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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE BLUMENAU
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS – ENGENHARIA DE MATERIAIS
BLU 2405 – Resistência e Falha em Materiais
Blumenau, 12 de Março de 2019.
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Enunciado do Guia de Estudos I
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
i) Esta GUIA DE ESTUDOS I é uma ferramenta para a preparação para a prova P1, sendo constituída por 5
(QUATRO) questões.
ii) O documento relativo a este GUIA DE ESTUDOS I contém 01 páginas.
iii) Este GUIA DE ESTUDOS I não será instrumento de avaliação.
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1) Sobre os materiais de engenharia (Adaptada de Padilha, Materiais de Engenharia –
Microestrutura e Propriedades, 1997):
a) Apresente os grupos e subgrupos de materiais existentes e discuta suas principais
características.

Polímeros: Os polímeros incluem os familiares materiais plásticos e de borracha. Muitos deles são
compostos orgânicos que têm sua química baseada no carbono, no hidrogênio e em outros elementos não
metálicos (por exemplo, O, N e Si). Além disso, eles têm estruturas moleculares muito grandes, em geral
na forma de cadeias, que com frequência possuem uma estrutura composta por átomos de carbono.
Muitos dos polímeros são extremamente dúcteis e flexíveis (plásticos), com isso são facilmente
conformados em formas complexas. Em geral, quimicamente eles são relativamente inertes, não reagindo
em um grande número de ambientes. Uma das maiores desvantagens dos polímeros é sua tendência em
amolecer e/ou decompor em temperaturas baixas, o que, em algumas situações, limita seu uso. Têm,
também, baixa condutividade elétrica e não são magnéticos. Eles podem ser divididos em termoplásticos
(reprocessado), termorrígidos (reticulações, lig cruzadas) e elastômeros (tem – reticulações).

Metais: Os metais são compostos por um ou mais elementos metálicos (por exemplo, ferro, alumínio,
cobre, titânio, ouro e níquel), e com frequência também por elementos não metálicos (por exemplo,
carbono, nitrogênio, oxigênio) em quantidades relativamente pequenas. Em relação às carac mec, esses
materiais são relativamente rígidos e resistentes, e ainda assim são dúcteis (isto é, são capazes de se
deformar intensamente sem sofrer fratura), e resistentes à fratura, por isso são amplamente utilizados em
aplicações estruturais. As carac citadas estão interligadas e existem, devido a presença do reticulo
cristalino e do tipo de ligação existente entre elas. Os materiais metálicos possuem grande número de
elétrons livres. Esses elétrons não estão ligados a qualquer átomo em particular. Além disso, apresentam
alto ponto de fusão e ebulição, devido a força de atração causada pelo “mar” de elétrons livres, no qual
mantem os átomos unidos com mta intensidade, dessa maneira é preciso q forneça altas energias. Os
metais são bons condutores de eletricidade e de calor e não são transparentes à luz visível.
Cerâmicas: São compostos formados entre elementos metálicos e não metálicos, na maioria das vezes,
são óxidos, nitretos e carbetos. Por exemplo, alguns materiais cerâmicos comuns incluem o óxido de
alumínio (ou alumina, Al2O3), o dióxido de silício (ou sílica, SiO2), o carbeto de silício (SiC), o nitreto de
silício (Si3N4). As cerâmicas apresentam fortes ligações de caráter iônico e também covalente que
conferem alta rigidez e resistência comparáveis aquelas dos metais. Apresentam alta dureza e extrema
fragilidade, isso é ausência de duc. Diferentemente dos metais, as cerâmicas são tipicamente materiais
isolantes a passagem de calor e eletricidade, explicado pelo fato de não apresentarem elétrons livres em
sua estrutura. Além de serem mais resistentes a elevadas temp e ambientes severos do que os metais e
polímeros.
Compósitos: É composto por dois (ou mais) materiais individuais. O objetivo de projeto de um compósito
é atingir uma combinação de propriedades que não é exibida por nenhum material isolado e, também,
incorporar as melhores carac de cada um dos materiais que o compõem. Alguns materiais de ocorrência
natural também são compósitos, por ex, a madeira e o osso. Entretanto, a maioria dos compósitos que
consideramos em nossas discussões são sintéticos (ou feitos pelo homem). Um dos compósitos mais
comuns e familiares é aquele com fibra de vidro, no qual pequenas fibras de vidro são encerradas dentro
de um material polimérico (normalmente um epóxi ou um poliéster). As fibras de vidro são resistentes e
rígidas (mas também são frágeis), enquanto o polímero é mais flexível. Dessa forma, o compósito fibra de
vidro resultante é relativamente rígido, resistente e flexível. Além disso, possui baixa massa específica.
Outro material é polímero reforçado com fibras de carbono (ou “PRFC”). Fibras de carbono são colocadas
no interior de um polímero. Esses materiais são mais rígidos e mais resistentes que os materiais
reforçados com fibras de vidro no entanto, são mais caros.
b) Compare os principais grupos e subgrupos de materiais quanto às seguintes
propriedades: ponto de fusão; dureza; maleabilidade; densidade; resistividade elétrica.

Ponto de fusão: P.F. designa a temp a qual a substância passa do estado solido para o liquido. É a temp
na qual a substancia sólida está em equilíbrio com a substancia que dela se obtém por fusão.
No caso dos metais, ligações entre átomos se unem originando os denominados reticulados
cristalinos. Esses reticulados são redes nos quais cada átomo do metal está circundado por 8 a 12 outros
átomos do mesmo elemento, senso as atrações iguais em todas as direções. A razão pela qual os metais
permanecem unidos neste reticulado é explicado pela teoria da nuvem eletrônica. Segundo essa teoria, os
metais ficam unidos em razão da existência de uma quantidade muito grande de elétrons livre que
transitam entre os átomos do reticulado. Os átomos que perdem os elétrons se formam em cátions, mas
podem logo receber elétrons e voltarem a se tornarem átomos neutros. Devido a continuidade indefinida
deste processo, o metal se torna um aglomerado de átomos neutros e cátions “mergulhados” em uma
nuvem de elétrons livres, formando a ligação metálica. Essa forte ligação explica o fato dos metais
apresentarem pontos de fusão altos, pois é necessário a aplicação de uma quantidade de energia elevada
p romper as lig e fazer com que o metal mude de estado físico.
No caso das cerâmicas, o ponto de fusão é elevado, superior até que os metais e polímeros, carac
explicada pelo arranjo cristalino fortemente ligado, no qual é preciso um intenso aquecimento para quebra-
lo, portanto, o ponto de fusão se elevam garantindo grande estabilidade química.
Para os polímeros, as ligações entre suas cadeias de segunda ordem, carac o baixo ponto de fusão,
justamente pelo fato dessas ligações serem fracas, portanto requer uma baixa energia para quebra das
mesmas. Pode-se então destacar que o ponto de fusão para esses materiais é inferior aos registrados
para metais e cerâmicas.

Dureza: A dureza pode ser definida como uma resistência a penetração e/ou riscamento, ou seja, é uma
resistência a def plástica local do material.
Nos metais, a dureza apresenta-se elevada, na qual o fator aumenta com o teor de carbono
adicionado e elementos de liga endurecedores. Com a adição de carbono, o elemento ocupa o interstício
da rede cristalina do Fe. Desta maneira, os planos de escorregamento são dificultados, portanto a dureza
+ e a ductilidade -. Além disso, há grande estabilidade das ligações de carbono que proporciona uma
maior dificuldade para romper as ligações, resultando num aumento de dureza.
Para as cerâmicas, a dureza em geral é bastante elevada, devido as ligações iônicas e covalentes
que esses materiais podem apresentar. As cerâmicas ligadas predominantemente por lig covalentes,
apresentam dureza mais elevada que as cerâmicas com lig predominantemente iônicas. Quando
comparado aos metais, sua dureza é mais elevada, justamente pelo fato de apresentarem maior energia
envolvida na lig química, porem são frágeis devido as rígidas lig.
Para os polímeros, quando comparados aos metais e cerâmicas, eles apresentam dureza bem
inferiores. É importante salientar que as ramificações nos materiais poliméricos aumentam a dureza em
polímeros amorfos. Ao diminuir a cristalinidade pode diminuir a dureza dos polímeros cristalinos.

Maleabilidade: Em relação a maleabilidade, nos metais seus átomos podem “escorregar” uns sobre os
outros. Desta maneira, apresentam boa maleabilidade, isto é, capacidade de reduzir os metais em chapas
e laminas finas.
As cerâmicas não apresentam capacidade de serem moldadas por deformação, diferentemente dos
materiais metálicos. Explicado pelo fato de que as cerâmicas são extremamente frágeis e não apresentam
grandes capacidades de se deformar quanto os metais que são de natureza dúcteis.
Já para os polímeros, a maleabilidade pode ser classificada em polímeros termoplásticos e
termorrígidos. Os termoplásticos quando são aquecidos, permitem que sejam moldados, devido ao
amolecimento. Entretanto, os termorrígidos quando são aquecidos não amolecem e começam a se
decompor. Em geral, os polímeros são mais maleáveis do que os metais e os cerâmicos, devido suas lig
fracas secundárias entre as cadeias.

Densidade: Em relação a densidade, os metais apresentam densidade elevada, que é resultado de suas
estruturas compactas. Nas cerâmicas, apresentam lig direcionais, ou seja, o arranjo atômico local é
determinado pelos ângulos das ligações, em geral apresentam densidades baixas, inferiores aos metais.
Assim como nas cerâmicas, os polimeros apresentam baixa densidade. Apresentam densidades inferiores
aos dos metais e cerâmicas, com variações de aproximadamente 0,9 g/cc até 2,3 g/cc.

Resistividade elétrica: Em relação a resistividade elétrica, os metais por apresentarem boa condutividade
elétrica (apresentam grandes números de eletrons não localizados) apresentam baixa resistividade
elétrica, na qual é uma medida de oposição de um material ao fluxo de corrente elétrica. R=p.l/a, onde p é
a resistividade elétrica. Nos metais a resis elétrica aumenta com o aumento da temp. Nos materiais
cerâmicos, como não apresentam eletrons livres, torna esses materiais bons isolantes elétricos, logo
apresentam baixa condu elétrica. Desse modo, apresenta boa resis elétrica. Os polimeros apresentam
baixa condutividade elétrica, desta maneira, apresentam por sua vez alta resistividade elétrica, em torno
de 10^15 ohm, atuando como isolantes

2) Pesquise na literatura e desenhe um diagrama Fe-C, indicando:


a) os campos de estabilidade das possíveis fases do sistema;
b) as temperaturas e composições das diferentes transições invariantes;
c) o campo dos aços e o campo dos ferros fundidos.

3) Sobre o comportamento mecânico das diferentes classes de materiais, pede-se:


a) Apresente, discuta e desenhe esquematicamente os tipos de esforços e/ou
carregamento que podem atuar sobre os elementos mecânicos;
Os esforços mecânicos são tipos de esforços que os sólidos estão sujeitos, gerando assim tensões
internas em suas microestruturas. Os esforços mecânicos em que os materiais estão sujeitos são: Tração,
compressão, cisalhamento, flexão e torção.

Tração: Se baseia em um esforço uniaxial, que tende a provocar um alongamento do CP


no sentido da força aplicada até a ruptura. Com isso, ocorre uma – da seção transversal a
este mesmo eixo para um mate dúctil.

Compressão: Se baseia em um esforço uniaxial, que tende a provocar um encurtamento


ou ruptura do CP no sentido da força aplicada. Com isso, ocorre um + da seção transv a
este mesmo eixo p um material dúctil diferentemente de um material frágil.

Cisalhamento: A def cisalhante é definida como a tangente do ângulo de deformação teta. Essa
é a solicitação que atende a deslocar paralelamente, em sentido oposto, duas seções de uma
peça.
Torção: É uma variação do cisa puro, no qual um elemento estrutural é torcido, as forças de
torção produzem um movimento de rotação em torno do eixo longitudinal de uma das
extremidades do elemento em relação a outra extremidade.

Flexão: Qnd uma viga está sujeita a um par de momentos fletores no plano, a viga estará
submetida a flexão puro. As linhas longitudinais se curvam durante a flexão e os planos trasnv
mudam de posição.

b) Numa tabela, mostre os principais ensaios mecânicos, os respectivos esforços


presentes, bem como as principais propriedades mecânicas que podem ser obtidas nestes
ensaios.

ENSAIOS ESFORÇOS PROP MECÂNICAS


Limite de escoamento, limite de
resis a tração, limite de ruptura,
Ensaio de tração Forças trativas alongamento, modulo de
elasticidade, tenacidade,
resiliência, coef de estricção.
Para dúcteis: limite de
proporcionalidade, limite de
escoamento, modulo de
Ensaio de compressão Forças compressivas
elasticidade.
Para frágeis: limite de resist a
compressão.
Carga crescente em Modulo de ruptura, modulo de
Ensaio de flexão determinados pontos de uma elasticidade, modulo de resist,
barra modulo de tenacidade.
Tensão de ruptura, limite de
Ensaio de torção Forças de torção e cisa puro escoamento, modulo de
elasticidade transv (b)
Ensaio de dureza Forças de compressão Dureza e microdureza.
Forças de tração ou compressão Tempo devida até a ruptura, limite
Ensaio de fluência
constantes de resist a fluência.
Limite de ruptura a fadiga, tempo
Ensaio de fadiga Cargas cíclicas
de vida até a ruptura.
Energia absorvida antes da
Ensaio de impacto Forças de choque
ruptura.
Fator e intensidade de tensão,
Forças trativas, forças
Ensaio de tenacidade a fratura K1C, Ki, modulo de tenacidade,
compressivas e forças de choque.
resist a fratura.

4) No Livro “Ciência e Engenharia de Materiais”, de W.D. Callister Jr. faça um estudo


resumido dos seguintes capítulos:
i) Capítulo 11: Aplicação e Processamento de Materiais Metálicos;
ii) Capítulo 13: Aplicações de Processamento de Materiais Cerâmicos;
iii) Capítulo 14: Estrutura de Polímeros.
5) No Livro “Ciência e Engenharia de Materiais”, de W.D. Callister Jr. faça um estudo
resumido dos Apêndices A, B, C, D e E

6) Para os diferentes livros listados abaixo, faça um levantamento e o fichamento dos


capítulos presentes nos mesmos que abordem os seguintes temas e: i) Estrutura
Atômica e Ligações Atômicas; ii) Estrutura Cristalina e Defeitos Cristalinos; iii)
Mecanismos de Deformação e Mecanismos de Endurecimento; iv) Comportamento
Mecânico dos Materiais; v) Falha dos Materiais; vi) Transformação de Fase; vii)
Diagrama de fases; viii) Materiais Compósitos.

- “Ciência e Engenharia de Materiais”, de W.D. Callister Jr.


- “Ciência e Engenharia dos Materiais”, D. R. Askeland / P. P. Phulé.
- “Ciência e Engenharia dos Materiais”, J.F. Shackelford.
NÃO FIZ

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