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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –UNIRIO

Centro de Letras e Artes – CLA


Programa de Pós-Graduação em Música – PPGM

Disciplina: Metodologia da Pesquisa


Professora: Silvia Sobreira
Aluna: Camila Claudino Martins Silva Moreira

Fichamento do texto:

KRÜGER, Susana Ester. Educação musical apoiada pelas novas Tecnologias de


Informação e Comunicação (TIC): pesquisas, práticas e formação de docentes. Revista
da ABEM, Porto Alegre, V. 14, p. 75-89, mar, 2006. Disponível em:
http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/.
Acesso em: 28 abr. 2021.

1- Qual o problema do estudo?

O problema do estudo está focado em entender, através de uma análise de


pesquisas sobre o uso das TIC’s como apoio a Educação Musical, como as ferramentas
tecnológicas podem ser utilizadas de maneira apropriada pelos docentes.
De acordo com Krüger (2006) há alguns questionamentos que devem ser feitos:

[…] como e quanto temos selecionado e utilizado apropriadamente as


TIC em nossas aulas de música, sendo inovadores não apenas por
utilizarmos as TIC, mas também na didática e na pedagogia musical, a
fim de que esses aspectos “menos musicais” sejam realmente
complementares? Temos pesquisado esses temas? Se sim, qual tem
sido nosso foco? (KRÜGER, 2006, p. 77).

2- Qual o objetivo do estudo? (objetivos específicos)

O objetivo do estudo é apresentar pesquisas e práticas pedagógicas que fazem


referência ao uso das TIC’s na educação musical.
Através da análise dessas pesquisas, Krüger (2006) espera realizar uma reflexão
sobre questões que fazem o uso das TIC’s ainda não serem tão difundidas em práticas
pedagógicas musicais. A autora também busca entender como essas ferramentas
tecnológicas podem ser utilizadas de maneira mais estimulante para os alunos, não
sendo apenas “[…] meras transposições de livros-texto ou exercícios.” (KRÜGER,
2006, p. 76). Para a autora, essa é uma das maiores críticas sobre o uso das TIC na
educação musical, pois:

Dessa forma não será utilizado todo o potencial de interação entre os


usuários (alunos e professores) e entre estes e o conhecimento. Em
resumo, apesar do potencial de enriquecimento, diversificação e
estímulo em atividades convencionais, os diferenciais técnicos e
educacionais intrínsecos das TIC podem promover outras e novas
abordagens pedagógicas, não precisando ser abordadas apenas como
uma nova roupagem para um determinado tema. (KRÜGER, 2006, p.
76).

3- Qual a hipótese do estudo?

Através de uma análise sobre pesquisas e práticas pedagógicas que fazem uso
das TIC’s no ensino da música, Krüger (2006) espera que possa ser gerada uma reflexão
sobre questões que fazem o uso das ferramentas tecnológicas, assim como o ensino a
distância, não serem tão difundidas em práticas pedagógicas musicais.

4- Questões e comentários sobre o estudo.

Uma questão discutida no texto faz referência ao receio que alguns docentes
possuem em utilizar as ferramentas tecnológicas em suas práticas pedagógicas. Krüger
(2006) chama esse receio de “Tecnofobia”. Como motivo para esse medo, a autora
acredita que as TIC implicariam em “[…] mudanças na própria natureza e no foco das
atividades musicais, como a composição, execução e apreciação […]”. (KRÜGER,
2006, p. 76).

[…] os entusiastas das TIC precisam entender que aqueles que são
relutantes em utilizar a tecnologia musical talvez não sejam
tecnófobos; eles podem ter preocupações genuínas e fundamentadas,
talvez relacionadas a alguns aspectos menos musicais da tecnologia.
(CAIN, 2004, pg. 220 apud KRÜGER, 2006, p. 76).
Outra questão interessante levantada no texto fala sobre a importância do
aumento da participação de educadores musicais nas pesquisas sobre a produção de
softwares para a educação musical.

Nesses projetos interdisciplinares de produção de software educativo-


musical, é importante a participação de pesquisadores da educação
musical, das TIC, de design e de pessoas pertencentes ao público-alvo
do software – se não em todo o projeto, ao menos em momentos
específicos, como na fase de planejamento, quando é delimitado o
foco do software e buscada sua fundamentação pedagógica, e nas
avaliações formativas. (KRÜGER, 2006, p. 76).

Para Krüger (2006) é importante que os educadores musicais ajudem na


elaboração do projeto pedagógico, avaliando a viabilidade de determinadas atividades
que poderão ou não ser incluídas no software. Além de avaliar o material sonoro que
será utilizado.

[…] os educadores musicais precisam elaborar e detalhar


minuciosamente o projeto pedagógico (desde o tema até o repertório e
as atividades de avaliação, quando pertinentes), discutindo os detalhes
com os pesquisadores da área tecnológica, que darão seu parecer
quanto à viabilidade de implementação ou não de determinada função
ou atividade. Na implementação, os pesquisadores da educação
musical precisam prover o material sonoro e as orientações
pedagógicas para que os pesquisadores da área tecnológica possam
programar a atividade. (KRÜGER, 2006, p. 78).

Ainda sobre a importância da participação de educadores musicais na elaboração


dos softwares, Krüger (2006) afirma que a “interação entre o programador e o professor
propicia a análise das atividades pedagógicas e objetivos curriculares relacionados ao
uso de softwares.” (KRÜGER, 2006, p. 84).
O texto também aborda alguns pontos interessantes sobre exemplos de EaD na
educação musical. Krüger (2006) mostra alguns pontos positivos e negativos
encontrados nas pesquisas analisadas. Como pontos positivos a autora destaca o:

[…] contato com outros alunos e professores sem a necessidade de


sair de casa, bem como o acesso às informações e materiais, a
comunicação com os demais participantes e atualizações das
informações sobre o curso e outros posteriores; armazenamento de
trabalhos elaborados, e fácil acesso ao conteúdo dos participantes do
curso […] (KRÜGER, 2006, p. 82).
Após a realização de uma pesquisa bibliográfica, Krüger (2006) concluiu que em
relação às desvantagens encontradas no ensino a distância as pesquisas apontaram para:

[…] os problemas técnicos, principalmente quanto à conexão de


Internet lenta ou instável para acesso ao Teleduc, falta de
conhecimento geral de informática e Internet ou de operacionalização
do software, e problemas no funcionamento de algumas ferramentas –
principalmente em relação às atividades síncronas. (KRÜGER, 2006,
p. 82).

Sobre algumas sugestões encontradas na literatura da informática educacional


para a organização de cursos e disciplinas que fazem uso das TIC’s, Krüger (2006)
menciona que as propostas:

[…] focalizam o aprendizado de aspectos computacionais básicos e o


uso de programas relacionados a tarefas específicas, que é o foco mais
comum também dos cursos de informática aplicada à educação […].
(KRÜGER, 2006, p. 83).

Vincent e Merrion, citados por Krüger (2006), ainda falam sobre a importância
do preparo dos docentes para o uso das TIC’s, e que esse preparo “[…] considere
aspectos relacionados aos estudantes, à música, ao professor e à tecnologia […]”.
(KRÜGER, 2006, p. 84 apud VINCENT E MERRION, 1996, pg. 40).
Krüger (2006) ainda afirma que “Para que isso aconteça, é necessário que a
formação seja direta, continuada e profunda.” (KRÜGER, 2006, p. 84).
Para a autora é muito importante que as TIC sejam recursos cada vez mais
conhecidos e que os docentes possam estar cada vez mais preparados para lidar com
essas ferramentas, para assim […] diminuirmos o desconhecimento desses recursos,
bem como a insuficiência (ou inexistência) na formação e atualização dos educadores
musicais para o uso das TIC em aulas de música.” (KRÜGER, 2006, p. 85).

5- Quais os principais métodos utilizados?

O principal método utilizado foi uma pesquisa bibliográfica que visava fazer um
levantamento das pesquisas brasileiras sobre o uso das TIC (Tecnologias de Informação
e Comunicação) na educação musical.

6- Quais os principais achados?


Como principais achados, Krüger (2006) aponta para a importância da discussão
sobre o uso das TIC’s entre os educadores musicais, ao afirmar que:

[…] nós mesmos(as) temos que passar pelo processo, discutindo com
nossos pares as vantagens e desvantagens das TIC, buscando um novo
horizonte de pesquisas e práticas educativo musicais. Ao mesmo
tempo em que somos desafiados a buscar o conhecimento teórico-
prático produzido por educadores de outras áreas, como os
profissionais que trabalham com softwares educacionais e educação a
distância, sabemos que eventuais receios não serão apenas
minimizados por meio de leituras ou conhecimento de práticas de
terceiros: somente ao utilizarmos essas ferramentas e refletirmos sobre
suas implicações na educação musical é que poderemos criar nossos
próprios sistemas educativo-musicais apoiados pelas TIC. (KRÜGER,
2006, p. 85).

A pesquisa feita por Krüger (2006) demonstrou “[…] que ainda há poucas
universidades brasileiras que efetiva e continuamente desenvolvem trabalhos nessas
duas áreas, e reafirma a necessidade de maior capacitação tecnológica para os
educadores musicais.” (KRÜGER, 2006, p. 75).
Krüger (2006) também mostra que a vivência aliada a pesquisas e estudos feitos
sobre o assunto poderá fornecer a experiência e a base necessária para os educadores
musicais trabalharem mais a música com apoio nas Tecnologias de Informação e
Comunicação.

7- Quais os pontos fortes e deficientes desse trabalho?

Como pontos fortes, acredito que a discussão sobre uma maior utilização das
TIC’s na educação musical de maneira que o professor de música esteja preparado para
esse processo. Além do texto também falar sobre a importância da inserção das TIC’s
em disciplinas e cursos de ensino superior, inclusive utilizando o formato EaD.
Acredito que seja necessário um novo levantamento mais atualizado para que
haja uma visão mais recente do cenário da utilização dessas ferramentas tecnológicas na
educação musical.

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