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Sergio Henrique
Aula 01
15 de Janeiro de 2021
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SUMÁRIO
Atualidades do
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1. AS RESERVAS INDÍGENAS
A Amazônia é muito complexa, não somente do ponto de vista ambiental, é o que mais chama
a atenção, mas a complexidade de culturas diferentes é muito grande. São várias comunidades com
organizações sociais e culturais bastante particulares.
Segundo o último censo, há 300 mil indígenas em 300 terras indígenas que falam do
português e até 200 dialetos. O Brasil tem uma extensão territorial de cerca de 851 milhões de ha,
ou seja, 8.515.767 km². As terras indígenas do Brasil ocupam uma área de aproximadamente
1.100.000 km² de extensão, maior do que o território da França (549.190 km²) e do Reino Unido
(243.610 km²) juntos.
Confira no quadro abaixo as Terras Indígenas criadas no Brasil, segundo a situação de
regularização.
A população indígena original estimada varia muito de antropólogo para outro, pois os
números oscilam de 2.000.000 (dois milhões) à 6.000.000 (seis milhões). O contato com os europeus
foi bastante conflituoso, como é ainda hoje. Alguns estudiosos apontam que temos um choque
cultural com as comunidades indígenas, outros que a sociedade brasileira, baseada nas regras de
mercado as veem de forma paternalista tratando-o como inocente (o termo que é usado na
constituição) e que a forma como são tratados os relegam a ficar presos ao passado remoto que não
existe mais, e seria uma forma de segregação. Poucos assuntos geram tantos debates quanto a
questão da preservação da cultura e das reservas indígenas. Pois há posições totalmente diferentes
dentro dos mesmos grupos.
Os povos amazônicos são detentores de muitos conhecimentos acerca do mundo e da
floresta, que frequentemente entram em choque com os valores e objetivos da agroindústria, que
impõe a expansão das fronteiras agrícolas, ou também se chocam com os conhecimentos científicos.
Para os antropólogos é importante evitarmos uma falsa dicotomia, por exemplo, entre os
conhecimentos tradicionais e os conhecimentos indígenas. Há uma série de chás e beberagens que
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são conhecimentos populares e tradicionais sobre a floresta, que são vistos com reserva pela ciência,
pois vários conhecimentos medicinais científicos são baseados na medicina tradicional da floresta.
Isso provoca inclusive uma “guerra de patentes”, quando ocorre algum tipo de biopirataria e
empresas farmacêuticas, principalmente, recorrem aos conhecimentos tradicionais e organizam
processos industriais lançando novos remédios ou novos cosméticos. Os conhecimentos
tradicionais, de acordo com os antropólogos, realizaram uma seleção e possuem um domínio sobre
os produtos locais, como o óleo da Andiroba ou o Açaí. Conhecimentos importantes como época de
plantio, formas de cultivo, preparo e consumo. Ou seja, há um conhecimento tradicional profundo
e específico, que é aproveitado por grandes empresas e cientistas, que inclusive caracteriza a
biopirataria, que é também a apropriação indevida de conhecimentos tradicionais. Há grandes
contradições que são levantadas diante deste panorama, que são alguns casos como o Cupuaçu que
foi patenteado por uma empresa japonesa. Após uma disputa jurídica a patente foi derrubada.
O estado brasileiro conta com um órgão indigenista chamado FUNAI (fundação nacional do
índio) que foi criado em 1967 pela lei 5.371. É uma autarquia vinculada ao ministério da justiça, cuja
função é realizar políticas que visem à aplicação das leis indígenas. Por exemplo, eles têm direito a
uma educação escolar específica e diferenciada de forma a valorizar sua cultura e integrá-lo através
de uma educação intercultural, bilíngue e comunitária. A ação de educação indígena cabe ao MEC
(Ministério da Educação e Cultura) que deve ouvir as orientações da FUNAI.
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§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum"
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua
população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional,
garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por
objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração
das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante
interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a
nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei,
quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
É na região norte que está a maior população (total de indivíduos) brasileira de indígenas,
bem como o maior número de reservas.
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As terras indígenas amazônicas são o centro de diversos conflitos. A partir da década de 60,
as políticas de povoamento e ocupação da região norte são cada vez maiores.
A criação da FUNAI ocorreu ao mesmo tempo em que a fronteira agrícola avançava para o
Norte. Boa parte das terras da região Norte são griladas ou ocupadas por posseiros. As terras
indígenas estão em áreas com muitas riquezas: hídricas, minerais (petróleo e minerais) e genéticas.
São terras cobiçadas tanto pelas riquezas que possuem quanto por representarem
um potencial território agricultável. O conflito é quase inevitável. A visão que motiva o agronegócio,
as mineradoras e as grandes obras do Estado é diferente dos direitos dos povos indígenas, como foi
citado acima (leia e releia a lei até compreendê-la bem e fixar). Às terras indígenas são vedadas a
exploração e o acesso do não índio. Então surgem polêmicas e problemas a serem discutidos como,
por exemplo, a relação do Estado como as populações indígenas e sua integração da sociedade.
Para muitos, é impossível manter as culturas indígenas “intocadas” e essa visão não traz
benefícios, pelo contrário, complica a situação das tribos, principalmente quanto à saúde. Quanto
maior o isolamento das tribos, menores são os índices de expectativa de vida e doenças recorrentes
são maiores. As críticas quanto à visão preservacionista e conservacionista são de que ela relega a
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uma situação pior e mais segregada com as reservas. Algumas lideranças indígenas possuem esta
visão, pois dizem que enganam-se aqueles que consideram que o índio está feliz na situação em que
vive, sem poder explorar aos recursos e sem ser integrado. A visão da FUNAI é conservacionista e
compreende como melhor para as comunidades indígenas a situação de suas preservação e fixação
nas reservas. É um triangulo de posições: Em um vértice (ponta do triangulo) temos os indígenas, no
outro o Estado e no outro os agentes econômicos (mineradores e fazendeiros). Em cada um deles
as posições não são homogêneas.
As comunidades indígenas possuem lideranças que defendem a maior integração do índio na
sociedade brasileira. Querem manter alguns elementos culturais que os dão identidade, mas não
querem ficar isolados e querem explorar os recursos. Isso é possível desde que haja aprovação no
congresso, mas gera uma grande oposição de colonos na região norte, sobretudo os que já estão na
segunda ou terceira geração de colonização rural, ampliando suas fazendas e produção pelo Norte,
pois a exploração dos recursos indígenas além de depender de aprovação parlamentar, é deles parte
do benefício. Importante destacar que ainda vigora uma visão bastante conservadora e arcaicas
sobre a produção: É possível aumentar a produtividade em até 4x (quatro vezes) usando técnicas de
manejo, sem aumentar a área cultivada. Outros grupos indígenas defendem sua maior autonomia e
independência. Não há uma situação homogênea quanto a situação dos grupos indígenas. Com o
desenvolvimento e povoamento do oeste do estado do Pará, região avanço da fronteira agrícola, os
conflitos com os indígenas são muitos e evolve violência de todos os lados.
Verifique-a com cuidado. O tamanho das linhas horizontais nos mostra a quantidade de
pessoas em cada uma das idades da coluna. Os índices sociais apresentam um perfil populacional
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típico de países subdesenvolvidos, não industrializados, mais pobres do mundo. Possui sua base
larga e o topo estreito. O que isso significa? Que as taxas de natalidade são altas e a expectativa de
vida é baixa. Há um predomínio de crianças e jovens indígenas. Algumas comunidades indígenas
vivem em situação bastante precária e são atingidos por doenças como a malária e várias doenças
infecciosas.
Texto Complementar
O impacto da COVID-19 tem sido bastante intenso e doloroso entres os povos indígenas.
“O pós-pandemia vai deixar sequelas nas vidas de todos nós. Perdemos companheiros,
parentas, nossos anciões, nossas bibliotecas. Isso é uma perda irreparável. Vidas de
muitos anciões se foram. Esses não voltam mais. Bibliotecas de muitos povos indígenas
que desapareceram”.
O desabafo é de Puyr Tembe, vice-presidenta da Federação dos Povos Indígenas do Pará
e integrante da iniciativa Voz das Mulheres Indígenas. Ela tem trabalhado com tecnologia
para monitorar o impacto da pandemia entre os mais de 200 povos indígenas que vivem
no Brasil. A tradição oral, especialmente transmitida pelos mais velhos – guardadores de
saberes - é o que mantém sua cultura viva.
“Cinco das 10 terras indígenas mais vulneráveis à COVID-19 contam com registros de
povos isolados e estão na Amazônia. Hoje uma de nossas maiores preocupações é que a
pandemia chegue nestes territórios”, explica Puyr Tembe. Ela assinala que os conflitos
territoriais se acentuaram, provocando invasões de terras e contágios decorrentes da
circulação de não-indígenas nos territórios demarcados. [...] A pressão de grandes e
médias mineradoras se soma a invasão em massa de garimpeiros, madeireiros e colonos,
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que aproveitaram a pandemia para intensificar ainda mais a extração e plantação ilegal.
Exemplo disso são as terras indígenas Yanomami (RR), Raposa Serra do Sol (RR), Alto Rio
Negro (AM) e Waimiri-Atroari (AM/RR), Alto Rio Guamá, Trincheira Bacana e Cachoeira
Seca”, detalha.
Em 5 de novembro de 2020, o Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena contabilizava
38.643 casos de COVID-19 entre 161 povos indígenas do Brasil, com 870 mortes. Os povos
mais afetados são Kokama – onde ocorreu o primeiro registro da doença, no município
amazonense Santo Antônio do Içá, em março -, Guajajara e Macuxi.
Fonte: https://brasil.un.org/
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Em 2003 foi o primeiro caso de redução de uma terra indígena no ato de sua homologação. É
a terra indígena Baú, do Povo Kayapó, no Pará que representa um precedente jurídico para a
redução de outras terras em que haja pressão dos setores contrários à demarcação de terras. Na
terra de Baú, a redução veio de um termo de conciliação e ajuste de conduta aceito pelos Kayapó e
assistidos pela FUNAI. Mediante a uma compensação de um milhão e duzentos mil reais, a terra foi
reduzida em trezentos mil hectares. O CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e outras entidades
consideram o procedimento ilegal por ferir o § 6º (parágrafo sexto) do Art. 231 da Constituição
Federal de 1988, que determina a nulidade de todos os atos que tenham por objetivo a ocupação, o
domínio e a posse das terras indígenas.
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O Pará tem a terceira população indígena da região Norte, atrás do Amazonas e de Roraima.
De acordo com o gráfico 69,9% vivem nas terras indígenas e o restante, mais de 35 mil indígenas
vivem fora das terras.
A atuação do MPF é rigorosa, principalmente neste contexto de forte pressão econômica para
o avanço nas terras indígenas. Em 2020 cessou a demarcação de terras e caiu a fiscalização dos
órgãos federais. A FUNAI por exemplo, expediu uma liminar que permitia a grilagem em terras
indígenas não homologadas.
O Ministério público também embargou as obras do porto de Maicá, pois o licenciamento foi
concedido sem consulta aos povos da região.
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4. EXERCÍCIOS
1. (UFF 2010)
OS CORREDORES ECOLÓGICOS AMAZÔNICOS E A SOCIOBIODIVERSIDADE
Nas últimas décadas, vêm sendo criadas no Brasil unidades de conservação ambiental ao
mesmo tempo que vêm sendo delimitados territórios indígenas, especialmente na Amazônia.
Recentemente, foi proposto o Programa Piloto para a Proteção de Florestas Tropicais no Brasil,
chamado de PPG-7. A originalidade desse programa consiste em criar vastos conjuntos
protegidos, interligando unidades de conservação distintas juridicamente, como áreas de uso
sustentável, áreas de proteção integral, reservas extrativistas e reservas indígenas. O programa
definiu cinco corredores ecológicos na Amazônia (ver mapa), cuja riqueza biológica está
associada também a uma grande diversidade sociocultural, representada por comunidades
tradicionais que há muito tempo habitam a região amazônica, detentoras de conhecimentos
de manejo e preservação do meio em que vivem.
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Comentários
a) Os corredores Ocidental, Leste e dos Ecótonos Sul-Amazônicos estão entre os mais vulneráveis,
devido a sua proximidade com o chamado “arco do povoamento consolidado”, com base na
produção de soja e criação pecuária. São áreas agropecuárias bem estabelecidas em áreas de
cerrado no Centro-Oeste e Nordeste e seguem principalmente em direção ao Norte, à Amazônia
sobre os corredores indicados.
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a abrangência do tema por ele
tratado, julgue os itens seguintes.
I - A questão da terra sempre foi tema explosivo no Brasil e ganhou maior intensidade a partir
de meados do século passado, quando o tema da reforma agrária entrou na agenda política do
país.
II - Deduz-se do texto que os três religiosos ora ameaçados defendem uma solução
conciliatória, de modo que posseiros e grileiros possam ser atendidos e respeitados em seus
direitos.
III - O incidente de Abaetetuba ganhou visibilidade ao ser amplamente noticiado, e o fato de
uma adolescente ter sido encarcerada junto a homens, que a violentaram no cárcere, gerou
repulsa em amplos setores da sociedade.
IV - A inexistência de assentamentos rurais na região amazônica funciona como estopim que
incendeia o cenário de tensão existente em várias localidades, entre as quais estão o sul e o
sudeste do Pará.
V - Há consenso entre os especialistas de que o enfrentamento adequado do problema
fundiário na região Norte e no país exige a criação de órgão específico da administração federal
para tratar da reforma agrária.
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trabalho ficou bem claro na ação da religiosa americana Dorothy Stang, assassinada por
trabalhadores sem-terra que se opunham à ação da organização não governamental.
E) No Brasil, grupos indígenas procuram assegurar seus direitos propondo modificações nas
legislações indigenistas oficiais visando consolidar a posse de seus territórios e a manutenção
da identidade cultural dos grupos.
Comentários
A) Errada. Os grupos indígenas são importantes atores sociais e políticos, sobretudo no que diz
respeito à disputa pela terra com a expansão agrícola.
B) Errada. Não há um alinhamento de posições entre os indígenas, mas a maior parte defende a
preservação da sua cultura ou a sua integração sem o prejuízo de sua identidade.
C) Errada. Projetos de conservação não dependem da retirada dos seringueiros ou indígenas, mas
do desenvolvimento de métodos sustentáveis e manejo.
D) Errada. Dorothy Stang foi assassinada por pistoleiros contrários à sua atuação pelas comunidades
da floresta e projetos de assentamentos sustentáveis.
E) Correta. Procuram assegurar seus direitos e consolidar a posse de seus territórios. Esta questão
também tem tudo a ver com nossa próxima aula: movimentos sociais na Amazônia.
Gabarito: E
4. (FMP 2016)
Terras indígenas
Os grupos indígenas terão importante papel na integração da Amazônia sul-americana, dada
sua presença maciça na faixa de fronteira e suas práticas já em curso. Na medida em que uma
mesma etnia é encontrada tanto no Brasil como em países vizinhos, é comum a transposição
dos limites políticos para visita a parentes e trocas comerciais complementares. É o que se
verifica com maior intensidade no alto Solimões e na fronteira com a Guiana Francesa.
BECKER, B.; STENNER, C. Um futuro para a Amazônia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. p.
135.
A presença e as práticas indígenas mencionadas são um fator geográfico de formação e
intensificação de
A) reservas extrativistas.
B) metrópoles regionais.
C) tecnopolos.
D) cidades gêmeas.
E) zonas francas.
Comentários
O texto ilustra as cidades gêmeas, ou seja, adensamentos populacionais cortados pela linha de
fronteira de dois estados ou dois países.
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5. (UFPR 2013)
Em 2007, o decreto 6.040 instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de
Povos e Comunidades Tradicionais no Brasil, com o objetivo de “promover o desenvolvimento
sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento,
fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e
culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas
instituições”
(BRASIL, Decreto 6.040, de 7 de fevereiro de 2007).
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Comentários
A ocupação do Brasil no período colonial concentrou-se na costa onde, portanto, formaram-se as
áreas de maior desenvolvimento do setor produtivo e adensamento populacional. Em razão disso,
como mencionado corretamente na alternativa [E], a faixa litorânea apresenta o menor número de
disputas territoriais, já que, abriga menor número de tribos indígenas.
Estão incorretas as alternativas:
[A], porque a região amazônica, cujo mapa apresenta maior número de conflitos, caracteriza-se por
solos frágeis e lixiviados e, portanto, sem apresentarem elevada fertilidade;
[B], porque a expansão da fronteira agrícola ocorreu sobre a região norte, área de maior número de
disputas territoriais;
[C], porque a migração de retorno explica a desigualdade regional do país e não a territorialização;
[D], porque a homologação de reservas extrativistas ocorre nas áreas de maior número de conflitos.
Gabarito: E
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OS CORREDORES ECOLÓGICOS AMAZÔNICOS E A SOCIOBIODIVERSIDADE
Nas últimas décadas, vêm sendo criadas no Brasil unidades de conservação ambiental ao
mesmo tempo que vêm sendo delimitados territórios indígenas, especialmente na Amazônia.
Recentemente, foi proposto o Programa Piloto para a Proteção de Florestas Tropicais no Brasil,
chamado de PPG-7. A originalidade desse programa consiste em criar vastos conjuntos
protegidos, interligando unidades de conservação distintas juridicamente, como áreas de uso
sustentável, áreas de proteção integral, reservas extrativistas e reservas indígenas. O programa
definiu cinco corredores ecológicos na Amazônia (ver mapa), cuja riqueza biológica está
associada também a uma grande diversidade sociocultural, representada por comunidades
tradicionais que há muito tempo habitam a região amazônica, detentoras de conhecimentos
de manejo e preservação do meio em que vivem.
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Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a abrangência do tema por ele
tratado, julgue os itens seguintes.
I - A questão da terra sempre foi tema explosivo no Brasil e ganhou maior intensidade a partir
de meados do século passado, quando o tema da reforma agrária entrou na agenda política do
país.
II - Deduz-se do texto que os três religiosos ora ameaçados defendem uma solução
conciliatória, de modo que posseiros e grileiros possam ser atendidos e respeitados em seus
direitos.
III - O incidente de Abaetetuba ganhou visibilidade ao ser amplamente noticiado, e o fato de
uma adolescente ter sido encarcerada junto a homens, que a violentaram no cárcere, gerou
repulsa em amplos setores da sociedade.
IV - A inexistência de assentamentos rurais na região amazônica funciona como estopim que
incendeia o cenário de tensão existente em várias localidades, entre as quais estão o sul e o
sudeste do Pará.
V - Há consenso entre os especialistas de que o enfrentamento adequado do problema
fundiário na região Norte e no país exige a criação de órgão específico da administração federal
para tratar da reforma agrária.
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Terras indígenas
Os grupos indígenas terão importante papel na integração da Amazônia sul-americana, dada
sua presença maciça na faixa de fronteira e suas práticas já em curso. Na medida em que uma
mesma etnia é encontrada tanto no Brasil como em países vizinhos, é comum a transposição
dos limites políticos para visita a parentes e trocas comerciais complementares. É o que se
verifica com maior intensidade no alto Solimões e na fronteira com a Guiana Francesa.
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A presença e as práticas indígenas mencionadas são um fator geográfico de formação e
intensificação de
A) reservas extrativistas.
B) metrópoles regionais.
C) tecnopolos.
D) cidades gêmeas.
E) zonas francas.
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5. (UFPR 2013)
Em 2007, o decreto 6.040 instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de
Povos e Comunidades Tradicionais no Brasil, com o objetivo de “promover o desenvolvimento
sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento,
fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e
culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas
instituições”
(BRASIL, Decreto 6.040, de 7 de fevereiro de 2007).
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6.
7. (UFSM 2006)
O direito de manter sua própria cultura e tradições assume um caráter vital no debate dos
direitos humanos. Todavia, cada vez mais as populações indígenas brasileiras vêm se
descaracterizando culturalmente frente ao avanço do modelo de vida contemporâneo. NÃO
é(são) causa(s) desse processo:
I. a redução da área de caça e de agricultura que torna inviável a auto-sustentação dos povos
indígenas.
II. o crescimento de áreas urbanas na fronteira das reservas indígenas, que estimula as
mudanças no modo de vida tradicional.
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Está(ão) correta(s)
A) I e V apenas.
B) II apenas.
C) II e IV apenas.
D) III apenas.
E) V apenas.
8. (Mackenzie 2009)
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C) à demarcação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, região de tensão entre populações
indígenas e arrozeiros que ocupam a área desde a década de 1970.
D) à criação da última Fronteira Agrícola da Amazônia, no extremo norte do país, dentro da
política de descentralização econômica, estimulando a recente implantação da rizicultura.
E) à criação de uma região para a efetivação de assentamentos rurais, com o objetivo de
apaziguar as tensões entre posseiros e grileiros da região.
9. (UFF 2005)
As terras indígenas, que em 1500 correspondiam à totalidade do atual território brasileiro, hoje
não passam de 12% da superfície do Brasil. Sua população, que correspondia a cerca de 5
milhões de nativos, encontra-se reduzida a 362.890 indivíduos, ou 0,23% da população total
do país.
BRASIL TERRAS INDÍGENAS
Fonte: Adap. SIMIELLI, Maria Elena. "Geoatlas". 30. Ed. São Paulo: Ática, 2000. P. 90.
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A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, III e IV.
D) II e III.
E) II, III e IV.
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para pouco índio" e que, além disso, ocupam terras cujo subsolo contém muitas riquezas
minerais. Sob esta argumentação, as terras indígenas são constantemente invadidas e índios
são exterminados.
Tal argumentação é possível ser associada aos interesses de
A) seringueiros e castanheiros, pois necessitam de grandes áreas para implantação das reservas
extrativistas.
B) hidrelétricas, pois necessitam de grande área para a construção de usinas produtoras de
energia.
C) agricultores que defendem a ideia de que os índios devem plantar arroz e feijão.
D) colonos e posseiros que defendem a reforma agrária nas terras indígenas.
E) garimpeiros e empresas mineradoras alegando que os índios estão em cima do subsolo mais
rico do país.
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Estão corretas
A) apenas I e II.
B) apenas II e III.
C) apenas I e IV.
D) apenas III e IV.
E) I, II, III e IV.
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02) A subnutrição infantil, nas reservas indígenas brasileiras, atinge índices alarmantes, com
morte de crianças acima da média nacional.
04) A problemática indígena brasileira está associada à concentração de terras, portanto, à luta
pela terra. De um lado, os indígenas enfrentam os grandes proprietários e, de outro lado, os
pequenos proprietários, expulsos de suas terras, recorrem às terras indígenas.
08) A problemática indígena no Brasil não é relevante, pois os índios encontram-se espalhados
pelas periferias das cidades brasileiras, inseridos, portanto, nos problemas sociais gerais do
país.
16) As reservas indígenas são insuficientes para atender às necessidades dos povos indígenas,
ocorrendo casos em que diferentes etnias convivem em uma mesma reserva, gerando
conflitos.
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Realidade étnica, social, histórica do Estado do Pará.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcançá-los.
Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”. Encontro
você encontro na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.
Até logo...