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HARVEY, David. Condição pós-moderna. Uma pesquisa sobre as Origens da Mudança Cultural.

Tradução: Adail Ubirajara Sobral; Maria Stella Gonçalves. São Paulo: Edições Loyola, 2008.

Ao suposto domínio do planejamento racional (ver a ilustração 1.n Raban opôs a imagem da
cidade como uma "enciclopédia" ou "empório de estilos" em que todo o sentido de hierarquia
e até de homogeneidade de valores estava em vias de dissolução. O morador da cidade não
era, dizia ele, alguém necessariamente dedicado à racionalidade matemática (ao contrário do
que presumiam muitos sociólogos); a cidade parecia mais um teatro, uma série de palcos em
que os indivíduos podiam operar sua própria magia distintiva enquanto representavam uma
multiplicidade de papéis. À ideologia da cidade como alguma comunidade perdida, mas objeto
de anseios, Raban respondia com um quadro da cidade como labirinto, formado, como uma
colméia, por redes tão diversas de interação social orientadas para metas tão diversas que "a
enciclopédia se toma um livro de rabiscos de um maníaco, cheio de itens coloridos sem
nenhuma relação entre si, nenhum esquema determinante, racional ou econômico". P.15

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