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Versão : A
ATERRAMENTO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO Área: Planejamento e Engenharia
NTD 010.002 Data Elaboração: Dezembro/07
Data Revisão : Setembro/08
1. Objetivo
Esta norma tem a finalidade de uniformizar os procedimentos para especificação, execução, medição e
inspeção dos serviços de aterramento de redes aéreas de distribuição de energia elétrica da AES Sul.
2. Conceitos Básicos
2.1. Aterramento
São circuitos em média tensão a 3 fios, com tensão nominal de operação de 13,8kV ou 23,0kV, de acordo
com a tensão existente na área do atendimento e classe de isolação de 15kV ou 25kV, respectivamente.
São circuitos em baixa tensão com tensão nominal de operação de 380/220V ou 220/127V, de acordo com
a tensão existente na área de atendimento. Em pequenas extensões de redes podem existir derivações
secundárias a três ou dois fios. Sistema secundário com neutro descontínuo, ou seja, não existe conexão
entre os condutores de neutro dos transformadores.
Sistema de média tensão constituído de apenas uma fase, na qual atende transformadores monofásicos
conectados entre fase e terra com retorno por terra. Este sistema é empregado em zonas rurais com baixa
densidade de carga.
3. Condições Gerais
O sistema de aterramento é um fator preponderante para o bom desempenho e segurança do sistema
elétrico ao qual está conectado, por isso deve ter confiabilidade e qualidade compatíveis com o sistema
elétrico.
Basicamente, o aterramento deve apresentar os seguintes requisitos:
Nota 1: As instruções contidas neste Manual, referem-se a aterramentos executados pelo método
convencional (tentativas), ou seja, a resistência do aterramento é medida a cada haste cravada ao solo, não
sendo portanto elaborado o projeto específico para cada aterramento.
Nota 2: Todo aterramento realizado na rede de distribuição deve estar afastado de no mínimo 30m do
aterramento da rede das Empresas de Telecomunicações.
4. Referências normativas
NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade
ABRADEEE 22.02 – Proteção e Aterramento
NTD 002 – Projetos de Redes Aéreas
NTD 002.003 - Simbologia
NTD 002.005 - Terminologia, Operação e Manutenção
NTD 003.001 – Estruturas e Equipamentos de Distribuição – Rede Convencional
NTD 004.008 - Equipamentos Especificações Básicas Gerais
NTD 004.005.009 – Hastes de Aterramentos
5. Tipos de Aterramentos
5.2. Equipamentos
Deverão ser aterrados pára-raios, transformadores, religadores, reguladores de tensão, chaves tripolares,
seccionalizadoras, capacitores, blindagem de cabos isolados, mensageiros de rede compacta, etc.
O objetivo do aterramento das massas dos equipamentos é assegurar a operação rápida e efetiva dos
dispositivos de proteção, na ocorrência de defeitos devido a rupturas no isolamento, e limitar a valores não
perigosos as tensões de toque e de passo.
Os seguintes procedimentos devem ser adotados:
Nota 3: Todos os componentes aterrados devem estar interligados ao mesmo sistema de aterramento.
a) O aterramento do neutro da baixa tensão deve ser efetivado ao longo da rede (multi-aterrado) a
cada 150m, com uma única haste, de maneira sólida e permanente.
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NTD 010.002 Data Divulgação: 21/12/07
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b) O neutro da baixa tensão deve ser sempre aterrado junto ao equipamento em todo fim de rede
secundária.
c) Para redes urbanas devem ser realizados aterramentos intermediários em cada meio de vão de
rede (entre o transformador e os finais de rede)
d) Para redes rurais devem ser realizados aterramentos intermediários entre o transformador e os
finais de rede, distanciados em no máximo 150 metros.
e) No caso de não existir rede de baixa tensão, transformador exclusivo para o consumidor, o neutro é
aterrado somente através da entrada de serviço, de maneira sólida e permanente.
f) A interligação do neutro da rede secundária ao neutro do transformador deve ser feita aérea e com
cabo de alumínio nú 2 AWG CA, que deve também ser interligado ao dispositivo de aterramento do
transformador e dos pára-raios.
Para os transformadores do sistema MRT, caso não se obtenha o valor preferencial depois de seguidos os
procedimentos 6.2.1, 6.2.2 e 6.2.3, recomenda-se por razões econômicas os valores máximos constantes
na tabela 1.
Tabela 1 – Valores limites para os aterramentos do sistema MRT
Nota 4: Os valores dos aterramentos intermediários das redes de baixa tensão não devem ultrapassar os
25Ω, caso não se obtenha valores inferiores com a aplicação de até duas hastes, deverá ser realizado o
tratamento químico do solo.
Nota 5: Em regiões urbanas com dificuldades de aplicação de diversas hastes, poderá ser realizado o
tratamento químico após a instalação da primeira haste.
Nota 6: Caso não se obtenha os valores de resistência de aterramento determinada, deve ser adotado o
método das hastes paralelas descrito em 6.2.2.
Nota 7: O fato de aumentar o número de hastes interligadas em paralelo diminui o valor da resistência
equivalente, porém a redução não segue a equação simples de associação de resistências em paralelo,
apresentando uma "saturação" quando se aumenta o número de hastes em paralelo, desta forma é
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A figura 2 ilustra a seqüência de cravação das hastes em paralelo alinhadas, até a obtenção do valor de
resistência de terra desejado.
Equipamento
Fonte
Nota 8: A mistura deve ser manuseada com cuidado especial, pois um dos componentes do gel, é o sulfato
de cobre ou de alumínio que é um produto venenoso, devendo-se portanto observar todas as precauções
de segurança. A figura 3 ilustra a aplicação do produto no sistema de aterramento.
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Nota 9: A tratamento químico deve ser realizado nas hastes de número 1 e 2 da figura 2. Caso não se
obtenha os valores de resistência de aterramento determinada, mesmo com a realização do tratamento
químico, deve ser adotado o método das hastes em estrela descrito em 6.2.4.
a) Instalar uma haste adicional distanciada 2,5m da primeira haste conforme figura 4.
b) Caso o valor de resistência medido seja superior ao determinado, hastes adicionais devem ser
instaladas.
c) Procede-se a interligação em paralelo das hastes conforme figura 4.
A figura 4 ilustra a seqüência de cravação das hastes em paralelo alinhadas, até a obtenção do valor de
resistência de terra desejado.
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10ª Haste
9ª Haste
Equipamento
Fonte
1ª Haste
6ª Haste 4ª Haste 3ª Haste 5ª Haste
2ª Haste
7ª Haste
8ª Haste
Para efetuar uma medição de resistência de aterramento, é necessário que se tenha um ponto onde se
injeta uma corrente e um ponto onde se retira esta corrente. A corrente é injetada através do sistema de
aterramento a ser medido e retirado através de um aterramento ou terra auxiliar que poderá ser composto
de uma ou mais hastes interligadas.
Pela Lei de Ohms, a corrente injetada circulará pela terra e provocará na superfície da mesma uma tensão
resultante do produto desta corrente pela resistência da terra até o ponto a ser medido. Existem vários
métodos para se efetuar uma medida de resistência de terra, porém o mais prático e mais utilizado é o da
medida através do aparelho "MEGGER" ou similar.
As conexões do aparelho e eletrodos devem estar firmes e limpos, de modo a não produzirem resistências
nos contatos dos bornes.
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A localização do eletrodo de tensão com relação ao terra auxiliar é muito importante na determinação do
valor real da resistência a ser medida. A resistência real do aterramento se dará quando a distância entre o
terra a ser medido e o eletrodo de tensão for de aproximadamente 60% da distância entre o terra a ser
medido e o terra auxiliar, ou seja:
X = 60%.D
a) Cravar os eletrodos de tensão e corrente a 24m (dist. X) e 40m (dist. D) respectivamente, do terra a
ser medido.
b) Escolher a escala apropriada, ou seja, aquela que corresponda a indicação mais próxima do final da
escala do aparelho
c) Operar a chave do aparelho e anotar a 1ª leitura
d) A 2ª leitura será obtida com o eletrodo de tensão deslocado de 3m em relação a posição da 1ª
leitura e no sentido do eletrodo sob ensaio (21m do terra a ser medido).
e) A 3ª leitura deverá ser obtida com o eletrodo de tensão deslocado 3m em relação a posição da 1ª
leitura e no sentido do eletrodo de corrente (27m do terra a ser medido).
f) Se a diferença entre as duas últimas leituras for inferior ou igual a 10% da primeira leitura, o valor
da resistência de terra é a média aritmética das três leituras.
Exemplo:
1ª leitura - 125 Ω
2ª leitura - 90 Ω
3ª leitura - 80 Ω
(90 − 80)
Erro = = 0,08 = 8% < 10%
125
(125 + 90 + 80)
R= = 98Ω
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Se a diferença entre as duas últimas leituras for superior a 10% da 1ª leitura, será necessário deslocar os
eletrodos de potencial e de corrente, afastando-os aproximadamente 3m do eletrodo sob ensaio, efetuando
novas leituras.
O valor da resistência de terra será sempre a média aritmética das três leituras.