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INTRODUCÃO
introduziu o brincar para educar, sendo responsável pelo uso do brinquedo e do brincar no
Jardim de Infância.
Na idade moderna as definições de infância se revelam como um período distinto da
vida adulta e também abre as portas para uma análise de novo lugar assumido pela criança e
pela família, nas sociedades modernas.
Froebel sendo o precursor do jardim da infância defendia que a educação deve se
basear na evolução natural da criança e que os currículos escolares devem se basear nas
atividades e interesses de cada fase da vida, as atividades de caráter lúdicas são fatores
determinantes na aprendizagem da criança.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), “a criança
como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar
que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado
momento histórico”.
A infância é a idade das brincadeiras e por meio delas a criança se satisfaz, em grande
parte, seus interesses, necessidades e desejos particulares, sendo um meio privilegiado de
inserção na realidade, pois expressa a maneira como a criança reflete, ordena, desorganiza,
destrói e reconstrói o mundo. O lúdico é uma das maneiras mais eficazes de envolver o aluno
nas atividades, pois a brincadeira é algo inerente na criança, é sua forma de trabalhar, refletir e
descobrir o mundo que a cerca.
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Desde que a criança nasce está presente em sua vida a atividade lúdica, por isso
enfatizaremos a importância do lúdico como instrumento que favorece o processo educativo
no desenvolvimento infantil.
Abordaremos a seguir as diferentes concepções de atividades lúdicas na visão de
alguns teóricos, cujas contribuições foram significativas para as atividades lúdicas na
educação infantil.
2.1. Froebel
Froebel foi o primeiro a reconhecer verdadeiramente, a importância do lúdico, sendo o
criador e fundador do jardim de infância. Ele concebia a criança como uma planta, a qual
precisa de carinho e cuidados especiais desde a mais tenra idade, para tornar-se um adulto
equilibrado. Dessa forma, a criança teria mais condições de viver melhor por meio da relação
que mantinha com os brinquedos e jogos direcionados, livres ou espontâneos.
Ele privilegia a atividade lúdica por perceber o significado e a função da brincadeira
para o desenvolvimento sensório-motor, e ainda cria métodos para ampliar a capacidade
intelectual através da relação com objetos, transformando-os de acordo com a imaginação e
vivência.
Kishimoto (2002) comenta que Froebel defendia o valor do lúdico na infância e a
expressão de liberdade como um meio para o ensino. E a proposta de Froebel se caracterizava
no caráter lúdico, pois esse era o fator determinante da aprendizagem das crianças.
Assim, a autora afirma:
[...] Froebel acreditou na criança, enalteceu sua
perfeição, valorizou sua liberdade e desejou a
expressão da natureza infantil por meio de
brincadeiras livres e espontâneas. Instituiu uma
Pedagogia tendo a representação simbólica como
eixo do trabalho educativo, sendo reconhecido por
isso como psicológico da infância. (KISHIMOTO.
2002, p. 57).
Ao valorizar uma educação através de jogos, como ressalta a autora, mesmo que não
tenha sido Froebel o primeiro experimentador, mas foi ele que elevou o jogo como parte
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2.2. Piaget
A teoria de Jean Piaget trouxe contribuições para a educação, com uma nova
concepção de criança. Demonstrou que estas são diferentes dos adultos em sua lógica de
funcionamento mental, ou melhor, possuem lógica própria.
Para Piaget o desenvolvimento é um período contínuo de trocas entre o organismo
vivo e o meio ambiente. E esse processo contínuo de desenvolvimento se dá através de
constantes desequilíbrios e equilíbrios, obedecendo às etapas de desenvolvimento cognitivo.
Na visão de Piaget (1988), “as brincadeiras e os jogos favorecem o desenvolvimento
da criança a qual tem necessidade de brincar para crescer em equilíbrio com o mundo. Sua
maneira de assimilar (transformar o meio para que este se adapte às necessidades) e de
acomodar (mudar a si mesma para adaptar-se ao meio) deverá ser sempre por meio do jogo”.
É pela brincadeira e pela imitação que se dará o desenvolvimento natural, cognitivo e
social da criança. Dessa maneira a brincadeira é concebida como conteúdo da inteligência,
tida como conduta livre, espontânea, que a criança expressa por vontade própria e pelo prazer
que proporciona. Assim, como conduta lúdica, demonstra o nível de estágio cognitivo que a
criança está, devido ao predomínio de um tipo de jogo diferenciado: jogo de exercício, jogo
simbólico (faz-de-conta) e jogo de regra.
Por meio das atividades lúdicas, a criança age ativamente, questiona, reflete, descobre,
torna-se social e respeita regras, reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais,
pela imaginação e pelo faz-de-conta, são reelaboradas. Com isso, ela está, buscando novos
conhecimentos, visto que a representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre
experiências passadas e novas possibilidades de interpretações e reproduções do real, de
acordo com suas afeições, necessidades, desejos e paixões.
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Para Piaget (1973), tanto a brincadeira como o jogo é essencial para contribuir no
processo de aprendizagem. Sendo assim, essas atividades se tornam indispensáveis a prática
educativa, pois, contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.
Piaget explica:
O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais
de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma
assimilação da real à atividade própria, fornecendo
a esta seu alimento necessário e transformando o
real em função das necessidades múltiplas do eu.
Por isso, os métodos ativos de educação das
crianças exigem todos que se forneça às crianças
um material conveniente a fim de que jogando,
elas cheguem a assimilar às realidades intelectuais
que, sem isso permanecem exteriores a inteligência
infantil. (PIAGET. 1973, p.160).
Conforme esclarece Piaget (1988, p.59): “os jogos não são apenas uma forma de
entretenimento para gastar energias da criança, mas meios que contribuem e enriquecem o
desenvolvimento intelectual”.
Segundo a teoria de Piaget, existem três formas básicas de atividade lúdica que
caracterizam a evolução do jogo na criança de acordo com a fase do desenvolvimento em que
aparecem.
O Jogo Simbólico que se instala a partir dos dois e os seis anos permite o início da
representação, ou seja, a possibilidade de alterar a realidade subordinando-a as suas próprias
necessidades. Nesta categoria o jogo pode ser de ficção ou de imitação, tanta no que diz
respeito à transformação de objetos quanto ao desempenho de papéis. A função do jogo
simbólico consiste em assimilar a realidade. É a fase do faz-de-conta, surge o uso de
símbolos, da representação, do teatro, onde uma coisa simboliza outra.
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2.3. Vygotsky
A teoria de Vygotsky tem como base uma abordagem sócio-interacionista e atribui
importância ao outro, no desenvolvimento infantil. O brinquedo não pode ser conceituado só
como uma atividade que proporciona prazer à criança. Por meio do brinquedo, a criança
satisfaz certas necessidades de agir em relação não apenas ao mundo dos objetos, mas
também em relação ao mundo mais amplo dos adultos.
A aquisição da linguagem vai contribuir qualitativamente para o desenvolvimento
infantil, e os conceitos relativos à linguagem vão depender de como a sociedade em que está
inserida a criança, construiu esses conceitos.
Segundo Vygotsky (1984, p.134-135), ”o brinquedo cria uma Zona de
Desenvolvimento Proximal1 (ZDP) da criança. No brinquedo, a criança se comporta além do
comportamento diário, no brinquedo, é como se ela fosse maior do que é na realidade.
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ZDP é a distância entre o nível real de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da
resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro
mais capaz. (VYGOTSKY, 1988:133).
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Piaget (1998), diz que, a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança sendo por isso, indispensável à prática educativa (Aguiar, 1977, 58).
O brincar é a melhor maneira da criança se comunicar, um meio para perguntar e
explicar, um instrumento que ela tem para se relacionar com outras crianças. Brincando a
criança aprende muito sobre o mundo que a cerca e tem a oportunidade de procurar a melhor
forma de se integrar a esse mundo, agindo de maneira cooperativa, fazendo imitações,
disputando objetos, vivenciando espaço, experiências e expressando suas emoções,
estabelecendo assim sua interação.
Por meio do brincar dirigido, as crianças têm outra dimensão e uma nova variedade de
possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou atividade. Por
meio do brincar livre, exploratório, as crianças aprendem alguma coisa sobre situações,
pessoas, atitudes e respostas, materiais, propriedades, texturas, estruturas, atributos visuais,
auditivos e cinestésicos. (MOYLES 2002, P.33).
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998),
“brincar é fundamental para o pleno desenvolvimento da autonomia e identidade da criança.
O fato de o ser humano poder comunicar-se desde muito cedo por meio de sons, gestos e logo
após, poder representar um papel na brincadeira, ajudam a desenvolver sua imaginação”.
Ainda de acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil
(1998), “por intermédio do brincar, podemos observar a coordenação das experiências prévias
das crianças e das reações tomadas por elas frente a diversas situações que surgem no decorrer
das brincadeiras”.
No brincar, a criança ocupa o papel do sujeito, interpretando, muitas vezes, situações
reais que já presenciou e marcaram o momento. A imaginação é um instrumento que permite
a criança relacionar seus interesses e suas necessidades com a realidade, onde ela pode
expressar de modo simbólico suas fantasias, seu desejos, sentimentos, baseado na realidade
externa, mas predominando a realidade interna, sua imaginação.
Piaget (1971) afirma: “quando brinca, a criança assimila o mundo a sua maneira, sem
compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do
objeto, mas da função que a criança lhe atribui”.
Relembrando que brincar é um direito fundamental de todas as crianças no mundo
inteiro, cada criança deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas
voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem.
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Jogo
Nos tempos passados o jogo era visto como inútil, ou seja, algo não sério. Já no
Renascimento o jogo aparece como associado tanto ao objeto brinquedo quanto a brincadeira,
é uma atividade mais estruturada e organizada por um sistema de regras mais explícitas.
Exemplos clássicos seriam: jogo de mímica, de construção, de faz-de-conta etc.
Segundo Kishimoto (1998), “o jogo, o brinquedo e as brincadeiras são termos que
acabam se misturando. A variedade de jogos de faz-de-conta, jogos simbólicos, motores,
sensórios-motores, intelectuais, individuais, coletivos, dentre outros, mostra a multiplicidade
da categoria de jogos”.
Portanto, denomina-se então jogo, situações envolvendo regras, competição e prazer.
No entanto, para que se possa compreender o jogo, é necessário identificar situações
entendidas como jogo, nessa grande diversidade.
O jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da criatividade, deverá encontrar
maior espaço para ser entendido como educação, na medida em que os professores
compreendam melhor toda sua capacidade potencial de construir para o desenvolvimento da
criança.
Uma característica importante do jogo é a sua utilização tanto por crianças quanto por
adultos, enquanto o brinquedo tem uma associação mais exclusiva com o mundo infantil.
Os jogos podem exercer funções cognitivas, afetivas e sociais. De acordo com a
predominância, pode ser classificado como:
Jogos cognitivos: desenvolvem o raciocínio;
Jogos afetivos: estimulam as emoções;
Jogos sociais: facilitam a aquisição de conhecimentos, atitudes e destrezas próprias de
um determinado meio.
Jogos tradicionais infantis - desde tempos remotos os jogos tradicionais fazem parte da
cultura infantil. Colocados como filho do Folclore, incorpora a mentalidade popular e se
expressa pela oralidade. Ele guarda a produção espiritual de um povo – é uma cultura não
oficial e está sempre em transformação. Os jogos são transmitidos de geração em geração
através de conhecimentos empíricos, provenientes de fragmentos de romance, poesias, mitos e
rituais religiosos. Nesses jogos a concepção de criança é de um ser criativo, imaginativo e
auto-suficiente e a brincadeira é vista como a única forma de expressão livre.
Jogos de construção – esse jogo destina-se ao livre manuseio das peças para que a
criança construa seu mundo.
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Brinquedo
Desde a sua origem, o brinquedo é um objeto do adulto para a criança. Brinquedos
antigos, como a bola, a pipa, e as rodas, permitiam o desenvolvimento das fantasias infantis.
Os brinquedos são sempre suportes das brincadeiras, colocam a criança na presença de
reproduções e substituem objetivos reais para que a criança possa manuseá-los.
Para a autora KISHIMOTO (1994), “brinquedo é compreendido com um “objeto
suporte da brincadeira, ou seja, brinquedo aqui esta representado por objetos como piões,
bonecas, carrinhos etc”. Os brinquedos podem ser considerados: estruturados e não
estruturados. São denominados de brinquedos estruturados aqueles que já são adquiridos
prontos, é o caso dos exemplos acima: piões, bonecas, carrinhos e tantos outros.
Os brinquedos denominados não estruturados são aqueles que não sendo
industrializados, são simples objetos como paus ou pedras, que nas mãos das crianças
adquirem novo significado, passando assim a ser um brinquedo. A pedra se transforma em
comidinha e o pau se transforma em cavalinho. Portanto, vimos que os brinquedos podem ser
estruturados ou não estruturados dependendo das suas origens ou da sua transformação
criativa da criança em cima do objeto.
O brinquedo para a criança permite a ação intencional (afetividade), a construção de
representações mentais (cognição), à manipulação de objetos e o desempenho de ações
sensório-motoras (físico) e as trocas nas interações (social). Enquanto objeto, é sempre
suporte de brincadeira, para fluir o imaginário infantil.
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Brincadeira
Conforme Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, assim define
brincadeira:
É uma linguagem infantil que mantém um vinculo
essencial com aquilo que é o não - brincar. Se a
brincadeira é uma ação que corre no plano da
imaginação isto implica que aquele que brinca tenha
o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer
que é preciso haver consciência da diferença
existente da brincadeira e a realidade imediata que
lhe forneceu conteúdo para realizar-se. (1998, p.27),
Para alguns autores o brincar também se apresenta com definições diferentes umas das
outras:
Brincar é a fase mais importante da infância – do
desenvolvimento humano neste período - por ser
auto-ativa representação do interno – a
representação de necessidades e impulsos internos
(...) a brincadeira é a atividade espiritual mais pura
do homem (...) a criança que brinca sempre, com
determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo
sua fadiga física, pode certamente tornar-se um
homem determinado, capaz de auto-sacrifício para a
promoção do seu bem e dos outros (...) (FROEBEL,
1912: p. 34).
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Como se observa, de uma forma ou de outra, brincar não é uma coisa banal, é uma
atividade séria e com profundo significado. Toda brincadeira é uma imitação transformada
tanto no plano das emoções como de idéias, através de uma realidade anteriormente
vivenciada.
Quando a criança está na brincadeira, ela fica entretida a ponto de acreditar que
realmente é esta ou aquela coisa, embora não perca inteiramente o sentido de realidade;
transporta-se para um mundo povoado por objetos animados, cheios de intenções, um mundo
onde tudo é possível. Nesse mundo, ela pode relacionar os dois aspectos da sua vida – o
funcionamento do seu corpo e a vivência das suas idéias.
Na brincadeira, a criança encontra um espaço fértil para lidar, através da representação
dramática, não apenas com a realidade social, mas também, e principalmente, com a sua
individualidade física, intelectual e emocional que está em desenvolvimento.
Vygotsky (1984), “afirma a importância da brincadeira do ponto de vista cultural,
social e, principalmente, pedagógico. Por meio do brincar, vê e constrói o seu mundo, bem
como expressa aquilo que tem dificuldade de colocar em palavras”.
Através da fantasia e da imaginação, a criança aprende sobre a relação entre as
pessoas, sobre o eu e sobre o outro. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil (BRASIL, 1998): “No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função
da imagem de uma pessoa, de uma personagem, de um objeto e de situações que não estão
imediatamente presentes e perceptíveis para elas no momento e que evocam emoções,
sentimentos e significados vivenciados em outras circunstâncias”.
Quando está brincando, a criança cria situações imaginárias em que se comporta como
se tivesse agindo no mundo dos adultos. Enquanto brinca, seu conhecimento desse mundo se
amplia, porque, nesta atividade, ela pode fazer de conta que age como os adultos agem,
imaginando realizar coisas que são necessárias para operar com objetos com os quais os
adultos operam, e ela ainda não.
Para Winnicott (1975), “uma criança que não for estimulada para as brincadeiras
simbólicas, poderá apresentar um esquema simbólico empobrecido e em conseqüência disto
poderão surgir problemas no desenvolvimento da linguagem”. Linguagem e brincadeira
simbólica estão interligadas e podem interferir no desenvolvimento uma da outra.
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De acordo com Almeida (1981), é muito importante que o professor não se atire a uma
prática com insegurança ou desconhecimento, é necessário investir na própria formação
como: lendo, conversando,pesquisando, buscando alternativas variadas e recriando. Quanto
mais conhecimento tiver sobre o assunto, mais segurança terá na aplicação e execução do
trabalho.
O educador deve envolver-se no mundo mágico infantil, ter conhecimento teórico,
prático, observação, amor e vontade de ser parceiro da criança. É necessário aplicação de
jogos, brincadeiras e brinquedos em diferentes situações educacionais, para que haja um
ambiente estimulador, capaz de avaliar e analisar aprendizagens específicas, competências e
potencionalidades das crianças envolvidas.
O mesmo deve dar o tempo necessário às crianças para que as brincadeiras apareçam,
desenvolvam e se encerrem. Apesar de o jogo ser uma atividade espontânea nas crianças, isso
não significa que o professor não necessite ter uma atitude ativa sobre ela, inclusive, uma
atitude de observação que lhe permitirá conhecer muito sobre as crianças com que trabalha.
A criação de espaços e tempos para os jogos é uma das tarefas mais importantes do
professor, principalmente na escola de educação infantil. Cabe-lhe organizar os espaços de
modo a permitir as diferentes formas de jogos, por exemplo, que as crianças que estejam
realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma
atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos.
O professor precisa estar atento à idade e às capacidades de seus alunos para
selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto
quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam pelo material de
que são feitos. Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que
favoreçam a criatividade das crianças.
Valorizar as atividades das crianças, interessando-se por elas, animando-as pelo
esforço, evitando a competição, pois em jogos não competitivos não existem ganhadores ou
perdedores. Durante certos momentos dos jogos acontecem com certa freqüência pequenos
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conflitos entre as crianças. A atitude mais produtiva do professor é conseguir que as crianças
procurem resolver esses conflitos, ensinando-lhes a chegar a acordos, negociar e compartilhar.
Outro modo de estimular a imaginação das crianças é servir de modelo, brincar junto
ou contar como brincava quando tinha a idade delas.
Muitas vezes o professor, que não percebe a seriedade e a importância dessa atividade
para o desenvolvimento da criança, ocupa-se com outras tarefas, deixando de observar
atentamente para poder refletir sobre o que as crianças estão fazendo e perceber seu
desenvolvimento, acompanhar sua evolução, suas novas aquisições, as relações com as outras
crianças, e com os adultos. Nós professores podemos através das experiências lúdicas infantis
obtermos informações importantes no brincar espontâneo ou no brincar orientado.
No brincar espontâneo podemos registrar as ações lúdicas a partir da: observação,
registro, análise e tratamento. Com isso, podemos criar para cada ação lúdica um banco de
dados sobre o mesmo, subsidiando de forma mais eficiente e científica os resultados das
ações. É possível também fazer o mapeamento da criança em sua trajetória lúdica durante sua
vivência dentro de um jogo ou de uma brincadeira, buscando dessa forma entender e
compreender melhor suas ações e fazer intervenções e diagnósticos mais seguros, ajudando o
indivíduo ou o coletivo.
Já no brincar orientado pode-se propor desafios a partir da escolha de jogos,
brinquedos ou brincadeiras determinadas por um adulto ou responsável.
Estes jogos orientados podem ser feitos com propósitos claros de promover o acesso a
aprendizagens de conhecimentos específicos como: matemáticos, lingüísticos, científicos,
históricos, físicos, estéticos, culturais, naturais, morais etc.
E outro propósito é ajudar no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e lingüístico.
O educador tem como papel ser um facilitador das brincadeiras, sendo necessário mesclar
momentos onde orienta e dirige o processo, com outros momentos onde as crianças são
responsáveis pelas suas próprias brincadeiras. É na brincadeira que ela exercita a imaginação
e a criatividade, além de aprender a se relacionar com outras crianças. Alguns autores
acreditam que o professor pode ainda desempenhar papel ainda mais ativo, utilizando as
brincadeiras como instrumento pedagógico.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos
processos do desenvolvimento das crianças em conjuntos e cada uma em particular,
registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e
dos recursos afetivos e emocionais que dispõem.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Dinâmica: Técnica e jogos pedagógicos. 1. ed. São Paulo:
Loyola. 1981.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. Ed. Rio de Janeiro: LCT 1981.
FERREIRA, Heraldo Simões; VALDÉZ, Maria Teresa Moreno. Brincar na Educação Física
com qualidade de vida. Buenos Aires, 87, ago. 2005.Disponível em: <www.efdeportes.com>.
Acesso em: 15 mai. 2009.
KISHIMOTO, Tizuko Morchita. Jogos, brinquedo, brincadeira e educação. 5. ed., São Paulo:
Cortez. 1996. 2001 p.
WEY, Ana Cristina. Manual de brincadeiras: Educação Infantil. DOT. 1. ed., São Paulo: Sme.
2006. 96 p.