA – DEE – 2006.1

Curvas de Conjugado – Velocidade de


cargas mecânicas
Parte-IIIC

Prof. Kleber Freire da Silva

 Curvas de Conjugado-Velocidade de cargas:

 As curvas de conjugado-velocidade das cargas são


necessárias para avaliação da adequação do acionamento,
considerando-se a inércia total do sistema, bem como para o
cálculo do tempo de aceleração do motor. A partir deste
estudos, são definidos os esquemas de proteção do motor e
da carga, os esquemas de reaceleração de plantas inteiras,
os esforços transmitidos às bases de fixação do
equipamento, os esquemas de frenagem e reversão de
velocidade.

 Curva de conjugado-velocidade de cargas mecânicas


 Conjugado constante: (praticamente independente da
rotação):
 Gruas, guinchos, guindastes, transportadores de correias sob
carga constante.

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 Conjugado variando linearmente com a rotação:


 Moínhos de rolos, bombas de pistão, plainas, serras para
madeira.

 Conjugado variando com o quadrado da rotação:


 Ventiladores, misturadores, centrífugas, bombas centrífugas,
exaustores, compressores.

 Conjugado variando inversamente proporcional à rotação:


(resulta em potência constante)
 Máquinas operatrizes como fresadoras e mandriladoras.

 Conjugado variando de forma não uniforme com a rotação:


(não se consegue modelar por uma função matemática)
 Fornos rotativos de grande porte.

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 C u rva s típica s de con ju gado -ve locidade de ca rgas:

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 Comparação das características de conjugado – velocidade


de diversos tipos de motores:

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 Curva de conjugado-velocidade de bombas


centrífugas:
 Para análise do formato da curva de conjugado versus
rotação de bombas centrífugas, admite-se que durante a
aceleração existem entre rotação, altura e vazão as mesmas
relações matemáticas existentes entre essas grandezas
quando a bomba está operando continuamente, com
velocidade constante ou variável.

 Para as bombas centrífugas a curva típica de conjugado-


velocidade é quadrática:

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 Curva de conjugado-velocidade de bombas


centrífugas:

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 Comentários do gráfico anterior:


 Curva O’A’B’P’ : Válvula de descarga (registro de

saída) fechado.
 Sem contra-pressão na linha de descarga, a bomba parte
em vazio até a velocidade de 100% (Ponto B’). Neste
ponto, o registro de saída vai sendo aberto lentamente e
o torque da bomba aumenta até o valor nominal no
ponto P’.

o Se a bomba partir com a válvula de descarga aberta,


a curva de conjugado-velocidade dependerá da
curva de perda de carga do sistema hidráulico.

 Curva O’A’P’: Registro de saída aberto, porém uma


válvula de retenção logo após ele.

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 Curva O’A’P’:
 A bomba parte com o registro de saída aberto, e
trabalha somente contra uma “altura estática” no
intervalo O’A’. Assim a bomba partirá como se estivesse
trabalhando com o registro de descarga fechado, até
atingir uma rotação que produza uma altura ou pressão
suficiente para abrir a válvula de retenção no ponto A’.
Desse ponto em diante a bomba começará a descarregar
no sistema através do segmento A’P’, aumentando
portanto a curva do conjugado resistente da bomba.

 Curva O’P’: Partida em carga.


 Considerando que o sistema é constituído “apenas de
perda de carga” e que o comprimento da linha seja
pequeno, facilitando o enchimento total da linha:

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 Assim, a curva de conjugado resistente da bomba é mais


elevada, percorrendo o seguimento O’P’. A bomba parte
portanto contra a pressão do sistema.

 Para uma tubulação de descarga muito comprida, o


tempo para acelerar toda a massa de liquido, e encher
toda a tubulação, torna-se muito maior que o tempo de
aceleração do motor (para que o motor atinja a
velocidade de regime permanente). Neste caso o
comportamento da bomba durante a aceleração torna-
se, para o motor, equivalente à partida da bomba com o
registro (válvula) de descarga fechado. Somente após
todo o enchimento da tubulação é que a bomba passaria
a operar contra a pressão do sistema (em carga
portanto).

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 Curva de conjugado-velocidade de ventiladores:
 Esta curva para os ventiladores e exaustores apresentam um
comportamento parabólico, típico de equipamentos
centrífugos e assemelhados:

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 Curva de conjugado-velocidade de ventiladores:

 Registro fechado:
 Ventilador parte com o Damper de saída fechado e portanto
em vazio. (Não impele o ar).

 Registro aberto:
 Ventilador parte com o Damper de saída aberto e portanto em
carga. (Impele o ar também durante o tempo de aceleração
até a velocidade nominal.)

A partida em vazio reduz a curva de conjugado-velocidade do


ventilador, melhorando as condições de partida para o
motor e assim reduzindo o tempo de aceleração.

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 Curva de conjugado-velocidade de compressores


 Compressores centrífugos tambémapresentamuma curva
parabólica:

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 Curva de conjugado-velocidade de compressores


 VAL-1: Válvula de aspiração.
 VAL-2: Válvula de recirculação ou alívio.
 VAL-3: Válvula de descarga.

 Curva “a”: Partida contra a pressão de operação (em


carga)
 VAL-1 Aberta
 VAL-2 Fechada
 VAL-3 Aberta

 Curva “b”: Partida em vazio:


 VAL-1 Aberta
 VAL-2 Aberta (Alivia para a atmosfera)
 VAL-3 Fechada

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 Curva “c”: Partida com estrangulamento da aspiração


(em vazio)

 VAL-1 Fechada (Não aspira)


 VAL-2 Aberta (Alivia para a atmosfera)
 VAL-3 Fechada

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 Curva de conjugado-velocidade de compressores


 Compressores rotativos

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 Curva de conjugado-velocidade de compressores


 Compressores de pistão ou do tipo recíproco:

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MÉTODOS CLÁSSICOS DE PARTIDA DE MOTORES:

 Métodos clássicos de partida de motores


 Partida com chave estrela-triângulo
 Para ser aplicado, o motor deve funcionar normalmente em
ligação triângulo (delta) e possuir os 6 terminais estatóricos
acessíveis de forma a poder ser ligado em estrela na partida.
Assim, cada em cada fase do motor é aplicada uma tensão
1/3 da tensão nominal da fase.
IL
IL
IF
VF
VF VL
Z IF VL
Z

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 M O TO R EM TR IÂN G ULO M O TO R EM ESTR ELA
VL
V F ( )  V L V F ( ) 
3
V F ( ) V L V F ( ) V
I F ( )   I F ( )   L
Z Z Z 3 .Z
V VL
I L (  )  I F (  ). 3  L . 3 I L ( )  I F ( ) 
Z 3 .Z
2
V  V 2
M P (  )  k .V F (  ) 2  k .V L 2 M P (  )  k .V F (  ) 2  k . L   k . L
 3 3
 Relações entre a ligação Triângulo e Estrela:
I L ( ) 1 I F ( ) 1 M p ( ) 1
  
I L ( ) 3 I F ( ) 3 M p ( ) 3

 O bserva-se que a corren te solicitada da rede (corren te de


linha I L ) é reduzida de 1/3. Porém , o con ju gado m otor
tam bém reduz de 1/3, podendo n ão partir da carga.

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 Curva de conjugado – velocidade e corrente-velocidade na


partida com chave Estrela-triângulo:

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 O motor parte com a curva em estrela. Quando ocorre o


cruzamento da curva do motor com a curva da carga (ponto
P’), o motor pararia de acelerar e a velocidade estabilizaria.
Neste momento é necessário comutar da ligação estrela
para a triângulo. O novo conjugado do motor será o ponto
P”. Haverá um novo pico de corrente devido à elevação
instantânea do conjugado motor, e o motor continuará a
aceleração até atingir a velocidade de regime no ponto P.

 Inconvenientes da chave estrêla-triângulo:


 Existem dois picos de corrente durante a partida, sendo um
com velocidade zero e o outro no momento da comutação.
Portanto, esta comutação deve ser projetada de forma a não
se ter um pico excessivo de corrente neste momento.

 Na comutação, o estator é desconectado da rede por um


pequeno intervalo de tempo. Como a corrente é indutiva,
ocorre uma indução de f.e.m nos terminais do estator em
aberto, de frequência inferior à da rede devido ao
escorregamento. Quando a ligação triângulo for fechada, esta
f.em. pode estar em fase ou em oposição de fase à rede,
podendo assim ocorrer picos de corrente e de conjugado.
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 Partida com auto-transformador

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 Através do auto-transformador, reduz-se a tensão aplicada


por fase do motor. Assim, esta tensão varia com a relação
de espiras do auto-transformador, e a corrente absorvida da
rede reduz com o quadrado da relação de espiras.

 O controle da tensão é feita através dos TAP’s do auto-


transformador, que para esta aplicação de partidas de
motores, normalmente possui taps de 80%, 65% e 50% da
tensão de entrada.

 Outros métodos de partida:


 Partida com resistor primário (resistores no estator):
 A queda de tensão neste resistor reduz a tensão aplicada na
fase do estator.
 Partida com reator primário (reatores no estator)
 Efeito similar ao anterior. Porém o consumo de energia no
elemento inserido é menor. O fator de potência na partida é
piorado.

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