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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (Aula 4)

PROFª ERICA OLIVEIRA CAVALCANTI

Competência Tributária
Competência tributária é o poder que a Constituição Federal atribui a determinado
ente político para que este institua um tributo, descrevendo sua hipótese de incidência,
seu sujeito ativo, seu sujeito passivo, sua base de cálculo e sua alíquota.
Quanto à sua titularidade, a competência tributária pode ser:
- Exclusiva: Apenas um ente pode instituir o tributo. Ex.: competência da União para
instituir empréstimo compulsório.
- Cumulativa: Um único ente detém a faculdade de instituir tributos por mais de um tipo
de competência. Ex.: Distrito Federal, que legisla como Estado e como Município.
- Comum: Vários entes possuem a mesma competência para cobrar o tributo, cada
qual possuindo sua fatia de responsabilidade. Ex.: Taxas de serviço e contribuição de
melhoria, que devem ser reguladas pelo ente político responsável pela respectiva
prestação.
- Residual: Atribuída à União, que pode instituir novos impostos além daqueles
previstos na Carta Magna através de lei complementar.

OBS: A Constituição Federal não institui tributos, apenas confere poderes para que os
entes políticos o façam e regulam as limitações ao poder de tributar. A competência
tributária é regulada pelos princípios da indelegabilidade e irrenunciabilidade, entre
outros.

Conflito de competência: Bitributação


Há conflito de competência quando um ente político desrespeita a esfera de
competência de outro. Cabe à lei complementar dispor sobre os conflitos (art. 146, I,
CF).
A bitributação ocorre quando entes políticos distintos exigem de um mesmo
contribuinte tributos fundados em um mesmo fato gerador. O bis in idem ocorre
quando o mesmo ente político tributa mais de uma vez o mesmo contribuinte em razão
da mesma causa.

Capacidade tributária ativa


É a capacidade de administrar, fiscalizar e arrecadar um tributo, que é exercida por
aquele a quem a lei atribui legitimidade para ser sujeito ativo da relação tributária. Não
se confunde com a competência tributária, que se esgota com a instituição do tributo e
é indelegável.

Função dos tributos


A principal função do tributo é gerar recursos financeiros para o Estado. Esta é a
função denominada fiscal. Entretanto, o tributo também pode ter uma função
extrafiscal, que é utilizada para interferir no domínio econômico (ex.: alíquotas de
importação). A última função é a parafiscal, que serve para a arrecadação de recursos
para autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista, empresas
públicas ou pessoas de direito privado que desenvolvam atividades relevantes, mas
que não são próprias do Estado. Auxiliam indiretamente a atividade estatal (ex.: Sesi,
sindicatos).

Conceito de tributo
De acordo com o art. 3º do CTN, tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor possa se exprimir, que não constitua sanção a ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
A obrigação é compulsória porque sempre deriva da lei. A vontade do
contribuinte é irrelevante e por isso, até os incapazes podem ser sujeitos passivos das
obrigações tributárias. A lei só pode obrigar o contribuinte a pagar o tributo em moeda
corrente do País (obrigação pecuniária), inexistindo no direito nacional o tributo in
natura (entrega ao Fisco de parte da mercadoria a ser comercializada) ou tributo in
labore (pagamento de tributo em dias de trabalho para o ente político). O pagamento
de tributos através de bens imóveis (casas, aeronaves e embarcações) foi permitido
por lei através da LC 104/2001. De acordo com a norma, são tributáveis, inclusive, as
rendas obtidas em atividades ilícitas (ex.: jogo do bicho), por força do princípio do non
olet (dinheiro não tem odor/cheiro). Tributo não é multa, pois a multa deriva do
descumprimento de um dever jurídico, intencionando inibir o comportamento errado,
via sanção; tributo deriva de um fato lícito.

Espécies de tributos
A CF/88 indica as seguintes espécies de tributos: impostos, taxas e contribuições de
melhoria, empréstimo compulsório e contribuições sociais.

Repartição da receita tributária


Ver arts. 157 a 162 CF/88. Compete ao Tribunal de Contas efetuar o cálculo das
alíquotas referentes aos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios. O TC
realiza o controle externo da gestão do patrimônio público.

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