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M ÓDULO 3 - MODELOS ATÔMICOS QUÂNTICOS I.

Nascimento da física quântica (moderna)

RESUMO TEÓRICO • Max Planck - Teoria dos quanta (1900)

Os átomos não podem absorver ou emitir energia eletromagnética de


forma contínua. A energia só pode ser emitida ou absorvida em "blo-
cos" ou “pacotes”. Cada bloco unitário de energia denomina-se quan-
tum.

“A absorção e a emissão de energia eletromagnética pela matéria são


quantizadas"

M ODELOS A TÔMICOS Q UÂNTICOS


Energia (quantum) = h.f

h (constante de Planck) = 6,62.10-34J/Hz // f = frequência


1. Modelo de Bohr Obs:
2. Modelo Atômico Atual • Quantum é a quantidade mínima de energia que o átomo pode absor-
ver ou emitir.
3. Distribuição Eletrônica
• Os valores permitidos de energia devem ser múltiplos de um quan-
4. Números Quânticos tum.

• Quantização significa restrição de valores.

• Planck formulou a hipótese do quantum estudando a intensidade da


radiação emitida por um corpo negro (objeto quente). De acordo com
a física clássica qualquer objeto quente poderia emitir radiação
UV,entretanto ,isso não era observado experimentalmente.Esse prob-
lema ficou conhecido como catástrofe do UV.

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• O fóton é indivisível.

• Quanto maior a frequência, maior é a energia do fóton e menor é o


comprimento de onda (λ) da radiação eletromagnética.

Resumindo:

Quantum: quantidade mínima de energia que um átomo pode absor-


ver ou emitir. Corresponde a energia de um fóton.

Fóton: partícula que constitui a luz.


• Albert Einstein - Teoria do fóton (1905)
II. Modelo atômico de Niels Bohr (modelo do átomo de hi-
Para explicar o efeito fotoelétrico estudado em física, Einstein propôs drogênio)
que a radiação eletromagnética (luz) consistia de partículas chamadas
fótons. Em 1913 Bohr propôs um modelo atômico para o átomo de hidrogênio
baseado em postulados. O modelo de Bohr foi baseado no estudo do
Energia (fóton) = h.f espectro atômico do átomo de hidrogênio (espectro descontínuo). Bohr
foi o primeiro a considerar conceitos da física moderna (energia quanti-
Obs:
zada e fóton) para explicar a estrutura do átomo.
• Efeito fotoelétrico = ejeção de elétrons de um metal quando sua su-
perfície é exposta à luz com uma frequência acima de uma frequência
limiar que é característica de cada metal. A energia cinética dos
elétrons ejetados varia linearmente com a frequência da luz inci-
dente.

• Fóton nome dado as partículas que constituem as ondas eletromagné-


ticas (luz).

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Bohr conclui que o fato do espectro do hidrogênio ser constituído por
raias, indicava que os átomos desse elemento podiam emitir somente
algumas frequências, portanto, só certas mudanças de energia eram
possíveis dentro do átomo.Suas hipótese podem ser resumidas pelos
seguintes postulados:

1. O elétron gira ao redor do núcleo em órbitas(níveis de energia) circu-


lares e estacionárias (energia constante).
De acordo com Bohr, cada linha ou raia do espectro atômico cor-
respondia a uma transição eletrônica espectralNo entanto, o modelo de
Bohr só foi capaz de explicar, de modo satisfatório, o espectro do hi-
drogênio e dos íons hidrogenóides (possuem apenas um elétron). Por
isso, seu modelo ficou conhecido como o modelo do átomo de hi-
drogênio.

Obs:
2. Cada órbita possui um valor determinado de energia.
• A letra n que aparece na equação de Bohr é denominada número
quântico principal,podendo variar de 1 a ∞.

• A energia é sempre emitida na forma de luz (fóton).

A= constante • Quando se afasta do núcleo a energia dos níveis (órbitas) aumenta e


a diferença de energia entre os níveis diminui.
n = nível de energia (1, 2, 3, 4, 5, 6,7...).

3. O elétron pode passar de uma órbita para outra, mediante absorção


ou emissão de energia. A energia emitida ou absorvida é igual à dif-
erença de energia entre os níveis envolvidos na transição (salto
quântico ou eletrônico).

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• O salto quântico explica a emissão de luz nos fogos de artifícios, lâm- λpartícula = h / m.v
padas fluorescentes, lasers, aparelhos de raios-X, substâncias fos-
forescentes e fluorescentes. λ = comprimento de onda da partícula
h =constante de Planck
• O modelo de Bohr não é o modelo atômico atual. m = massa
v = velocidade da partícula
III. Modelo de Sommerfeld (1916)

Cada nível de energia do átomo possui uma órbita circular e (n-1) órbi- Devido ao caráter dual da matéria as propriedades ondulatórias do
tas elípticas. elétron devem ser consideradas no estudo da estrutura do átomo. Os
elétrons se comportam não só como partículas, mas também como on-
Ex: Nível 4 (n=4) → 1 órbita circular e 3 órbitas elípticas das.

2. Princípio da incerteza-W. Heisenberg (1926).

“É impossível determinar, de modo exato e simultâneo, a energia de


uma partícula e a sua posição”
!

Sommerfeld concluiu que cada nível energia n está dividido em n sub-


níveis. Os subníveis são designados pelas letras : s,p,d e f.

∆x = erro na posição

∆p = erro na energia

IV. Modelo atômico atual O princípio da incerteza acabou com o conceito de órbita e criou o con-
ceito de orbital.
Entre 1924 e 1926 apareceram novas propostas sobre a estrutura ele-
trônica dos átomos, que vieram substituir o esquema de órbitas pro- Órbita: trajetória definida em torno de um corpo
posto por Bohr e Sommerfeld. As contribuições mais importantes que
Orbital: região de maior probabilidade de se encontrar o elétron
ocorreram até chegarmos ao modelo atual do átomo foram:

1. Caráter dual da matéria -Louis De Broglie (1924)

“Todo corpo em movimento está associado a um comportamento ondu-


latório”

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nos permitem conhecer com um certo grau de precisão a sua posição e
velocidade,impedindo-nos de falar sobre a “trajetória” dos elétrons.Por
isso, o novo modelo fala em orbitais.

3. Equação de onda Erwin Schrödinger (1926)

Criou uma equação matemática (equação de onda) que permite calcu-


lar a probabilidade de se encontrar o elétron numa dada região do
espaço.Por isso, Schrödinger é conhecido como o criador da mecânica !
ondulatória. Resumo

Na mecânica quântica de Schrödinger, como é conhecida hoje, aparece


um ente matemático chamado função de onda psi(ψ) , cuja interpre-
tação não era clara. O alemão Max Born indicou que a função de onda
elevada ao quadrado(ψ2) nos dá a probabilidade de que o elétron se
encontre em alguma das diversas regiões do espaço.Dessa forma nas-
ceu a interpretação probabilística da mecânica quântica.

Em resumo, no modelo atômico atual, podemos conhecer somente V. Distribuição eletrônica


probabilidade de que o elétron se encontre em uma determinada re-
gião do espaço. A dualidade dos elétrons e o princípio da incerteza só 1. Camadas Eletrônicas ou Níveis de Energia

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A eletrosfera está dividida em 7 níveis de energia designadas por K, L, Os subníveis são preenchidos em ordem crescente de energia (ordem
M, N, O, P, Q ou pelos números: n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. O número de ca- energética). Linus Pauling descobriu que a energia dos subníveis au-
mada é chamado número quântico principal (n). 
 menta na ordem:

1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p 6s 4f 5d 6p 7s 5f 6d...
Número máximo de elétrons em cada nível de energia(x):
É nessa ordem que os subníveis são preenchidos. Para obter essa or-
• Teórico: Equação de Rydberg: x = 2n2 dem basta seguir as diagonais no Diagrama abaixo:

• Experimental:

O elemento de número atômico 112 apresenta o seguinte número de


elétrons nas camadas energéticas:

2. Subcamadas ou Subníveis de Energia

Uma camada de número quântico n será subdividida em n subníveis:

s, p, d, f, g, h, i... Seqüência de preenchimento de orbitais

Nos átomos dos elementos conhecidos, os subníveis teóricos g, h, i... Deve-se observar a ordem energética dos subníveis de energia, que in-
estão vazios. felizmente não é igual à ordem geométrica. Isso porque subníveis de
níveis superiores podem ter menor energia total do que subníveis inferi-
Número máximo de elétrons em cada subnível:
 ores. A energia de um subnível é proporcional à soma (n + l) de seus
s     p      d     f
 respectivos números quânticos principal (n) e secundário (l). O
2     8     10   14 número quântico azimutal ou secundário, representado pela letra l, es-
pecifica a subcamada e, assim, a forma do orbital. Pode assumir os valo-
3. Distribuição dos elétrons nos subníveis (Configuração res 0, 1, 2 e 3, correspondentes às subcamadas s, p, d, f. 

eletrônica). 

Camada de Valência (CV) é o último nível eletrônico de um átomo,

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normalmente os elétrons pertencentes à camada de valência, são os 

que participam de alguma ligação química.A CV sempre possui o Fe2+ → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 (estado iônico) 

maior valor de n no átomo.
 Fe3+ → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5 (estado iônico)

Exemplo: Arsênio (As): Z = 33 

4.2. Distribuição Eletrônica em Ânion

• Ordem energética (ordem de preenchimento): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 Somar os elétrons recebidos aos do átomo correspondente e depois
4s2 3d10 4p3 distribuir.Os elétrons são adicionados no subnível incompleto de maior
energia. Exemplo: 

• Ordem geométrica (ordem de camada): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10
4s2 4p3
 

Oxigênio (O) Z = 8 → 1s2 2s2 2p4 (estado fundamental = neutro)

Camadas Energéticas: K = 2; L = 8; M = 18; N = 5
 O2- → 1s2 2s2 2p6
A camada de valência do As é a camada N, pois é o último nível que
contém elétrons. 
 Números quânticos

1) Número quântico principal(n)


4. Distribuição Eletrônica em Íons
• Localiza o nível de energia do elétron.
Átomo neutro: nº de prótons = nº de elétrons

Íon: nº de prótons (p) ≠ nº de elétrons
 • Nos átomos identificados atualmente , o número quântico principal
Íon positivo (cátion): nº de p > nº de elétrons
 varia de 1 a 7.
Íon negativo (ânion): nº de p < nº de elétrons


4.1. Distribuição Eletrônica em Cátion
!
Primeiro distribuir os elétrons do átomo correspondente e depois reti-
rar os elétrons da CV. Quando existir mais de um subnível na CV, os 2) Número quântico secundário ou azimutal (l)
elétrons devem ser retirados primeiramente dos subníveis de maior
• Localiza o subnível de energia do elétron.
energia.Exemplo: 

• Determina a forma do orbital

Ferro (Fe) Z = 26 → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 (estado fundamental !
= neutro) 

Exemplo:
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Em qual subnível está localizado um elétron que possui n=4 e l= 3 ? 5) Regra de Hund ou princípio da máxima mutiplicidade

Resposta: 4f Em um dado subnível , os elétrons tendem a ocupar orbitais diferentes


e a manter spins desemparelhados.
3) Número quântico magnético(m ou ml)
Ex: Preenchimento da subcamada d:
• Localiza o orbital do elétron.
• Determina a orientação do orbital no espaço.
• Em cada subnível a variação de m é de –l a +l.
!

6) Princípio da exclusão de Pauli

Em um dado átomo , dois elétrons não podem ter os quatro números


quânticos iguais.

4) Spin (s ou ms)

• Define a quantidade de movimento angular intrínseca do elétron.


• Rotação anti-horário =↑ = +1/2
• Rotação anti-horário =↓ = -1/2

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