Você está na página 1de 8

II Simpósio Nacional de Gestão e Engenharia Urbana

ABORDAGEM SISTÊMICA, ESCALAS E INTERSETORIALIDADE:


DESAFIOS E POTENCIAIS DO DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL

Energia solar descentralizada1

Decentralized solar energy2

Autor Principal (Sobrenome, Nome)1; Segundo Autor (Sobrenome, Nome)2;


Terceiro Autor (Sobrenome, Nome)3
1 Instituição,endereço do autor principal, país e e-mail1
2 Instituição e e-mail do segundo autor
3 Instituição e e-mail dos autores subsequentes

RESUMO

O grande consumo de energia necessário para a manutenção do modo de vida


contemporâneo vem acompanhado com preocupação da expansão de fontes de energia
limpa e sustentável. É sob a perspectiva da importância das fontes de energia para o
desenvolvimento do país, nos setores sociais, econômicos e ambientais, e considerando que
o Brasil possui um grande potencial solar como fonte de geração de energia, que o
presente trabalho busca analisar a abordagem que vem sendo desenhado pela política
pública para o incentivo, planejamento e para a operação da energia solar
descentralizada. O entendimento do funcionamento desta fonte de energia, bem como
abrangência do assunto no contexto brasileiro e mundial, além do apontamento de suas
vantagens e desvantagens são as contribuições do presente, e demonstram que tanto em
termos ambientais quanto econômicos as políticas de incentivo para a utilização desta são
importantes medidas para o fomento desta energia.
Palavras-chave: Energia solar, Descentralizada, Brasil.

<ABSTRACT>

The large energy consumption needed to maintain the contemporary lifestyle has been
followed by a pursuit for the expansion of clean and sustainable energy sources. Therefore,
this work is based on the importance that the energy sources have for the development of
the country, social spaces, and environments, along with the vision that Brazil has great
potential regarding sustainable sources of energy, build by public incentive policies such as
the generation and operation of decentralized solar energy. Overall, the understanding of
power suppliance, such as the approach of this subject into the Brazilian and the World
context are a current necessity. This also demonstrates that incentive policies for those
purposes are essential ways to support this type of energy regarding the environmental and
economic aspects.

1
Inserir os nomes dos autores apenas quando o artigo for aceito, reservar o espaço para o nome dos autores
utilizando ‘Autor Principal’, ‘Segundo Autor’ e etc.
Keywords: Solar Energy, Decentralizes, Brazil.

1 INTRODUÇÃO

O consumo de energia pode ser definido como a quantidade de energia necessária


para a realização de determinada atividade, podendo ser categorizado em diversos setores
como indústria, transporte, comércio, agricultura, setor público e residências. As
principais fontes de energia do Brasil, atualmente, são: energia hidroelétrica, petróleo,
carvão mineral e os biocombustíveis, além de algumas outras utilizadas em menor escala,
como gás natural e a energia nuclear e, finalmente as energias renováveis solar, eólica e
biomassa (EPE, 2017).
A análise do consumo de energia é dada como um importante indicador do
desenvolvimento econômico e do nível de qualidade de vida de qualquer sociedade
refletindo o nível do avanço de tecnologia, como também mostram o ritmo de crescimento
do setor industrial e comercial de uma sociedade. (ANEEL, 2008). Observa-se que qualidade
e nível de capacidade das fontes de energia de um determinado local são indicativos que
apontam o grau de desenvolvimento da região, visto que países com maiores rendas
geralmente dispõem de maior poder de consumo energético (EPE, 2017). No Brasil não é
diferente: à medida que o país foi se modernizando, o setor energético brasileiro foi se
desenvolvendo.
A realidade relatada do grande consumo de energia necessário para a manutenção do
modo de vida contemporâneo (processos industriais, atividades doméstica, uso de
equipamentos eletrônicos, etc.), vem acompanhado com preocupação da expansão de
fontes de energia limpas e sustentáveis para a melhoria do desenvolvimento do país. Essa
preocupação vem fomentando a expansão de fontes de energia limpa e sustentável é
pauta da Agenda 2030, por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) este
assunto é incluído na ODS 7, além das Leis n° 10.438/2002 e 10.762/2003, que instituíram o
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas [PROINFA] (2018).
É sob esta perspectiva e considerando que o Brasil possui um grande potencial solar
como fonte de geração de energia, que o presente trabalho busca analisar a abordagem
que vem sendo desenhada pela política pública para o incentivo, planejamento e a
operação da energia solar descentralizada (Corre, Pinto, Simas, Almeida, Viana, Delaunay e
Gorodicht, 2017).

2 ENERGIA SOLAR

Será apresento a seguir as definições de transformação do recurso natural em


energia, à energia solar no contexto brasileiro e mundial.

2.1. Transformação do recurso natural em energia

A energia solar é o fenômeno físico, no qual ocorre a conversão do calor e da


luminosidade em energia elétrica (Figura 2) ou térmica (Figura 1), com o auxílio de materiais
semicondutores (Vallêra e Brito, 2006). Os tipos de aproveitamento da energia solar mais
utilizados são o por concentração (CSP – Concentrating Solar Power), o fotovoltaico (FV) e o
aquecimento direto da água e/ou de ambientes a partir da luz do sol.

Figura 1 - Sistema Térmico


Fonte: (ANEEL,2018).

Figura 2 - Sistema Fotovoltaico

Fonte: (ANEEL,2018).

2.2. Energia solar no contexto brasileiro e mundial

O Brasil possui um grande potencial para a geração de energia solar, principalmente


na região do Nordeste do país, conforme apresentado em Figura 3, a importância da
exploração deste recurso natural é expressa pela Figura 4, na qual há a apresentação em
escala da disponibilidade de recursos para a geração de energia. A matriz energética
brasileira conta com 438,3 MW de potência instalada em 15,7 mil postos. No contexto
mundial, a China é o pais com maior potência instalada, 78.070 MW Ministério de Minas e
Energia (MME,2017).
Figura 3 – Potencial de energia solar mundial
Fonte: (MME,2017).

Figura 4 – Recursos energéticos totais da terra

Fonte: (MME,2017).

3 ENERGIA SOLAR DESCENTRALIZADA

A energia pode ser disponibilizada para os consumidores finais de duas maneiras,


como Geração Distribuída (GD), na qual a geração de energia elétrica ocorre próxima ao
local de consumo, conforme esquema expresso na Figura 5, ou como geração central, na
qual se faz necessária a criação de infraestrutura para a transmissão da energia Instituto
Nacional de Eficiência Energética (INEE, 2018).

3.1. Net Metering

A modalidade de geração distribuída conhecida como net metering, é


caracterizada pelo sistema de compensação, no qual a energia que excedente é cedida à
distribuidora local e transformada em créditos para o consumidor (MME,2017).

3.2. Regras atuais

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), possui as resoluções normativas nº


482, de 17 de abril de 2012 e a nº 687 de 24 de novembro de 2015, que estabelecem as
regras para funcionamento da microgeração e minigeração, conforme exposto no Quadro
1:
Figura 5 – Geração Distribuída

Fonte: (MME,2017).

Quadro 1 - Regras ANEEL

Regras ANEEL

 É permitido que geradores de até 5 MW.

 Os créditos obtidos pelo produtor são válidos por até 60 meses.

 Permite que diversos clientes compartilhem dos benefícios de uma única


instalação de geração.
 Permite que os clientes participantes distribuam os créditos de net metering entre
diversas contas de serviços de energia elétrica.

 Permite que os clientes participantes distribuam os créditos de net metering entre


diversas contas de serviços de energia elétrica.

 Permite que os créditos de net metering não utilizados por uma instalação
geradora compensem o excesso de consumo de energia em outros locais.

Fonte: Adaptado de Corre, Pinto, Simas, Almeida, Viana, Delaunay e Gorodicht (2017).

3.1. Vantagens e Desvantagens

A tabela 2 expressa as vantagens e desvantagens de adoção do sistema de net


metering.

Tabela 2 – Vantagens e Desvantagens do Sistema net metering

Vantagens Desvantagens

 Isenção de ICMS e PIS/COFINS sobre a  Alto custo dos sistemas de geração solar
energia injetada na rede elétrica (Corre distribuída (Corre e at, 2017). O preço do
e at, 2017). kW instalado de geração fotovoltaica
 A redução de 14% para 2% na alíquota fica entre R$ 7.000 e R$ 13.000,00. (MME,
do Imposto de Importação incidente 2017).
sobre bens de capital destinados à  A atual crise econômica do Brasil (Corre
produção de equipamentos de e at, 2017).
geração solar fotovoltaica até o final de  Incerteza sobre os preços futuros de
2016 (Corre e at, 2017). eletricidade (Corre e at, 2017).
 Desconto de 80% na tarifa de uso do  Revenda direta não permitida (Corre e
sistema de transmissão/distribuição at, 2017).
(TUST/TUSD) para empreendimentos com  Limitação da capacidade instalada
potência inferior a 30 MW (MME, 2017). (Corre e at, 2017).
 Baixos impactos ambientais Associação  A intermitência da geração de energia
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica solar (ABINEE, 2012).
(ABINEE, 2012).
 Sinergia com a carga (ABINEE, 2012).
 A instalação de painéis fotovoltaicos
com alturas acima de 2 m pode criar
condições favoráveis ao cultivo de
hortaliças e legumes (MME, 2017).
 Apoio BNDES pela Lei 13.203, de
8/12/2015, para financiamentos (MME,
2017).

Fonte: Baseado em (ABINEE, 2012), (Corre e at, 2017) e (MME, 2017).

3.1. Projeções

De acordo com o estudo da empresa de consultoria The Boston Consulting Group


(Figura 6), a capacidade instalada de geração de energia solar no Brasil poderá chegar em
3GW, ou seja, 5% até 2024, sendo estes valores suficientes para cobrir 2% da demanda
nacional de energia (Corre e at, 2017).

Figura 5 – Projeção de geração solar Fonte: (Corre e at, 2017).

Fonte: (Corre e at, 2017).

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO
O fato da grande parcela da população mundial residir em áreas urbanas, hoje este
número é de 54%, contudo as projeções é que chegue em 66% até 2050 (Centro Regional
de Informações das Nações Unidas [UNIRIC], 2018), aliada ao modo de vida
contemporânea demandam a produção de energia. Como uma solução mais sustentável,
a energia solar apresenta inúmeras vantagens em relação a outras fontes de energia,
principalmente no fato de tratar-se de uma fonte de energia limpa e renovável, além de
potencial que nosso país apresenta.
O presente traz luz às oportunidades da utilização da geração de energia distribuída
(net metering), que diferente da geração central, a geração ocorre próximo ao consumidor
final, como exemplo a instalação de painéis solares em residências, empreendimentos. O
caso da geração distribuída.
Diante do cenário atual, verificam-se as políticas publicas estão traduzindo suas
preocupações e fomentando o uso desta energia por meio de isenção de impostos, e
redução de alíquotas ao adquirir equipamentos e facilidades em financiamentos. A
redução de tarifas no uso do sistema também são políticas muito atrativas para o
consumidor final. Em contraponto a essas vantagens de cunho financeiro relatadas, se tem
a questão também financeira do custo de implantação do sistema, porém deve-se pontuar
que em escala industrial e comercial os custos de implantação podem ser facilmente
superados, visto as diversas vantagens.
Em relação às desvantagens apresentadas destaca-se a preocupação futura
acerca da incerteza de preços futuros, deve ser pauta dos próximos governos, e necessita
de atenção para a elaboração de mais políticas públicas eficientes, já a estão intermitência
da dessa fonte, visto sua dependência de dias ensolarados, cabe o questionamento quanto
à classificação da mesma como uma desvantagem, entende-se será uma de fato uma
problemática no caso de empreendimentos novos, uma vez que estes deverão instalar dois
sistemas, porém no caso de edifícios já construídos entende-se que a infraestrutura
necessária para suprir a falta da energia solar já seria existente.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A energia solar é uma fonte de energia limpa e renovável, apesar de sua


intermitência e necessidade de utilização de sistema alternativo para suprir o consumo em
momentos de pouca incidência solar, nosso país possui um grande potencial. Como
pontuado no item 3.1 usos da energia solar descentralizada possui uma série de vantagens
econômicas, além do valor ambiental que não pode ser mensurado em números, contudo
podemos citar a relevância desse assunto como pauta de discussões internacionais como
preconizado pela Agenda 2030 e seus objetivos para o desenvolvimento sustentável.
Diante disso, justifica-se a importância das políticas para o incentivo de tais ações,
como incentivos a investimentos e criação de políticas de compensação para os
consumidores na geração descentralizada de energia solar para o fomento ao uso desta
energia, e seus ganhos em termos ambientais e econômicos, pois favorecem os micros
produtores, podendo assim, impulsionar o setor econômico do país.
REFERÊNCIAS

ANEEL AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Energia Solar. Brasilia: ANEEL, 2018. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/03-energia_solar(3).pdf>. Acesso em: 31.mar. 2019.

ABINEE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA. Propostas para inserção da


energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. São Paulo:ABINEE, 2012. Disponível em:
<http://www.abinee.org.br/informac/arquivos/profotov.pdf>. Acesso em: 31.mar. 2019.

Corre, J. L, Pinto A., Simas R., Almeida G., Viana L. D., Delaunay D. e Gorodicht D. Geração de energia
solar descentralizada cenários e implicações para o setor no Brasil. In: THE BOSTON CONSULTING
GROUP. Boston: Corre et. al, 2017. Disponível em: < https://pt.scribd.com/document/374199736/BCG-
Geracao-de-Energia-Solar-Descentralizada>. Acesso em: 31.mar. 2019.

EPE EMPRESA DE PESQUISA. Nota Técnica DEA 001/17. Rio de Janeiro: EPE, 2017. Disponível em: <
http://epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados abertos/publicacoes/ PublicacoesArquivos/publicacao-
245/topico-261/DEA%20001_2017%20-
%20Proje%C3%A7%C3%B5es%20da%20Demanda%20de%20Energia%20El%C3%A9trica%202017-
2026_VF[1].pdf >. Acesso em: 31.mar. 2019.

INEE - INSTITUTO NACIONAL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. Rio de Janeiro: INEE, 2018. Disponível em: <
http:// www.inee.org.br/forum_ger_distrib.asp>. Acesso em: 31.mar. 2019.

UNIRIC - CENTRO REGIONAL DE INFORMAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS. Bélgica: UNIRIC, 2018. Disponível
em: < https://www.unric.org/pt/actualidade/31537-relatorio-da-onu-mostra-populacao-mundial-cada-
vez-mais-urbanizada-mais-de-metade-vive-em-zonas-urbanizadas-ao-que-se-podem-juntar-25-mil-
milhoes-em-2050>. Acesso em: 03.abr. 2019.

LOVELOCK, J. Gaia: Alerta Final. Rio de Janeiro: Intrínseca Ltda, 2009.

MME MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Energia Solar. Brasília: MME, 2015. Disponível em: <
http://www.mme.gov.br/documents/10584/3580498/17+-+Energia+Solar+-+Brasil+e+ Mundo+-
+ano+ref.+2015+%28PDF%29/4b03ff2d-1452-4476-907d-
d9301226d26c;jsessionid=41E8065CA95D1FABA7C8B26BB66878C9.srv154>. Acesso em: 31.mar. 2019.

VALLÊRA, A. M; BRITO, M. C. In Gazeta de Física, Lisboa, Seção. Meio Século de História Fotovoltaica.
Disponível em: < http://solar.fc.ul.pt/gazeta2006.pdf >. Acesso em: 31.mar. 2019.

Você também pode gostar