Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PDF
Bibliografia
ISBN 978-65-5702-003-6
1. Calçados - Indústria 2. Calçados para profissionais 3. Segurança do trabalho - Normas 4. Serviços de saúde I. Clementino,
Felipe Cintra. II. Zago, David Henrique. III. Santos, Jorge Luiz Dias dos. IV. Lima, Fernando Soares de. V. Título VI. Série.
20-46473 CDD-363.15
1 Objetivo .................................................................................................................................................................................... 5
2 Introdução ............................................................................................................................................................................ 5
3 Os calçados ....................................................................................................................................................................... 7
4 As normas vigentes .............................................................................................................................................. 8
4.1 Classes e desenhos dos calçados ........................................................................................................... 9
4.2 Requisitos e simbologias aplicadas ...................................................................................................... 10
5 Disposições finais .................................................................................................................................................. 15
6 Referências normativas .................................................................................................................................. 16
7 Siglas .......................................................................................................................................................................................... 17
8 Referências bibliográficas ......................................................................................................................... 18
9 Sobre os autores .................................................................................................................................................... 19
Instruções para escolha adequada dos calçados
profissionais de acordo com a simbologia empregada
1 Objetivo
Auxiliar os profissionais da área de saúde e segurança do trabalho e os próprios usuários a realizar a
escolha adequada dos calçados profissionais, em consonância com as normatizações adotadas pelos
órgãos competentes, visando reduzir os danos decorrentes de acidentes de trabalho por fatores
mecânicos e térmicos na região dos pés.
2 Introdução
A existência de dúvidas inerentes a um processo de compra pode induzir a uma escolha inadequada,
situação essa que pode acontecer ao adquirir qualquer produto inclusive um calçado1. Estima-
se que hoje 50% da população utiliza um calçado inadequado, podendo ocasionar dores, lesões
hiperquerostáticas (calos)2, problemas de saúde nos membros inferiores e tronco. Esses fatores
incrementam os acidentes por quedas e ainda podem influenciar negativamente na independência
e mobilidade da população idosa(2,3). Dessa forma, a escolha do calçado ideal deve ser realizada com
atenção, visando à proteção imediata e futura do usuário4.
De acordo com a Norma Regulamentadora n°6 (NR6), a empresa é obrigada a fornecer aos
empregados de forma gratuita EPI’s adequados aos riscos inerentes à função, estando em
perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias5:
a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
Ainda de acordo com a NR6, as empresas que não forem obrigadas a constituir SESMT, conforme à
Norma Regulamentadora n°4, a seleção adequada do EPI cabe ao empregador, seguindo orientações
de profissional habilitado para este fim, CIPA, ou na falta desses a seleção deverá ser realizada pelo
empregador em conjunto com dois trabalhadores que utilizam os EPI’s6.
Para saber se a empresa necessita possuir um SESMT instalado é necessário fazer uma consulta NR4,
onde é qualificado seu grau de risco conforme o tipo de atividade exercida e confrontar esse grau
de risco com o número de funcionários da empresa. A tabela 1 informa os grupos de empresas
desobrigadas a constituir o SESMT.
3 Até 100
4 Até 50
Conforme disposto na tabela 1, as empresas que nesta se enquadram não são obrigadas a
manterem em tempo integral um técnico ou engenheiro do trabalho. Este posicionamento traz
benefícios financeiros para a empresa, mas deixa uma lacuna para que esses funcionários não
participem de momentos importantes como a orientação da escolha correta dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPI’s). O pouco conhecimento técnico envolvido na escolha do EPI pode
ocasionar a aquisição de produtos inadequados à função e isso pode equivaler à ausência de
proteção para a execução da atividade pelo usuário.
3 Os calçados
Para entender um pouco mais sobre as informações seguintes é necessário indicarmos as partes
integrantes dos calçado.
2
4
3
5
Fonte: autores
1 - Cabedal: parte superior do calçado, pode ser confeccionado em materiais como couro, laminados
sintéticos e materiais têxteis. Deve apresentar resistência mecânica e capacidade de absorver
parte do suor gerado pelo pé;
3 - Palmilha de montagem: palmilha fixa, utilizada para auxiliar na conformação do calçado, deve
possuir resistência ao desgaste e ser capaz de absorver água;
4 - Biqueira: pode ser constituída em materiais rígidos como aço e composite para proteção dos
dedos do trabalhador contra quedas de materiais pesados ou em material flexível como o plástico
para auxiliar na conformação do bico do calçado;
5 - Solado: parte inferior do calçado que irá em contato com o chão. Diversos materiais podem
ser empregados na sua conceitualização, desde que o produto final tenha propriedades físicas
positivas, como baixo desgaste, resistência mecânica, resistência ao escorregamento entre outras.
4 As normas vigentes
Em 2009, foi publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através da Portaria nº 121, as
novas normas a serem adotadas no Brasil para a certificação de calçados utilizados como EPI’s7. Para
calçados de proteção contra riscos mecânicos foram adotadas as normas ABNT NBR ISO 203448,
ABNT NBR ISO 203459, ABNT NBR ISO 2034610 e ABNT NBR ISO 2034711. Atualmente ainda são
adotadas as mesmas normas em versões atualizadas, regularizadas e pela Portaria n° 452 de 20 de
novembro de 2014, sendo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT) responsável pela
emissão dos certificados.
O método de realização da maior parte dos ensaios em calçados e seus componentes, como cabedal,
forros, palmilhas e solados, são especificados pela norma ABNT NBR ISO 203448, com exceção de
alguns ensaios cujas metodologias estão em outras normas, porém são citadas pela NBR 203448.
As normas possuem especificações para proteção dos dedos dos pés e são similares, diferindo-se
apenas nos métodos dos ensaios de impacto e compressão de biqueira. Para a norma ABNT NBR
ISO 203459, o ensaio de impacto deve ser realizado com energia de 200 J e o ensaio de compressão
com força de 15 kN, enquanto que para a ABNT NBR ISO 2034610, o ensaio de impacto deve ser feito
com energia de 100 J e força de 10 kN de compressão.
Os calçados para proteção contra agentes térmicos de alta intensidade (calçados para bombeiros), contra
agentes químicos, corte por motosserra, calçados específicos para proteção contra metais fundidos
(calçados para uso em metalúrgicas e siderúrgicas) e riscos elétricos não são abordados nesse documento,
pois seguem métodos de ensaios e parâmetros de especificação detalhados por outras normas técnicas.
4.1 Classes e desenhos dos calçados
•
Classe I: Calçados confeccionados em couro e outros materiais, excluindo calçados inteiros
poliméricos e/ou elastoméricos;
Cada uma das classes possui ensaios específicos de acordo com os materiais empregados na sua
confecção, seu tipo de construção e a finalidade de uso em relação à proteção exigida.
Existe ainda um calçado híbrido: que se configura pela combinação das duas classes, sendo a princípio
um Classe II com uma extensão em material aplicável à Classe I. A figura 3 mostra como deve ser este
calçado, onde a região 1 deve se comportar como calçados Classe I e a região 2 como um Classe II,
ambas as regiões devem atender aos requisitos de cada classe.
Região 2
Além disso, conforme a altura do calçado e seu tamanho, eles ainda são subdivididos em cinco tipos
de desenhos:
a
Figura 4: desenhos dos calçados.
A B C D E
Calçado Baixo Botina Bota meio-cano Bota de cano longo Bota de cano extra-longo
Existem simbologias específicas que demonstram que os calçados foram submetidos aos testes
necessários para desempenharem suas funções.
Quando realizados apenas os ensaios básicos, o calçado deve ser identificado com um símbolo que
varia de acordo com a norma de especificação que foi adotada.
Todo calçado profissional deve ser submetido ao ensaio de escorregamento e obter resultados
satisfatórios. Neste ensaio é avaliado o coeficiente de atrito, ou seja, será avaliada a capacidade
do calçado de se opor à tendência de escorregar quando submetido a uma força inicial superior
a necessária para dar início ao movimento. Para este ensaio, existem três tipos de simbologia
aplicáveis, sendo obrigatória a utilização de ao menos uma delas.
SRA Quando submetido a ensaio de escorregamento tendo como premissa a utilização do calçado em um
posto de trabalho com superfícies secas que podem ter contato com água e saponáceos, especialmente
em pisos cerâmicos, por exemplo; serviços de limpeza; construção civil e linha de produção.
SRB Quando submetido a ensaio de escorregamento tendo como premissa a utilização do calçado
em um posto de trabalho de piso de aço ou outro similarmente liso na presença de lubrificantes,
por exemplo; postos de combustíveis; plataforma para extração de petróleo; oficinas mecânicas;
refinarias; usinas de álcool e açúcar; frigorífico e cozinhas.
SRC Quando submetido aos dois tipos de ensaios citados anteriormente. São adequados a trabalhadores
que podem se deparar com ambas situações no seu posto de trabalho.
Isolamento CI Determina a capacidade do calçado em proteger os pés em ambientes com baixas temperaturas,
ao frio evitando a perda de calor excessiva para o ambiente. Ideal para trabalho em frigoríficos e câmaras frias.
Absorção de E Calçado aplicado para trabalhos em que o trabalhador deve permanecer muito tempo na
energia na posição em pé, absorvendo a energia e não sobrecarregando a coluna vertebral.
região do salto
Resistência à água WR Calçado que protege os pés do usuário em ambientes em que haja lâmina de água.
Proteção do M Calçado com proteção contra o impacto na região dorsal do pé. Protege os ossos do metatarso.
metatarso (adicional Para uso em locais em que haja risco de queda de objetos.
aplicado apenas
a calçados com
biqueira)
Proteção do AN Calçado que protege o usuário contra impacto na região do tornozelo.
tornozelo
Penetração e WRU Calçado que possui o cabedal impermeável. Ideal para trabalhos que são executados na presença de
absorção de água umidade.
Resistência ao HRO Calçado que possui solado resistente ao contato com materiais em alta temperatura. Ideal para uso em
calor de contato locais muito quentes ou com solo aquecido.
Resistência ao óleo FO Calçado que possui solado resistente ao óleo combustível Indispensável para uso em postos de
combustível gasolina e refinarias.
Conforme demonstrado no quadro 3, para calçados da Classe II não são aplicados os requisitos
adicionais de simbologias WR e WRU, pois os calçados dessa classe obrigatoriamente devem ser
impermeáveis ao ar e consequentemente à água.
“S2” (para calçado de segurança Calçado de segurança, proteção ou ocupacional da Classe I que cumpra os seguintes requisitos:
conforme ABNT NBR ISO 20345) • Área do calcanhar fechada
“P2” (para calçado de proteção • Propriedades antiestáticas
conforme ABNT NBR ISO 20346) • Absorção de energia na área do salto
“O2” (para calçado ocupacional • Resistência ao óleo combustível
conforme ABNT NBR ISO 20347) • Resistência à absorção e à penetração de água no cabedal
“S3” (para calçado de segurança Calçado de segurança, proteção ou ocupacional da Classe I que cumpra os seguintes requisitos:
conforme ABNT NBR ISO 20345) • Área do calcanhar fechada
“P3” (para calçado de proteção • Propriedades antiestáticas
conforme ABNT NBR ISO 20346) • Absorção de energia na área do salto
“O3” (para calçado ocupacional • Resistência ao óleo combustível
conforme ABNT NBR ISO 20347) • Resistência à absorção e à penetração de água no cabedal
• Resistência à penetração da sola
• Solado com ressaltos
“S4” (para calçado de segurança Calçado de segurança, proteção ou ocupacional da Classe II que cumpra os seguintes requisitos:
conforme ABNT NBR ISO 20345) • Área do calcanhar fechada
“P4” (para calçado de proteção • Propriedades antiestáticas
conforme ABNT NBR ISO 20346) • Absorção de energia na área do salto
“O4” (para calçado ocupacional • Resistência ao óleo combustível
conforme ABNT NBR ISO 20347)
“S5” (para calçado de segurança Calçado de segurança, proteção ou ocupacional da Classe II que cumpra os seguintes requisitos:
conforme ABNT NBR ISO 20345) • Área do calcanhar fechada
“P5” (para calçado de proteção • Propriedades antiestáticas
conforme ABNT NBR ISO 20346) • Absorção de energia na área do salto
“O5” (para calçado ocupacional • Resistência ao óleo combustível
conforme ABNT NBR ISO 20347) • Resistência à penetração da sola
• Solado com ressaltos
Comumente as informações citadas no quadro 4 são pouco utilizadas, sendo o padrão SB X SRY, PB
X SRY ou OB X SRY, de uso mais comum; onde X representa os símbolos dos requisitos adicionais
desempenhados pelo EPI, conforme mostrado oquadro 3 e Y o requisito de escorregamento do
quadro 2.
De acordo com o item 7 das normas ABNT NBR ISO 20345:20159, ABNT NBR ISO 20346:201510
e ABNT NBR ISO 20347:201511, os símbolos que caracterizam as propriedades de proteção dos
calçados devem ser, obrigatoriamente, marcados de forma clara e permanente no calçado.
5 Disposições finais
Através do conhecimento do significado de cada uma das simbologias fica claro escolher o
calçado ideal que alinhe o tipo de proteção ao local onde serão desempenhadas as funções
pelo trabalhador. De acordo com o artigo a NR65 é obrigação do empregador fornecer ao
funcionário o EPI adequado à função e é obrigação do empregado usa-lo todo o tempo em que
está desempenhado sua função. Para isto é indispensável o conhecimento sobre os EPI’s, a serem
utilizados em consonância com os riscos existentes no ambiente de trabalho. Vários produtos
são comercializados como EPI’s, mas não trazem essas informações ao usuário. Cabe então aos
compradores e usuários exigir do mercado, recusando produtos sem as informações obrigatórias
de segurança. Essa atitude não só ajuda a moralizar o mercado de EPI’s, como também protege
empregado e empregador.
1
Branthwaite, H.; Chockalingam, N.
Everyday footwear: An overview of what we know and what we should know on ill-fitting footwear
and associated pain and pathology, The Foot 39 (2019) 11–14.
2
López PP, Vallejo RBB, Iglesias
MEL, Sanz DR, Lobo CC, López DL. Footwear used by older people and a history of hyperkeratotic
lesions on the foot. Medicine 2017;96 (15).
3
Burns SL, Leese GP, McMurdo
MET. Older people and ill fitting shoes. Postgrad Medical Journal 2002; 78:344-346.
4
Esselense Hospital
Escolha o calçado adequado para a saúde dos seus pés. [accessed 2020 Apr 7]. Available at: http://
www.esselense.com.br/escolha-o-calcado-adequado-para-a-saude-dos-seus-pes/
5
Brasil
6
Brasil
7
Brasil
Técnicas (ABNT). NBR ISO 20344: Equipamento de Proteção Individual - Métodos de ensaio para
calçados. Rio de Janeiro: ABNT; 2015.
9
Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). NBR ISO 20345: Equipamento de proteção individual - Calçado de segurança. Rio de
Janeiro: ABNT; 2015.
10
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
NBR ISO 20346: Equipamento de Proteção Individual - Calçado de proteção. Rio de Janeiro: ABNT; 2015.
11
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
NBR ISO 20347: Equipamento de Proteção Individual - Calçado ocupacional. Rio de Janeiro: ABNT; 2015.
7 Siglas
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
NR - Norma Regulamentadora.
2
L ÓPEZ,P.P.; VALLEJO, R.B.B.B.; IGLESIAS, M.E.L.; SANZ, D.RR; LOBO, C.C.; LÓPEZ, D.L. Footwear used
by older people and a history of hyperkeratotic lesions on the foot. Medicine, v.96, n.15, 2017.
3
BURNS, S.L.; LEESE, G.P.; McMURDO, M.E.T. Older people and ill fitting shoes. Postgrad Medical
Journa v, v.78, p.344-346, 2002.
4
ESSELENSE HOSPITAL. Escolha o calçado adequado para a saúde dos seus pés. Disponível
em 7 de abr., 2020. Acessado em: http://www.esselense.com.br
5
BRASIL. Ministério da Economia. NR 6: equipamento de proteção individual, EPI. Brasília:
Ministério da Economia, Secretaria de Trabalho, 2018.
6
RASIL. Ministério da Economia. NR-4: Serviços especializados em engenharia de eegurança
B
e em medicina do trabalho. Brasília: Ministério da Economia, Secretaria de Trabalho, 2016.
Acessado em 07 de abr., 2020. Disponível em:: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/
NR/NR4.pdf
7
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria, n. 121 de 30 de setembro 2009. Estabelece
as normas técnicas de ensaios e os requisitos obrigatórios aplicáveis aos Equipamentos de
Proteção Individual enquadrados no Anexo I da NR-6. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego,
2009.
8
SSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. ABNT NBR ISO 20344: equipamento de
A
proteção individual, métodos de ensaio para calçados. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
9
SSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. ABNT NBR ISO 20345: equipamento de
A
proteção individual, calçado de segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
10
SSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. ABNT NBR ISO 20346: equipamento de
A
proteção individual, calçado de proteção. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
11
SSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. ABNT NBR ISO 20347: equipamento de
A
proteção individual, calçado ocupacional. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
9 Sobre os autores
Nicole A. Amorim de Oliveira
Pós-graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho (2015). Engenheira química pela
Universidade de Franca (2013). Atua no Laboratório de Calçados e Produtos de Proteção do IPT
(filial em Franca/SP) como assistente de pesquisas, com experiência em vestimentas e
calçados desde 2011. Dedica-se a pesquisa e desenvolvimento, publicações, análises la-
boratoriais, auditoria técnica e de sistemas pelas normas ISO 17025 e ISO 9001, representante da
qualidade e comitês do setor calçadista.
IBTEC
EPI 7691/18
Redes sociais
iptsp
iptsp
iptsp
IPTbr
ipt_oficial
Instituto Brasileiro de Tecnologia Do
Couro, Calcado E Artefatos
IBTECEPI
EPI 7690/18
Laboratório de Química e
Manufaturados - Unidade Franca
Instruções para escolha adequada do calçado
profissional isolante elétrico
Governador
João Agripino da Costa Doria Junior
Secretaria de Desenvolvimento Econômico
Patricia Ellen da Silva
Diretor Presidente do IPT
Jefferson de Oliveira Gomes
Diretora de Inovação e Negócios
Claudia Echevenguá Teixeira
Diretora Financeira e Administrativa
Flávia Gutierrez Motta
Diretor de Operações
Adriano Marim de Oliveira
Autores
Felipe Cintra Clementino
Nicole Aparecida Amorim de Oliveira
David Henrique Zago
Pedro Yuri Kovatch
Revisão Técnica
Fernando Soares de Lima
Revisão
Flavio Sergio Jorge de Freitas
Instruções para escolha adequada ao calçadoprofissional isolante elétrico [livro eletrônico] / Felipe
Clementino ... [et al.] ; Fernando Soares Lima. -- 1. ed. -- São Paulo : Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo, 2021. -- (IPT publicação ; 3044)
PDF
Outros autores : Nicole Aparecida Amorim de Oliveira, David Henrique Zago, Pedro Yuri Kovatch.
Bibliografia
ISBN 978-65-5702-011-1
1. Acidentes de trânsito - Leis e legislação - Brasil 2. Calçado profissional isolante elétrico 3. Eletricidade -
Acidentes e ferimentos 4. Segurança do trabalho - Equipamento e acessórios. I. Oliveira, Nicole Aparecida
Amorim de. II. Zago, David Henrique. III. Kovatch, Pedro Yuri.
21-69468 CDD-363.11
1 Objetivo ................................................................................................................................................................................... 5
2 Introdução ........................................................................................................................................................................... 5
3 Os calçados ...................................................................................................................................................................... 7
4.1 Norma para calçados isolantes elétricos de classe I. (ABNT NBR 16603:2017) ...... 9
4.2 Norma para calçados isolantes elétricos de classe II. (EN 50321-1:2018) ................... 14
5 Conclusão .......................................................................................................................................................................... 17
8 Siglas ......................................................................................................................................................................................... 19
9 Autores .................................................................................................................................................................................... 20
Instruções para escolha adequada
do calçado profissional isolante elétrico
1 Objetivo
O presente documento tem como objetivo auxiliar os profissionais que atuam nas proximidades
de sistemas elétricos a realizarem a escolha adequada dos calçados profissionais em consonância
com as normatizações adotadas pelos órgãos competentes, visando reduzir os danos decorrentes
de acidentes de trabalho por fatores elétricos.
2 Introdução
Mais de 60% da constituição do corpo humano é de água e sais minerais: isso o torna um bom
condutor elétrico (BARROS JUNIOR, 2020). Em decorrência, acidentes elétricos são bastante
comuns, mas podem ser evitados com a adoção de medidas de segurança, conhecimento
técnico e metodologias de trabalho adequados.
Segundo as diretrizes da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a fiscalização dos serviços de
distribuição é realizada pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade (SFE) e
tem por propósito direcionar as empresas distribuidoras na adequada prestação do serviço público
de distribuição de energia elétrica, especialmente nos aspectos relacionados ao atendimento
comercial e aos indicadores de desempenho, técnicos e comercial, como também estipular que
haja uma frequente manutenção nas redes (MACHADO, 2018). Para garantir a integridade do
colaborador que realiza o serviço, é necessário que haja a qualificação do trabalhador, treinamentos
e utilização de equipamentos de proteção coletiva e/ou individuais (NR10).
Conforme a Norma Regulamentadora n°6 (NR6), toda empresa deve fornecer de forma gratuita
aos seus colaboradores os EPIs adequados aos riscos inerentes às funções, estando em perfeito
estado de conservação e funcionamento. A escolha do EPI correto para a função deve ser efetuada
por um profissional qualificado, pois a escolha de produtos inadequados pode corresponder
à ausência de proteção para o usuário efetuar a atividade, elevando o risco de acidente para
desempenho da função.
3 Os calçados
Para entender um pouco mais sobre as informações seguintes, é necessário indicarmos as partes
integrantes dos calçados.
2
4
3
2- Palmilha interna: Palmilha para conforto, normalmente confeccionada em látex, Poliuretano (PU)
ou Etileno Acetato de Vinila (EVA); deve apresentar capacidade de permear ou de absorver parte
do suor gerado pelo pé, e deve possuir resistência ao desgaste pela abrasão;
3- Palmilha de montagem: Palmilha fixa, utilizada para auxiliar na montagem do calçado; deve
possuir resistência ao desgaste e ser capaz de absorver e dessorver (eliminar) o suor.
4- Biqueira: Constituída em materiais rígidos como aço e composite, tem o objetivo de proteger os
dedos do trabalhador contra quedas de materiais pesados.
5- Solado: Parte inferior do calçado que irá em contato com o chão. Diversos materiais podem ser
empregados na sua fabricação, desde que tenham propriedades físicas positivas, como baixo
desgaste, resistência mecânica e resistência ao escorregamento, entre outras.
4 As normas vigentes
As normas a serem adotadas no Brasil para a certificação de calçados profissionais estão presentes
na Portaria n° 121 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 2009. Para calçados, foram
adotadas como normas básicas a ABNT NBR ISO 20344, ABNT NBR ISO 20345, ABNT NBR ISO 20346
e ABNT NBR ISO 20347. Estas versões foram atualizadas e regularizadas pela Portaria nº 11.437, de
8 de maio de 2020, sendo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT) responsável pela
emissão dos certificados de aprovação (CA).
Os métodos de realização dos ensaios básicos em calçados e seus componentes, como cabedal,
forros, palmilhas e solados, são especificados pela norma ABNT NBR ISO 20344, com exceção de
alguns ensaios cujas metodologias estão em outras normas, porém são citadas pela NBR 20344.
Os calçados para proteção contra agentes térmicos de alta intensidade (calçados para bombeiros),
contra agentes químicos, corte por motosserra e calçados específicos para proteção contra metais
fundidos (calçados para uso em metalúrgicas e siderúrgicas) não são abordados nesse documento, pois
seguem métodos de ensaios e parâmetros de especificação detalhados por outras normas técnicas.
4.1 Norma para calçados isolantes elétricos de classe I. (ABNT NBR 16603:2017)
A B C D
calçado Baixo botina bota meio-cano bota de cano longo
Conforme a norma ABNT NBR 16603:2017, estes calçados são específicos para trabalhos em
instalações de baixa voltagem, de até 500 V, em condições secas. Devem ser fabricados com sola
não condutiva, resistente à passagem de corrente elétrica, de modo que proteja o usuário contra
os perigos de um contato acidental com peças e/ou circuitos elétricos energizados.
Na construção do calçado não pode haver a presença de materiais metálicos, como alma de aço,
ilhoses, fivelas, zíper, pregos, rebites, tarraxinhas, biqueira de aço e palmilha antiperfurante de aço,
dentre outros. O calçado deve possuir o menor número possível de costuras e peças, não sendo
permitido que haja costuras ornamentais ao longo do cabedal.
Caso haja a necessidade de costura, esta não pode se localizar na região de flexão do calçado
(região hachurada da Figura 3), e sim preferencialmente próxima à região do salto.
Figura 3: Desenhos dos calçados
A B C D
calçado Baixo botina bota meio-cano bota de cano longo
Todos os calçados devem possuir marcação legível e que não seja de fácil remoção, contendo as
seguintes informações: marca de identificação do fabricante, data de fabricação (lote), número
do CA e pictograma, que devem se localizar no lado externo do calçado; o tamanho do calçado,
a designação do modelo, o número e o ano da norma e a simbologia apropriada para proteção
oferecida podem se localizar tanto na parte externa como na interna.
De acordo com a norma, os calçados devem apresentar as simbologias básicas SI, PI e OI aplicáveis
a calçados de segurança, proteção e ocupacionais, respectivamente, significando que eles foram
submetidos aos ensaios obrigatórios e obtiveram resultados satisfatórios em todos os requisitos. É
exigida a aprovação em ao menos um tipo de ensaio de escorregamento, e é imprescindível que
seja informado no calçado a simbologia correspondente deste ensaio, podendo variar de SRA, SRB
ou SRC, conforme Quadro 2.
SRA Ensaio de escorregamento em piso cerâmico com solução de detergente. Ideal para calçados utilizados
em posto de trabalho com superfícies secas que podem ter o contato com a água e detergentes, especial-
mente em pisos cerâmicos, por exemplo, serviços de limpeza, linha de produção, etc.
SRB Quando submetido a ensaio de escorregamento tendo como premissa a utilização do calçado
em um posto de trabalho de piso de aço ou outro similarmente liso na presença de lubrificantes,
por exemplo; postos de combustíveis; plataforma para extração de petróleo; oficinas mecânicas;
refinarias; usinas de álcool e açúcar; frigorífico e cozinhas.
SRC Quando submetido aos dois tipos de ensaios citados anteriormente. São adequados a trabalhadores
que podem se deparar com ambas situações no seu posto de trabalho.
Isolamento HI Determina a capacidade do calçado em proteger os pés em ambientes com altas temperaturas,
ao calor evitando o ganho de calor excessivo do ambiente.
Absorção de E Calçado aplicado para trabalhos que exijam que o trabalhador fique muito tempo na posição em
energia na pé, absorvendo a energia e não sobrecarregando a coluna vertebral.
região do salto
Proteção do M Determina a capacidade do calçado em proteger os pés contra impactos na região dorsal do pé.
metatarso
Proteção do AN Determina a capacidade do calçado em proteger o usuário contra impactos na região do tornozelo.
tornozelo
Fonte: elaborado pelos autores com dados da ABNT NBR 16603:2017 e Oliveira et al. (2020).
O símbolo deve ser colocado na parte do cabedal do calçado e deve apresentar dimensões e cores
conforme a Figura 4.
Figura 4: Formato, dimensões e cores do pictograma
Acerca dos ensaios, o que diferencia o calçado isolante elétrico para os demais calçados profissionais
de classe I, é a obrigatoriedade do ensaio de absorção e penetração de água no cabedal, o ensaio
de resistência elétrica e de isolamento elétrico ou resistência à corrente de fuga, onde o mesmo é
submetido á uma tensão de 14 kV.
O ensaio de penetração de água tem o objetivo de garantir que, mesmo que o calçado tenha
contato com água, esta não penetre por seu cabedal. O ensaio consiste em retirar corpos de prova
do cabedal e desgastar seu acabamento com uma lixa para simular o desgaste provocado pelo
tempo de seu acabamento muitas vezes impermeável, para assim coloca-los em contato com água
por durante 1 hora, e medir o quanto penetra de água e o quanto o corpo de prova absorve, não
podendo passar certo limite para aprovação do mesmo. Deve-se ressaltar que, apesar de requerer
baixos índices de absorção e penetração de água, os materiais utilizados como cabedal da classe
I devem ser respiráveis, ou seja, serem capazes de absorver e eliminar o suor produzido pelos
pés durante o uso do calçado. O ensaio que avaliação o comportamento do calçado quanto a
respirabilidade é o de Determinação da permeabilidade, absorção e coeficiente de vapor de água.
O ensaio de resistência elétrica consiste em colocar o calçado sobre uma placa de cobre contendo
um eletrodo em sua extremidade, e adicionar por dentro do calçado 5 kg de esferas de aço com
outro eletrodo fixado na palmilha perto da região de flexão do calçado, é aplicada uma tensão de
100 V em corrente contínua e medida por meio de um megômetro a resistência do calçado. O ensaio
também é realizado em condições críticas, sendo necessário um pré-condicionamento das amostras
em uma câmara climática com temperatura controlada em (20 ± 2) º C e (85 ± 5)% de umidade relativa,
4.2 Norma para calçados isolantes elétricos de classe II. (EN 50321-1:2018)
Figura 5: Calçado após pré-condicionamento para ensaio de resistência elétrica
Fonte: os autores.
As marcações básicas deste calçado são similares aos calçados profissionais regidos pelas normas
ABNT NBR ISO 20345, 20346, 20347, não possuindo simbologia específica para isolantes elétricos.
Os ensaios básicos são: “SB” (Segurança Básico), “PB” (Proteção Básico) e “OB” (Ocupacional Básico).
Ao contrário do calçado isolante elétrico de classe I, este calçado pode ser exposto a ambientes
úmidos, ao frio, a produtos químicos, óleos combustíveis, permitindo a possibilidade de se obter
calçados com as seguintes simbologias adicionais: P (resistência à penetração), HI (resistência ao
calor), CI (resistência ao frio), E (absorção de energia na área do salto), M (proteção do metatarso),
AN (proteção do tornozelo), CR (resistência ao corte), HRO (resistência ao calor de contato) e FO
(resistência ao óleo combustível).
Neste calçado não há restrição quanto à utilização de peças metálicas, possibilitando a existência
de biqueiras e palmilhas antiperfurantes de aço como parte da sua composição.
Há diferentes classes elétricas para este tipo de calçado, sendo que o fabricante deve informar no
calçado qual é a classe pertencente. Essa classificação é feita de acordo com o nível de isolamento
elétrico do calçado, conforme o Quadro 4.
00 Para instalações com tensão nominal de até 500 V corrente alternada ou 750 V corrente contínua.
0 Para instalações com tensão nominal de até 1000 V corrente alternada ou 1500 V corrente contínua.
1 Para instalações com tensão nominal de até 7500 V corrente alternada ou 11250 V corrente contínua.
2 Para instalações com tensão nominal de até 17000 V corrente alternada ou 25500 V corrente contínua.
Este calçado deve possuir um pictograma e um campo próximo a ele destinado à anotação da
data do primeiro uso, como também a data da inspeção periódica do calçado. Este pictograma
tem o formato de duplo triângulo e possui uma cor específica para cada classe de aplicação. O
pictograma e suas cores podem ser visualizados na Figura 5.
Classe Cor
00 Beje
0 Vermelho
1 Branco
2 Amarelo
3 Verde
4 Laranja
Para este tipo de calçado não é realizado o ensaio de penetração de água, pois o mesmo passa
pelo ensaio de resistência ao vazamento de ar, quando é colocado em um tanque de água com
sua borda superior vedada. É aplicado um jato de ar com uma determinada pressão, para garantir
que não há presença de furos no calçado, garantindo sua impermeabilidade.
O ensaio de resistência elétrica também não é aplicável para este tipo de calçado; além disso, o
teste de isolamento elétrico é realizado após pré-condicionamento no qual o calçado é submerso
em água por (16 ± 0,5) h. O calçado é então colocado em um recipiente contendo um eletrodo
e novamente água; outro eletrodo é posicionado dentro do calçado, também na presença de
água. O nível de água interno e externo depende do tipo do desenho do calçado e seu respectivo
tamanho. A escolha do tipo de corrente utilizada no ensaio (contínua ou alternada), assim como o
valor da tensão, é determinada pelo fabricante do calçado ao escolher a classe elétrica para o EPI.
Figura 7: Calçado sendo preparado para o ensaio de isolamento elétrico conforme a norma BS EN 50321-1:2018.
Fonte: os autores.
5 Conclusão
Apesar de serem submetidos a ensaios semelhantes, os dois tipos de calçados elétricos previstos
possuem características diferentes, o que implica em usos diferenciados. Para garantir a proteção
adequada do trabalhador, deve ser realizada uma análise do ambiente no qual o trabalhador
irá operar para uma possível escolha do EPI correto. Além disso, o desgaste do calçado implica
severamente no nível de proteção do mesmo, sendo necessária uma avaliação contínua do grau
de conservação do calçado pelo usuário. É aconselhável que estes calçados sejam utilizados
apenas nos postos de trabalho para diminuir o desgaste natural e possíveis perfurações e cortes.
Vale entender que a simbologia “E” indica absorção de energia na região do salto e leva em
consideração apenas a energia potencial causada pelo corpo humano e sua pisada, não possuindo
necessariamente qualquer característica de isolamento elétrico, sendo necessária a presença das
normas, pictogramas e/ou outras simbologias adequadas para este fim citadas neste documento.
6 Rerefências Normativas
Norma_Regulamentadora_Nº10
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade - EPI.
Norma_Regulamentadora_Nº6 Portaria_Nº_121,_de_30_de_setembro_2009
Equipamento de Proteção Individual - EPI. Estabelece as normas técnicas de ensaios e os requisitos
obrigatórios aplicáveis aos Equipamentos de Proteção Individual - EPI enquadrados no Anexo I da
NR-6 e dá outras providências.
BS EN 50321-1:2018
Live Working - Footwear for Eletrical Protection - Insulation Footwear and Overboots. Brussels.
7 Referências bibliográficas
BARROS JÚNIOR, A. Riscos elétricos e acidentes no ambiente de trabalho. São Paulo: ABEE,
2020. Disponível em: https://abee-sp.org.br/riscos-eletricos-e-acidentes-no-ambientede-trabalho
Acessado em 27 jul.2020.
CLEMENTINO, F.C.et al. Um calçado de couro resistente à passagem de corrente elétrica. Revista
Digital AdNormas, v.2, n.101, 5p., abr., 2020
MACHADO, R.P. et al. Estudos e desenvolvimento de produtos para a limpeza de EPI’s e EPC’s
utilizados em redes energizadas. Gestão, Tecnologia e Inovação, v.2, n.6, p.52-62, 2018.
OLIVEIRA, N.A.A.de; CLEMENTINO, F. C.; ZAGO, David Henrique. Instruções para escolha adequada
dos calçados profissionais de acordo com a simbologia empregada, revisado por Jorge Luiz
Dias dos Santos e Fernando Soares de Lima. São Paulo: IPT, 2020. 20p. (IPT. Publicação, 3035)
OLIVEIRA, N..A.A.de. et al. Calçados profissionais contra riscos mecânicos e suas características
específicas de proteção. Revista CIPA, ed.490, p.80-84, maio, 2020
8 Siglas
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
CA - Certificado de Aprovação.
NR - Norma Regulamentadora.
PU - Poliuretano.
IBTEC
EPI 7690/18
Redes sociais
iptsp
iptsp
iptsp
IPTbr
ipt_oficial
NR 37 - Gestão de Segurança e Saúde no
Trabalho (Texto Proposto - Ministério do
Trabalho e Emprego - MTE).