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ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU

CONSENTIMENTO

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide
ADPF 54)

Pena - detenção, de um a três anos.

OBJETO JURÍDICO

O direito à vida do feto.

NÚCLEO DO TIPO

A) Provocar aborto em si mesma: também chamado de autoaborto.

*E a mulher que tenta se suicidar? Seria punida pelo aborto, se este ocorrer.
Porém, há entendimentos no sentido de que não seria crime, pois o aborto seria
uma consequência lógica da autolesão.

Aqui, em caso de aborto necessário, a gestante estaria amparada pelo estado de


necessidade. E no caso de aborto humanitário, a grávida pratica fato típico e
ilícito, pois este tipo de aborto deve ser realizado por médico. Porém, ela não
comete crime algum devido à inexigibilidade de conduta diversa (causa
supralegal de exclusão da culpabilidade).

Exemplo de partícipe no autoborto: terceiro que fornece os medicamentos


abortivos.

B) Consentir para que outrem: esse terceiro pode ser qualquer um, médico
ou não.

Aqui há uma exceção à teoria monista, pois a gestante responde por esse crime,
enquanto o terceiro responde pelo art. 126. É a adoção da teoria pluralista.

A gestante deve ter capacidade, discernimento, e seu consentimento ser válido,


para a incidência desse crime.

Exemplo de partícipe: o namorado que induz a namorada a consentir que um


médico realize o aborto.

A gestante deve ter capacidade e discernimento para consentir, isto é, ser


mentalmente íntegra e ter mais de 14 anos, e ainda, seu consentimento deve ser
válido. Do contrário, o crime será o do art. 125.

SUJEITOS
Ativo: é crime de mão própria (somente a gestante pode praticar).

*O concurso de crimes só é possível na modalidade participação.

*No autoaborto, o partícipe deste crime responde também pelo homicídio


culposo ou lesão corporal culposa quando decorrer morte ou lesão corporal
grave na gestante.

Passivo: o feto.

COMPETÊNCIA

É cabível o sursis processual.

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