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AET - ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

Cerâmica Almeida Pires Ltda

Abril, 2022
SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO................................................................................................6
2 - IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO...........................................................7
3 - DEMANDA.......................................................................................................7
4 - TERMOS E DEFINIÇÕES...............................................................................7
5 - DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA DA METODOLOGIA..................................9
6 - ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO......................................................................12
6.1 - ANÁLISE DOS PROCESSOS....................................................................12
6.2 - ANÁLISE DA POPULAÇÃO DE TRABALHADORES................................17
6.3 - RESULTADO DO CENSO DE ERGONOMIA............................................20
6 - REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................25
7 - ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE TRABALHO..............................................26
7.1 - SETOR: ADMINISTRATIVO......................................................................26
7.1.1 Funções: Auxiliar Administrativo e Secretária...........................................26
7.1.1.1 - Caracterização do ambiente de trabalho.............................................26
7.2 – SETOR: ADMINISTRATIVO / PÁTIO........................................................30
7.2.1 - Função: Gerente administrativo..............................................................30
7.3 - SETOR: CARGA E DESCARGA................................................................33
7.3.1 - Função: Motorista....................................................................................33
7.4 - SETOR: MAROMBA...................................................................................36
7.4.1 - Função: Oleiro.........................................................................................36
7.5 - SETOR: PÁTIO..........................................................................................40
7.5.1 - Função: Gerente de produção................................................................40
7.6 - SETOR: PÁTIO/PRODUÇÃO....................................................................43
7.6.1 - Função: Oleiro.........................................................................................43
7.7 SETOR: PRODUÇÃO...................................................................................51
7.7.1 Função: Operador de retroescavadeira/Tratorista....................................51
7.8 SETOR: QUEIMA.........................................................................................54
7.8.1 Função: Queimador de tijolos....................................................................54

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7.9 SETOR: SERVIÇOS GERAIS........................................................................3
7.9.1 Função: Cozinheira......................................................................................3
8 DIAGNÓSTICO..................................................................................................6
9 PROPOSTAS APRESENTADAS......................................................................7
10 VALIDAÇÃO....................................................................................................8
11 PLANO DE AÇÃO...........................................................................................9
12 RESPONSABILIDADE TÉCNICA.................................................................10
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................11
14 ANEXOS........................................................................................................12

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1 - INTRODUÇÃO

A constante evolução dos métodos de trabalho e de produção sem levar em


consideração necessidades psicofisiológicas dos trabalhadores provocaram o
surgimento de patologias capazes de danificar o corpo humano, como por exemplo
lesões musculoesqueléticas, dentre outras desordens (COLOMBINI, et. al, 2008).
A ergonomia, segundo Colombini, et al (2008), é uma ciência a qual
fundamenta-se em conhecimentos e experiências com foco para aumentar ao
mesmo tempo, a segurança, a saúde e o bem-estar dos colaboradores no ambiente
de trabalho, evitando lesões e doenças desencadeadas pelo desenvolvimento das
atividades no ambiente de trabalho.
A Norma Regulamentadora (NR) 17 do ministério do trabalho estabelece que
as organizações devem avaliar as situações de trabalho que, em decorrência da
natureza e conteúdo das atividades requeridas, demandam adaptação às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, a fim de subsidiar a
implementação das medidas de prevenção e adequações necessárias (BRASIL,
2021).
Diante do exposto, este documento terá como objetivo a elaboração de uma
Análise Ergonômica do Trabalho (AET) em uma empresa do ramo de fabricação de
tijolos, cuja identificação e explicitação da demanda segue detalhada nos próximos
itens a seguir.

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2 - IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Razão social: Cerâmica Almeida Pires Ltda.


Endereço: Fazenda Vista Alegre Bairro: Vargem Grande
Cidade: São João do Manteninha CEP: 35277-000
Telefone: (33) 3242-2002 Contato: Carlos Almeida Pires
CNPJ: 22.283.576/0001-46 Insc. estadual: 761517290.00-20
Atividade: Fabricação de artefatos de
cerâmica e barro cozido para uso na Código da Atividade: 23.42-7-02
construção, exceto azulejos e pisos.
Nº de Funcionários Ativos: 48 Grau de Risco: 3

3 - DEMANDA

As situações de trabalho abordadas nessa AET, são desenvolvidas nos


setores de trabalho da empresa Cerâmica Almeida Pires Ltda, situada no endereço
acima especificado. A demanda desta AET partiu da própria organização no intuito
de atender aos requisitos legais da nova NR01 e NR17 e avaliar de forma mais
profunda as situações de trabalho e os fatores de riscos existentes no ambiente de
trabalho da mesma.

4 - TERMOS E DEFINIÇÕES

Perigo ou fator de risco: Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à


saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem o potencial
intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.

Agente/fatores de riscos ergonômicos: situações capazes de provocar danos


como: posturas inadequadas, movimentos repetitivos, transporte manual de cargas,
iluminação inadequada, alta carga de trabalho, ritmo acelerado de trabalho,
monotonia das atividades.

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Risco: Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados
por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de
trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde.
Consequência/dano: Efeito adverso sobre a condição física, mental ou cognitiva de
uma pessoa.

Setor: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo


estabelecimento.

Trabalhador: pessoa física inserida em uma relação de trabalho, inclusive de


natureza administrativa, como os empregados e outros sem vínculo de emprego.

Ciclo de trabalho: Sequência de ações técnicas que são repetidas sempre da


mesma maneira.

Tempo de ciclo: tempo, sem segundos, do momento no qual um operador começa


um ciclo de trabalho até o momento em que o mesmo ciclo de trabalho for repetido.

Ação técnica: ações manuais elementares necessárias para completar as


operações dentro do ciclo.

Repetitividade: característica de uma tarefa quando uma pessoa estiver repetindo


continuamente o mesmo ciclo de trabalho, as mesmas ações e movimentos.

Frequências das ações: número de ações técnicas por unidade de tempo.

5 - DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA DA METODOLOGIA

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De acordo com Gil (2002), a metodologia se refere às etapas e caminhos
percorridos para que, um estudo ou um projeto seja concretizado em sua plenitude.
Para a realização desta AET, a primeira etapa foi o reconhecimento da demanda da
empresa. A segunda etapa consistiu na aplicação do censo de ergonomia proposto
por Couto (2007) (Anexo I), no intuito de conhecer a percepção dos trabalhadores a
respeito dos postos de trabalho e das atividades que executam, informando se
sentem ou não desconforto, dificuldade ou fadiga, em que intensidade, se está
relacionado ou não ao trabalho que executam e, ao mesmo tempo, ouvir sugestões
de melhorias. A terceira etapa realizada foi a observação sistemática do
desenvolvimento das atividades, utilizando-se de entrevistas abertas e
semiestruturadas com os trabalhadores, filmagens e fotografias das situações de
trabalho para estabelecer o reconhecimento dos fatores de riscos. Na quarta etapa
foi realizado o levantamento das avaliações ambientais quantitativas executadas
pela empresa. Por fim, com todos os levantamentos de campo concluídos, foram
realizadas as análises e o tratamento estatístico dos resultados do censo de
ergonomia aplicado, bem como a avaliação dos fatores de riscos encontrados nos
postos de trabalho.
Para a avaliação dos fatores de riscos encontrados, foi utilizado uma
metodologia adaptada das diretrizes ergonômicas propostas pela International
Commission on Occupational Health (ICOH) e International Ergonomics Association
(IEA). A avaliação tomou como base a probabilidade da ocorrência utilizando as
categorias de probabilidade, conforme a gradação do quadro 01 abaixo:

Quadro 1 - Probabilidade de ocorrência

Categoria Descrição
A Acontece sempre

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B Já aconteceu
C Pode acontecer
D Improvável
E Praticamente impossível

Após a análise da probabilidade da ocorrência, determinou-se as


consequências conforme a gradação do quadro 02 abaixo:

Quadro 2 - Consequências

Grau Descrição Pessoas


I Catastrófico Fatalidade
Lesão ou doença séria irreversível que pode
II Grave
limitar a capacidade funcional.
III Moderado Lesão ou doença séria reversível
Lesão / doença leve que requer
IV Mínimo
tratamento médico
Desconforto ou lesões leves sem necessidade
V Insignificante
de atenção médica.

A combinação do índice de probabilidade de ocorrência com a consequência


do dano, foi realizada através da matriz de risco apresentada no quadro 3, a seguir:

Quadro 3 - Matriz de risco

  Probabilidade de ocorrência

10
A B C D E

I 1 2 4 7 11
Consequência

II 3 5 8 12 16

III 6 9 13 17 20

IV 10 14 18 21 23

V 15 19 22 24 25
Fonte: Adaptado da International Ergonomics Association (IEA)

Para efeito desta AET, foram adotadas as seguintes categorias de riscos:

 Risco baixo;
 Risco moderado;
 Risco alto.

O significado de cada categoria segue no quadro 01 abaixo:

Quadro 4 - Categorias de risco

Grau do risco Significado


Fatores do ambiente ou elementos materiais que constituem um
(1 a 6) Alto risco para a saúde e integridade física do trabalhador, com uma
probabilidade de acidente ou doença elevada.
Fatores do ambiente ou elementos materiais que constituem um
(7 a 15) Moderado
risco para a saúde e integridade física do trabalhador.
Fatores do ambiente ou elementos materiais que constituem um
(16 a 25) Baixo incômodo sem ser uma fonte de risco para a saúde ou integridade
física
Também foram utilizados métodos complementares para auxiliar na avaliação
dos fatores de riscos. Para as atividades de empurrar/puxar cargas foi utilizado o
método o KIM - PP (Key Indicator Method). O KIM é uma metodologia auxiliar
desenvolvida pelo Federal Institute for Occupational Safety and Health

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(Bundesanstalt für Arbeitschutz und Arbeitsmedizin – BAuA) e pelo Regional
Committee of Occupational Safety and Safety Techniques (Länderausschuss für
Arbeitsschutz und Sicherheitstechnik – LASI) da Alemanha, envolvendo vários
profissionais, desde representantes de segurança, médicos, entidades patronais,
associações de trabalhadores, seguradoras e institutos científicos. O método
aplicado aborda as diversas variáveis envolvidas nas atividades de empurrar/puxar
cargas, como distâncias percorridas, peso da carga, condições do piso, tipo de
carrinho de transporte e posturas.
Os equipamentos utilizados para registros foram: um celular para registro de
fotografias, um Termo-Higro-Decibelímetro-Luxímetro Instrutherm THDL 400 para
registro de ruído instantâneo, temperatura e luminosidade.
Também foi utilizado o software Knovea também em algumas situações,
principalmente para a determinação dos tempos de ciclos de algumas funções.

6 - ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO

6.1 - ANÁLISE DOS PROCESSOS

A empresa ora analisada produz cerca de 20 mil tijolos por dia. O processo
produtivo da indústria é simples e se constitui basicamente das etapas de extração,
desintegração, mistura das argilas; após, a massa passa por laminação, extrusão,
corte, secagem, queima; e, finalmente, inspeção, estocagem e expedição do produto
O fluxograma do processo produtivo da empresa é conforme a figura 01 abaixo.

Figura 1 - Processo de produção da empresa

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Fonte: O autor

A argila após extraída é amontoada nas dependências da cerâmica. Após


isso a mesma é inserida em caminhões com máquina tipo retroescavadeira para ser
levada até o caixote alimentador que conduzirá a mesma para as próximas etapas
do processo. O estoque de argila e a máquina utilizada no carregamento dos
caminhões está demonstrado na foto 01 abaixo.

Fotografia 01 - Estoque de argila e máquina de carregamento

Fonte: O autor

O maquinário utilizado para a desintegração, mistura, laminação, extrusão e


corte funciona de modo contínuo, onde o barro é transportado por meio de esteira
até a maromba onde é cortado conforme os modelos de tijolos produzidos. Uma
visão geral da linha de produção cerâmica pode ser vista na foto 02 abaixo.

Fotografia 2 - Linha de produção da cerâmica

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Fonte: O autor

Após o processo corte, o trabalho é basicamente manual e os trabalhadores


fazem a retirada dos tijolos da esteira, colocam em carrinhos de mão e transportam
até o pátio de secagem. No transporte dos tijolos da esteira até os filetes de
secagem, todos os trabalhadores utilizam carrinhos com uma roda na frente.
Segundo os trabalhadores, esse modelo é o melhor a ser utilizado. Um dos
carrinhos utilizados pode ser visto da fotografia 03 abaixo:

Fotografia 03 - Carrinho tipo L com uma roda

Fonte: O autor

O processo de secagem é do tipo secagem natural sob lonas. No pátio de


secagem os tijolos são empilhados em cima de filetes de tijolos com altura variando

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ente 37 e 44 cm de altura. O pátio de secagem pode ser visto na fotografia 04 e 05
abaixo:

Fotografia 04 e 05 - Pátio de secagem

Fonte: O autor

Após a secagem os tijolos são levados até os fornos onde são empilhados
manualmente dentro dos fornos. Existe na empresa dois modelos de fornos de
queima, fornos tipo paulista e forno tipo vagão. Os fornos tipo paulista pode ser visto
na fotografia 06 e 07 abaixo:
Fotografia 06 e 07 - Fornos tipo paulista

Fonte: O autor

O forno tipo vagão metálico é um forno cerâmico intermitente composto de um


corpo fixo, com estrutura metálica (laterais e teto) e revestimento interno de fibra
cerâmica especial (espessura de 15 cm) e duas estruturas móveis (plataformas ou
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vagões), que se deslocam sobre trilhos, levando e retirando a carga do interior da
estrutura fixa, o que ocorre nas duas entradas do forno. O forno tipo vagão está
demonstrado na fotografia 08 e 09 abaixo:

Fotografia 08 e 09 - Forno vagão

Fonte: O autor

Após o processo de queima, os tijolos são retirados dos fornos manualmente,


empilhados e transportados em carrinhos tipo L de 2 duas rodas. Logo após, os
mesmos são empilhados no pátio de expedição. A fotografia 10 abaixo ilustra o
evento:
Fotografia 10 - Carrinho tipo L de duas rodas

Fonte: O autor
Para a entrega aos clientes, os tijolos são inseridos nos caminhões com
empilhadeiras ou manualmente. Chegando até o cliente os motoristas fazem o
descarregamento manual ou utiliza-se empilhadeira.

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6.2 - ANÁLISE DA POPULAÇÃO DE TRABALHADORES

Atualmente a empresa conta com um quadro de quarenta e oito funcionários,


dos quais três são mulheres e o restante são homens. As mulheres atuam na parte
administrativa da empresa e na cozinha, já os homens, atuam nos setores de
produção e transporte. A porcentagem de homens e mulheres que atuam na
empresa está indicada no gráfico 01 a seguir:

Gráfico 01 - Porcentagem de homens e mulheres na empresa

Fonte: Cadastro de funcionários da empresa

O quadro de funções da empresa é dividido em funções administrativas e


funções operacionais. Nas atividades administrativas atuam dois funcionários. Os
demais atuam nos setores de cozinha e produção com as respectivas funções:
Cozinheira, Gerente de produção, Oleiro, Queimador de tijolos, Motorista, Operador
de retroescavadeira e Tratorista. O maior número de trabalhadores da empresa atua
como oleiro. A distribuição dos trabalhadores por função é demonstrada gráfico 02
abaixo.

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Gráfico 02 - Distribuição dos trabalhadores por função

Fonte: Cadastro de funcionários da empresa

As faixas etárias dos colaboradores da empresa estão entre dezenove e


sessenta e quatro anos de idade, sendo que 23% estão com idade entre dezoito e
cinco anos, 23% entre vinte e seis e trinta e seis anos, 25% entre trinta e sete e
quarenta e sete anos, 23% entre quarenta e oito e cinquenta e oito anos e o restante
(6%) acima de 58 anos. As porcentagens de cada faixa etária podem ser verificadas
no gráfico 03 abaixo.

Gráfico 03 - Faixa etária dos funcionários da empresa

Fonte: Cadastro de funcionários da empresa

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Com relação ao tempo de trabalho na empresa, percebeu-se que 29% dos
trabalhadores possuem menos de um ano de atuação na empresa, 14,58% entre
dois e três anos, 10,42% entre quatro e seis anos, 20,83% entre sete e dez, e 25%
atuam na empresa há mais de dez anos. Com esses dados percebe-se que quase
metade dos trabalhadores atuam na empresa a mais de sete de anos. O percentual
dos funcionários com seus respectivos tempos de trabalho prestado à empresa pode
ser visualizado no gráfico 04 a seguir.

Gráfico 04 - Tempo de atuação dos funcionários na empresa

Fonte: Cadastro de funcionários da empresa

6.3 - RESULTADO DO CENSO DE ERGONOMIA

Para a realização da AET é imprescindível ouvir os trabalhadores da


empresa. Para isto, além das entrevistas e observações em campo, foi aplicado o
censo de ergonomia. Neste censo foram ouvidos 37 trabalhadores, ou seja, 75% do
total de funcionários da empresa.
Dos trabalhadores ouvidos no censo de ergonomia, 11, ou seja, 32%
apresentaram desconforto em alguma região do corpo. No entanto, nem todos

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associam tal desconforto ao trabalho. O percentual de trabalhadores que associam
ou não tais desconfortos ao trabalho segue demonstrado no gráfico 05 a seguir:

Gráfico 5 - Relacionamento do desconforto ao trabalho

Fonte: O autor

Os desconfortos mencionados atingem as funções de Oleiro, Queimador e


Motorista, sendo que 86% destes estão nos trabalhadores que desempenham a
função de Oleiro, como pode ser visto no gráfico 06 abaixo:

Gráfico 06 - Percentual de desconforto por função

Fonte: O autor

As regiões do corpo afetadas por tais desconfortos atingem as pernas,


joelhos, quadril, coluna, cotovelo e ombros. Percebe-se que as regiões mais
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afetadas são o joelho, pernas e coluna, conforme pode ser observado no gráfico 07
a seguir:

Gráfico 07 - Regiões do corpo mais atingidas

Fonte: O Autor

Sobre a intensidade do desconforto, dos 11 trabalhadores que se queixaram,


9% classificou o desconforto como dor forte, 19% como leve e 36% como dor
moderada ou cansaço moderado respectivamente, como está apresentado no
gráfico 08 abaixo:

Gráfico 08 - Classificação do desconforto

Fonte: O autor

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Quanto ao tempo em que os colaboradores padecem de tais desconfortos,
55% relataram sentir entre um mês e três meses atrás, 27% entre três e seis meses
e o restante há mais de seis meses, como está apresentado no gráfico 08 a seguir:

Gráfico 9 - Tempo de surgimento do desconforto

Fonte: O autor

Quando questionados se o desconforto aumentava com o trabalho, 73%


afirmaram que sim, 18% afirmaram que aumenta a noite e 9% afirmaram que o
desconforto não aumenta com o trabalho, como pode ser observado no gráfico 10
abaixo:

Gráfico 10 - Influência do trabalho no desconforto

Fonte: O autor

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Quando consultados sobre a melhora do desconforto, 64% afirmaram que
melhora à noite e 36% afirmaram melhoria nos finais de semana, como pode ser
visualizado no gráfico 11 a seguir:

Gráfico 11 - Melhora no desconforto

Fonte: o autor

Quando questionados sobre possíveis propostas de melhorias no ambiente


de trabalho somente um trabalhador sugeriu “trabalhar de forma moderada”, os
demais não mencionaram nenhuma sugestão.
Durante as entrevistas todos os trabalhadores entrevistados mencionaram
que não possuem nenhuma reclamação da empresa e que estão satisfeitos com o
trabalho desenvolvido. Alguns chegaram a afirmar que “está ótimo” a condição de
trabalho.

6 - REVISÃO DE LITERATURA

Este tópico visa demonstrar através da revisão de literatura os principais


riscos existentes no ramo cerâmico e suas consequências para os trabalhadores
expostos.
De acordo com Guia Técnico Ambiental Da Indústria De Cerâmica Vermelha
(2013), os principais fatores riscos presentes nas cerâmicas são os agentes físicos

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(calor, radiação não ionizante e ruído), agentes associados à situações ergonômicas
(esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, estresse, jornada
prolongada e repetitividade) e ainda fatores causadores de acidentes (ambiente e
processo de trabalho: arranjo físico, máquinas, equipamentos ferramentas, vias de
circulação inadequadas).
Para Gorttado (2013), neste ramo de atividade, existem riscos associados a
aspectos gerais do processo de trabalho, do fluxo e organização dos processos
produtivos, fatores de riscos, ritmo de trabalho, repetitividade e fadiga.
Ainda segundo Gorttado (2013), as consequências resultantes da exposição
aos riscos existentes em cerâmicas são: deformidades nos dedos das mãos pelo
carregamento manual de tijolos, varizes devido ao tempo prolongado de
permanência na posição de pé, problemas respiratórios causados pela inalação e
exposição direta à fumaça emitida no processo de queima, também pela inalação de
poeira de argila durante o transporte e do mesmo modo para o misturador, bem
como no manuseio dos tijolos acabados, irritação nos olhos causados pela
exposição direta à fumaça.
Segundo Gomes (2010), problemas como os de coluna devido ao
carregamento manual de tijolos e madeiras, desconforto físico, fadiga muscular,
câimbras, exaustão e desidratação por exposição direta ao calor dos fornos, perda
auditiva em função da exposição ao ruído emitido pelo maquinário, dermatoses por
contato direto com os diversos materiais manuseados e problemas de pele por
exposição prolongada ao sol, também são comuns neste ramo.

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7 - ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE TRABALHO

7.1 - SETOR: ADMINISTRATIVO

7.1.1 Funções: Auxiliar Administrativo e Secretária

7.1.1.1 - Caracterização do ambiente de trabalho

Ambiente em alvenaria e cobertura de laje. Possui ventilação natural por meio de


janelas à meia altura e ventilação artificial (ventilador). No setor estão
disponibilizados mesa de trabalho e assentos para o desenvolvimento de
atividades utilizando computador, conforme registro fotográfico abaixo. A mesa de
trabalho possui altura e dimensões adequadas. O assento possui regulagens de
altura, apoio de braço, encosto e borda frontal arredondada. Uma visão geral do
posto de trabalho é demonstrada na fotografia 11 abaixo:

Fotografia 11 - Visão geral do posto de trabalho

Fonte: O autor

Dados ambientais
Iluminação (lux) Temperatura (°C) Ruído dB(A)
47 23,0 57

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7.1.1.2 - Caracterização da força de trabalho

Nº de Funcionários (M) Nº de Funcionários (F) Jornada de trabalho


00 02 06 as 16 horas

7.1.1.3 - Organização geral do trabalho

O trabalho é desenvolvido das 06 às 16 horas de segunda a sexta com uma hora


para almoço. Também possuem duas pausas de sete minutos, sendo uma
realizada antes do almoço e outra após.

7.1.1.4 - Descrição das tarefas

 Lançar notas no computador;


 Emitir notas fiscais;
 Escriturar movimentos da empresa;
 Abrir e fechar o caixa;
 Atender ao telefone e aos clientes.

7.1.1.5 - Análise da atividade

As atividades em grande parte do tempo são desenvolvidas na postura sentada e


utilizando computador, contudo o trabalhador tem liberdade para pequenas
pausas para ir ao banheiro, tomar água ou café.

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7.1.1.6 - Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

População Tipo de Efeitos


Fator de risco Fonte geradora Controle existente Nível do risco
exposta exposição potenciais

Auxiliar Exercício das Possibilidade de fazer pequenas


Postura sentada por
administrativo atividades da 70% da Lombalgias pausas (ir ao banheiro, tomar Baixo
longos períodos
Secretária posição sentada jornada diária água)

Tendinite,
Trabalho com teclado Auxiliar Utilização de Possibilidade de fazer pequenas
bursite e dores
ou outros dispositivos administrativo teclado para 40% da pausas (ir ao banheiro, tomar Baixo
crônicas na
de entrada de dados Secretária entrada de dados jornada diária água)
coluna

7.1.1.7 - Avaliação dos agentes de riscos ambientais

Não foram encontrados agentes físicos, químicos ou biológicos nas atividades desenvolvidas neste setor de trabalho.

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7.2 – SETOR: ADMINISTRATIVO / PÁTIO

7.2.1 - Função: Gerente administrativo

7.2.1.1 - Caracterização do ambiente de trabalho

Ambiente de atuação é dinâmico e pode desenvolver atividades em ambiente


interno administrativo ou no pátio operando empilhadeira quando necessário.

Dados ambientais

Agente Exposição Limite de tolerância – dB(A)

Ruído 76,93 dB(A) 85

Iluminação 342 LUX Nível mínimo: 300 LUX


AREN VDVR AREN VDVR
Vibração (VCI) 1,75
0,29 m/s² 8,24 m/s 1,1 m/s² 21 m/s1,75

7.2.1.2 - Caracterização da força de trabalho

Nº de Funcionários (M) Nº de Funcionários (F) Jornada de trabalho


01 00 06 as 16 horas

7.2.1.3 - Organização geral do trabalho

O trabalho padrão é desenvolvido das 06 às 16 horas de segunda a sexta com


uma hora para almoço. Também possuem duas pausas de sete minutos, sendo
uma realizada antes do almoço e outra após.

7.2.1.4 - Descrição das tarefas

 Gerenciar toda parte burocrática da empresa;


 Organizar as folhas de pagamento dos funcionários;
 Preparar as contas as receber e a pagar;
 Liberar a entrada e saída de mercadorias;

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7.2.1.5 - Análise da atividade

As atividades são dinâmicas e ora são desenvolvidas na postura sentada, ora em


pé, ora operando a empilhadeira, ou circulando em pé pelas instalações da
empresa. O trabalhador tem flexibilidade postural e para fazer pausas para ir ao
banheiro, tomar água ou café.

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7.2.1.6 - Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

População Tipo de
Fator de risco Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente Nível do risco
exposta exposição

Posto de trabalho Possibilidade de fazer


Gerente 10% da
Postura sentada e operação da Lombalgias pequenas pausas (ir ao Baixo
administrativo jornada
empilhadeira banheiro, tomar água)

7.2.1.7 - Avaliação dos fatores de riscos ambientais

População Tipo de
Fator de risco Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente Nível do risco
exposta exposição

Gerente Desconforto acústico


Ruído Empilhadeira
administrativo e perda auditiva
Níveis de ruído e vibração
Transtornos de
abaixo dos níveis de ação Baixo
ordem vascular,
Vibração de corpo Gerente Eventual regulamentares
Empilhadeira neurológica,
inteiro administrativo
osteoarticular e
muscular

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7.3 - SETOR: CARGA E DESCARGA

7.3.1 - Função: Motorista

7.3.1.1 - Caracterização do ambiente de trabalho

Atua em caminhões dotados de cabine fechada, climatizados e com bancos em


boas condições. Atua também no ambiente externo nas fases de carregamento e
descarregamento dos caminhões. Uma visão geral de um dos caminhões de
trabalho é demonstrada abaixo.

Fotografias 11 e 12 - Caminhões utilizados

Fonte: O autor

Dados ambientais

Agente Exposição Limite de tolerância – dB(A)

Ruído 76,93 dB(A) 85


AREN VDVR AREN VDVR
Vibração (VCI) 1,75
0,29 m/s² 8,24 m/s 1,1 m/s² 21 m/s1,75

7.3.1.2 - Caracterização da força de trabalho

Nº de Funcionários (M) Nº de Funcionários (F) Jornada de trabalho


05 00 06 as 16 horas

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7.3.1.3 - Organização geral do trabalho

O trabalho padrão é desenvolvido das 06 às 16 horas de segunda a sexta com


uma hora para almoço. Também possuem duas pausas de sete minutos, sendo
uma realizada antes do almoço e outra após. Geralmente fazem duas viagens por
dia, quando a entrega é próxima e uma viagem quando o destino da entrega mais
distante.

7.3.1.4 - Descrição das tarefas

 Conduzir o caminhão nas entregas de tijolos;


 Fazer o carregamento e descarregamento de tijolos do caminhão.

7.3.1.5 - Análise da atividade

Os motoristas desenvolvem suas atividades na postura sentada quando estão


conduzindo os caminhões. Geralmente fazem duas viagens por dia em cidades
próximas. Em cerca de 50% das entregas a carga e a descarga é feita com
empilhadeira. O restante é feito de forma manual. No carregamento manual os
oleiros trazem os tijolos até a proximidade do caminhão. Os motoristas atuam em
pé em cima da carroceria pegando os tijolos manualmente e acondicionando-os
na carroceria. Geralmente os motoristas pegam dois tijolos em cada mão. O peso
do tijolo varia em função dos modelos fabricados, os quais podem variar entre
1,890 KG até 3,90 KG. Tanto no carregamento quanto no descarregamento, o
motorista é auxiliado pelos Oleiros. A atividade de carregamento e
descarregamento envolve a inclinação do tronco e movimentos das mãos
(selecionar, agarrar, transporte carregado, posicionar e soltar tijolos na carroceria
do caminhão).

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7.3.1.6 - Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

Tipo de Efeitos Nível do


Fator de risco População exposta Fonte geradora Controle existente
exposição potenciais risco
Exercício da atividade
50% da Pausas regulares e rodízio
Postura sentada Motorista de condução do Lombalgias Baixo
jornada com outras tarefas
caminhão
Exigência de
Carregamento e
posturas incômodas 4 Distúrbios Pausas regulares e rodízio
Motorista descarregamento de Moderado
ou pouco horas/dia osteomusculares com outras tarefas
tijolos dos caminhões
confortáveis
Exigência de Carregamento e
4 Pausas regulares e rodízio
flexões de coluna Motorista descarregamento de Hérnia de disco Moderado
horas/dia com outras tarefas
vertebral frequentes tijolos dos caminhões
Frequente
Pegar tijolo na esteira
execução de 4 Distúrbios Pausas regulares e rodízio
Motorista para o carinho e do Moderado
movimentos horas/dia osteomusculares com outras tarefas
carrinho para o filete
repetitivos

7.3.1.7 - Avaliação dos fatores de riscos ambientais

População Tipo de Nível do


Fator de risco Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente
exposta exposição risco

Desconforto Níveis de ruído abaixo dos


Emissão do motor do 50% da
Ruído acústico e perda níveis de ação regulamentares Baixo
Motorista caminhão jornada
auditiva

População Tipo de Nível do


Fator de risco Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente
exposta exposição risco

33
Transtornos de
Oscilações mecânicas
ordem vascular,
Vibração em corpo provenientes do motor 50% da Manutenções periódicas nos
Motorista neurológica, Baixo
inteiro e da movimentação do jornada caminhões
osteoarticular e
caminhão
muscular

34
7.4 - SETOR: MAROMBA

7.4.1 - Função: Oleiro

7.4.1.1 - Caracterização do ambiente de trabalho

Ambiente de produção, com ventilação e iluminação natural coberto com telhas


metálicas, conforme demonstrado na fotografia 13 abaixo:

Fotografia 13 - Visão geral do posto de trabalho

Fonte: O autor

Dados ambientais
Ruído

NEN – dB(A) Nível de ação – dB(A) Limite de tolerância – dB(A)

84,21 80 85

7.4.1.2 - Caracterização da força de trabalho

35
7.4.1.3 - Organização geral do trabalho

O trabalho padrão é desenvolvido das 06 às 16 horas de segunda a sexta com


uma hora para almoço. Também possuem duas pausas para café de sete
minutos, sendo uma realizada antes do almoço e outra após. Além das pausas
normais de trabalho, o trabalhador também tem outras pausas oriundas da própria
característica do trabalho desenvolvido.

7.4.1.4 - Descrição das tarefas

Neste setor cada um dos trabalhadores possui tarefas distintas as quais são
apresentadas a seguir como tarefa 01 e tarefa 02.

Tarefa 01 – Controle maromba


 Operar a maromba;
 Controlar a umidade da argila (molhar a argila);
 Realizar a troca do arame que corta os tijolos que saem da maromba,
quando necessário;
 Fazer reparos e manutenção (elétrica e mecânica: lubrificar com graxa, óleo
lubrificante e trocar rolamentos) na maromba quando necessário.
Tarefa 02 – Lançamento de argila na esteira
 Recolher os restos de argila que caem da esteira com uma pá e recolocar
na esteira.

7.4.1.5 - Análise da atividade

Análise atividade 01

36
37
7.4.1.6 - Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

População Tipo de Nível do


Fator de risco Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente
exposta exposição risco
Postura de pé por Oleiro (Controle 80% da Varizes, cansaço na
Posto de trabalho Assento improvisado Moderado
longos períodos da maromba) jornada panturrilha
Atenção constante nos Autonomia no
Oleiro (controle 80% da
Carga cognitiva controles e sistema da Estresse e estafa desenvolvimento da atividade Tolerável
maromba) jornada
maromba de trabalho
Oleiro
Lançamento de argila 50% da Dores lombares e nos Pausas regulares e irregulares
Esforço físico (recolhedor de Tolerável
na esteira com a pá jornada ombros durante a atividade
argila)
Exigência de
Oleiro
flexões de coluna Lançamento de argila 50% da Pausas regulares e irregulares
(recolhedor de Hérnia de disco Moderado
vertebral na esteira com a pá jornada durante a atividade
argila)
frequentes

7.4.1.7 - Avaliação dos fatores de riscos ambientais

Fator de População Tipo de Nível do


Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente
risco exposta exposição risco

Ruído Oleiro Maromba Diária Perda auditiva Proteção auditiva Moderado

38
7.5 - SETOR: PÁTIO

7.5.1 - Função: Gerente de produção

7.5.1.1 - Caracterização do ambiente de trabalho

Ambiente de produção, com ventilação e iluminação natural, coberto com telhas


metálicas, conforme demonstrado na fotografia 14 abaixo:

Fotografia 14 - Visão geral do posto de trabalho

Fonte: O autor

Dados ambientais
Ruído

Iluminação (lux) Temperatura (°C) Ruído dB(A)

455 27,8 67

7.5.1.2 - Caracterização da força de trabalho

Nº de Funcionários (M) Nº de Funcionários (F) Jornada de trabalho


01 00 06 as 16 horas

39
7.5.1.3 - Organização geral do trabalho

O trabalho padrão é desenvolvido das 06 às 16 horas de segunda a sexta com


uma hora para almoço. Também possuem duas pausas para café de sete
minutos, sendo uma realizada antes do almoço e outra após.

7.5.1.4 - Descrição das tarefas

 Gerenciar as atividades e o pessoal do setor de produção.

7.5.1.5 - Análise da atividade

A atividade é executada principalmente de pé e andando, fazendo rondas nos


setores e verificando o desenvolvimento das atividades, direcionando os
trabalhadores para atividades específicas.

40
7.5.1.6 - Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

População Tipo de Nível do


Fator de risco Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente
exposta exposição risco
Constante Dores nas pernas e
Oleiro Posto de trabalho Diária Pausas regulares Tolerável
deslocamento a pé cansaço

7.5.1.7 - Avaliação dos agentes de riscos ambientais

Não foram encontrados agentes físicos, químicos ou biológicos nas atividades desenvolvidas neste setor de trabalho.

41
7.6 - SETOR: PÁTIO/PRODUÇÃO

7.6.1 - Função: Oleiro

7.6.1.1 - Caracterização do ambiente de trabalho

Ambiente de produção coberto, com ventilação e iluminação natural, conforme


demonstrado nas fotos abaixo. Também atuam no interior dos fornos e no pátio de
carregamento dos caminhões.

Fotografia 15 e 16 - Visão geral do posto de trabalho

Fonte: O autor

Dados ambientais
Ruído

Iluminação (lux) Temperatura (°C) Ruído dB(A)

480 27,8 67

7.6.1.2 - Caracterização da força de trabalho

Nº de Funcionários (M) Nº de Funcionários (F) Jornada de trabalho


25 00 06 as 16 horas

7.6.1.3 - Organização geral do trabalho

O trabalho padrão é desenvolvido das 06 às 16 horas de segunda a sexta com


uma hora para almoço. Também possuem duas pausas para café de sete
minutos, sendo uma realizada antes do almoço e outra após.

42
7.6.1.4 - Descrição das tarefas

Neste setor possui dois grupos de trabalhadores com tarefas distintas as quais
foram divididas em dois grupos a seguir.

Grupo 01 - Esteira
 Pegar os tijolos na esteira, colocar em carrinho e transportá-los até o pátio
de secagem.

Grupo 02 – Pátio secagem/forno


 Pegar os tijolos no pátio de secagem, colocar em carrinho e transportá-los
até os fornos;
 Pegar tijolos nos fornos, colocar em carrinho e transportá-los até o pátio
externo;
 Fazer o carregamento de caminhões com tijolos para as entregas.

7.6.1.5 - Análise da atividade

Grupo 01 - Esteira
A atividade é executada principalmente de pé, andando e empurrando carrinho
com tijolos. Para a execução do transporte de tijolos os trabalhadores utilizam
carrinho tipo L com uma roda, que de acordo com os trabalhadores é de mais fácil
operação. Durante a observação da atividade percebeu-se que o ciclo de trabalho
consiste em chegar até esteira e aguardar a sua vez de pegar o tijolo da esteira,
colocar no carrinho e conduzir o carrinho ao pátio, descarregar o carrinho e voltar
à esteira. Este ciclo total dura em torno de seis minutos. Assim que chega na
esteira, o trabalhador espera a sua vez de recolher o tijolo (2 minutos). Após isso
faz o movimento inclinação lateral para pegar o tijolo na esteira, depois transporta
e finalmente faz uma flexão frontal para colocar o tijolo no carrinho. O ciclo de
trabalho (pegar tijolo na esteira, colocar no carrinho e se preparar para pegar o
próximo tijolo) é repetitivo e dura cerca de 2,5 segundos. Este ciclo também se
repete no descarregamento do carrinho no pátio de secagem, representando cerca
de 40% da jornada diária.

Grupo 01 - Esteira
43
As principais etapas, movimentos e ações técnicas do trabalhador na esteira estão
demonstradas abaixo.
Movimentos do trabalhador na esteira

Fonte: O autor

Após encher o carrinho o trabalhador pega nos braços do carrinho, levanta e o


conduz até o pátio de secagem. Logo após, o mesmo faz a retirada dos tijolos do
carinho e empilha-os em filetes. A altura de início de filete do empilhamento varia
entre vinte e oito e trinta e quatro centímetros de altura. As principais etapas,
movimentos e ações técnicas do trabalhador no empilhamento no filete estão
demonstradas abaixo.

Movimentos do trabalhador no empilhamento

Fonte: O autor
Grupo 01 - Esteira

44
Outros detalhamentos
Produção média da 60 toneladas/dia
maromba
Peso médio O peso por carrinho é variável em função do modelo de tijolo.
transportado por Geralmente varia entre 100 kg a 150 kg por carrinho.
trabalhador por dia
Impactos do modo Trabalho basicamente manual
operatório
Impacto da exigência Ocasionalmente há necessidade de acelerar o processo,
de tempo principalmente quando a distância da esteira até o pátio de
estocagem é maior. No entanto tem tempo de pausa quando
chega na esteira.
Impacto da O conteúdo de tempo é preenchido com as atividades de pegar
determinação do tijolo na esteira e colocar no carrinho, empurrar carrinho até a
conteúdo de tempo estocagem, retirar e empilhar tijolos e voltar até a esteira
Impacto do ritmo de O ritmo de trabalho é ditado pela quantidade de tijolos que saem
trabalho pela esteira. Normalmente o trabalhador tem um tempo de espera
na esteira de aproximadamente 2 minutos pelo fato de ter oito
trabalhadores na esteira. Quando a distância é longa o
trabalhador aumenta a velocidade na condução do carrinho.
Impacto do conteúdo Trabalho essencialmente manual e com baixo discernimento
das tarefas cognitivo.

45
Grupo 02 - Pátio secagem/forno
A atividade é executada principalmente de pé, andando e empurrando carrinho
com tijolos secos para os fornos, retirando dos fornos para o pátio ou
carregando os caminhões. Para a execução do transporte de tijolos os
trabalhadores utilizam carrinho tipo L com uma ou duas rodas. Cada trabalhador
escolhe o carrinho que considera de mais fácil operação. Durante a observação
da atividade percebeu-se que a atividade consiste em chegar até o filete do
pátio, colocar os tijolos no carrinho e conduzir o carrinho aos fornos. As
principais etapas e ações técnicas e movimentos do trabalhador estão
demonstradas abaixo.
Movimentos do trabalhador no filete

Fonte: O autor
Ao chegar no forno ou no vagão de empilhamento o trabalhador descarrega o
carrinho e empilha os tijolos nos fornos. Para essas atividades o trabalhador
realiza os movimentos de flexão, extensão, inclinação e rotação da coluna e
elevação dos braços para colocar os tijolos nas pilhas. As principais etapas e
ações técnicas e movimentos do trabalhador estão demonstradas abaixo.
Movimentos do trabalhador no empilhamento

Fonte: O autor
Quando estão descarregando os fornos a atividade consiste em pegar os tijolos
nos fornos, colocar no carrinho, conduzir o carrinho até o pátio de estocagem,
descarregar o carrinho e retornar ao forno. No carregamento dos caminhões o
passo de trabalho consiste em pegar tijolos na pilha, colocá-los na carroceria e

46
voltar à pilha de tijolos.
Grupo 02 - Pátio secagem/forno
Outros detalhamentos
Peso médio 7,5 toneladas/trabalhador/dia. O peso por carrinho é
transportado por variável em função do modelo de tijolo. A quantidade
trabalhador por dia de tijolo inserida no carrinho varia em função de cada
trabalhador. O trabalhador avalia a carga que o
mesmo suporta carregar. Geralmente varia entre 100
kg a 145 kg por carrinho.
Impactos do modo Trabalho basicamente manual sem grandes variações
operatório no modo operatório.
Impacto da exigência Ocasionalmente há necessidade de acelerar o
de tempo processo, principalmente quando a distância do filete
até o forno maior.
Impacto da O conteúdo de tempo é preenchido com as atividades
determinação do de pegar tijolo no filete no pátio de secagem e colocar
conteúdo de tempo no carrinho, empurrar carrinho até o forno, retirar e
empilhar tijolos no forno e voltar ao filete no pátio de
secagem
Impacto do ritmo de Ritmo de trabalho moderado. O ritmo não é ditado por
trabalho linha de produção, nem possui metas e remuneração
por produção
Impacto do conteúdo Trabalho essencialmente manual e com baixo
das tarefas discernimento cognitivo.

47
7.6.1.6 Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

Função: Oleiro (que atua na esteira)

Tipo de
Fator de risco Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente Nível do risco
exposição
Varizes,
Constante deslocamento Transporte de tijolos da
62% da inchaço, dor nas
a pé durante a jornada esteira para o pátio de Moderado
jornada diária pernas
de trabalho secagem
Frequente ação de Transporte de tijolos da Pausas regulares
62% da Lesões
empurrar cargas em esteira para o pátio de (8h:23min. a 8h:30 min. e 14h: 23 min. Moderado
jornada diária osteomusculares
carrinho secagem a 14h:30min.)
Pegar tijolo na esteira
Frequente execução de 50% da Distúrbios
para o carinho e do Pausas curtíssimas a cada viagem até Moderado
movimentos repetitivos jornada diária osteomusculares
carrinho para o filete o pátio de secagem (tempo de espera
Necessidade de na esteira - 2 minutos)
Exigência de esforço sustentação do % da jornada Dores lombares e
Pausas irregulares (ir ao banheiro e Moderado
físico carrinho carregado com diária nos ombros
tijolos tomar água)
Exigência de
flexões/rotação de Pegar tijolo na esteira e 50% da
Hérnia de disco Moderado
coluna vertebral colocar no carrinho jornada diária
frequentes

48
Função: Oleiro (que atua no pátio de secagem/forno)

Tipo de
Fator de risco Fonte geradora Efeitos potenciais Controle existente Nível do risco
exposição

Constante deslocamento Transporte de tijolos da esteira do Varizes,


60% da jornada inchaço, dor nas
a pé durante a jornada pátio de secagem para o forno ou pernas Moderado
diária
de trabalho do forno para a estocagem

Transporte de tijolos da esteira do


Frequente ação de 60% da jornada
pátio de secagem para o forno ou Lesões Moderado
empurrar cargas diária osteomusculares
do forno para a estocagem

Pegar tijolo do filete para o


carrinho e retirar do carrinho para Pausas regulares
Frequente execução de 40% da jornada (8h:23min. a 8h:30 min. e
o forno; ou retirar do forno para o Distúrbios Moderado
movimentos repetitivos diária osteomusculares 14h: 23 min. a
carrinho e do carrinho para o
14h:30min.)
pátio
Pausas irregulares (ir ao
banheiro e tomar água)
Exigência de esforço Necessidade de sustentação do 60% da jornada
Dores lombares e nos Moderado
físico carrinho carregado com tijolos diária ombros

Exigência de posturas Exigência de inclinação, flexão ou


40% da jornada
incômodas ou pouco rotação da coluna para o Distúrbios Moderado
diária osteomusculares
confortáveis manuseio de tijolos

49
7.7 SETOR: PRODUÇÃO

7.7.1 Função: Operador de retroescavadeira/Tratorista

7.7.1.1 Caracterização do ambiente de trabalho

Atua na retroescavadeira e em caminhão tipo caçamba. Máquina e caminhão


utilizados estão demonstrados abaixo.

Foto 09 - Visão geral do posto de trabalho

Fonte: O autor

Dados ambientais
Ruído

NEN – db(A) Nível de ação – db(A) Limite de tolerância – db(A)

71,79 80 85
Vibração em corpo inteiro
AREN (m/s²) Limite de tolerância VDVR Limite de

((m/s^1,75) tolerância

0,53 1,1m/s 10,91 21m/s 1,75

7.7.1.2 Caracterização da força de trabalho

Nº de Funcionários Nº de Funcionários (F) Jornada de trabalho


(M)
01 00 06 as 16 horas

50
7.7.1.3 Organização geral do trabalho

O trabalho padrão é desenvolvido das 06 às 16 horas de segunda a sexta


com uma hora para almoço. Também possuem duas pausas para café de
sete minutos, sendo uma realizada antes do almoço e outra após.

7.7.1.4 Descrição das tarefas

Fazer o carregamento do caminhão com retroescavadeira e conduzir o


caminhão com argila até o caixão alimentador da maromba.

7.7.1.5 Análise da atividade

O trabalhador atua sentado operando a retroescavadeira bem como o


caminhão. Geralmente o trabalhador opera a retroescavadeira durante ciclos
15 minutos para juntar a argila, após isso carrega o caminhão e leva até o
caixão alimentador. No caixão alimentador, o mesmo aguarda 20 minutos até
que a caçamba seja descarregada. Enquanto isso, eventualmente, o
trabalhador recolhe alguns carrinhos com tijolos estragados e recoloca os
mesmos na esteira da maromba.

51
7.7.1.6 Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

População Tipo de Efeitos Nível do


Fator de risco Fonte geradora Controle existente
exposta exposição potenciais risco

Pausas regulares
(8h:23min. a 8h:30 min. e 14h: 23
min. a 14h:30min.)
Operação da
Operador de 60 % da Adoção da postura em pé
Postura sentada máquina e do enquanto aguarda o Baixo
retroescavadeira jornada Lombalgias
caminhão descarregamento da caçamba

Pausas irregulares (ir ao banheiro


e tomar água)

7.7.1.7 Avaliação dos fatores de riscos ambientais

População Tipo de Efeitos Nível do


Fator de risco Fonte geradora Controle existente
exposta exposição potenciais risco
Manutenção da máquina e do
Operador de Caminhão e 60 % da caminhão
Ruído Perda auditiva Baixo
retroescavadeira retroescavadeira jornada Nível de ruído abaixo do nível de
ação
Transtornos de
Manutenção da máquina e do
ordem vascular,
Vibração de corpo Operador de Caminhão e 60 % da caminhão
neurológica, Baixo
inteiro retroescavadeira retroescavadeira jornada Nível de vibração abaixo do limite
osteoarticular e
de tolerância
muscular

52
7.8 SETOR: QUEIMA

7.8.1 Função: Queimador de tijolos

7.8.1.1 Caracterização do ambiente de trabalho

Ambiente coberto com telhado metálico e ventilação e iluminação natural.


Uma visão geral do ambiente de trabalho é demonstrada abaixo.

Foto 09 - Visão geral do posto de trabalho

Fonte: O autor

Dados ambientais
Ruído – dB(A) Lux Calor - IBUTG

61 Iluminação natural 30,85

7.8.1.2 Caracterização da força de trabalho

Nº de Funcionários Nº de Funcionários (F) Jornada de trabalho


(M)
04 00 44 horas semanais
(12/36)

53
7.8.1.3 Organização geral do trabalho

O trabalho padrão é desenvolvido em regime 12 por 36 de segunda a sexta


com uma hora para almoço. Também possuem duas pausas para café de
sete minutos, sendo uma realizada antes do almoço e outra após. O trabalho
é desenvolvido tanto no período diurno quanto noturno.

7.8.1.4 Descrição das tarefas

Fazer o acendimento do fogo nas bocas dos fornos e abastecê-los com


lenha;
Fazer a limpeza em torno dos fornos.

7.8.1.5 Análise da atividade

O trabalhador atua na postura de pé durante a sua jornada de trabalho.


Durante o turno de trabalho acende cerca de 15 bocas de fornos por dia.
Para cada acendimento é gasto no máximo cinco minutos. Para o
acendimento do forno o trabalhador atua de forma agachada, uma vez que
as bocas dos fornos ficam ao nível do chão. Após o acendimento do fogo o
trabalhador faz o abastecimento do forno com lenha. Para isto atua na
posição em pé. Essa atividade não é contínua. O trabalhador faz rondas em
tornos dos fornos a cada vinte minutos verificando se há ou não a
necessidade de abastecimento com lenha. As toras de lenha são de
diferentes dimensões e espessuras. Para o abastecimento do forno o
trabalhador faz o carregamento manual da lenha e insere no forno. Quando
há toras pesadas o trabalhador solicita auxílio dos colegas para executar a
tarefa.

54
7.8.1.6 Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

População Tipo de Efeitos Nível do


Fator de risco Fonte geradora Controle existente
exposta exposição potenciais risco
Cansaço na Pausas regulares
Postura de pé por Queimador de Exigência da 60 % da
panturrilha e dor (8h:23min. a 8h:30 min. e 14h: 23 Baixo
longos períodos tijolos atividade jornada
nas pernas min. a 14h:30min.)

2 horas por Pausas regulares


Transporte manual Queimador de Abastecimento do Distúrbios
dia de forma (8h:23min. a 8h:30 min. e 14h: 23 Moderado
de cargas tijolos forno com lenha osteomusculares
não contínua min. a 14h:30min.)

7.8.1.7 Avaliação dos fatores de riscos ambientais

População Tipo de Efeitos Nível do


Fator de risco Fonte geradora Controle existente
exposta exposição potenciais risco
Pausas regulares
Irradiação térmica (8h:23min. a 8h:30 min. e 14h: 23
pelas bocas dos min. a 14h:30min.)
Queimador de
Calor fornos durante o Jornada diária Intermação Moderado
tijolos
abastecimento com Pausas para tomar água filtrada e
lenha fresca

55
7.9 SETOR: SERVIÇOS GERAIS

7.9.1 Função: Cozinheira

7.9.1.1 Caracterização do ambiente de trabalho

Ambiente em alvenaria e cobertura de laje. Possui ventilação natural por meio de


janelas à meia altura. Uma visão geral do posto de trabalho é demonstrada
abaixo.

Foto - Visão geral do posto de trabalho

Fonte: O autor

Dados ambientais
Iluminação (lux) Temperatura (°C) Ruído dB(A)
202 27,8 57

7.9.1.2 Caracterização da força de trabalho

Nº de Funcionários (M) Nº de Funcionários (F) Jornada de trabalho


00 01 06 as 16 horas

7.9.1.3 Organização geral do trabalho

O trabalho é desenvolvido das 06 às 16 horas de segunda a sexta com uma hora


para almoço. Também possuem duas pausas de sete minutos, sendo uma
realizada antes do almoço e outra após.

3
7.9.1.4 Descrição das tarefas

Fazer a comida em fogão, lavar as vasilhas e higienizar o ambiente de trabalho.

7.9.1.5 Análise da atividade

As atividades são executadas na maior parte do tempo na postura em pé, contudo


o trabalhador tem liberdade para sentar-se durante o turno de trabalho, pois não
há exigência contínua de execução de tarefas na função.

4
7.9.1.6 Avaliação dos fatores de riscos ergonômicos

Fator de risco População Fonte geradora Tipo de Efeitos Controle existente Nível do risco
exposta exposição potenciais
Postura de pé Cozinheira Posto de trabalho 70% da Dor nas pernas e Possibilidade de pausas na Baixo
jornada diária cansaço na posição sentada
panturrilha

7.9.1.7 Avaliação dos agentes físicos, químicos e biológicos

Não foram encontrados agentes físicos, químicos, biológicos nas funções desenvolvidas neste setor de trabalho.

5
8 DIAGNÓSTICO

Guimarães (2004) define que a postura assumida pelo corpo no


momento em que o mesmo atua, contra a força da gravidade, dos músculos,
ossos e demais estruturas orgânicas desenvolvidas, pode ocasionar
desconfortos nos trabalhadores.
Couto (2020) afirma que o trabalho fisicamente pesado, repetitivo, com
grande movimentação e com desvios posturais podem contribuir para o
surgimento de desconfortos, dores, fadiga e lesões, caso não haja mecanismo
de regulação (pausas de recuperação, mudança de posição do corpo, pausas
para tomar água e ir ao banheiro).
Após a análise da demanda e dos resultados do censo de ergonomia
percebeu- se que as queixas de desconfortos (cansaço e dores) estão
praticamente na função de Oleiro.
Com base nos autores citados anteriormente e no resultado do censo de
ergonomia pode-se inferir que a condição de trabalho dos Oleiros (constante
deslocamento a pé, empurro de cargas, esforço físico e posturas incômodas e
pouco confortáveis), pode estar a levando à existência de desconforto no
colaborador.

6
9 PROPOSTAS APRESENTADAS

Durante a elaboração desta AET, devido a inviabilidade de implantação


meios técnicos facilitadores que eliminassem os riscos, foram apresentadas
propostas de melhorias as quais seguem elencadas a seguir:

Proposta 1: Assento para o oleiro que faz o controle da maromba;


Proposta 2: Carregador manual de tijolo queimado (foto a seguir);
Foto 5 - Carregador de tijolo

Proposta 3: Carrinho 4 rodas com sistema direcional (foto a seguir);

Foto 6 - Carrinho 4 rodas com sistema direcional

Proposta 4: Melhoria da iluminação do setor administrativo;


Proposta 5: Novo modelo de pausas para os oleiros que atuam no
carregamento de tijolos do pátio para o forno.

7
10 VALIDAÇÃO

Segundo Abrahão (2009) as validações podem ocorrer em diferentes


momentos da ação ergonômica: Validação na Análise Ergonômica do Trabalho;
Validação em Projeto; e Validação pós-Implantação. No caso desta AET, a
validação foi feita durante a realização da Análise Ergonômica do Trabalho. As
apresentações das propostas ocorreram no dia 24 de março de 2022 com os
atores sociais da empresa e foram validadas as propostas 1, 4 e 5 descritas no
capítulo 11.
A proposta do carregador manual de tijolos não foi aprovada pelo fato do
mesmo comprometer a agilidade na pega dos tijolos nas pilhas.
A proposta do carrinho com 4 rodas e sistema direcional não foi
aprovada pois segundo o dono da empresa e os trabalhadores ouvidos
afirmarem que já foi testado um mesmo modelo de carrinho anos atrás e o
mesmo não funcionou devido às dificuldades de movimentação entre as fileiras
de tijolos e pelo fato de ter 04 rodas, os trabalhadores afirmaram ficar mais
pesado para fazer o arrasto.
Para o responsável da empresa e os trabalhadores, os modelos de
carrinhos utilizados atualmente foram testados várias vezes principalmente
quanto a localização das rodas de modo a promover o centro de equilíbrio
durante o transporte e alívio do peso nos braços do trabalhador.

8
11 PLANO DE AÇÃO
Objetivo Onde será feito? Ações e etapas Cronograma Responsável
Início: maio 2022
Melhorar o nível de iluminação Setor Administrativo Instalar outra luminária no teto Empresa
Fim: junho 2022

Minimizar os efeitos provenientes Maromba (Oleiro que Início: maio 2022


Disponibilizar assento com encosto Empresa
do trabalho em pé controla a máquina) Fim: junho 2022

Além da pausa (1 hora para almoço)


proporcionar as seguintes pausas:
Pausa 1: 10 minutos (8:00 às 8:10)
Setor pátio/forno Início: maio 2022 Empresa
Pausa 2: 5 minutos (9:40 às 9:45)
Garantir o descanso suficiente do (Oleiros que
Pausa 3: 10 minutos (13:55 às 14:05)
trabalhador carregam tijolos do
pátio para os fornos)
Comunicar os trabalhadores o novo modelo
Início: maio 2022 Empresa
de pausas por meio de ordem de serviço

Conscientizar os trabalhadores
Início: junho 2022
sobre os fatores de riscos Promover orientação/treinamento Empresa
Fim: Julho 2022
ergonômicos Em toda empresa
(empurrar/transportar cargas e Início: junho 2022
Fazer a sinalização no ambiente de trabalho Empresa
outros fatores ergonômicos) Fim: Julho 2022

9
12 RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Essa AET, foi realizada pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho


abaixo assinado.

São João do Manteninha , 28 de março de 2022

10
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAHÃO, Júlia et al. Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São


Paulo: Blucher, 2009.

COUTO HA. Ergonomia aplicada ao trabalho: conteúdo básico; guia


prático. Belo Horizonte: Ergo; 2007.

COLOMBINI, et al. Método Ocra. Para A Análise E A Prevenção Do Risco


Por Movimentos Repetitivos. LTr, 2008.

Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora Nº 17: Ministério do


Trabalho, 2002.

NORMA REGULAMENTADORA Nº 17 (NR 17) – Ergonomia. Portaria MTP


n.º 423, de 07 de outubro de 2021.

Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG. Guia Técnico


Ambiental Da Indústria De Cerâmica Vermelha. Belo Horizonte – 2013.
Disponível em:
http://www.feam.br/images/stories/producao_sustentavel/GUIAS_TECNICOS_
AMBIENTAIS/guia_ceramica.pdf.

GOTTARDO, Ismael André. Verificação dos riscos laborais nas indústrias


da cerâmica vermelha do oeste de Santa Catarina. São Miguel do Oeste -
SC 2013.

GOMES, Marcos H. Pereira. Manual de Prevenção de Acidentes e Doenças


do Trabalho nas Olarias e Cerâmicas Vermelhas de Piracicaba e
Região.São Paulo: Gráfica Universitária, 2010.

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14 ANEXOS

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