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INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO
Ourinhos, SP
Outubro / 2010
© Edson Luís Piroli
ISBN: 9788561775056
CDD 550.285
i
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
2. GEOPROCESSAMENTO ........................................................................................... 5
2.1.Principais componentes do geoprocessamento: ................................................. 5
2.1.1- Informática:.................................................................................................... 5
2.1.2. Sistemas de informações geográficas (SIG) ................................................... 5
2.1.3 - Sensoriamento remoto ................................................................................... 6
2.1.4 - Sistema de posicionamento global (GPS) ..................................................... 6
2.1.5 - Cartografia digital ........................................................................................ 7
2.1.6 - Topografia e levantamentos de campo.......................................................... 7
2.1.7 - Processamento digital de imagens ................................................................ 8
2.1.8 – Profissional capacitado (Peopleware) ......................................................... 8
3. CONHECIMENTOS FUNDAMENTAIS PARA O GEOPROCESSAMENTO ...... 8
3.1 - Sistema geodésico de referência .......................................................................... 8
3.2 - Sistema geodésico brasileiro (SGB) ..................................................................... 9
3.3 – Superfície de referência (elipsóide e geóide) ...................................................... 9
3.4 - Datum Córrego Alegre ....................................................................................... 10
3.5 – Astro Datum Chuá ............................................................................................. 10
3.6 - Datum Sul Americano de 1969 (South American Datum - SAD 69)................. 11
3.7 - Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul - SIRGAS ............. 11
3.8 - WGS 84 (World Geodetic System 1984) ............................................................ 11
3.9 - Transformações entre sistemas de referência ..................................................... 12
3.10 – Sistemas de Coordenadas ................................................................................ 12
3.10.1 - Coordenadas Geográficas ........................................................................ 13
3.10.2 - Coordenadas UTM .................................................................................... 13
4. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS .............................................. 14
4.1 - Definições de SIG .............................................................................................. 15
4.2 - Opções de Sistemas de Informações Geográficas .............................................. 17
4.3 - Operações sobre dados em SIG .......................................................................... 21
4.4 - Tipos de operações realizadas sobre os dados ................................................... 21
4.4.1 – Aplicações dos SIGs ................................................................................... 21
4.4.2 – Áreas de Aplicações dos SIGs .................................................................... 22
4.4.3 – Exemplos de Aplicações dos SIGs .............................................................. 22
4.4.4 – Exemplos de produtos gerados a partir do uso de SIGs ............................ 23
4.5 – Diferença entre sistemas CAD, CAM , AM/FM e SIG ..................................... 27
4.5.1 – Sistemas CAD ............................................................................................. 27
4.5.2 – Sistemas CAM ............................................................................................. 28
4.5.3 – Sistemas AM/FM ........................................................................................ 28
5. BASE DE DADOS ..................................................................................................... 28
5.1 – Estruturas de representação de dados espaciais ................................................. 29
5.1.1 – Raster .......................................................................................................... 29
5.1.2 – Vetoriais ..................................................................................................... 31
5.2 – Fontes de dados para geoprocessamento ........................................................... 32
6. OPERAÇÕES BÁSICAS DO GEOPROCESSAMENTO........................................ 33
ii
6.1 – Georreferenciamento de imagens ...................................................................... 33
6.1.1 – Importância da georreferência de imagens................................................ 35
6.2 – Classificação de imagens de Sensoriamento Remoto........................................ 38
6.2.1 – Classificação supervisionada ..................................................................... 38
6.2.2 – Classificação não supervisionada .............................................................. 40
6.2.3 – Classificação por análise visual ................................................................. 40
6.3 – Modelo numérico do terreno (MNT) ................................................................. 40
6.4 – Fusão de imagens multiespectrais e pancromáticas .......................................... 41
6.5 – Operações aritméticas com mapas ..................................................................... 42
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ............................................ 45
iii
1. INTRODUÇÃO
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2. GEOPROCESSAMENTO
O termo pode ser separado em geo (terra – superfície – espaço) e
processamento (de informações – informática). Desta forma, pode ser definido como
um ramo da ciência que estuda o processamento de informações georreferenciadas
utilizando aplicativos (normalmente SIGs), equipamentos (computadores e
periféricos), dados de diversas fontes e profissionais especializados. Este conjunto
deve permitir a manipulação, avaliação e geração de produtos (geralmente
cartográficos), relacionados principalmente à localização de informações sobre a
superfície da terra.
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1 – Podem ser usados como ferramenta para produção de mapas, e ainda para
geração e visualização de dados espaciais;
2 – Podem ser usados como suporte para análise espacial de fenômenos e para a
combinação de informações espaciais, e;
3 – Podem ser usados como bancos de dados geográficos, que tem funções de
armazenamento e recuperação de informações espaciais.
Devido a sua importância para o geoprocessamento os SIGs serão melhor
discutidos no item 4 deste material.
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terra, uma vez que oferecem a possibilidade de automatização da coleta de
informações, o que melhora e acelera os processos de análises de áreas.
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2.1.7 - Processamento digital de imagens
Este pode ser definido como sendo as transformações e adaptações realizadas
para modificar uma imagem com a finalidade de ajustá-la à necessidade de um
determinado trabalho. Os processamentos mais comuns usados em
geoprocessamento são as composições de bandas de imagens de satélite, correções
atmosféricas, aplicações de filtros e de contrastes, elaboração de fusões de imagens,
transformações e restituições, classificações de imagens, reclassificações, entre outros.
Dominar estas técnicas e saber em que casos aplicá-las, é um dos fatores mais
importantes no trabalho com geoprocessamento.
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coordenadas a pontos sobre a superfície física. Quando um referencial é definido e
adotado por convenção, a etapa seguinte é caracterizada pela coleta de observações a
partir de pontos devidamente materializados sobre a superfície terrestre (rede). Fazem
parte do referencial, ainda, o processamento e análise, bem como a divulgação dos
resultados, que é, essencialmente, um conjunto de coordenadas associado a uma
época em particular. As coordenadas podem vir acompanhadas de suas respectivas
velocidades. Esse conjunto materializa o sistema de referência. (MONICO, 2000).
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Considera-se que o geóide representa melhor a superfície real do planeta Terra,
por ter significado físico. No entanto, não é modelável matematicamente e não é
aplicável ao sistema GPS.
As superfícies de referência fornecem as condições para que sejam
estabelecidos os sistemas de referência (datuns). Estes podem ser verticais e
horizontais.
O datum vertical (altimétrico) brasileiro oficialmente adotado é o Marégrafo de
Imbituba, localizado na cidade de mesmo nome em Santa Catarina.
Com relação aos datuns horizontais, nosso país está atualmente numa fase de
transição entre o SAD/69 e o SIRGAS (na sequência, os dois serão melhor definidos).
No entanto, temos ainda muitas bases cartográficas no Datum Córrego Alegre e
algumas no Datum Astro Chuá. Por conta disso, faremos uma breve descrição de cada
um deles a seguir.
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3.6 - Datum Sul Americano de 1969 (South American Datum - SAD 69)
O datum sul americano foi desenvolvido para ser um sistema de referência
único para a América do Sul. Na definição do sistema adotou-se como modelo
geométrico da Terra o Elipsóide de Referência Internacional de 1967, recomendado
pela Associação Internacional de Geodésia (International Association of Geodesy - IAG),
com semi-eixo maior a = 6.378.160,000 m, com semi-eixo menor b = 6.356.774,72 m e
com achatamento (1/298,247167427) aproximado para o valor f = 1/298,25. Este é o
sistema de referência adotado atualmente no Brasil. No entanto, o mesmo deverá ser
substituído pelo SIRGAS até o ano de 2015.
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(Geodetic Reference System 1980) e tem como características básicas o semi-eixo
maior a = 6.378.137, o semi-eixo menor b = 6.356.752,31425 com um fator de
achatamento = 1/298,25722356.
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3.10.1 - Coordenadas Geográficas
As coordenadas geográficas de um mapa são resultado da aplicação de um
sistema sexagesimal, com origens sobre o meridiano de Greenwich e sobre o Equador.
Os valores dos pontos são expressos pela sua latitude e por sua longitude. As unidades
de representação destes valores são o grau, minuto e segundo, acompanhados da
informação do hemisfério onde se encontram: norte ou sul para a latitude e leste ou
oeste para longitude. Além disso, deve-se usar sinal positivo (para N e E) ou negativo
(para W e S). Neste caso, quando a latitude está localizada ao sul do equador, seu sinal
é negativo. Da mesma forma, quando a longitude está localizada a oeste de
Greenwich, seu sinal também é negativo.
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Figura 1 - Fusos UTM para o Brasil. Fonte: AGUIRRE (1997). In: Becker et al, 1998.
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efetuado com apoio do GBF/DIME (Geographic Base File/Dual Independent Map
Encoding).
A partir da década de 1970 houve grande avanço no desenvolvimento de
hardware (processadores e equipamentos) surgindo naquela época os termos SIG &
CAD. Na década de 1980 houveram importantes avanços na microinformática. Foram
criados diversos centros de pesquisa em SIG (inicialmente acadêmicos), havendo
também aumento considerável do uso da informática e do uso comercial dos SIGs.
Em 1982 foi Lançado o Arc/Info pela ESRI (Enviromental Systems Research
Institute), software até hoje muito difundido ao redor do mundo. Em 1987 a
universidade de Clark, no estado do Massachusets lançou o Idrisi.
Em termos de Brasil, o início do uso dos SIGs ocorreu na década de 1980, tendo
tido como precursor o SAGA (Sistema de Análise Geo-Ambiental), desenvolvido na
UFRJ. Nesta década também o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) passou
a desenvolver o SITIM (1984-1990), e em seguida, o SPRING.
Atualmente temos diversos SIGs disponíveis no mercado, incluindo alguns de
distribuição gratuita, como é o caso do SPRING. Todos tem evoluído muito em termos
de qualidade dos produtos gerados e também na facilidade de operação. Além disso,
tem surgido softwares híbridos que possibilitam o acesso à informações e inclusive a
ferramentas de consulta via web, como é o caso do Google Earth, por exemplo.
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Fitz (2008) define SIG como
Um sistema constituído por um conjunto de programas
computacionais, o qual integra dados, equipamentos e
pessoas com o objetivo de coletar, armazenar,
recuperar, manipular, visualizar e analisar dados
espacialmente referenciados a um sistema de
coordenadas conhecido.
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Outro aspecto importante a ser observado na definição de um SIG, é a forma
como o mesmo interage com o usuário. Esta observação deve considerar o grau de
acessibilidade, facilidade de operação, transparência no fluxo lógico e forma clara e
sintética de obtenção do resultado pretendido.
Spring
Software desenvolvido pelo INPE, com funções de processamento de imagens,
análise espacial, modelagem numérica de terreno e consulta a bancos de dados
espaciais, trabalha com banco de dados relacional ou orientado a objetos. A Figura 2
mostra uma tela do SPRING.
ArcGIS
Software desenvolvido pela ESRI (Enviromental Systems Researchs Institute)
que permite amplas opções no desenvolvimento de atividades espaciais, tanto
utilizando arquivos raster como vetores. Apresenta ótima performance no trabalho
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com arquivos vetoriais. Trabalha com banco de dados relacional. A Figura 3 apresenta
uma tela do ArcMap, componente do ArcGIS.
Idrisi
Software desenvolvido pela Clark University, possui amplas aplicações em
geoprocessamento, com ótima performance no tratamento de informações raster. A
Figura 4 apresenta um exemplo de uma tela do Idrisi Taiga.
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ER Mapper
Este software oferece ferramentas avançadas para processamento de imagens,
permitindo seu uso em diversas áreas do geoprocessamento. A Figura 5 apresenta
uma tela do ER Mapper.
ENVI
É um software que oferece inúmeras possibilidades de aplicação em
geoprocessamento. Destaca-se pelo ótimo desempenho no processamento de
imagens e na elaboração de modelos numéricos do terreno (MNTs). A Figura 6 mostra
uma tela do ENVI.
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Figura 6 – Tela representativa do ENVI.
ILWIS
O software ILWIS (Integrated Land and Water Information System) também
realiza o tratamento computacional de dados geográficos. É distribuído gratuitamente,
tendo sido bastante usado em projetos desenvolvidos ao redor do mundo. A Figura 7
apresenta uma tela do ILWIS.
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4.3 - Operações sobre dados em SIG
Estas são realizadas por operadores, que são conjuntos de programas ou
módulos que atuam sobre a base de dados para atender aos requerimentos dos
usuários, no que diz respeito à análise da informação espacial.
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4.4.2 – Áreas de Aplicações dos SIGs
Os SIGs podem ser usados em todas as áreas que possam ter suas informações
mapeadas, sejam elas relativas ao espaço físico ou as relações sociais, econômicas e
humanas. As principais são:
- Análises geográficas;
- Processamento digital de imagens;
- Modelagem numérica do terreno;
- Geodésia e fotogrametria;
- Agricultura de precisão;
- Produção cartográfica;
- Modelagem de redes;
- Mapas cadastrais;
- Mapas ambientais;
- Planejamento – urbano, rural, ambiental...;
- Planejamento de negócios.
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4.4.4 – Exemplos de produtos gerados a partir do uso de SIGs
Mapa clinográfico
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Mapa de solos
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Figura 12 – Mapa dos valores de pH. Elaboração: Rodrigues, 2002.
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Consulta a banco de dados
O mapa apresentado abaixo é resultado de consulta ao banco de dados que
contém informações sobre os municípios brasileiros disponibilizado pelo IBGE em seu
site. Estas informações foram baixadas em formato .shp e convertidas para o formato
lido pelo SIG. A Figura 14 mostra o resultado desta consulta.
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utilizados, uma vez que apresentam boa funcionalidade, ótima precisão de localização
das informações, avançados recursos de representação gráfica e capacidade de edição
e impressão. A diferença fundamental dos CADs para os SIGs é que o CAD não permite
a realização de análises espaciais.
5. BASE DE DADOS
As fontes de dados em geoprocessamento caracterizam-se por sua grande
diversidade, podendo ser estas divididas da seguinte forma:
- Fontes primárias – aquelas que permitem o levantamento de dados originais,
como os trabalhos de campo e os produtos do sensoriamento remoto;
- Fontes secundárias – aquelas que fornecem mapas e estatísticas já prontos,
normalmente estas derivam das fontes primárias.
Em projetos de geoprocessamento a fonte dos dados deve ser definida em
função de alguns aspectos:
- Abrangência espacial;
- Detalhamento;
- Custo;
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- Possibilidade de padronização
- Confiabilidade.
Os levantamentos de dados a campo normalmente oferecem grande
detalhamento e segurança nas informações coletadas, desde que estes sejam feitos
seguindo os procedimentos adequados. Porém, exigem deslocamentos e o uso de
equipamentos apropriados em função do fenômeno pesquisado e do tipo de
informação necessária. Como exemplos de informações normalmente levantadas em
trabalhos de campo, podemos citar:
- Coletas de amostras (solo, água, vegetação...);
- Coletas de coordenadas para pontos de controle;
- Medidas (distâncias, áreas, perímetros, ângulos...);
- Realização de entrevistas (sociais, econômicas...);
- Confirmação de padrões previamente identificados em fotos aéreas, imagens
de satélites ou entrevistas.
Um dos principais aspectos a serem considerados na formação da base de
dados é a compatibilização entre os planos de informação, pois estes devem permitir
complementações e comparações.
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generalização da representação, onde vários elementos que constituem um pixel
deixam de ser individualizados. Cada um destes elementos apresenta um valor z que
pode indicar um atributo, normalmente, o seu nível de cinza (valor de brilho). Esta é a
estrutura comum das imagens (de satélite, fotografias aéreas digitais e mapas
digitalizados). As Figuras abaixo apresentam exemplos de estruturas raster.
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Figura 16 – Exemplo de matriz numérica de imagem raster. Fonte: Crosta, 1992, p. 24.
5.1.2 – Vetoriais
Estas estruturas são baseadas nos elementos geométricos básicos (pontos,
linhas e polígonos) que estão situados em sistemas de coordenadas bi ou
tridimensionais.
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Os pontos são as entidades geográficas que podem ser representadas por um
único par de coordenadas. Como exemplo, podemos ter a localização de uma casa, de
um poste, ou dependendo da escala, de uma cidade.
As linhas – são conjuntos de pelo menos dois pares de coordenadas
representadas por seus pontos. Uma linha além das coordenadas deve possuir pelo
menos um atributo. Por exemplo: um rio e seu nome.
As linhas também podem fazer a representação das redes. Estas são linhas que
trazem informação de como ocorrem as ligações entre elas, através dos nós.
Já os nós devem trazer as informações das cadeias de linhas e sobre os ângulos
de confluência de cada uma de suas linhas componentes.
Os polígonos são conjuntos de pontos em que sua última coordenada deve
coincidir com a primeira, fechando desta forma o polígono. Através de sua
representação fornecem informações de localização de áreas e perímetros.
As informações das relações entre os pontos, as linhas e os polígonos fornecem
a topologia das figuras geométricas, conforme pode ser visto na Figura 17.
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normalmente as bases de dados disponibilizadas estão representadas em escalas
menores, mas mesmo assim podem fornecer informações importantes. As principais
fontes são:
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística);
INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais);
DSG (Diretoria de Serviço Geográfico do Exército);
CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais);
EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária);
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis);
Universidades, órgãos públicos estaduais e prefeituras municipais.
Além destes, órgãos internacionais como a NASA (National Aeronautic and
Space Administration) e o GLCF (Global Land Cover Facility) também disponibilizam
dados de qualidade gratuitamente.
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coordenadas a ser usado. A precisão deste método depende da precisão na
identificação e posicionamento dos pontos de controle.
Caso os pontos de controle não sejam identificáveis nas cartas e mapas
disponíveis, podemos coletá-los a campo com auxílio de um aparelho GPS.
Os pontos de controle mais comuns são:
- Intersecções de estradas (encruzilhadas);
- Cruzamentos de estradas com ferrovias;
- Cruzamento de estradas com rios (pontes)
- Aeroportos;
- Cantos de cercas e esquinas (para escalas maiores), entre outros.
Quando se tratar de georreferência de cartas topográficas ou mapas, podemos
usar suas malhas de coordenadas.
Um detalhe importante a ser observado é que ao definirmos os pontos de
controle e obtermos suas coordenadas na imagem, devemos observar com “zoom”
aumentado, buscando o máximo de precisão na informação.
Ao obtermos os pontos de controle no campo com GPS devemos observar a
precisão deste, comparada com a resolução da imagem a ser georreferenciada, e o
datum em que o mesmo está obtendo as coordenadas.
O SIG utilizado para a elaboração da georreferência deve oferecer a opção de
comparar os erros relativos a cada ponto de controle antes de efetuar a
transformação. Deve-se trabalhar com um mínimo de 6 pontos de controle, para
equações lineares, prevendo a possibilidade de exclusão daqueles de menor
contribuição na equação de ajuste. Para equações quadráticas ou cúbicas, o número
de pontos deve ser ainda maior. Este aspecto depende do SIG em que esta tarefa
estiver sendo executada.
É importante que mesmo obtendo-se dados georreferenciados por outras
fontes, seja feita uma avaliação da qualidade desta georreferência, e sempre que
possível, efetuar nova georreferência, visando:
1 – O monitoramento e a redução de erros de posição inevitavelmente
introduzidos durante qualquer processo de reamostragem.
2 – Ajustar as distorções que alguns sistemas de referência, e as projeções a
eles associadas, introduzem para uma mesma área.
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Conforme Crosta (1992) o processo de georreferência resulta na produção de
uma nova imagem, com nova localização espacial e com DNs (números digitais) que
devem acompanhar esta localização.
Este processo é feito por interpolação, que pode ser feita pelos métodos:
1 – Vizinho mais próximo – considera como novo valor do píxel o DN de maior
abrangência dentro da nova imagem.
2 – Interpolação bilinear – toma por base os DNs dos 4 vizinhos mais próximos do
centro do novo píxel, calculando uma média ponderada pelas distâncias do centro dos
4 vizinhos ao centro do novo píxel.
3 – Convolução cúbica – baseia-se no ajuste de uma superfície polinomial de terceiro
grau, à região circundando o pixel a ser reamostrado. Os 16 pixels vizinhos são
utilizados para determinar o valor do novo pixel.
Exemplo:
Para georreferência da foto aérea da Figura 18, utilizou-se as coordenadas UTM
extraídas da carta topográfica da região (ambas de Ourinhos).
Nesta Figura estão demonstrados os 5 pontos de controle extraídos da tela do
computador.
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Figura 18 – Pontos de controle destacados sobre o aerofotograma.
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Figura 19 – Pontos de controle destacados sobre a carta topográfica.
Paralelepípedo
Neste método é considerada na análise uma área quadrada ao redor do
conjunto de treinamento. Esta deve ser representativa de uma classe de uso da terra,
onde o DN mínimo e máximo dos pixels definirá sua classificação em uma ou outra
classe.
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Distância mínima
Este método emprega a estatística para ser executado. A partir da delimitação
dos polígonos, o software calcula o valor médio dos pixels de cada classe e no processo
de classificação os utiliza para analisar a distância dos demais pixels em relação a cada
média das classes. Após, associa os pixels àquelas classes em que seu DN estiver mais
próximo.
Máxima verossimilhança
Nele, os valores de reflectância de uma área de treinamento são descritos por
uma função de densidade de probabilidade, baseada na estatística Bayesiana. Este
classificador verifica a probabilidade que um píxel tem de pertencer a uma
determinada classe e o classifica na categoria que tiver maior probabilidade. A Figura
21 a seguir apresenta o resultado de uma classificação supervisionada pelo método de
verossimilhança.
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6.2.2 – Classificação não supervisionada
Neste método as imagens são classificadas de acordo com a semelhança
espectral das diferentes tonalidades nelas existentes. Normalmente o software
procura “nuvens” de pixels com DNs parecidos e os classifica em uma categoria. Pode
haver a intervenção do intérprete na delimitação do número de classes a serem
extraídas.
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Figura 22 – MNT da microbacia hidrográfica do Arroio do Meio, na região central do
Rio Grande do Sul.
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retornando para o espaço RGB. A Figura 23 a seguir apresenta o resultado da fusão das
bandas multiespectrais AVNIR (resolução espacial de 10 metros) com a banda
pancromática PRISM (resolução espacial de 2,5 metros) do satélite japonês ALOS, da
região de Ourinhos, SP.
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Em seguida, na Figura 24 é apresentada a operação de multiplicação entre o
mapa da classe de capacidade de uso da terra IIIs e o mapa de uso da terra do
município de Botucatu, SP.
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- Reclassificação de imagens;
- Elaboração de histogramas que apresentam a distribuição das freqüências dos
pixels das imagens;
- Aplicação de contrastes nas imagens;
- Operações de criação, manutenção e consulta ao banco de dados;
- Criação de buffers e a realização de análises relativas à distâncias de
determinadas entidades, como estabelecimento de zonas de interesse e o estudo de
caminhos de menor custo;
- Análises de superfícies, tais como criação de mapas de declividades,
operações de filtragens, agrupamentos, geração de microbacias e localização de
pontos de interesse;
- Análises estatísticas relacionadas à localização espacial das informações;
- Suporte à decisão. Estas permitem que sejam realizadas análises que geram
mapas de apoio à tomada de decisões baseados na localização espacial das
informações;
- Trabalho com séries de dados e análise das mudanças ocorridas em uma dada
região em um período de tempo;
- Interpolação, geoestatística, variáveis topográficas e extração de feições;
- Operações de modelamento de dados, de classificação de imagens e de
simulações;
- Simulação e avaliação de tendências e mudanças no uso do solo, além de
módulos para análises de equações de perda de solo;
- Aplicação de transformações por componentes principais, análises de Fourier,
análises de textura, análises termais e de índices de vegetação;
- Análises de imagens hiperespectrais;
- Mudança de formato de dados e modificações na estrutura de imagens e
vetores, assim como transformações de linha para ponto ou polígono e vice-versa;
- Mudança de sistemas de projeção e de coordenadas e ainda mudanças de
datuns em imagens georreferenciadas;
- Edição de textos e de outros formatos, muito usados para ajustes nos arquivos
de documentação das imagens e vetores, ou para criação destes arquivos. Permite
alterações nos dados armazenados;
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- Interpolação de superfícies, possibilitando a realização de interpolações por
contorno, rede irregular de triângulos e krigagem.
BECKER, E. L. S., PIROLI, E. L., TREVISAN, M. L., CASSOL, R. Algumas considerações com
referência às formas de representação da terra através de coordenadas UTM. Ciência e
Natura, Santa Maria, v. 20, p. 215-229, 1998.
CÂMARA, G. & MEDEIROS, J. S. (1998). GIS para Meio Ambiente. São José dos Campos:
INPE.
FITZ, P.R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
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Universidade Estadual Paulista – Campus de Ourinhos – Curso de Geografia – CEDIAP-GEO
MONICO, J. F. G. Posicionamento pelo NAVSTAR-GPS: Descrição, Fundamentos e
Aplicações. São Paulo: Ed. UNESP, 2000.
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